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BARRETTO, CARLOS EDUARDO SUAIDE SILVA, DAVID COSTA DE SOUZA LE BIHAN, RENATA REJANE LINHARES, LUCIANA BRAZ

Troponinas I de alta sensibilidade em pacientes com dor torácica – Correlação com lesões coronarianas significativas e variação em

M. BARRETTO, CARLOS EDUARDO SUAIDE SILVA, DAVID COSTA DE SOUZA LE BIHAN, RENATA REJANE LINHARES, LUCIANA BRAZ

PEIXOTO, JORGE EDUARDO ASSEF, IBRAIM FRANCISCO PINTO, NATHALIA MONTANS SALVI e LEANDRO S I UEDA

INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA, SAO PAULO, SP, BRASIL - DASA, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introdução Divertículos ventriculares cardíacos são de frequência rara.

Clinicamente podem ser assintomáticos ou podem apresentar embolização sistêmica, insuficiência cardíaca, arritmia ventricular, e ruptura ventricular.

A dúvida diagnóstica é comum com aneurisma e tecnologias avançadas da ecocardiografia podem auxiliar nesta diferenciação. Descrição de caso EMS, 36 anos, feminino, negra, proveniente da Bahia, portadora de hipertensão arterial sistêmica, pré-diabetes e hipotireoidismo Apresentava quadro de dor torácica em queimação e palpitações relacionada aos esforços moderados, não procurando assistência médica por este motivo. Realizou avaliação pré-operatória de cirurgia bariátrica onde o ECG demonstrou bloqueio de ramo direito e bloqueio divisional anterossuperior esquerdo, RX de tórax com aumento da área cardíaca à custa de estrutura em região posterior do coração. Foi encaminhada para ecocardiografia torácica que identificou estrutura junto a valva mitral com suspeita de persistência de veia cava superior esquerda sendo encaminhada para nosso serviço. Realizou exame transtorácico com complementação tridimensional mostrando a presença de imagem sugestiva de dilatação aneurismática nos segmentos inferior e inferosseptal, com a formação de câmara acessória junto ao anel mitral em seu segmento inferior. O estudo da strain2D demonstrou a presença de contratilidade da parede desta dilatação. Realizou ressonância magnética que evidenciou os mesmos achados da ecocardiografia, sendo que se observou a ausência de realce tardio e a sugestão de trombo mural. Comentários Os divertículos de ventrículo esquerdo são anomalias raras e a apresentação descrita é ainda menos usual. A ecocardiografia é exame fundamental e a complementação tridimensional e do strain possibilitou o diagnóstico completo da doença, corroborado pelos achados da ressonância magnética.

Impacto da ligadura dos Ramos Proximais no Fluxo e no Estado Funcional da Artéria Torácica Interna Anastomosada na Coronária Descendente Anterior

JOSE SEBASTIAO DE ABREU, JEANE MIKE TSUTSUI, SANDRA NÍVEA DOS REIS SARAIVA FALCÃO, JOSE ACÁCIO FEITOSA, EDUARDO ARRAIS ROCHA, ITALO MARTINS DE OLIVEIRA, JOSE NOGUEIRA PAES JUNIOR, JOAO CESAR NUNES SBANO, TEREZA C P DIOGENES, LUIS ALBERTO OLIVEIRA DALLAN, ROBERTO KALIL FILHO e WILSON MATHIAS JUNIOR

Prontocárdio e Clinicárdio , FORTALEZA, CE, BRASIL - Universidade Estadual do Ceará (UECE), FORTALEZA, CE, BRASIL - Instituto do Coração (InCor) da Universidade de São Paulo, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Instituições: Universidade Estadual do Ceará (UECE); Prontocárdio e Clinicárdio de Fortaleza-Ceará; Instituto do Coração (InCor) da Universidade de São Paulo. Fundamento: A relevância da patência dos importantes ramos proximais da artéria torácica interna (ATI) é controversa e, durante o ecocardiograma sob estresse com dobutamina (EED), distintos efeitos podem ser observados no fluxo sistólico (FS), diastólico (FD) e total (FT = FS+FD). Objetivo: Verificar, através da ecocardiografia e Doppler, o efeito destes ramos no fluxo e na reserva de fluxo coronariano (RFC), em pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) preservada(>50%).

Métodos: Em estudo prospectivo, avaliou-se o Grupo I (25 pacientes) com ligadura dos ramos importantes da ATI anastomosada na artéria coronária descendente anterior (ADA) e o Grupo II (28 pacientes) sem a ligadura.

O estudo foi efetuado no pré-operatório, no pós-operatório precoce, seis meses após a cirurgia em condição basal e durante o EED. Através do Doppler em nível proximal da ATI, mediram-se o FS, o FD, o FT e a RFC.

Resultados: O fluxo predominantemente sistólico da ATI no pré-operatório apresentou predomínio diastólico no pós-operatório nos grupos. Durante os quatro momentos do estudo, o FD dos grupos não diferiu. Contudo, o FS (19,5 ± 9,3 ml/min vs. 32,7 ± 19,3 ml/min; p= 0,003) e o FT (79 ± 21,4 ml/min vs.101 ± 47,4 ml/min; p= 0,037) do Grupo II foram maiores no pico do EED.

Não houve diferença entre a RFC dos grupos I e II (1,9±0,46 vs. 2,11±0,56;

p= 0,143). Conclusão: Em pacientes com FEVE preservada, a ligadura dos ramos importantes da ATI anastomosada na ADA não aumenta o fluxo nem a reserva de fluxo coronariano.

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Febre reumática: uma doença negligenciada no Brasil?

TAIANE BRITO ARAUJO, EDLA LOPES LIMA, KLEBER DO ESPIRITO SANTO FREIRE e MARTA MENEZES

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL.

Introdução: A faringoamidalite streptocócica, quando não tratada adequadamente, pode levar a complicações como a febre reumática aguda (FRA) e a doença reumática crônica do coração (DRCC). Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a prevenção nao se dá de forma eficaz. Isso onera o sistema público de saúde bem como resulta em um impacto pessoal e laboral na vida do paciente, os quais poderiam ser evitados de maneira simples e de baixo custo. Objetivo: Descrever o valor total gasto com FRA e DRCC bem como o número de internamentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS). Metodologia: Estudo descritivo e retrospectivo sobre FRA e DRCC no período de 2008 a 2015.

Foi realizado um corte transversal utilizando os dados do Sistema de Internações Hospitalares (SIH)/DATASUS correlacionando o número de internações e o valor total com as regiões brasileiras no período de estudo.

Resultados: Houve 38078 internações por FRA e 63912 por DRCC no período de 2008 a 2015. Não houve diferença entre os sexos quanto aos internamentos por FRA, porém o número de pacientes do sexo feminino internados por DRCC foi 34,3% maior do que os pacientes do sexo masculino. Esses internamentos resultaram em gastos aos cofres públicos de 22 e 654 milhões de reais respectivamente no período estudado, com gasto anual de 84,5 milhões considerando as duas patologias. Os gastos acompanham o número de internamentos, sendo maior na região Sudeste, seguido da região Nordeste, Sul, Centro-Oeste, e Norte. Somente no ano de 2015 houve 3285 internações na região Sudeste e 410 na região Norte, levando a 36 e 3,5 milhões de reais respectivamente. Conclusão: O estudo demonstra que a FRA e da DRCC são responsáveis por elevada taxa de internação e de elevado custo econômico. Considerando-se que compromete população jovem e economicamente ativa, o possível impacto da doença torna-se mais relevante. Deve-se ainda levar em conta que a falha da profilaxia, primária e secundária, é agravada pela reconhecida dificuldade de acesso à penicilina G benzatina, o que contribui para o elevado custo econômico e social desta doença.

Estudo da função ventricular pela técnica do speckle tracking strain em pacientes críticos com sepse grave - resultados preliminares

MARIANA DE BRAGA LIMA CARVALHO, THIAGO ADRIANO DE DEUS QUEIROZ, ISABELA NASCIMENTO BORGES, LARISSA HELENA SENHORINE PENA, VANDACK NOBRE e MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Infectologia, Belo Horizonte, , BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG (HC/UFMG, Belo Horizonte, , BRASIL.

Introdução: A disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (VE) constitui alteração precoce na sepse grave, mas sua evolução com o tratamento não se acha bem definido. O método ecocardiográfico speckle tracking strain (STE) representa um marcador precoce de disfunção ventricular com potencial utilização no manejo clínico dos pacientes. Objetivos: Este estudo analisou o STE em pacientes adultos (idade ≥ 18 anos) com sepse grave e choque séptico internados em unidade de terapia intensiva, correlacionando os valores do strain miocárdico com o tratamento da sepse.

Métodos: Pacientes consecutivos admitidos no CTI do HC/UFMG com diagnóstico de sepse, sem cardiopatia prévia, foram selecionados para o estudo.

O ecocardiograma foi realizado nas primeiras 24 horas de admissão (D0) e ao final da 1ª semana de tratamento (D7). A função ventricular esquerda e direita foi analisada conforme protocolo pré-estabelecido, incluindo o STE. Resultados:

Foram inicialmente selecionados 39 pacientes, porém 20 apresentaram critérios de exclusão e 19 pacientes foram elegíveis para o estudo. A idade foi de 51 ± 17 anos, 53% do sexo feminino. Choque séptico foi diagnosticado em 94,7% com mediana do APACHE II de 15. Todos os pacientes incluídos possuíam fração de ejeção do VE dentro dos valores de referência, porém 95% apresentavam contratilidade miocárdica reduzida à admissão hospitalar utilizando STE. Durante a internação hospitalar, 2 pacientes evoluíram para o óbito. Ao final da 1a semana de tratamento, observou-se redução do diâmetro sistólico do VE com aumento fração de ejeção do VE (Diâmetro sistólico de 30,0 ± 4,2 mm no D0 versus 27,8 ± 5,2 mm no D7; P: 0,015; e Fração de ejeção de 63,9 ± 9,9 % no D0 versus 67,9 ± 8,5 % no D7; P: 0,023), além de aumento dos valores do strain longitudinal de ambos os ventrículos (STE longitudinal do VE 17,5 ± 3,0 % no D0 versus e 20,5 ± 2,8 % no D7; P: 0,000; e STE longitudinal do ventrículo direito 18,9 ± 5,7 % no D0 versus 22,7 ± 6,1 % do D7;

P: 0,030). Conclusão: Os resultados preliminares deste estudo demonstraram associação entre melhora do strain longitudinal biventricular com o tratamento da sepse e apontam em favor de uma ferramenta mais sensível de detecção de disfunção ventricular em contexto de sepse.

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Doença cardíaca isquêmica em imigrantes germânicos e seus descendentes no Brasil

SERGIO LUIZ ZIMMERMANN, ANTONIO DE PADUA MANSUR, CAIO DE BRITO VIANNA, SIEGMAR STARKE e LUIZ ANTONIO MACHADO CESAR Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP, São Paulo, SP, BRASIL - Hospital Santa Isabel, Blumenau, SC, BRASIL - Hospital Santa Catarina, Blumenau, SC, BRASIL.

Introdução: Nada se sabe sobre a doença isquêmica do coração ( DIC) em Germânicos que chegaram ao Brasil no início do século passado, e seus descendentes. Quase todos chegaram no século XX (1890-1940) na região de Blumenau, estado de Santa Catarina, agora com cerca de 680.000 habitantes. Também nada é conhecido sobre DIC em imigrantes Germânicos em nenhum lugar do mundo. Objetivo: Definir as características clinicas e cineangiocoronariográficas da DIC em imigrantes germânicos e compará-las com as de seus descendentes de primeira geração. Métodos: Foram realizadas análises em 299 prontuários de hospitais em Blumenau. Nós avaliamos sexo, idade na apresentação da doença , fatores de risco : fumo, hipertensão arterial, HDL e LDL colesterol e diabetes. Também avaliamos como foi a primeira apresentação da cardiopatia isquêmica. Os grupos foram: 68 alemães (G) e 99 descendentes (D). No grupo D , havia 29 com ambos os pais, e 70 com apenas um dos pais germânico. Para comparação de médias foi utilizado o teste t de Student ou Mann -Whitney ; também, para proporções, X Square ou teste exato de Fisher, e teste de Pearson ou Spearman para as correlações entre variáveis. Resultados: Não houve diferença entre os grupos G e D com relação a idade, sexo, presença de hipertensão, tabagismo, artérias coronárias com > 50% de obstrução, angina ou insuficiência cardíaca. No entanto, levando em conta idade acima de 55 anos em homens, e idade acima de 65 anos em mulheres, observou-se que estes fatores estavam predominantemente presentes no grupo dos germânicos (grupo G 89,7% vs grupo D 70,7% p = 0,003). Além disso, observou-se uma diferença

na idade média da primeira manifestação da doença : Grupo G: 69,1 + 8,8 vs 65,3 + 11,5 ( p = 0,025), (Figura abaixo) Conclusão: Embora em uma pequena comunidade, que preservou seus hábitos alimentares ao longo dos anos, a DIC manifestou- se mais tardiamente nos Germânicos em comparação com seus descendentes, com uma diferença de quatro anos, em média.

Apoio de cardiologistas brasileiros à concepção “choosing wisely”

LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA ANIS RASSI JUNIOR, ANDRE VOLSCHAN, EVANDRO TINOCO MESQUITA, GILSON SOARES FEITOSA, HELENA CRAMER VEIGA REY, JOSÉ AUGUSTO SOARES BARRETO, RENATO D LOPES, SERGIO TAVARES MONTENEGRO, GUILHERME B. BARCELLOS, WENDY LEVINSON e ANGELO AMATO VINCENZO DE PAOLA

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL - Escola Paulista de Medicina, São Paulo, BA, BRASIL - Hospital Anis Rassi, Goiânia, BA, BRASIL.

Fundamento: A campanha “choosing wisely” visa promover reflexão crítica a respeito de condutas médicas amplamente utilizadas, mas cujo benefício é questionável. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) implementou esta iniciativa em 2015, de forma pioneira no país. Objetivos:

(1) Mensurar o apoio de cardiologistas brasileiros à necessidade de reduzir o emprego de condutas médicas de valor clínico duvidoso; (2) Identificar fatores determinantes do grau de apoio de cardiologistas a esta forma de pensamento. Métodos: Seguindo a metodologia do “Choosing Wisely International” , uma força tarefa de 12 cardiologistas brasileiros preparou uma lista de 13 recomendações referentes a procedimentos que “não devem ser indicados”. As recomendações foram disponibilizadas no portal da SBC para que todos os cardiologistas membros (convidados por email) atribuíssem uma nota de 1 a 10 a cada uma delas. Quanto maior a nota, mais forte o apoio dado à recomendação de “não indicar”. Resultados: Dos 14.579 cardiologistas brasileiros, 621 (4,3%) responderam ao questionário. A recomendação que obteve maior apoio foi “não realizar intervenção coronária percutânea (ICP) de rotina em indivíduos assintomáticos” (média da nota = 8,0 ± 2,9), enquanto a que recebeu menor apoio foi “não utilizar balão intra-aórtico no infarto com choque cardiogênico” (média da nota = 5,8 ± 3,2).

Nenhuma das 13 recomendações apresentou apoio robusto (média > 9), sendo 7 recomendações com média entre 7 e 8 (moderado apoio), seguidas de 6 recomendações com média entre 5 e 7 (fraco apoio). O coeficiente de variabilidade das notas de cada recomendação variou de 37% a 55%.

Em análise de covariância, foram identificados preditores independentes da nota atribuída à recomendação de maior apoio: tempo de formado e subespecialidade intervencionista se associaram de forma negativa à nota da recomendação de “não realizar ICP em assintomáticos”. Conclusões: (1) O grau de apoio de cardiologistas brasileiros à concepção “choosing wisely” é moderado, com variabilidade de opinião de razoável monta; (2) Os preditores da nota atribuída sugerem que a cultura vigente em gerações mais antigas e o entusiasmo de profissionais pelos procedimentos que realizam são fatores antagônicos à filosofia “choosing wisely”.

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Avaliação da mortalidade cardiovascular na Unidade Coronariana de Franca

RUI PEREIRA CAPARELLI DE OLIVEIRA, e MARIA CLARA DE MELO CURY

Hospital do Coração , Franca, SP, BRASIL.

Objetivo: avaliar a taxa de mortalidade intrahospitalar das diferentes doenças cardíacas que internaram na Unidade Coronariana do Hospital do Coração na cidade de Franca, São Paulo, e comparar com a dados da literatura. Métodos: foram coletados os dados de internações e mortalidade dos pacientes internados na Unidade Coronariana do Hospital do Coração de Franca (internações do SUS) de 01/01/2014 até 31/12/2015, um total de 1975 internações. Após o cálculo das porcentagens das mortalidades, foi feita revisão na literatura da mortalidade nas principais patologias cardíacas internadas e comparadas com as taxas na unidade. Resultados:

as patologias e as respectivas taxas de mortalidade(%), em 2014/2015, foram: infarto agudo do miocárdio com Supra de ST: 7,8/8,7; angina instável e infarto agudo do miocárdio sem supra de ST: 3,9/2,4; cirurgias cardíacas:

11,2/8,3; insuficiência cardíaca congestiva: 26,3/13,4; choque cardiogênico:

42,1/24,8; edema agudo de pulmão: 10,7/14,8; dissecção de aorta: 25/30;

tromboembolismo pulmonar: 75/6,5; bradiarritmias: 5,7/1,6; taquiarritmias:

5,55/4,1 e parada cardíaca revertida: 55,8/82,3. Discussão: após a revisão da literatura observou-se que a taxa de mortalidade na unidade tem estado abaixo da média de outros serviços nas seguintes patologias: edema agudo de pulmão, choque cadiogênico, dissecção de aorta, infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST e angina instável. Em relação à cirurgia cardíaca esta taxa esteve acima em 2014 e semelhante à média nacional e estadual em 2015 quando comparado aos dados de cirurgias do SUS. Em relação à insuficiência cardíaca congestiva e tromboembolismo pulmonar a taxa esteve acima da média na literatura. Em relação às bradiarritmias a taxa de mortalidade esteve mais alta em 2014 e em 2015 já abaixo da média vista na revisão. Em relação à taquiarritmias e parada cardíaca revertida as taxas de mortalidade foram semelhantes àquelas vistas na literatura. Conclusão: as taxas de mortalidade obtidas se mostram bem semelhantes e em geral abaixo da média na literatura, exceto em relação à insuficiência cardíaca congestiva e tromboembolismo pulmonar, fato que se deve, provavelmente, à piora das condições no atendimento primário e prevenção, fazendo que o paciente chegue mais grave na unidade.

Evolução temporal dos motivos relacionados ao atraso na chegada do paciente com síndrome coronariana aguda ao serviço médico.

FABRICIO NOGUEIRA FURTADO, PATRÍCIA GARDIMAN ARRUDA, LUIZA RUSSO DE MORAIS, DAYANE FELIX SILVA NUNES, THIAGO TOSHIYUKI MATSUMURA HONDO, SAMUEL PUGLIERO, BIANCA GIANETTI MORAES, ANDRÉ MOREIRA NICOLAU, BÁRBARA CAON e ANTONIO CARLOS DE CAMARGO CARVALHO

Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, BRASIL.

INTRODUÇÃO: As doenças do aparelho circulatório são a principal causa de óbito na população brasileira. O tratamento precoce da síndrome coronariana aguda (SCA) é uma das estratégias que mais reduzem a sua mortalidade. No entanto, uma importante limitação é a demora na chegada do paciente ao serviço médico. A identificação dos motivos responsáveis por este atraso e seu comportamento temporal são essenciais no planejamento de ações que objetivem a melhora do prognóstico destes pacientes.

OBJETIVO: Identificar a evolução temporal dos motivos relacionados ao atraso na chegada do paciente ao serviço médico entre 2008 e 2015.

MÉTODOS: Os motivos relacionados ao atraso foram avaliados através de questionário e revisão de prontuário de pacientes admitidos no Hospital São Paulo em 2008 e 2015. Os questionários foram aplicados prospectivamente durante as admissões e cada paciente poderia citar até dois motivos principais para seu atraso. RESULTADOS: 282 pacientes aleatórios foram divididos de acordo com o ano de apresentação, sendo o Grupo I os pacientes admitidos em 2008 (n=78) e o Grupo II aqueles admitidos em 2015 (n=204). Não houve diferença entre os grupos em relação à idade, sexo, prevalência de hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo ou infarto agudo do miocárdio conhecido prévio. Os motivos mais prevalentes de atraso nos pacientes admitidos em 2008 foram: 1. Achava que a dor iria passar sozinha (60,26%); 2. A dor era suportável (57,69%); 3. Acreditava que a dor não era do coração (43,59%). Em 2015, os motivos mais frequentes foram: 1. Achava que a dor iria passar sozinha (43,63%); 2. Acreditava que a dor não era do coração (25,49%); 3. Precisou esperar alguém para levá-lo ao hospital (18,14%). CONCLUSÃO: Os principais motivos de atraso na chegada do paciente ao serviço médico em 2015 continuam, assim como em 2008, relacionados ao desconhecimento da população sobre a importância da valorização dos sintomas da SCA. No entanto, a frequência em que foram relatados foi menor em 2015 do que em 2008. Medidas que tenham como objetivo disseminar o conhecimento sobre os sintomas da SCA tem potencial de reduzir ainda mais o impacto desses fatores no atraso à procura de atendimento médico.

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AVALIAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE MANCHESTER EM PACIENTES COM SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

ÍTALO S SANTOS, MARIA LUCIANA TELES FIUZA, MARIA ALESSANDRA OLIVEIRA LEITAO, TARCYLIO ESDRAS DE ALMEIDA ROCHA e BREITNER GOMES CHAVES

ISGH, FORTALEZA, CE, BRASIL - ICCARDIO, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Introdução - A Classificação de Risco de Manchester é uma ferramenta cada vez mais utilizada nas unidades de atendimento de emergências em todo o mundo. Tem como função primária identificar o nível de risco do paciente a partir dos seus sintomas, permitindo uma priorização dos casos de maior risco de eventos graves (morte, por exemplo) antes da definição diagnóstica. Neste contexto, por serem a segunda maior causa de morte no Brasil e a primeira em todo o mundo, torna-se fundamental que esta ferramenta seja avaliada na sua capacidade de priorizar o atendimento de pacientes com SCA. Objetivo - Avaliar de que forma foram classificados, pelo Escore de Risco de Manchester, os pacientes com SCA que foram admitidos nas UPAs de Fortaleza no período de abril de 2013 a março de 2016. Métodos - Foram identificados os pacientes cujo diagnóstico final foi: angina instável (CID 10: I 20) ou infarto agudo do miocárdio (CID 10: I 21) e analisados em que categoria de risco foram inseridos. Resultados - Um total de 2074 pacientes tiveram como diagnóstico infarto agudo do miocárdio ou angina instável. 738 pacientes foram classificados como verde; 1270 foram classificados como laranja ou vermelho. A proporção de diagnóstico de Angina Instável foi maior entre pacientes com classificação verde, enquanto que naqueles que foram classificados como laranja ou vermelho houve maior proporção de diagnósico de Infarto do Miocárdio. Conclusão - A Classificação de Risco de Manchester mostrou ser uma ferramenta útil na priorização dos pacientes com SCA atendidos nas UPAs de Fortaleza.

Uma análise do perfil da mortalidade por insuficiência cardíaca no Rio Grande do Norte de 2003 a 2013

ANA BEATRIZ SEABRA SANTOS DE ARAUJO, HENRIQUE DE PAULA BEDAQUE, JÚLIO CÉSAR VIEIRA

SOUSA e LUISA SILVA DE SOUSA

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL.

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença crônica prevalente e de altas taxas de mortalidade. É uma síndrome do grupo das doenças cardiovasculares, as quais foram, em 2012, a primeira causa de morte entre homens e mulheres no Brasil. A IC se destaca por sua alta taxa de internação, sendo que 12,5% dessas pessoas internadas vão a óbito pela doença. Sua incidência se relaciona a múltiplos fatores, sendo algumas características epidemiológicas mais frequentes na população acometida. Ademais, a análise de aspectos como idade, escolaridade e sexo dos pacientes com IC em uma determinada população é importante para conhecer o perfil da mortalidade nessa região, desenvolvendo-se a habilidade de suspeição clínica e acompanhamento dos doentes, buscando o tratamento precoce para reduzir a mortalidade. Objetivo: Avaliar a evolução da taxa de mortalidade por IC nos estados do nordeste (NE) e construir um perfil sobre a mortalidade por IC com sexo, faixa etária e escolaridade, no estado do Rio Grande do Norte (RN), entre 2003 e 2013. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo e observacional da base de dados do DATASUS, analisados no programa SPSS 21.0. Resultados:

Análise comparativa das taxas de mortalidade dos estados do NE, em 2003, mostrou o RN com a menor mortalidade, (9,38 a cada 100000 habitantes) e o Piauí com a maior (18,47). Em 2013 a menor era de Sergipe (7,88) e a maior da Paraíba (14,98). Nesse ano, a do RN era 12,09, a quinta maior do NE.

Analisando apenas o RN, nota-se o aumento na mortalidade por IC, de 9,38 em 2003 para 12,09 em 2013. Esse aumento pode ser visto na população feminina, cuja mortalidade era 8,91 e passou a ser 11,69 a cada 100.000 mulheres, e na masculina, que passou de 18,42 para 24,53 a cada 100.000 homens, no mesmo período. Desse total de mortes, nota-se que 67% são homens e 33%

mulheres. Analisando a escolaridade tem-se as seguintes variações com relação à mortalidade: 41% (sem escolaridade); 21% (até 3 anos); 9% (4 a 7); 3% (8 a 11); 1% (acima de 12); 25% (sem dados). De acordo com a faixa etária tem-se: 1% (até 14 anos); 1% (15 a 24); 1% (25 a 34); 2% (35 a 44);

4% (45 a 54); 8% (55 a 64); 14% (65 a 74); 70% (acima de 75). Conclusões: A mortalidade, no RN, por IC é maior no sexo masculino, com baixa escolaridade e após os 75 anos. Sua incidência vem aumentando no RN, deixando de ser a menor do NE, o que indica a necessidade de maior atenção e melhoria dos investimentos nos fatores relacionados ao controle dessa doença.

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Sobrepeso e obesidade entre pacientes atendidos em um serviço de referência em nefrologia em Fortaleza, Ceará

LINCOLN GOMES DE MESQUITA, GERALDO BEZERRA DA SILVA JÚNIOR, ZENAR MARIA RIBEIRO MENDES DE SABOIA, LUCAS RAMIRO FONSECA SAMPAIO e ANGELICA MARIA DE OLIVEIRA ALMEIDA Unifor, fortaleza, CE, BRASIL.

Introdução: A doença renal crônica (DRC) constitui um problema mundial de saúde pública, cuja incidência e prevalência aumentaram significativamente nos últimos anos. A obesidade também representa um problema de Saúde Pública, sendo considerada como a grande epidemia do século XXI. Há evidências da associação entre sobrepeso/obesidade e a DRC. O objetivo deste estudo é analisar a prevalência de sobrepeso/

obesidade em pacientes acompanhados em um serviço de referência em Nefrologia. Metodologia: Foi realizado estudo retrospectivo com pacientes acompanhados no ambulatório de Nefrologia do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 2014 a março de 2016. O diagnóstico de DRC foi considerado como: presença de marcadores de lesão renal por três meses ou mais ou presença de taxa de filtração glomerular <60mL/

min/1,73m² por três meses ou mais. Sobrepeso foi considerado como índice de massa corporal (IMC) entre 25 e 29,9kg/m2 e obesidade como IMC ≥30kg/

m2. Para o diagnóstico de DRC e sobrepeso/obesidade utilizou-se os dados da primeira consulta no serviço de saúde secundário. Resultados: Foram incluídos 202 pacientes, com média de idade de 93±18 anos, sendo 52,47%

do gênero feminino. DRC foi diagnosticada em 132 casos (65,34%), sendo classificada em estágio I (01 paciente), II (19,69%), III (50%) e IV (20,45%).

As principais causas de DRC foram hipertensão arterial sistêmica – HAS (90,15%) e diabetes mellitus – DM (9,84%). Sobrepeso foi observado em 17,82% dos pacientes e 10,39% tinham obesidade. Entre os pacientes com DRC, observou-se sobrepeso em 15,9% e obesidade em 8,3%. Conclusão A DRC foi diagosticada em mais da metade dos pacientes encaminhados à atenção especializada. É preocupante o fato de que 70,45% dos pacientes encontravam-se nos estágios mais avançados da doença(III e IV). O controle das principais causas de DRC (HAS e diabetes mellitus) deve ser reforçado na atenção primária. Sobrepeso e obesidade foram encontrados em um número importante de pacientes, sendo a ocorrência maior entre pacientes com DRC.

Estudo da prevalência da hipertensão arterial (HA) e de fatores de risco cardiovasculares em amostra populacional de bairro em Fortaleza-CE NICHOLAS MILITAO ALVES, ADRIELE MACHADO DOS SANTOS, RIVER DE ALENCAR BANDEIRA COÊLHO, ANTONIO DAVI PINTO MARINHO, HÉLIO DE SOUZA PERES JÚNIOR, HELAYNE MOREIRA CLAUDINO, MATHEUS LEMOS DOS SANTOS, VITOR DAMASCENO LEITAO, RODRIGO BITU HOLANDA, JOSE ERIRTONIO FACANHA BARRETO JUNIOR e JOSÉ NILSON CORREIA NETO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema de saúde pública no Brasil e em diversos outros países, apresentando-se como uma doença de alta prevalência, porém com baixas taxas de controle. Além disso, a HAS é um importante fator de risco cardiovascular, possuindo um papel essencial na redução da qualidade e da expectativa de vida de muitos indivíduos. OBJETIVO: Estimar a prevalência de hipertensos e presença de fatores de risco por sexo em bairro de Fortaleza. MÉTODOS: Realizado estudo descritivo, observacional e transversal, de base populacional, fundamentado em questionário estruturado com perguntas e respostas objetivas de amostra aleatória simples. Dados armazenados (Programa Microsoft Excel) e analisados através do programa EpiInfo 7. O estudo foi realizado no contexto de um projeto de conscientização sobre os fatores de risco para hipertensão arterial.

Durante a promoção da atividade foram realizadas entrevistas, sendo cada uma conduzida por membro do projeto devidamente treinado para aplicação do questionário e realização das medidas objetivas de pressão arterial (PA), glicemia e medidas antropométricas. Foram realizadas 411 entrevistas de julho de 2014 a fevereiro de 2016. A partir dos dados coletados foram feitas medidas de prevalências dos fatores de risco. RESULTADOS: Dos 411 indivíduos entrevistados, 50,36% eram do sexo feminino. A média de idade foi de 41 anos para mulheres e 40,2 anos para os homens. Foram detectados 82 indivíduos com hipertensão arterial(41 homens e 41 mulheres). Quanto ao estilo de vida e variáveis relacionadas à saúde, 62,53% dos entrevistados apresentavam história familiar de HAS, 18,97% dislipidemia, 9,70% tabagismo e 7,76%

diabetes mellitus. Dos indivíduos com hipertensão, 73,17% apresentavam história familiar, 36,5% dislipidemia, 13,41% tabagismo e 24,39% diabetes mellitus. CONCLUSÃO: A prevalência de Hipertensão Arterial mostrou-se elevada. A mesma proporção de hipertensos foi encontrada entre homens e mulheres, dados em discordância com a pesquisa Vigitel 2014. Foi constatada ainda uma frequência considerável da coexistência de dois ou mais fatores de risco cardiovasculares em um mesmo indivíduo, prejudicando ainda mais a qualidade de vida destas pessoas.

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Rastreio de diabetes e outros fatores de risco para cardiopatias congênitas fetais em gestantes do pré natal de alto risco de maternidade escola de referência

LETCIA ALMEIDA PONTES, LUISA SILVA DE SOUSA, ANA BEATRIZ MOURA RAULINO, MARIA MARINA LEONARDO ALVES COSTA, KENIO OSMAR DE ARAJO FORMIGA e GISELE CORREIA PACHECO LEITE

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Maternidade Escola Januário Cicco , Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL.

Introdução e/ou fundamentos: O Diabetes mellitus (DM) é a principal doença metabólica da gravidez, com maior proporção do diabetes gestacional em relação ao pré-gestacional. A hiperglicemia durante a embriogênese tem sido associada a malformações congênitas em gestações complicadas por DM, sendo as cardiopatias congênitas (CC) as mais frequentes. Objetivo(s):

Rastrear precocemente a DM gestacional (DMG) e outros fatores de risco para CC em gestantes acompanhadas no pré-natal de alto risco de Maternidade Escola de referência (PARME). Métodos: Fez-se projeto piloto em um dia de conscientização para CC na Maternidade Escola, selecionando-se aleatoriamente gestantes voluntárias, que desconheciam diagnóstico prévio de DM. Elaborou-se formulário padrão para coleta de dados e termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). O diagnóstico de DMG fez-se por meio de análise da glicemia de jejum e da glicemia pós-prandial de uma hora, usando-se como parâmetros respectivamente glicemia entre 92mg/dl - 125mg/

dl e pós prandial maior ou igual a 180 mg/dl. Os fatores de risco outros para CC foram questionados. Resultados: Foram avaliadas 21 gestantes: a idade variou de 13 a 36 anos e a idade gestacional de 17 a 36 semanas. Destas gestações, 10/21 (47,6%) eram primigestas e 11/21 (52,4%) eram multíparas;

havia tido um aborto prévio 1/21 (4,7%), 1/21 era VDLR positivo (4,7%), 2/21 eram HIV positivo (9,4%), 1/21 (4,7%) apresentou pré-síncope; nenhuma possuía histórico prévio de CC na família, tendo 1/21 (4,7%) cardiomegalia em ecocardiograma fetal. Apresentaram rastreio positivo para DM 7/21 (33,3%) gestantes; destas, 6/7 (85,7%) apresentaram alterada apenas a glicemia de jejum e 1/7 (14,3%) a glicemia de jejum e a pós-prandial alteradas. As gestantes que tiveram rastreio positivo para DMG foram orientadas quanto ao diagnóstico, a dieta e encaminhadas para realização de ecocardiograma fetal. Conclusões:

O diagnóstico pré-natal precoce de DMG e suas complicações, dentre elas as CC, implica em melhor seguimento pré-natal, conduta pré e pós natal, com influência positiva no prognóstico deste feto e da mãe. Neste estudo piloto, em amostra aleatória encontrou-se 33,3% de rastreio positivo para a doença, evidenciando importância de se buscar o rastreio da mesma continuadamente.

Outros fatores de risco para CC foram encontrados, tais como infecções virais ou parasitárias maternas, reforçando a recomendação da realização de ecocardiograma fetal como rotina no pré-natal.

Epidemiologia das internações por insuficiência cardíaca no município de Paulo Afonso/BA entre os anos de 2008 e 2016

CAMILA GOMES BARBOSA, BENÍCIO KERLLY BARBOSA GONÇALVES, GABRIELA BONIFCIA DA SILVA ISLA, GIOVANNA ROCHA SANTANA, LEONARDO LEAL TAVORA e ANA LAURA GOES SALVIANO

Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco, Paulo Afonso, BA, BRASIL - Universidade Federal do Amapá, Macapá, AP, BRASIL - Hospital Dr.

Carlos Alberto Studart Gomes, Fortaleza, CE, BRASIL.

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa resultante de injúria na função ou estrutura do coração, que acaba por ter seu enchimento ventricular e ejeção comprometidos, incapacitando-o de ofertar oxigênio a uma taxa ideal para os tecidos. Ela é a via final comum a diversas patologias cardiovasculares e representa um problema de saúde pública, pois é responsável por altos gastos e considerável número de internações e óbitos. Objetivo: Conhecer o número de internações por IC no município de Paulo Afonso/BA e sua relação com o número de hospitalizações totais e de etiologia circulatória dessa localidade, analisando as variáveis de gênero e idade. Métodos: Os dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), na seção “Morbidade hospitalar do SUS”. Para adquirir as informações necessárias, foi determinado o município e o período, correspondente a janeiro de 2008 a janeiro de 2016. Além disso, foram analisadas as variáveis sexo e faixa etária no contexto da insuficiência cardíaca. Já a quantidade de internações por doenças do aparelho circulatório no município foi obtida no item Capítulo CID-10. A opção “Todas as categorias”

foi mantida nas demais variáveis presentes. Resultados: As internações por IC totalizam 914 casos, o que representa 24,14% das admissões motivadas por doenças do aparelho circulatório e 1,5% das totais no município de Paulo Afonso, considerando o mesmo período de tempo e mesmas variáveis. O ano de maior número de hospitalizações por IC foi 2008, com 140 casos. Esse número diminuiu ao longo dos anos, atingindo 88 casos em 2015. Internações motivadas por IC iniciam-se em pacientes com idade inferior a um ano e sua faixa etária predominante é entre 60 e 69 anos, com 229 casos, correspondendo a 25,05% dessas hospitalizações. Em todos os anos analisados, o sexo masculino foi o responsável pela maioria das internações por IC, equivalendo a 55,58% dessas admissões, com 508 casos. Conclusão: Os dados coletados estão em consonância com os nacionais: houve redução das internações por IC nos últimos anos, e idosos (≤60 anos) e homens são os mais hospitalizados.

Apesar disso, políticas de saúde voltadas para prevenção da IC e para melhor adesão ao tratamento, principalmente para esses grupos, são necessárias para reduzir ainda mais esses números.

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Desfibrilador externo automático em ambientes extra-hospitalares:

disponibilidade e capacitação pessoal em Cuiabá - Mato Grosso

PEDRO ALBERTO MUFFATO, YURI TIMOTHEO BARANHUK, RAQUEL SILVA MARIANO, THIAGO BERTOCHI, CLARA MARYHA MUNDIM PORTO MUFFATO, MARCOS DE THADEU TENUTA JUNIOR, FELIPE AMORIM ZAROUR e BRUNA FARIA OLIVEIRA

Universidade de Cuiabá, Cuiabá, MT, BRASIL - Hospital Santa Rosa, Cuiabá, MT, BRASIL.

Introdução: Estudos internacionais já demonstraram que a realização do suporte básico de vida (SBV) por leigos fora do ambiente hospitalar, incluindo a desfibrilação precoce com o aparelho desfibrilador externo automático (DEA), exerce impacto positivo na sobrevida de vítimas de PCR extra-hospitalar. Fundamento: A presença e a qualidade da capacitação em SBV e a disponibilidade do aparelho DEA, em ambientes extra-hospitalares, embora obrigatória por leis municipais em diversas cidades brasileiras, não é conhecida totalmente pela literatura médica atual. Objetivo: avaliar a disponibilidade do aparelho DEA e pessoal treinado para seu uso em locais extra-hospitalares com alto fluxo diário de pessoas no município de Cuiabá-MT. Métodos: realizado estudo transversal descritivo nas instalações de 31 locais extra-hospitalares com alto fluxo diário de pessoas, situados na grande Cuiabá-MT, nos anos de 2014 e 2015, através da aplicação de um questionário contendo quatro questões referentes às características dos locais pesquisados e à disponibilidade e capacitação de manuseio do DEA. Locais selecionados: dez supermercados;

dois hipermercados; três instituições de ensino superior; três shopping centers;

cinco agências bancárias; quatro academias de ginástica; um estádio de futebol;

um terminal rodoviário; um aeroporto internacional e; uma câmara municipal de vereadores. Resultados: dos 24 locais que concordaram em participar do estudo, 13 (54,2%) possuíam fluxo superior a 1000 pessoas/dia; apenas cinco (20,8%) possuíam o aparelho DEA no seu interior; pessoal treinado e capacitado em manusear o aparelho foi encontrado em 10 (41,6%), porém somente dois destes acertaram a correta sequência de manuseio do aparelho. Conclusão: O atual cenário do atendimento às vítimas de PCR fora do ambiente hospitalar, na grande Cuiabá-MT, acredita-se que não seja diferente do restante do país. Há falta de investimentos em treinamento em SBV e disponibilização de DEA em locais públicos, o que gera um despreparo populacional a lidar com emergências cardiovasculares. A disponibilidade e a capacitação de uso do DEA, na capital mato-grossense, está aquém do que é esperado e recomendável pela lei municipal vigente e por diretrizes/guidelines brasileiros e internacionais. Aliar educação em saúde com maior fiscalização das leis vigentes talvez seja o passo inicial para que menos vidas sejam ceifadas pela PCR.

Análise estatística do perfil de indivíduos hipertensos e associação com fatores de risco e comorbidade, em Fortaleza-CE.

PEDRO RAPHAEL FELICIO PHILOMENO GOMES, GABRIEL JOSE DE SOUZA OLIVEIRA PINHEIRO, LUIS EDUARDO FERNANDES DE GIRAO MAIA e JOSE ORLANDO FERREIRA TOME FILHO

Centro Universitário Chritus, Fortaleza, CE, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é determinada por níveis sustentados de pressão arterial (PA) sistólica ≥ 140 mmHg e∕ou de PA diastólica ≥ 90 mmHg em medidas de consultório, sendo os valores de 130 – 139 para sistólica e 80 – 85 para diastólica considerados limítrofes. É uma condição prevalente em nossa sociedade e relacionada a vários fatores de risco e comorbidades. OBJETIVO: Analisar o perfil de hipertensos de uma amostra da população de Fortaleza e buscar as possíveis associações com fatores de risco e comorbidades nessa população. MÉTODOS: Estudo transversal, realizado no dia 27 de Junho de 2015, na Praça do Ferreira, Fortaleza – CE. Foram incluídas pessoas de qualquer idade, que concordaram em aferir a PA e responder a questionário próprio após a assinatura de termo de compromisso. Foram coletados dados demográficos, comportamentais e acerca do estado de saúde atual e pregresso. Os dados foram analisados pelo software IBM SPSS Statistics 20.0.0. Foi adotado nível de significância de 5% e utilizado os testes de hipóteses Pearson Chi-Square e Fisher’s Exact Test para se investigar a associação entre as variáveis categóricas e Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para se avaliar a diferença entre as médias das variáveis contínuas. RESULTADOS: Foram avaliadas 180 pessoas, sendo 112 homens e 68 mulheres, com idades entre 18 e 78 anos. Foi observado aumento linear dos valores de PA com o aumento da idade (p=0,049) e do percentual de pessoas que relataram tontura com o aumento da PA (p=0,019). A maior parte das pessoas com ensino superior completo ou incompleto obtiveram medidas de PA abaixo do limítrofe (84,6% e 80,0%, respectivamente) (p=0,04). Também foi observado que todos aqueles que relataram história de acidente vascular cerebral (AVC) tiveram PA acima do limítrofe (p=0,009). CONCLUSÃO: Idade elevada e relato de história prévia de AVC se associaram significativamente com HAS. Também, indivíduos com níveis mais elevados de PA manifestaram, com maior frequência, episódios de tontura. Ademais, pacientes com ensino superior, completo ou não, mostraram-se com menores níveis de PA em comparação àqueles com menor escolaridade. Não foi constatada relação significativa entre os níveis arteriais pressóricos e outros fatores investigados no estudo, como a ingesta diária de sódio, o gênero e a raça do indivíduo, o nível de alcoolismo e de tabagismo e a presença, ou não, de cefaleia e de dispneia.

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IRONMAN NA TERCEIRA IDADE. DIFERENÇA DE PERFORMANCE ENTRE HOMENS E MULHERES. ANÁLISE DE 14 ANOS

FABRICIO BRAGA DA SILVA, DIEGO PORTO DE ALMEIDA, AUGUSTO CÉSAR DE ARAÚJO NENO, AMANDA MONTEIRO, JOSE KEZEN CAMILO JORGE, VINICIUS DE FRANCESCHI DOS SANTOS, PAULA DE CASTRO CARVALHO GORGULHO, PAULA DE MEDEIROS PACHE DE FARIA, LUIS EDUARDO FONSECA DRUMOND, MILENA REGO DOS SANTOS ESPELTA DE FARIA, ALEX RIBEIRO RANGEL e GUSTAVO LUIZ GOUVÊA DE ALMEIDA Casa de Saúde São José, Rio de Janeiro, RJ, BRASIL.

Fundamentos: O Triatlo, esporte formado pela combinação de natação, ciclismo e corrida praticados nesta ordem e sem interrupção entre as modalidades, tornou-se esporte olímpico em 2000. Desde então é o que mais cresce no mundo.

Esse interesse não tem excluídos os idosos, visto que nos EUA, nos últimos 10 anos, o número de pessoas acima de 60 anos (≥60a) inscritos na federação americana de triatlo aumentou 230% atingindo mais de 27.000 praticantes em 2015. Executado em distancias variadas, tem na forma conhecida com Ironman® (3,8km de natação, 180km de ciclismo e 42km de corrida) o seu maior desafio. Objetivo: Avaliar a participação e performance geral e em cada uma das disciplinas, de pessoas ≥60a no Iroman® Brasil (Florianópolis) e a presença de efeito do sexo sobre o resultado. Materiais e métodos: Os resultados de 2002-2015 de todos os atletas foram obtidos no site do organizador do evento.

Foram incluídos na análise apenas indivíduos considerados amadores. Afim de evitar qualquer efeito de condições de prova, como clima e mudança de percurso entre os anos, os dados foram transformados em escore z, levando-se em consideração a média do ano respectivo por levando-sexo para o tempo total de prova (TTP), natação (N), ciclismo (Ci) e corrida (Co). Em seguida os valores de escore z foram dicotomizados em abaixo ou acima da média. A presença de efeito do sexo foi avaliada pelo teste de Mantel-Haenszel. Resultados: Foram incluídos 15.852 resultados (89,3% homens), sendo 209(1,3%) ≥60a. Desses 195(93,3%) eram homens. No período de 2002-2008 foram observados 71 (1,2%;66 homens) resultados em ≥60a contra 138(1,4%; 129 homens, p=0,048 para a tendência e 0,073 para efeito do sexo). Um crescimento de 94,3% contra 70,2% (5.788 para 9.855) para <60a. Com relação a performance masculina 12,3%, 16,9%, 20% e 15,9% conseguiram performar acima da média no TTP, N, Ci e Co respectivamente. Apenas 1(0,1%) mulher consegui performar acima da média no Ci (p<0,001 para efeito do sexo na performance). Conclusão: O interesse pelo triatlo na terceira idade parece ser igualmente importante no Brasil em ambos os sexos. Apesar da queda funcional da idade, ainda vemos homens que conseguem performar acima da média mesmo em uma prova de extremo desgaste físico. Esse declínio parece ser mais importante nas mulheres.