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MAGALHÃES, PAULO J B BARBOSA, JOBERTO PINHEIRO SENA e JOSE CARLOS RAIMUNDO BRITO

Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, BRASIL.

O infarto agudo do miocárdio (IAM), uma das principais causas de morte em todo o mundo, é um evento incomum em jovens. Relatos de séries de pacientes com idade inferior a 45 anos, mostram que a doença aterosclerótica, particularmente em indivíduos com fatores de risco agregados, persiste como uma importante causa. Todavia, em pacientes sem fatores de risco e naqueles mais jovens, causas não ateroscleróticas predominam. Neste relato, descrevemos o caso de um adolescente de 14 anos, previamente hígido, com história de dor precordial típica, associada a sudorese e náuseas. Chegou à emergência 1 hora após início dos sintomas, sendo inicialmente administrados dipirona e ondansetrona, com relato de melhora. O recrudescimento dos sintomas motivou investigação complementar, que evidenciou alterações eletrocardiográficas compatíveis com síndrome coronariana aguda com supra de ST em parede ínfero-látero-dorsal, e elevação dos marcadores de lesão miocárdica, quando então foi administrada terapia específica (AAS, clopidogrel e nitrato). O paciente foi transferido para um serviço de referência de cardiologia e deu entrada no laboratório de hemodinâmica 10 horas após início de sintomas.

O cateterismo cardíaco (CATE) revelou oclusão distal do ramo póstero-lateral de artéria circunflexa e grande trombo no segmento médio de artéria descendente anterior (fluxo TIMI III) e no 2º ramo diagonal, além de disfunção segmentar à ventriculografia. Diante dos achados do CATE, foi optado por administração de tirofiban, AAS, clopidogrel e anticoagulação plena com enoxaparina sódica, além do uso de inibidor de enzima conversora de angiotensina e betabloqueador. Após 5 dias foi realizado ecocardiograma transesofágico, que evidenciou forame oval patente, com shunt bidirecional, além de melhora importante de disfunção segmentar evidenciada previamente. O novo CATE evidenciou resolução completa dos achados coronariográficos descritos anteriormente. Evoluiu desde a admissão assintomático, com planejamento de investigação ambulatorial de trombofilia, em uso de clopidogrel, marevan, lisinopril e metoprolol.

Infarto agudo do miocárdio com elevação segmento ST em jovem com doença mieloproliferativa

ANTONIO TANAJURA GOMES NETO, e VINICIUS GONCALVES PEREIRA Antonio Tanajura Gomes Neto, Livramento de Nossa Senhora, BA, BRASIL.

ACR, masculino, 36, apresentou-se em nossa emergência com dor à compressão torácica retroesternal grave ao longo de um período de quatro horas. A dor estava irradiando para ambos os MMSS e foi associada com sudorese profusa, náuseas e vômitos. Ele não tinha história prévia de HAS, DM ou DLP. Nega TBG. Nega uso de drogas e não tem história familiar de doença cardíaca. Ao exame físico: Afebril (36,4°C), pulso 96 bpm, PA 140x100 mmHg em ambos membros, eupneico e a saturação em ar ambiente de 99%. Sua ausculta cardíaca e pulmonar não revelou nenhuma anormalidade. Os pulsos periféricos estavam todos intactos. O ECG na admissão (Fig. 1) mostrou elevação segmento ST nas derivações ântero-lateral (V1-V6 e I-AVL), de modo que a impressão era infarto agudo do miocárdio com supra desnivelamento do segmento ST. Coletado exame laboratorias, evidenciado no Hemograma Leucocitose (23.000 /mm³) com neutrofilia (78%) e trombocitose (1.005.000 /mm³). Troponina I positiva.

CKMB 24. Recebeu inicialmente analgesia com Morfina 10 mg, seguido de enoxaparina 1 mg / kg, 300 mg de aspirina, 300 mg de clopidogrel.

Devido à indisponibilidade de cateterismo cardíaco em nosso hospital ou nas proximidades, o Paciente foi trombolizado com bolus de actilyse 15 mg IV, em seguida, 50 mg dados ao longo de 30 min, seguidos de infusão intravenosa de 35 mg durante os 60 minutos seguintes, até a dose máxima de 100 mg, após a exclusão de contra-indicações. Durante última fase da trombólise foram evidenciado arritmias cardíacas e o Paciente relatou melhora importante da dor. Registrado ECG pós trombólise, demostrando redução maior que 50% do supra desnivelamento do segmento ST nas derivações ântero-lateral (Fig. 2). Foi encaminhado para unidade de Terapia intensiva, mantendo estabilidade hemodinâmica e assintomático. Após dois dias realizou cineangiocoronariografia, evidenciado estenose de 75-90%

em terço proximal da artéria descendente anterior, ventrículo esquerdo apresentando aumento dos volumes sistólico e diastólico finais, hipocinesia grave ântero-apical e disfunção global leve a moderada (Fig. 3). Realizado angioplastia coronária com implante de stent convencional. Recebeu alta hospitalar após 4 dias. Paciente procurou ambulatório cardiológico para dar seguimento ao tratamento. Comparece com exames laboratoriais anteriores que evidenciaram aumentos significativos das Hemáceas (6,16), Leucócitos (15.600) e Plaquetas (1.094.000).

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Cardiopatia induzida por estresse: relato de caso.

LUKA DAVID LECHINEWSKI, LIDIA ANA ZYTYNSKI MOURA, GUILHERME GAESKI PASSUELLO e LEONARDO YOSHIDA OSAKU

Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Curitiba, PR, BRASIL.

Introdução:Inicialmente descrita no Japão como Síndrome de Takotsubo(TS) em 1990, a cardiopatia induzida por estresse(CIE) acomete principalmente mulheres após a menopausa.Acredita-se que a síndrome é responsável por 1-2% dos casos suspeitos de IAM.Descrição do caso:paciente feminina, 71 anos,ex-tabagista,diabética, dislipidêmica e hipotireoidea, adequadamente tratadas, com história familiar de infarto(IAM) materno aos 35 anos,queixava-se de dor torácica retroesternal súbita, sem irradiação, de forte intensidade,desencadeada por estresse emocional.Negava episódio prévio semelhante.Atendida em unidade de saúde e medicada com AAS,é encaminhada a hospital universitário de Curitiba,admitida hemodinamicamente estável e sem alterações em exame segmentar.Eletrocardiograma demonstrava supra do segmento ST DII, DIII e avF e houve elevação de marcadores de necrose miocárdica.

Submetida a coronariografia sem achados de lesões obstrutivas, com grande dilatação apical e hipercontratilidade basal do VE à ventriculografia .Conclusões:Também conhecida como síndrome do coração partido, decorre do atordoamento miocárdico tanto por vasoconstrição epicárdica quanto da microcirculação e toxicidade direta das catecolaminas.O tratamento baseia-se no uso de betabloqueador e inibidor da enzima conversora da angiotensina, esta última com comprovada melhora de sobrevida em 1 ano.Apresenta melhor prognóstico do que as síndromes coronarianas agudas(SCA) com melhor recuperação de função ventricular sistólica após o evento.É importante diagnóstico diferencial de IAM entre as mulheres,correspondendo a cerca de 6% das admissões por suspeita de SCA neste público,justificando a necessidade de conhecê-la e identificá-la prontamente.

Síndrome coronariana aguda e Arterite de Takayasu: conhecer para diagnosticarSíndrome coronariana aguda e Arterite de Takayasu:

conhecer para diagnosticar.

CINTHIA NIEGE SANTOS SILVA, RAFAEL AUGUSTO MENDES DOMICIANO, LEONARDO OTAVIO MENDES DOMICIANO e FLAVIA TOMIE SAKAMOTO Hospital do Coração, São Paulo, SP, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A arterite de Takayasu é uma doença inflamatória que acomete os grandes vasos, principalmente a aorta e seus ramos, artérias pulmonares e coronárias, podendo gerar grande repercussão cardiovascular. É doença rara, mais frequente em mulheres até os 40 anos, de etiologia desconhecida e de difícil diagnóstico, o que torna o manejo desses pacientes desafiador na prática clínica. O diagnóstico precoce requer entendimento global da doença, pois os sintomas iniciais são inespecíficos(fadiga, mal-estar, artralgia, febre). Após essa fase pode se manifestar com diminuição de pulsos, sopros supraclaviculares, axilares ou cervicais, discrepância de níveis pressóricos nos membros superiores, hipertensão arterial sistêmica, claudicação de membros e síndrome coronariana aguda(SCA). O tratamento baseia-se em corticoterapia, porém alguns necessitam de procedimentos invasivos para revascularização de artérias significativamente acometidas.MÉTODOS: As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário e da literatura.RELATO: Mulher, 33 anos, hipertensa de difícil controle, em uso de Losartana100mg /dia,Atenolol150mg/dia, Anlodipino20mg/dia,Clonidina 3mg/

dia,Hidroclorotiazida50mg/dia, admitida com dor precordial súbita, em repouso, lancinante, exame físico presença de sopro em artéria subclávia esquerda, diminuição de amplitude de pulsos de membros inferiores; eletrocardiograma com supradesnivelamento do segmento ST de parede anterior e elevação de marcadores de lesão miocárdica. Recebeu terapia para SCA, evoluindo com melhora da dor e regressão da alteração eletrocardiográfica.

Realizado cineangiocoronariografia que evidenciou estenose das artérias descendente anterior e coronária direita, associada a lesões estenóticas de ramos proximais da aorta, e nos exames laboratoriais provas inflamatórias elevadas(PCR,VHS,ANCA). Recebeu corticoterapia, evoluindo com melhora progressiva do quadro, em acompanhamento clínico.CONCLUSÃO: É importante que a doença seja conhecida visto que, o diagnóstico e tratamento precoces evitam iatrogenias e conferem melhor qualidade de vida. Sendo assim, este trabalho torna-se relevante para alertar sobre a possibilidade de casos semelhantes ainda sem diagnóstico e salientar a necessidade de novos estudos para avaliar o benefício da associação de tratamentos intervencionistas à terapêutica da doença de base pois não está bem definido na literatura.

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Infarta agudo do miocárdio em atleta jovem, por trombose coronariana associada ao uso de oxandrolona e estanozolol

ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO, GUSTAVO FONSECA WERNER, ROBERTO DRUMOND FERREIRA DE MELO e JOSE CARLOS DE FARIA GARCIA

Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

FUNDAMENTOS: Esteróides anabolizantes androgênicos (EAA) são utilizadas em todo o mundo para ajudar os atletas a ganhar massa e força muscular, apesar de serem proibidos em muitos países, como no Brasil. Seu uso e abuso está associado a diversos efeitos colaterais, incluindo infarto agudo do miocárdio (IAM). EAA induzem aumento ligeiro, mas transitório, da pressão arterial e também conferem estado pró-trombótico aumentado, predominantemente através da ativação e da agregação plaquetária. Há poucos relatos na literatura sugerindo trombose intracoronária com o abuso da testosterona e seus derivados sintéticos. Estanozolol e oxandrolona são esteróides anabolizantes sintéticos derivados de di-hidro-testosterona. Relatamos o caso de um jovem, que desenvolveu IAM, pelo uso de estanozolol e oxandrolona. RELATO DO CASO: Homem, 21 anos, sem fatores de risco tradicionais para doença arterial coronária, atleta. Em uso regular de Estanozolol e oxandrolona por três meses, por via intramuscular. Iniciou com súbita e intensa dor torácica anginosa, típica, em repouso, com dispnéia moderada. Admitido no setor de emergência, com 40 minutos do início dos sintomas, com pressão arterial, ausculta cardíaca e pulmonar normais. Eletrocardiograma mostrou supra-desnivelamento do segmento ST, de até 3 mm, de V1 a V5. Cateterismo cardíaco imediato (CATE) revelou a presença de um grande trombo, não oclusivo, no 1/3 proximal da artéria coronária descendente anterior (DA), com oclusão de sua borda distal, sem aterosclerose coronária visível. Hipocinesia apical grave foi vista à ventriculografia. As demais artérias eram angiograficamente normais. A Troponina T elevou-se. A análise bioquímica foi negativa para trombofilias. O paciente foi tratado com aspirina, prasugrel, tirofiban, enoxaparina, carvedilol, valsartana e atorvastatina. Ele evoluiu satisfatoriamente, em classe I de Killip.

Após 10 dias do evento, CATE de controle mostrou recanalização completa da DA e normalização da função ventricular. O paciente recebeu alta hospitalar, com aspirina e prasugrel, reiniciou atividades físicas e está bem, após 15 meses de acompanhamento. CONCLUSÕES: Pelo que sabemos, este é o primeiro relato de IAM ocorrido em um jovem após uso de estanazolol e oxandrolona.

Por causa das graves complicações cardiovasculares dos esteróides anabolizantes, os médicos devem conhecer os efeitos e consequências destas drogas e desestimular seu uso.

Análise do manejo do paciente com infarto agudo do miocárdio com supra de ST, havendo achado curioso: coronarianas normais.

LUCAS ARNAUD, RAIMUNDO CARDOSO FILHO, LÚCIA DE SOUSA BELÉM e FREDERICO CARLOS DE SOUSA ARNAUD

Universidade federal do ceará, fortaleza, CE, BRASIL.

Introdução: O Infarto Agudo do Miocardio (IAM), popularmente conhecido como “ataque cardíaco”, decorre do processo de necrose do músculo cardíaco por falta de aporte adequado de nutrientes e oxigênio.

Normalmente isso ocorre em consequência de lesões existentes nas coronárias, como placas ateroscleroticas que obstruem esses vasos.

Curiosamente, em alguns casos (como este) não existe indício da existência de tais lesões. Podem ser causas de tal quadro: Vasoespasmo, Embolia Coronariana ou Síndrome X. Discussão: Paciente feminino, 30 anos.

Deu entrada no posto de saúde com dor precordial que irradiava para membro superior esquerdo, em aperto, súbita, progressiva, que aliviou com medicação(AAS) feita em hospital do interior do estado. Nega dor semelhante anteriormente e IAM prévio. Chegou à emergência de hospital especializado com tal quadro associado a dispnéia. Ao exame físico, estado geral regular, anictérica, afebril, acianótica, hipocorada. Asculta cardíaca evidenciou bulhas normofonéticas de 2 tempos sem sopros, taquicárdica.

Na asculta pulmonar, evidenciou-se murmúrio vesicular presente sem ruídos adventicios. Abdomem plano, flácido, indolor à palpação e com ruídos hidroaereos presentes. ECG realizado no interior evidenciou Infarto Agudo do Miocárdio com supra de ST em parede inferior(em DII, DIII e aVF).

Como conduta, foi encaminhada á hemodinâmica (sendo, pois internada) e se iniciou Clopidogrel 75mg. O ECG realizado no serviço especializado não evidenciou supra de ST. A cineangiocoronariografia percutânea mostrou coronárias sem lesões obstrutivas, com imagem distal no ramo

*up sugestivo de dissecção espontânea, além de hipocinesia de porção mediobasal de parede inferior. No dia seguinte, a paciente estava estável hemodinâmicamente e sem sintomas, havendo alta. Conclusão: Vê-se no caso a importância do detalhamento da história clínica e da anamnese na detecção de casos em que os achados são diferentes do esperado.

Contrariando o que se espera na prática médica dos setores de emergência cardíaca, a paciente não apresentava lesão nos vasos coronarianos, havendo, inclusive, normalização de seu eletrocardiograma.

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Cisto Brônquico em Septo Interatrial

SALVADOR GOMES NETO, JEANCARLO SCHAFFAZICK, FERNANDO ANTONIO LUCCHESE e FELIPE WEINMANN DE MORAES

Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, BRASIL.

Introdução: Massas intracardíacas inserem-se em uma ampla gama de diagnósticos diferenciais. Mixomas,

vegetações, tumores malignos primários e secundários figuram entre as causas mais frequentes, sendo os cistos brônquicos causa extremamente rara, com pouquíssimos casos relatados na literatura. Os cistos brônquicos são malformações congênitas bastante infrequentes, e possuem localização mais frequente no mediastino e pulmões. Quando localizadas no coração, apresentam-se localizadas no septo interatrial em 75% dos casos. Descrição do Caso: Paciente feminina, 62 anos, com antecedentes de depressão maior e hipotireoidismo, apresentando dispneia progressiva com evolução de 3 meses, no momento da avaliação com falta de ar para pequenos esforços. Avaliada com ecocardiograma transtorácico em sua cidade de origem, sendo detectada massa cardíaca em septo interatrial. Encaminhada para hospital terciário visando extirpação cirúrgica, com hipótese inicial de mixoma atrial. Realizado ecocardiograma transesofágico que revelou grande massa cística com conteúdo colóide em seu interior, comprometendo o septo interatrial desde sua porção inferior até a região justa-aórtica, com extensão para a via de entrada do VD, com compressão extrínseca do seio coronariano, sem no entanto desencadear obstrução hemodinamicamente significativa. Dimensões cavitárias e função sistodiastólica de ambos os ventrículos sem alterações. Paciente encaminhada para retirada cirúrgica da massa, com diagnóstico anatomopatológico de cisto brônquico.

Paciente com boa evolução no pós-operatório, atualmente assintomática.

Comentários: O caso acima foi relatado buscando destacar a raridade da ocorrência do cisto brônquico intracardíaco, e para demonstrar o quanto pode ser desafiadora sua avaliação ecocardiográfica, sendo necessário um alto índice de suspeição clínica para o diagnóstico.

Endocardite de Quatro Válvulas Cardíacas: Avaliação Ecocardiográfica SALVADOR GOMES NETO, LUIZ VALENTIN MORELLO FILHO, NEYLA KRELING MEDEIROS e FABIO CANELLAS MOREIRA

Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, BRASIL.

Introdução: A endocardite infecciosa é patologia relativamente comum na prática cardiológica clínica, acometendo aproximadamente 6/100.000 pessoas/ano. O acometimento de mais de uma válvula nativa não é infrequente, porém o comprometimento das quatro válvulas é raro, com poucos relatos na literatura. Descrição do caso: Paciente 45 anos, pardo, tabagista, ex-etilista, com antecedentes de comunicação interventricular restritiva em acompanhamento clínico, interna com quadro de febre, tosse e emagrecimento. Submetido a tomografia computadorizada de tórax que evidenciou nodulações pulmonares múltiplas, sugestivas de doença granulomatosa. Durante internação foi realizado ecocardiograma transtóracico, que evidenciou insuficiência aórtica severa secundária a destruição dos três folhetos e vegetações aderidas nos mesmos, insuficiência mitral severa com ruptura do folheto anterolateral e 2 jatos graves de regurgitação. As válvulas pulmonar e tricúspide também apresentavam presença de vegetações nos três folhetos, associado a insuficiência aórtica e mitral severas e refluxo tricuspídeo moderado, bem como refluxo pulmonar leve. Ao longo da internação paciente apresentou diversos sinais de embolização periférica (sistêmica e pulmonar) relacionada a fragmentos das vegetações. Definida intratabilidade cirúrgica devido a complexidade do procedimento cirúrgico e a instabilidade clínica do paciente. Comentários:

O caso acima foi relatado para destacar a raridade do acometimento das quatro válvulas cardíacas e para frisar o desafio relacionado ao manejo de pacientes com tamanho acometimento cardiológico infeccioso. A decisão terapêutica torna-se um desafio frente a gravidade do quadro clínico e motivo de debate sobre abordagem clínica e cirúrgica.

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Fibroelastoma Papílifero: Relato de Caso

IVAN GENEROSO MAGALHAES BARROSO, CHRISTIANA CONCEICAO DE OLIVEIRA, CHRISTIAN NERY FREITAS e EDUARDO DIAS CHULA Hospital São João de Deus, Divinopolis, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: O Fibroelastoma Papilífero (FEP) é um tumor cardíaco benigno, de baixa incidência (8%). Acomete principalmente as valvas e apresenta-se em forma de massa pedunculada, frequentemente única, avascular, móvel e bem delimitada. Geralmente é assintomático, no entanto apresenta grande potencial em promover fenômenos embólicos. O diagnóstico, na maioria das vezes, ocorre por acaso, durante a investigação de doenças cardiovasculares através da realização do Ecoccardiograma Transtorácico. RELATO DE CASO: CPR, feminino, 70 anos, hipertensa, diabética, em propedêutica cardiológica devido história de dispneia aos esforços, palpitações e astenia. Durante estudo ecocardiográfico transtorácico foi identificado imagem pedunculada, móvel, aderida à face ventricular do folheto septal da valva tricúspide. Realizado Ecocardiograma transesofágico com contraste por microbolhas, o qual contribuiu para o diagnóstico. Submetida a exérese da massa. O exame anatomopatológico confirmou o diagnóstico de FEP. DISCUSSÃO: O FEP corresponde, em frequência, ao terceiro tumor primário cardíaco, antecedido pelo mixoma e lipoma. Pode acometer todas as superfícies endocárdicas, com predileção pelas valvas, sendo a aórtica a mais acometida (44%). Ocorre em qualquer faixa etária, sendo mais comum a partir dos 40 anos, com manifestações inespecíficas (dor torácica, dispnéia, síncope, morte súbita). A complicação mais temida é a embolização e não está claro se a anticoagulação sistêmica poderia prevenir tais eventos. A exérese cirúrgica é o tratamento de escolha. CONCLUSÃO: O FEP acometendo valva tricúspide é muito raro.

O Ecocardiograma foi ferramenta fundamental para tal diagnóstico. Embora de natureza benigna, existe alta morbimortalidade associada a eventos embólicos e o tratamento definitivo é cirúrgico.

Insuficiência aórtica causada pela interposição do flap de dissecção de aorta sobre a valva aórtica: relato de caso

BENÍCIO KERLLY BARBOSA GONÇALVES, RAFAEL BUSTAMANTE DE CASTRO, CARLOS JOSÉ MOTA DE LIMA e GUSTAVO NEY DE MORAIS GOUVEIA

Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, Fortaleza, CE, BRASIL.

Introdução: Entre as complicações da dissecção aórtica aguda (DAA) tipo A, a regurgitação aórtica aguda (RAA) se apresenta em cerca de 50% dos casos, a qual pode ser explicada por: coaptação incompleta das válvulas aórticas devido à dilatação concomitante da raiz, ou distorção no adequado alinhamento do folheto causado pelo “flap” de dissecção; prolapso de “flap” intimal deiscente extenso para dentro da via de saída ventricular esquerda durante diástole, ocorrendo em apenas 2% dos casos de DAA, interferindo na coaptação valvar e causando grave regurgitação aórtica; doença já existente na valva aórtica. Descrição do caso: Homem, 36 anos, com história de dispnéia em repouso há 72 horas. Nega comorbidades, uso de drogas ou trauma. Ao exame: taquipneico, taquicárdico, normotenso, B2 hipofonética, sopro regurgitativo em foco aórtico 3+/6+ e estertores crepitantes bilaterais em terços médios. Eletrocardiograma: taquicardia sinusal, bloqueio divisional anterossuperior esquerdo, sobrecarga ventricular esquerda e índice de Morris. Radiografia de tórax: cardiomegalia, alargamento mediastinal e infiltrado perihiliar bilateral. Ecocardiograma transtorácico (ETT):

aumento leve das câmaras cardíacas esquerdas, função sistólica biventricular preservada, regurgitação mitral leve, ao modo M fechamento prematuro da valva mitral sugerindo RAA e aorta torácica ascendente (ATA) dilatada com

“flap” de dissecção. Ecocardiograma transesofágico (ETE): “flap” de dissecção iniciando ao nível dos seios de Valsalva e se estendendo até óstio do tronco arterial braquiocefálico e fluxo turbulento em via de saída ventricular esquerda, compatível com regurgitação aórtica de grau importante, causada pelo prolapso do “flap” de dissecção para dentro da via de saída ventricular esquerda durante diástole, interferindo na coaptação valvar. Angiotomografia de tórax: dissecção de aorta tipo A de Standford. Paciente foi submetido à reconstrução da aorta ascendente com enxerto de dacron, substituição valvar aórtica, reimplante de ambos os óstios coronários no enxerto de dacron e ponte aorta-cervical, operação de Bentall e de Bono modificada. ETT de controle, realizado após 6 meses, mostrou correção adequada e prótese aórtica normofuncionante.

Conclusões: O uso do ecocardiograma, em especial o ETE, ajudou a definir gravidade e mecanismo da regurgitação aórtica, além de proporcionar, de forma precisa, avaliação anatômica e funcional da valva aórtica, contribuindo para uma melhor programação cirúrgica.

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Hipertrofia Lipomatosa do septo interatrial, um importante diagnóstico diferencial de massas intracardíacas.

GUSTAVO GAVAZZONI BLUME, FREDERICO RUPPEL e PAULO ROBERTO GIUBLIN

Irmandade da Santa Casa de Curitiba, Curitiba, , - Instituto Policlinica Pato Branco, Pato Branco, , .

Hipertrofia lipomatosa (HL) do septo interatrial consiste em massa cardíaca benigna não encapsulada composta por tecido gorduroso infiltrando o septo interatrial poupando a fossa ovalis. Previamente rara tornou-se mais prevalente em nosso meio devido ao uso da ecocardiografia. Diagnóstico diferencial de tumores cardíacos atriais, seu reconhecimento e identificação devem ter na prática clínica um melhor esclarecimento visto tal condição tem evolução usual benigna.

A ausência de diagnóstico precoce leva em várias vezes a cirurgias e exames desnecessários. Descrição do Caso M.S.M., mulher, 65 anos com queixa de cansaço progressivo e inespecífico, associado a edema discreto de MMII. Sem outras comorbidades. Tabagista 8 cigarros ao por 25 anos. Ao exame obesa (Peso 103Kg Altura 1,65cm) Pressão sistólica 110/80mmHg; Frequência cardíaca 95 bpm. Bulhas rítmicas normofonéticas sem sopros. O ECG apresentava-se sinusal com AIRV difusa e ES atriais frequentes. O ecocardiograma evidenciou massa em septo interatrial.Pouco móvel acometendo o septo com refringência semelhante a gordura subepicárdica. Encaminhada para centro terciário com plano de exérese da massa e anatomopatológico. Para melhor definição diagnóstica optou-se pela realização de tranesofágico.(Fig.

1). Frente as imagens clássicas de HL optou-se por acompanhamento clínico da mesma sem necessidade de intervenção

cirúrgica. Conclusão HL encontra-se intimamente associada à idade avançada e obesidade. Sua incidência varia entre 1 a 8% de acordo com o método diagnóstico utilizado. Benigna na grande maioria dos casos, raras complicações como arritmias atriais ou obstruções de fluxo já foram associados a tal patologia. A melhor conduta frente ao diagnóstico consiste em rápida identificação, esclarecimento do caráter benigno e conduta expectante.

Metástase cardíaca secundária à neoplasia de língua:relato de caso.

ANA CAROLINA BRITO DE ALCANTARA, GUSTAVO NEY DE MORAIS GOUVEIA, BENÍCIO KERLLY BARBOSA GONÇALVES e SANDRA NÍVEA DOS REIS SARAIVA FALCÃO

Hospital Dr.Carlos Alberto Studart Gomes, Fortaleza, CE, BRASIL.

INTRODUÇÃOA metástase cardíaca de carcinoma escamoso de língua é rara,só há 6 casos na literatura inglesa, e a incidência varia de 1,5% a 50%.O pericárdio é acometido em 64% a 69%, epicárdio em 25% a 34% e o miocárdio em 29% a 32%,podendo acometer o coração pelas seguintes vias:hematogênica,extensão direta,vasos linfáticos e através das veias pulmonares e cava.DESCRIÇÃO DO CASORMS,32 anos,feminina,admitida em hospital terciário com queixa de síncope após esforço precedida há uma semana por dispneia progressiva aos esforços,evoluindo a sintomas em repouso associado a dor torácica em hemitórax esquerdo.Ao exame físico,apresentava taquipneica,taquicárdica,ausculta cardíaca com ritmo regular e bulhas hipofonéticas e ausculta pulmonar com estertores crepitantes grosseiros em hemitórax direito,tendo ECG mostrado taquicardia sinusal e baixa voltagem.Relatou carcinoma espinocelular de língua diagnosticado há um ano e seis meses,tratado com ressecção cirúrgica e radioterapia,evoluindo com recidiva tumoral há 5 meses sendo retratado com nova ressecção cirúrgica.Realizou-se ECO 3D e ecocardiograma transtorácico(ETT),que evidenciou derrame pericárdico com sinais de tamponamento cardíaco,sendo feita drenagem pericárdica com retirada de 1.000 ml de líquido pericárdico amarelo-citrino e biópsia do pericárdio,negativa para pesquisa de células neoplásicas.ETT pós drenagem evidenciou função sistólica preservada do ventrículo esquerdo(VE) e múltiplas massas aderidas ao endocárdio do VE com infiltração do miocárdio,sendo a maior medindo cerca de 11x12 mm,móvel e aderida ao endocárdio na via de saída do VE.Tomografia de tórax evidenciou múltiplos nódulos pleurais à direita e derrame pleural à direita.Evoluiu ao óbito um mês após diagnóstico de metástase.CONCLUSÕESO ecocardiograma em suas diversas modalidades permite o diagnóstico precoce do acometimento cardíaco e deveria ser desenvolvido um protocolo com inclusão de avaliação ecocardiográfica nas etapas do seguimento oncológico.A observação detalhada das estruturas cardíacas deve ser feita pelo ecocardiografista na pesquisa de metástases,pois os pacientes apresentam sobrevida menor que 50% em 5 anos,já que o diagnóstico de lesão metastática cardíaca é realizado, na maioria das vezes,numa fase avançada sintomática da doença.O ETT é um excelente exame para a avaliação da doença cardiovascular em pacientes oncológicos antes,durante e depois do tratamento e o ECO 3D tem valor incremental no diagnóstico de metástases cardíacas.

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Hipoplasia isolada de ventrículo direito: Relato de caso.

FILIPE PEREIRA CAVALCANTE, CARLOS JOSÉ MOTA DE LIMA, ANA CAROLINA BRITO DE ALCANTARA e ERICA SALDANHA FREIRE SIMOES Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE, BRASIL - Hospital do coração Dr Carlos Alberto Studart Gomes, Fortaleza, CE, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A hipoplasia isolada do ventrículo direito (HIVD) é uma cardiopatia congênita rara, de origem familiar, com prevalência de cerca de 1 caso para 8000 nascidos vivos. Caracteriza-se pelo hipodesenvolvimento da porção trabecular e da via de entrada do ventrículo direito (VD), podendo haver hipoplasia valvar tricúspide com folhetos inalterados, via de saída do VD normal ou diminuída e, ainda, a estenose pulmonar. O diagnóstico é confirmado pelo ecocardiograma ( ECO). As formas mais graves manifestam-se precocemente e necessitam de tratamento cirúrgico, enquanto as formas mais leves podem ser assintomáticas. DESCRIÇÃO:

DO CASO: A.C.S, homem, 44 anos, dá entrada na emergência com queixa principal de dispneia progressiva que, atualmente, é ao repouso com piora ao esforço físico. Associado ao quadro, refere tosse com secreção mucoide e hemoptoicos, além de dor torácica ventilatório dependente, dispneia paroxística noturna, ortopnéia, edema de face, de abdome e de membros inferiores; tontura, sudorese e sonolência. Ao exame físico, a Ausculta cardíaca tinha Ritmo cardíaco irregular, bulhas normofonéticas com presença de sopro sistólico em foco mitral (+2/ 6+) com irradiação para a linha axilar anterior. Exames pulmonar e abdominal fisiológicos. Exame das extremidades com presença de edema de membros inferiores ( +2/ 4+) com presença de cacifo. O paciente foi internado, sendo realizado o protocolo de exames admissionais. O eletrocardiograma evidenciou somente uma fibrilação atrial. Ao Ecocardiograma bi-dimensional com doppler, evidenciou-se aumento importante do átrio direito, hipoplasia do ventrículo direito ( Diâmetro do anel: 55mm; diâmetro da porção do Ventrículo direito de 43mm; comprimento do ventrículo direito de 49,5 mm; porção apical hipoplásica e dilatação da via de saída subpulmonar: 42, 5mm), sinais de disfunção sistólica do ventrículo direito, pressão sistólica da artéria pulmonar subestimada pela disfunção ventricular direita, contratilidade global e segmentar do VE preservadas em repouso com fração de ejeção de 63%, refluxo aórtico mínimo, refluxo tricúspide moderado, ausência de trombos e/ou massas intracardíacas e derrame pericárdico leve. CONCLUSÕES:

A HIVD é uma entidade rara que pode se apresentar com insuficiência cardíaca direita. O ECO é essencial para a confirmação diagnóstica. O tratamento, por fim, depende da sintomatologia do paciente, podendo abranger desde uma terapêutica expectante até a abordagem cirúrgica.

Regressão completa de placa aterosclerótica coronariana com estatina e exercício: acompanhamento pela angiotomografia coronariana GUSTAVO LUIZ GOUVEA DE ALMEIDA JUNIOR, ILAN GOTTLIEB, PAULA DE CASTRO CARVALHO GORGULHO e BIBIANA ALMEIDA DA SILVA Casa de Saúde São José, Rio de janeiro, RJ, BRASIL.

Introdução: A angiotomografia coronariana de multiplos detectores (ATC) já faz parte do arsenal diagnóstico das obstruções coronarianas e da quantificação do escore de cálcio para prognóstico cardiovascular. Seu papel para acompanhamanto de resposta terapêutica ao tratamento clínico de obstruções coronarianas não está estabelecido. Relato do caso: Paciente de 38 anos, branco, médico, assintomático, sem fatores de risco para doença arterial coronariana, decidiu fazer exame de angiotomografia coronariana para avaliação de escore de cálcio e de possível doença aterosclerótica mesmo sem indicação segundo diretrizes. O escore de cálcio foi de 0. A ATC mostrou placa lipídica, excêntrica, no terço proximal da artéria descendente anterior. A mesma não causava estreitamento significativo da luz vascular mas possuia importante pool lipídico. Seguiu acompanhamento clínico rigoroso, intensificou atividade física e iniciou uso de atorvastatina cálcica 20mg por dia. Após 18 meses repetiu ATC que mostrou redução nítida da placa aterosclerótica e melhora do fluxo na luz vascular. Manteve estratégia terapêutica e 18 meses após o segundo exame repetiu ATC que mostrou completa regressão da placa lipidica e normalização da luz vascular. Conclusão: A ATC nesse caso foi capaz de demonstrar de forma nítida a completa regressão da placa lipidica com o tratamento clínico instituído, mostrando que exercicio e estatina são capazes de reduzir placa coronariana.

Além disso, abre horizonte para nova indicação de ATC no acompanhamento da doença coronária.

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Sarcoidose Cardíaca e Morte Súbita: Papel dos Métodos Avançados de Imagem Cardiovascular

ADRIANA J SOARES, JOSÉ L G C FILHO, SABRINA A G BEZERRA e OLGA F SOUZA

Clínica de Diagnóstico por Imagem - CDPI, Rio de Janeiro, RJ, BRASIL - Rede D’Or , Rio de Janeiro, RJ, BRASIL.

Introdução: A sarcoidose é uma doença granulomatosa crônica de etiologia incerta que pode afetar diversos órgãos, sendo mais frequente o envolvimento dos nódulos linfáticos e pulmões. No entanto, o acometimento cardíaco é uma complicação potencialmente fatal, e consequente ao subdiagnóstico. O prognóstico depende do diagnóstico precoce, mas permanece um desafio, pois a clínica é inespecífica. Atualmente a ressonância magnética cardíaca (RMC) e tomografia por emissão de pósitrons (PET) têm sido utilizadas não somente no diagnóstico, mas para determinar o risco de eventos adversos, identificar quem se beneficiará da imunossupressão e monitorar terapêutica. Descrição do caso:

Mulher, 68 anos, caucasiana, portadora de HAS. Relatou cansaço progressivo aos esforços e palpitações. Procurou a emergência devido à taquicardia e dispnéia. A clínica era de IC descompensada. O ECG revelou TV sustentada.

Foram realizados CV elétrica, medicação para IC e amiodarona. Encaminhada ao CAT para investigação de DAC que revelou artérias coronárias normais, VE com disfunção sistólica moderada e hipocinesia difusa. Foi realizada RMC para pesquisar a etiologia da cardiopatia que revelou disfunção moderada do VE, presença de realce tardio multifocal, sem relação com as coronárias; de padrão transmural nos segmentos anterior apical; de padrão heterogêneo, mesoepicárdico acometendo os segmentos inferiores, ântero-lateral medial e basal e no lado ventricular direito do septo, compatível com sarcoidose cardíaca (SC). Indicada pulsoterapia com corticoesteróide, seguida por implante do CDI. Dois meses após a alta e com redução do corticoesteróide, apresentou fadiga, palpitações e febre vespertina. Suspeitado de recidiva da inflamação miocárdica. Solicitado a cintilografia miocárdica com 99mTc-sestamibi combinada ao PET/CT com fluordesoxiglicose (18F-FDG) para avaliação da perfusão e inflamação. A cintilografia demonstrou hipoperfusão septo-apical e apical, FEVE= 29% hipocinesia difusa e acinesia apical. O 18F-FDG PET/CT revelou hipercaptação anômala do radiofármaco em todas as paredes do VE, poupando a parede ínfero-lateral, correspondendo a inflamação em atividade, com padrão “focal em difuso”. Foi orientada a retornar a prednisona para dose de 1mg/Kg/dia associado ao metotrexato. Apresentou melhora clínica e atualmente está assintomática. Comentários: Trata-se de um caso de SC com complicações graves, em que os métodos avançados de imagem foram fundamentais no diagnóstico e terapêutica.

Origem anômala da artéria coronária esquerda do tronco da artéria pulmonar (ALCAPA): uma apresentação rara na idade adulta LEONARDO DA CUNHA MARTINS, AUREA JACOB CHAVES, CORRADO J GUERZONI SIMAO e CARLOS E E PRAZERES

Hospital TotalCor, São Paulo, SP, BRASIL.

Introdução: A origem anômala da artéria coronária esquerda do tronco da artéria pulmonar (ALCAPA) é uma anomalia congênita rara, que aparece em 1 em cada 300.000 nascidos vivos. Manifesta-se predominantemente na infância e sua apresentação usual é a isquemia do miocárdio ou a insuficiência cardíaca. Se não for tratada, a mortalidade por ALCAPA se aproxima de 90% na infância; com a correção cirúrgica precoce, o prognóstico é bom. A forma adulta pode manifestar-se clinicamente com espectro que varia da ausência de sintomas à morte súbita. Relato de caso: Apresentamos o caso de uma mulher de 63 anos, com queixa de dispnéia aos moderados esforços <6 meses. O eletrocardiograma mostrou alteração da repolarização em parede ântero-lateral. O ecocardiograma evidenciou hipocontratilidade discreta difusa, com fração de ejeção de 47%. A cintilografia demonstrou extensa área de hipocaptação persistente em parede anterior. A coronariografia mostrou a presença de coronária direita (CD) calibrosa, que se conectava com os ramos da coronária esquerda (CE), que drenava em tronco da artéria pulmonar (TAP). A origem da CE não pode ser visualizada no seio coronário esquerdo. A anomalia das artérias coronárias foi confirmada na angiotomografia, que demonstrou que o tronco da CE surgia em TAP. A CD media 8 mm, muito sinuosa, originando-se do local habitual. Foram oboriginando-servadas conexões entre os ramos distais da CD e CE. A paciente foi encaminhada para a correção cirúrgica, que consiste na realização de enxerto para a CE e subsequente ligadura da sua origem anômala. Conclusões: A suspeita de ALCAPA na angiografia coronária e sua confirmação pela angiotomografia são essenciais para a correta condução do caso, dado o risco de vida associado à essa anomalia coronária.

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Uso de biomodelo 3d para planejamento cirúrgico de correção de civ a partir de tomografia cardíaca

MARCELLO ZAPPAROLI, LEONARDO ANDRADE MULINARI, CRISTIANO HAHN e RODRIGO JÚLIO CERCI

DAPI, Curitiba, PR, BRASIL - Hospital Nossa Senhora das Gracas, Curitiba, PR, BRASIL - Bio Architects, Sao Paulo, SP, BRASIL.

A impressao 3d tem sido amplamente utilizada nos ultimos anos com a popularizacao dos equipamentos e aplicacoes. Dentro da medicina muito tem sido desenvolvido desde o uso de modelos para fins didaticos e de planejamento ate a confeccao de proteses sob medida. Trata-se de um relato de caso em que a confeccao de um biomodelo baseado em imagens obtidas por tomografia computadorizada foi utilizado para planejamento cirurgico de correcao de CIV residual em uma paciente a ser submetida a terceira toracotomia mediana. Paciente feminina de 33 anos portadora de rubeola congenita foi submetida aos 9 anos a correcao de canal arterial patente. Aos 11 anos foi submetida a toracotomia mediana para correcao de estenose subaortica quando evoluiu com persistencia da estenose aórtica e insuficiencia mitral severa. Aos 31 anos foi submetida a plastia valvar mitral e ressecacao com ampliacao da via de saida do VE pela tecnica de Konno e implante de tubo valvado. Evoluiu com CIV residual sub aortica que por motivo de piora clinica teve sua indicacao de correcao cirurgica no Segundo ano pos operatório. Como parte do planejamento pre operatorio foi submetida a tomografia computadorizada de coracao de alta resolucao com equipamento de 16 cm de cobertura espacial (GE Revolution CT) permitindo a obtencao dos dados em um batimento cardiaco e em baixa dose. O arquivo volumetrico foi enviado para confeccao de biomodelo 3d em tamanho real (Bio Architects). Baseado no biomodelo foi realizado planejamento detalhado de acesso cirurgico e tecnica de correcao proporcionando reducao do tempo operatorio de circulacao extra corporea.

A paciente teve alta no quarto pos operatorio com exceldente evolucao.

Conclusao: A realizacao de planejamento cirurgico baseado em biomodelos 3d traz importantes beneficios especialmente para pacientes complexos e submetidos a multiplos procedimentos