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Boas práticas de prevenção social do crime com foco na juventude

No documento Políticas Pública de Segurança Pública (páginas 61-64)

ESPAÇOS, MECANISMOS E INSTRUMENTOS PARA A PREVENÇÃO

Aula 3 Boas práticas de prevenção social do crime com foco na juventude

Nesta última aula, você estudará uma experiência de prevenção social do crime que vem apresen- tando bons resultados na diminuição dos índices de criminalidade: o Programa de Controle de Homicídios Fica Vivo!

O programa Fica Vivo! foi implantado em 2003/2004 e ainda hoje é um dos principais programas de prevenção social da criminalidade da política de segurança pública do estado de Minas Gerais. A administra- ção local do programa concentra suas atividades nos vários CPC’s – Centros de Prevenção da Criminalidade espalhados pelas regiões com altos indicadores de homicídios na capital, Belo Horizonte, Região Metropo- litana, e interior.

Os jovens participantes têm entre 12 e 24 anos e são moradores das regiões onde o programa atua. Objetivando reduzir a incidência de homicídios nesses territórios, o Fica Vivo! procura articular uma série de ações envolvendo outros órgãos do sistema de Defesa Social (como é chamada a Secretaria destinada aos assuntos de segurança pública no estado), tais como o Ministério Público e a Polícia Militar por meio do GE- PAR – Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco, e outras instituições locais como as escolas (CRISP, 2011).

A base do programa são as ações de proteção social por meio de ocinas recreativas e prossionali- zantes. Essas ocinas acontecem em vários espaços da comunidade. Nelas, os jovens contam com a presença de um ocineiro (geralmente morador da comunidade) que é responsável por ministrar a técnica da ocina (dança, grate, futebol, etc.) e frequentemente assume um papel de supervisor e conselheiro do jovem, prin - cipalmente no que diz respeito aos temas de crime e violência. Nota-se que o Fica Vivo! agrega grande parte das características dos programas de prevenção social apresentadas na Aula 2.

Vários estudos têm mostrado a ecácia do programa em reduzir os índices de homicídio nos terri - tórios onde atua e a importância do ocineiro nessa tarefa (CUSTODIO, 2014; SAPORI, 2007, SILVEIRA, 2007). Sapori (2007), por exemplo, apresenta dados que mostram uma diminuição nos índices de homicídios em Belo Horizonte no período logo após a implantação do programa. Ainda mais expressiva foi a queda do nú- mero desses crimes nas áreas especícas onde o programa atuava.

Finalizando...

• Neste módulo, você estudou os principais aspectos das políticas públicas de prevenção social da criminalidade. É fundamental que um prossional de segurança pública aplique os conhecimentos adqui- ridos neste módulo no seu cotidiano de trabalho e compreenda que prevenção social do crime também se traduz em defesa dos direitos de cidadania. Os programas de prevenção devem ser contemplados nas polí- ticas públicas de segurança, tendo em vista que não há controle sem prevenção.

• Você teve a oportunidade de conhecer algumas experiências exitosas de prevenção social da vio- lência que fazem parte de planos de segurança pública. Contudo, ainda há muito que avançar na proposta e execução de programas nos níveis secundário e terciário de prevenção.

Exercícios

1. Marque (V) para as sentenças verdadeiras e (F) para as falsas:

( ) A prevenção social do crime é de competência exclusiva das forças policiais.

( ) A intersetorialidade, ou seja, a articulação de vários setores do poder público, é fundamental para o sucesso de uma iniciativa de prevenção social.

( ) A prevenção social do crime se baseia apenas no nível primário de prevenção.

( ) As características da comunidade não interferem no sucesso de um programa de prevenção de base comunitária.

2. Considerando os níveis de prevenção, associe a 2ª coluna de acordo com a 1ª:

(1) Prevenção primária (2) Prevenção secundária (3) Prevenção terciária

( ) Esse tipo de prevenção está fundamentado na noção de risco e proteção.

( ) Procuram evitar a reincidência do autor e promover a reabilitação individual e social da vítima. ( ) As ações de prevenção são baseadas nas causas da criminalidade num sentido mais amplo.

3. Leia o texto abaixo e faça o que se pede:

Campanha de Desarmamento Infantil e Cultura de Paz é lançada.

Com o slogan “Arma não é brinquedo. Troque uma arma de brinquedo por uma revista” foi lançada nesta quarta-feira [4], no Teatro Municipal Camillo Fernandez Dinucci, a Campanha de Desarmamento Infan- til de 2010. A iniciativa é uma realização do Fundo Social de Solidariedade de Botucatu e da Editora Abril.

O objetivo da Campanha é alimentar o sonho, o lúdico da brincadeira, tão importante para o cres- cimento saudável. De acordo com os organizadores, o universo dos jogos violentos na formação das crianças tende a levá-las a banalizar a violência, transferindo esse tipo de comportamento para a vida adulta.

“Com a troca das armas de brinquedo por revistas, nossas crianças são estimuladas ao hábito da leitura, à valorização da paz, da cultura e da cidadania. Isso é um direito de toda criança e, certamente, a arma, mesmo como brinquedo, não deve fazer parte da infância. Anal, violência não é jogo, e arma não é brinquedo”, destaca a presidente do Fundo Social, Rachel Ferronatto Cury. [...]

In: http://www.reol.com.br/noticias/2632. (Adaptado)

Considerando as políticas públicas na área de segurança cidadã, o texto acima é um exemplo de prevenção do tipo: a. Primária b. Terciária c. Secundária d. Quaternária 2 3 1 F V F F

Gabarito:

Atividade 1: Resposta Correta: F-V-F-F Atividade 2: Resposta Correta: 2-3-1 Atividade 3: Resposta Correta: Letra A

VUNESP – PREF. S.P. – APPGG – 2015) O transporte público na cidade de São Paulo representa uma política pública (A) regulatória.

(B) distributiva. (C) redistributiva. (D) empreendedora. (E) majoritária.

A resposta da questão demandaria algum entendimento de como funcionam as políticas de transporte público. O Estado subsidia, através de impostos, as companhias que prestam os serviços de transporte. Elas cobram taxas (tarifa) dos seus usuários, mas recebem recursos públicos diretamente dos governos estaduais e municipais.

Podemos ver isso em uma notícia recente sobre o governo Haddad[2]:

“A Prefeitura de São Paulo publicou um decreto nesta terça-feira (20) aumentando os subsídios pagos às empresas de ônibus em R$ 144 milhões. Os valores são compensações tarifárias revistas em contrato e que servem para “indenizar”as empresas pelo transporte de pessoas que não pagam a tarifa de R$ 3,50. É o caso dos estudantes, que desde o início do ano podem fazer viagens totalmente gratuitas. ”

Assim sendo, essa é uma política distributiva, pois é custeada de modo difuso pela sociedade (através de impostos), mas beneficia um grupo restrito (os usuários do serviço). O gabarito da anca é mesmo a letra B.

No documento Políticas Pública de Segurança Pública (páginas 61-64)