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4.1 Demonstrações contábeis

4.1.1 Balanço patrimonial

Padoveze (2007, p. 69) define balanço patrimonial como uma peça contábil em que é canalizado todo o resultado das operações da empresa e das transações que terão realização futura.

Para Marion (1998, p. 53), o balanço patrimonial reflete a posição financeira em determinado momento, normalmente no fim do ano ou de um período estabelecido.

Conforme Perez Júnior e Begalli (1999, p. 66), o objetivo do balanço patrimonial é apresentar o patrimônio da entidade.

O Balanço Patrimonial é elaborado segundo os princípios contábeis geralmente aceitos e, de acordo com a NBC T.3.2, sua estrutura está dividida em três grandes grupos: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.

O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos.

O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação.

O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Essa abordagem de divisão é proveniente da equação básica da contabilidade em que a soma dos bens e direitos se iguala à soma das obrigações e situação líquida.

Conforme a NBC T.3.2, o balanço patrimonial deve ser estruturado da seguinte forma: 1) As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de

realização e as contas do passivo em ordem crescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos para os grupos e subgrupos;

2) Os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações, estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subsequente à data do balanço patrimonial;

3) Os direitos e as obrigações classificam-se, respectivamente, em grupos de Realizável e Exigível a Longo Prazo, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidas ou esperados, situem-se após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial;

4) Na Entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no Circulante ou Longo Prazo terá por base o prazo desse ciclo; 5) Os saldos devedores ou credores de todas as contas retificadoras deverão ser

apresentados como valores redutores das contas ou grupo de contas que lhes deram origem;

6) Os valores recebidos como receitas antecipadas por conta de produtos ou serviços a serem concluídos em exercícios futuros serão classificadas no passivo não circulante em conta representativa de receita diferida. O registro desse saldo deve evidenciar a receita diferida e o respectivo custo diferido;

7) Os saldos devedores e credores serão demonstrados separadamente, salvo nos casos em que a Entidade tiver direito ou obrigação de compensá-los;

8) Os elementos da mesma natureza e os pequenos saldos serão agrupados, desde que seja indicada a sua natureza e nunca ultrapassem, no total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada à utilização de títulos genéricos como "diversas contas" ou "contas-correntes";

9) As contas que compõem o ativo devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em:

i) Circulante, que se compõe de:

a) disponível: são os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da Entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata;

b) créditos: são os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros direitos;

c) estoques: são os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento e outros valores relacionados às atividades- fins da Entidade;

d) despesas antecipadas: são as aplicações em gastos que tenham realização no curso do período subsequente à data do balanço patrimonial;

e) outros valores e bens: são os não relacionados às atividades-fins da Entidade. ii) Realizável a longo Prazo: são os ativos referidos nos itens i - b), c), d), e) anteriores, cujos prazos esperados de realização se situem após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial;

iii) Permanente: bens e direitos não destinados à transformação direta e meios de pagamento, cuja perspectiva de permanência na Entidade ultrapasse um exercício. É constituído pelos seguintes subgrupos:

a) Investimentos: são as participações em sociedades além dos bens e direitos que não se destinem à manutenção das atividades-fins da Entidade;

b) Imobilizado: bens e direitos, tangíveis e intangíveis, utilizados na consecução das atividades-fins da Entidade;

c) Diferido: aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais um exercício social. Com a Lei n. 11.638/2007 e a Medida Provisória n. 449/2008 esse grupo de contas foi extinto, sendo introduzido o grupo de “Intangível”, que está relacionado a direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

10) As contas que compõem o passivo devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em:

a) Circulante: as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados se situem no curso do exercício subsequente à data do balanço patrimonial;

b) Exigível a Longo Prazo: as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados se situem após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial.

11) As contas que compõem o Patrimônio Líquido devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em:

a) Capital: os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de incorporações de reservas de lucros;

b) Reservas: os valores decorrentes de retenções de lucros, de reavaliação de ativos e de outras circunstâncias;

c) Lucros ou Prejuízos Acumulados: os lucros retidos ou ainda não destinados e os prejuízos ainda não compensados, esses apresentados como parcela redutora do Patrimônio Líquido.