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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

keV 1 quilo elétronvolt

4.1 Área de estudo

4.1.1 Município de Jaguariúna

Jaguariúna (Figura 4.1) originou-se de terras da Fazenda Florianópolis, de propriedade do coronel Amâncio Bueno que as dividiu, parcialmente, para formar uma colônia de imigrantes italianos e portugueses. Esses imigrantes tornaram a região agrícola promissora com suas lavouras de café, com a perspectiva da construção de estrada de ferro, concretizada pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro que assentou seus trilhos na Vila Bueno, inaugurando no ano de 1875 a Estação Jaguary com o nome do rio que a margeava e a presença do Imperador D. Pedro II. Foi criado o distrito em terras do município de Mogi Mirim através da Lei nº 433, em 5 de agosto de 1896, que recebeu o nome de Jaguari, mudando sua denominação para Jaguariúna, que em tupi guarani significa “rio das onças pretas”, após Decreto-Lei n°14.334 de 30/11/1944 e obtendo status de município pela Lei n° 2.456 de 30/12/1953, com território limitado pelo rio Atibaia e recortado pelos rios Jaguari e Camanducaia, todos afluentes do Rio Piracicaba que integra da bacia do médio Tietê. No final de 1953 ocorreu o plebiscito, que decidiu em favor da emancipação de Mogi-Mirim e em 1991 ocorreu à emancipação de Holambra, a qual fazia parte do município de Jaguariúna.

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Figura 4.1 - Vista aérea do município de Jaguariúna, ano de 2012.

Jaguariúna localiza-se a 120 km de São Paulo e a 25 km de Campinas. Possui área de 142 km2 e suas coordenadas são 22º42’18’’ de latitude Sul e 46º59’22’’ longitude Oeste. Seu principal acesso é pela rodovia Dr. Ademar de Barros (SP–340), que se interliga com a rodovia D. Pedro I. Jaguariúna Integra a Região Metropolitana de Campinas (RMC), constituída pela Lei Complementar nº 870 de 19 de junho de 2000 que abrange 19 municípios em 3.600 Km². Limita-se ao Norte com Santo Antônio de Posse, ao Sul com Campinas, a Nordeste com a cidade de Holambra, a Sudeste com Paulínia e a Leste com Pedreira.

A cidade de Jaguariúna está a 580 metros acima do nível do mar. Seu clima é o tropical de altitude, com inverno seco e temperatura média de 20 ºC. É cortado por três rios: Jaguari, Camanducaia e Atibaia. As colinas suaves predominam o relevo, verificando-se também a presença de alguns morros.

Jaguariúna, que faz divisa com Campinas, tornou-se polo importante de atividades industriais do interior paulista, desenvolvendo também serviços, inclusive lazer e turismo com opções sobre preservação de sua história através de

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hotéis-fazenda, casarões antigos e transporte ferroviário. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias), é constituída de vários sistemas de produção interagindo entre propriedades rurais com diversidade espaço-temporal e de usos - agricultura, pastagens, reflorestamentos, vegetação natural, mineração - cada um com características e dinâmicas específicas, além da urbanização, processo que merece atenção especial.

O município de Jaguariúna vem apresentando grande crescimento populacional nos últimos anos. Sua população praticamente dobrou em 20 anos. No período 1980 à 1991 verificou-se que o saldo migratório foi o principal responsável pelo crescimento populacional. Entre 1991 á 1996 o saldo migratório foi bem menor, passando o crescimento vegetativo a ser principal responsável pelo incremento da população. Até a década de 80 a agropecuária possuía uma grande representatividade na economia municipal, mas começou a perder posição relativa com a aceleração da industrialização a partir de 1984. Entre 1970 e 2000 Jaguariúna aumentou sua área urbanizada 14 vezes, sendo o maior crescimento na década de 1980 (10,5 vezes), como mostra a Figura 4.2.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, em 1970 o município de Jaguariúna tinha uma população urbana de 3.835 e uma população rural 6.556, em 1980 à população urbana era de 9.293 e a rural de 5.915, já na década de 90, ou mais precisamente em 1991, a população urbana passa para 19.037 e a rural para 5.912. Em 2000 a população urbana tem um aumento de 35,6% totalizando 25.812 e a rural um decréscimo de 64,0%, perfazendo um total de 3.785, com relação a década anterior. O que pode ser observado é uma grande tendência do crescimento da população total, com um incremento da ordem de 184,8%, passando de 10.391 para 29.597 habitantes, consideradas as áreas urbana e rural, no período de 1970 à 2000. Nesse mesmo período, observa-se o crescimento acentuado da área urbana e uma significativa redução (57,7%) da área rural.

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Figura 4.2 - Mapa do Município de Jaguariúna – Manchas urbanas 1970-2000.

Interpretação visual das imagens LANDSAT (INPE, 2004) e as áreas urbanizadas das cartas topográficas do IBGE.

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Jaguariúna está localizada na Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (UGRHI – 5), denominada de Bacia dos Rios Piracicaba Capivari e Jundiaí - PCJ, conforme a Lei Estadual N°9034, São Paulo, 1994, ilustrado na Figura 4.3.

Figura 4.3 - Localização da sub-baicas da Bacia dos Rios Piracicaba Capivari e

Jundiaí, no estado de São Paulo. Fonte: Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

A partir da década de 80 assistiu-se a aceleração do processo de expansão industrial, com a implantação de importantes empresas como a Johnson em 1981, a Engraplast em 1986, a Pena Branca em 1987 e a Antarctica em 1989. Na década de 90 o processo teve continuidade com as empresas Metalcabo em 1990, a Metalsix em 1992, a Delphi Packard Eletric Systems em 1994, a Compaq em 1994, a IBR-Indústria Brasileira de Rodas em 1995, a Motorola em 1996 e a BYK Farma em 2002.

O município se destaca em atividades industriais no interior paulista, cenário nacional e internacional com parque industrial constituído por setores

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diversificados da economia como bebidas, informática, comunicações, logística, medicamentos, metalurgia, autopeças e avicultura. A partir da década de 90, Jaguariúna impulsionou também atividades de serviços, lazer e turismo, histórico e rural, dispondo de estrutura hoteleira, restaurantes, supermercados, chácaras de lazer e empresa de eventos e mantém sua imagem associada ao desenvolvimento industrial com qualidade de vida. Nesse sentido, promove-se com suas áreas verdes e de preservação ambiental a tranquilidade interiorana e oferece crescimento urbano com infraestrutura de eletricidade, saneamento básico, acesso fácil com vias asfaltadas e amplas avenidas na cidade e moradias.

No município, além do grande crescimento industrial, foi instalada a aproximadamente 21 anos atrás, uma mineradora que hoje tem forte atuação no segmento de construção pesada e produção de agregados para construção, como britas, massa asfáltica, concreto usinado, tubos de concreto, blocos cerâmicos e telhas cerâmicas e de concreto. A Figura 4.4, mostra a empresa no centro da cidade de Jaguariúna, em uma área altamente urbanizada e também evidencia uma forte exploração.

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Jaguariúna que em 2000, tinha uma população de 29.597, passa para 44.331 em 2010, segundo dados de 2011 da Agência Metropolitana de Campinas – AGEMCAMP. Entre 2000 e 2010 experimenta um crescimento populacional da ordem de 49,8% e registra uma taxa geométrica de crescimento populacional de 4,12%, uma das maiores taxas de crescimento populacional da Região Metropolitana de Campinas – RMC, perdendo apenas para Paulínia com 4,81%, Engenheiro Coelho com 4,60% e Holambra com 4,58%, no mesmo período.

Apesar de apresentar proporção de ocupação por florestas abaixo da média da RMC, a Figura 4.5, mostra que Jaguariúna possui grandes fragmentos de vegetação, sobretudo nas linhas limítrofes com Campinas e Pedreira, de modo que as matas ciliares nesses locais estão relativamente bem desenvolvidas.

Figura 4.5 - Distribuição espacial dos fragmentos de vegetação identificáveis nas

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Ressaltamos também, que é possível notar presença significativa de árvores nas proximidades da área mais densamente urbanizada. Jaguariúna com área total de 142 km2 possui 37 fragmentos de vegetação, que ocupam uma área de 21,39 km2 ou um percentual de 15,02 % do território do município.