Podemos,
ligados uns aos outros num contexto discursivo
pertencente a um "logos " e, pouco a pouco,,
.. Ci1..Ç.i.9.n..ª .. J. .. i.z..ª, isto é" reconverte o "Jogos " nos
termos mais estreitos da "lógica universal ", os únicos capazes de obter a adesão comum .
Desencadeia-se portanto" a partir da perspectiva inicial rornecida por um método heurístico e que constitui a ideia,, uma espécie de processo de rormigamento , muito sensível por pouco que o pesquisador se analise, na qual esta idéia produz arborescências,, se desenvolve,, se ramirica, se complica em uma rede discursiva38 .
e n tão, refe re nc i a r os dados coletados de nt ro dos
1Hodos heu ríst icos : n um prime i ro momento a s imples ide i a de coleta ,
seleção , o rg a n i z ação , etc dos dados f u nc i ona ndo s implesme nte como
elementos f ís icos o rg a n i z ados . N um seg u ndo mome nto, esses mesmos
j ã o rga n i zados f is icamente passam a te r um novo n i ve l de
não some n te de e lementos f is i camente necessà rios pa ra
a re v isão do estado-da-a rte , mas c om o ·s i g n i f icado, ou
1elhor, com o status de catego ria .
Out ro mome nto q ue pode ríamos coloca r no n i ve l da i nte rmedi ação entre esses dois processos , seria o dos mé todos de c r it ica
histõrica39 ã doc ume ntação coletada e selec ionada . Mas, dados os
procedimentos a t u a i s da C iê nc i a da I nf o rmação , não é necessà rio te r em conta mu i t os dos processos c ri t icos da c iê nc i a h i stõrica•o . O q ue
j ulgamos necessã rio - isto ê , condição de q u a l q ue r pes q u isa q ue se
8 MOLES (1971 ) p. 1 61 .
''1 BE S S E LA A R ( 197 3 ) p . 15 7
Por out ras pa la v ras, a c ri t ica H i stõ rica é o e xame j udicioso das fontes, vis to q ue nem t udo o q ue nelas se e ncont ra ser ve rdade i ro . Ê o metodo c ie n t i f ic o pa ra sepa ra r nos doc ume nt os a ve rdade do e r ro e da me n t i ra , a ce rte za do q ue é provà ve l ou apenas poss i ve l .
� Pa ra um con hec imento ma is espec i f ico ve r B ESS E L A A R (197 3 ) Capi t u l o T e rce i ro e C A RDOSO (1981) pp. 4 9- 5 7 .
da l i te ra t u ra doc u m e n tada como dado
e
um m i n i mo dedisce r n i me nto h i stõrico q ua nto ao valor (e n q u a n to test e m u n ho) q ue esses dados t ra z e m pa ra s u a d e v ida i nse rção no estado-da-a rte da ã rea
questão .
Isto posto , passe mos á desc rição do t raba l ho e m seus e leme ntos espec i f i cos , i ns e r idos no ob j eto de est udo .
J . 1 . 1 - .A ... r.e.P.r.e..�.e..n�.ª·ç·i.o. ... f.o..rn..ª.l
O objeto tem em sua apresentação esquemãtica dois momentos de rep resentação a visão sistêmica de mundo e o conceito de sistema
inse rido nessa visão - , com um desdobramento mais especifico dentro abordagens sistêmicas nos seus niveis mais gerais e aplicativos.
A visão sistêmica de mundo sofre seu primeiro corte na discussão ao p rivilegiar o entendimento da ciência enquanto recurso organizador e explicativo do universo. Historicamente falando, trata-se de um
corte a rbi t rã rio. Mas a arbitrariedade justifica-se pois não
pretendemos historiar a visão sistêmica de mundo. O que pretendemos é o entendimento da ciência enquanto recurso organizador e explicativo do universo. Nesse sentido, foi um corte arbitrãrio na dimensão
histórica da concepção universal de visão organizadora do mundo . A
arbitrariedade justifica-se no entranto por nao pretender-se
historiar a visão sistêmica de mundo . o que pretendemos
e
entender apartir da organização da Ciência , especificamente das ciências
exatas, o modelo cosmológico oriundo dessa visão. Nesse sentido esse corte encontra maior justificativa quando o entendimento dessa visão sistêmica - enquanto elemento organizativo mais geral do universo - , preenche os requisitos paradigmãticos de reconhecimento cientifico formalizado , através da Fisica clãssica newtoniana.
E
e
esse recorte dentro da História das Ciências que irãpermitir o acompanhamento da inserção do conceito de sistema , no seu
sentido mais especifico e p ragmãtico nas diversas disciplinas de
conhecimento.
O entendimento de inserção do objeto vai permitir que a coleta,
determinado e d i fe renc iado n os d i ve rs os momentos do est udo . A
lite ratura i rã seg u i r esq uemat icame nte d i ve rsos c rité rios de coleta :
histó rica propri ame n te d ita ; ope rat i va ; i n format i va e teõ rico/
�ferenc ial. Essas d i v isões a s s im denomi nadas se rvem ape nas pa ra
ilust ra r q ue a l ite rat u ra tem uma pos s i b i l idade i nf i n ita de se
organiza r e nq u a nto e lemento teõ rico de e laboração . N o prime i ro
1omento 'ela dã e leme ntos de um q uad ro a i nda ma is gera l e d i f uso de
inse rçãó do ob j eto , mas q ue se consol ida ã med ida q ue a i nse rção se
ap rox i ma das ã reas d is c ipl i n a res de ca rãte r ma i s apl i ca t i vo .
Esse q uad ro gene ra l i z ado e des c r i t i vo j ã começa a aponta r
elementos pas s i veis de o rga n i zação ; com um refe renc ial ope ra t i vo ,
entendendo-se a q u i os ma n u a i s de metodolog i a e técn icas de pes q u isa .
o q uadro , a nte r i o rme nte d i f uso , c omeça a se o rga n i z a r e a most ra r os
elementos pas s i ve i s de prob lemat i zação . Essa l i te rat u ra , que
ante rio rmente t i nha ca rãte r me rame nte desc rit i vo , fo rnece eleme ntos
elabo ra r o q ue c hamamos de q uad ro refe renc i a l teõ rico do
t rabalho de pesq u isa. Esse q u a d ro , ago ra , tem pos s ib i l idades de
aponta r c ri té rios de seleção e o rg a n i zação primã rios dos dados
l it e rà ri os . N o caso espec i f i c o , a Teo ria Ge ra l de S is temas , a
Engenha ria de S i stemas , a Epistemolog i a , etc vão se r agora
refe renciadas teo ricame nte dent ro do ob j et o espec i f ico do t raba l h o . Essa a r r umação" dos dados l i t e rã rios , f o rçosame nte , n ã o te rà um sentido l i nea r . P r ime i ro , po r se t rata r de um est udo exploratõrio que, mesmo ao da r-se como f i na l i zado , a i nda conte rã l a c unas decorre ntes de estudos desse po rte . Em seg undo l ug a r , o ob j eto a o se r const ruido b usca apoio também n um out ro n i ve l de represe n tação não cobe rto pel a l i te ra t u ra f o rma l . N o âmb ito da representação i n f o rma l , o ob j eto s of re novas roupagens e te rà de se r ree labo rado e reconst r u i d o ao se r conf rontado com a representação f o rma l .
O INSÔL I TO,. DIZ J/JL IO CORTl1Zl1R,. NlfO (
ESSE OBJETO EXTRnORDINARIO QUE BUSCAMOS DELIBERl1Dl1MENTE,. � nNTES O QUE SURGE DE
Ml1NEIRl1 INESPERl1Dl1,. LA ONDE SE INSINU/1
O IMPREVISÍ VEL,. O INSÓL I TO ES TA NO
REl1L.
(SA NTOS , p. 185 )
{ . . . } TRl1 Tl1-SE SIMPLESMENTE,. DE INDnGAR
QUE TIPO DE RELAÇlfO 11 Rl1CIONl1L IDADE SIS TEMIC/1 MnNTEM COM O REAL . . .
(SA NTOS , p . 186 ) TUDO ES TA NO SEU LUGAR GRAÇAS A DEUS,. GRAÇAS 11 DEUS. NlfO DEVEMOS ESQUECER DE DIZER: GRl1ÇAS A DEUS,, GRAÇAS A DEUS.
(BENITO D I PAULA )
Antes de apresentarmos um quadro referencial que faz pano de fundo ao objeto de estudo , fazem-se necessàrias algumas explicações para que esse quadro não pareça confuso e nebuloso. 1: nosso intui to neste capitulo estabelecer at ra vês da Historia das Ciências. e das mudanças de paradigmas ocorridas em algumas disciplinas , o arcabouço do nosso objeto. Faz-se necessãrio explicar o por que do
intrincamento de disciplinas cientificas aparentemente tão diferentes fazendo parte de um mesmo esboço.
Na Historia das Ciências , a separação das disciplinas ê fato recente . Nesse sentido ê importante enxergarmos a relação entre
disciplinas como a Fisica ,
recentemente , a Ciência da
a Biologia , Informação
a Sociologia e,
como um reflexo
i nterdisciplinariedade na pràtica cientifica. Aliàs , um
mais da fato histórico que ocorre com bastante frequência , seja através de objetos
ou c o r re latos, se j a at raves do uso de model os c ient i f icas
ou , ate mesmo . at ra ves da i nco rpo ração de a rg umentos ,
explicações. pontos d e v i s ta . etc .
Nosso t raba l ho i n ic ia-se com o modelo o r i u ndo da F i s ica
clãssica . mode lo q ue tem
pe rspectiva cient i f ica da
q ue se r e ntend ido não some nte dent ro da F is ica ou Matemã t ica . mas t ambem como um
ref lexo de uma v isão de mu ndo da epoca . c om uma me nta l idade voltada
expl ica r tanto a C i ê nc i a , como a v ida cot id ia na de f o rma
organizada .
sociedades
de nt ro de a j ustadas,
pa râmet ros representados
bem est rut u radas, bem
po r mode los de
d i rec i onadas e
p revisi veis . Os acon tec imentos q ue v i a de reg ra des reg u la vam o
ha rmôn ic o dessas est rut u ras, e ram represe ntados como
desvios, impre v i s tos, etc, pode ndo até se r e xpl icados at raves de uma
intervenção d i v i na
apurados.
ou a j ustados po r mode los c ie n t i f i cas ma is
E e nesse contexto de tenta t i vas de expl icação de uma rea l idade f requenteme nte tão pe rtu rbada po r mãos i nexpl ica velme nte des v i a ntes .
que a Fis ica q ue deu o ri gem a esse mode lo c lãssico e out ras
disc ipl i na s q ue dele também f i ze ram uso, começam a b usca r e xpl i cações pa ra esses " desv i os " e ncont rados nos seus ob j etos de est udo, e q ue não se ref let iam de forma c oe re nte na
clássico meca n iscista .
representação do mode lo
Um dado escla recedo r refe re- se j ustamente ao t ipo de est rut u ra que essas d isc i pl i nas têm como ob j eto de est udo . A B iolog i a f re nte
aos seus est udos c om o rg a n ismos v i vos depa ra va-se f reque nteme nte com
padrões de compo rtamento pouco l i nea res , o mesmo acontecendo com a