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Em Não quero dizer que os não brancos (último parágrafo), pode-se substituir “que” por dois-pontos mantendo-se o sentido e a correção

Questões comentadas pelo professor

III. Em Não quero dizer que os não brancos (último parágrafo), pode-se substituir “que” por dois-pontos mantendo-se o sentido e a correção

Está correto o que consta em a) I e II, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I, apenas.

d) III, apenas e) I, II e III.

RESOLUÇÃO:

A alternativa I está correta, pois “se nos confrontamos com um problema” é uma oração adverbial condicional deslocada, requerendo, dessa forma, isolamento por vírgulas.

A alternativa II está correta, pois os dois pontos introduzem uma explicação. No caso, apresentam-se as justificativas para o fato de vivermos hoje em uma espécie de estado de sítio. Dessa forma, é plenamente possível trocar os dois pontos pela conjunção explicativa “pois” antecedida de vírgula.

Por fim, a alternativa III também é correta. Afinal, os dois-pontos promoveriam, sim, a manutenção da correção e da ideia original. Com a conjunção integrante, teríamos a reprodução do discurso de forma indireta;

com os dois pontos, teríamos a reprodução do discurso de forma direta.

Resposta: E

25.

FCC - At Cli (SABESP)/SABESP/2018

A partir de que momento uma obra é, de fato, arte? Mona Suhrbier, etnóloga e especialista em questões ligadas à Amazônia do Museu de Culturas do Mundo de Frankfurt, explica em entrevista por que trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade de achar um lugar nos museus.

Qual tipo de arte pode ser classificado como “arte indigena”? Devo mencionar, de início, que aqui no Museu das Culturas do Mundo não usamos o termo “arte indígena”. O Museu coleciona desde 1975 arte não europeia.

Em cada exposição, indicamos o nome da região de que a arte em questão vem. Mas para responder a sua pergunta com uma pequena provocação: arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”. Para este tipo de arte foi criado no século 21 um espaço especial: o Museu do Folclore. Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? Por que aquilo que é exibido nele não é considerado simplesmente arte?

E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres. Mas se a obra for de autoria de um artista urbano, cujo currículo seja adequado, ou seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios

“ocidentais”. Muitas vezes o próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim, poderia ser arte”), enquanto um cesto trançado já é mais difícil.

Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a respeito do fato de que talvez não possam julgar tradições artísticas que não conhecem? Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais uma questão sensorial que intelectual. Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.

(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”. Disponível emh:t tps://www.goethe.de)

As frases abaixo referem-se à pontuação do segundo parágrafo do texto.

I. Em Mas para responder a sua pergunta com uma pequena provocação: arte indígena..., pode-se acrescentar uma vírgula logo após “Mas” e substituir os dois pontos por vírgula, sem prejuízo da correção.

II. Em ... arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que..., pode-se substituir o ponto final por dois-pontos, uma vez que se segue uma explicação, fazendo-se as devidas alterações entre maiúsculas e minúsculas.

III. Em É o “folclore”, o “artesanato”, a vírgula deve-se à inversão da ordem direta dos elementos da frase, que pode assim ser reescrita: O “folclore” é o “artesanato”.

Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas.

b) I, II e III.

c) II, apenas.

d) III, apenas.

e) I e III, apenas.

RESOLUÇÃO:

A alternativa I está correta, pois a oração “para responder a sua pergunta com uma pequena provocação”

é adverbial final deslocada, o que requer o isolamento por vírgulas.

A alternativa II está correta, pois a segunda frase é um detalhamento daquilo exposto na primeira frase.

Dessa forma, devido ao seu conteúdo explicativo, é possível trocar o ponto final por dois pontos ou pela conjunção “pois” antecedida de vírgula. Tudo isso fazendo-se a adaptação para inicial minúscula.

A alternativa III está falsa, pois a vírgula não se deve à inversão, mas sim à enumeração de termos, que devem ser separados por vírgula.

Resposta: A

26.

FCC - AFA (SEMAR PI)/SEMAR PI/2018

Com cerca de 16% da água doce disponível na Terra, o Brasil é um país rico nesse insumo que a natureza provê de graça. Cada habitante conta com mais de 43 mil m3 por ano dos mananciais, mas apenas 0,7% disso termina utilizado. Nações como a Argélia e regiões como a Palestina, em contraste, usam quase a metade dos recursos hídricos disponíveis, e outras precisam obter recursos hídricos por dessalinização de água do mar.

Só em aparência, contudo, é confortável a situação brasileira. Em primeiro lugar, há o problema da distribuição:

o líquido é tanto mais abundante onde menor é a população(b) e mais preservadas são as florestas, como na Amazônia. No litoral do país, assim como nas regiões Sudeste e Nordeste (onde se concentra 70% da população), muitos centros urbanos já enfrentam dificuldades de abastecimento(e).

Para anuviar o horizonte, sobrevêm os riscos de piora com o aquecimento global. Com as crescentes emissões de gases do efeito estufa, a atmosfera terrestre retém mais calor do Sol perto da superfície(c). Aumenta, assim, a temperatura das massas de ar, energia que alimenta os ventos e tempestades.

Se os resultados das simulações do clima futuro feitas por modelos de computador estiverem corretos, algumas regiões poderão sofrer estiagens mais frequentes e graves, enquanto outras ficarão sujeitas a inundações.

O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, um comitê com alguns dos maiores especialistas do país em climatologia, fez projeções sobre as alterações prováveis nas várias regiões, mas com diferentes graus de confiabilidade. As mais confiáveis valem para a Amazônia (aumento de temperatura de 5 °C a 6 °C e queda de 40% a 45% na precipitação até o final do século), para o semiárido, no Nordeste (respectivamente 3,5 °C a 4,5

°C e − 40% a − 50%), e para os pampas, no Sul (2,5 °C a 3 °C de aquecimento e 35% a 40% de aumento de chuvas).

Não é possível afirmar com certeza que recentes secas no Sudeste e no Nordeste ou as inundações em Rondônia tenham relação direta com a mudança global e regional do clima(d). Tampouco se pode excluir que tenham. Por outro lado, é certo que esses flagelos, assim como o custo bilionário que acarretam, constituem uma boa amostra do que se deve esperar nas próximas décadas para o caso de o aquecimento global se agravar.

Ficar sem água, porém, é cena cada vez mais incomum no Nordeste, mesmo no semiárido, região onde moram 22 milhões de pessoas e onde as chuvas são pouco previsíveis(a). Um sistema improvisado de cisternas e açudes já supre, ainda que de forma irregular, as necessidades básicas da população, mesmo a mais isolada.

É uma realidade muito diferente das muitas secas do passado. Algumas das piores estiveram associadas ao fenômeno El Niño, aquecimento anormal das águas do Pacífico que costuma ser acompanhado de estiagens severas na Amazônia e no Nordeste.

(Adaptado de: Projeto multimídia Líquido e Incerto. Autores: ALMEIDA, Lalo de. LEITE, Marcelo. GERAQUE, Eduardo. CANZIAN, Fernando. GARCIA, Rafael. AMORA, Dimmi. Disponível em: arte.folha.uol.com.br) Está correta a pontuação do seguinte trecho adaptado do texto:

a) Porém, ficar sem água, é cena cada vez mais, incomum no Nordeste, mesmo no semiárido: região onde moram 22 milhões de pessoas, e onde as chuvas são pouco previsíveis.

b) Há em primeiro lugar, o problema da distribuição, o líquido é tanto mais abundante onde menor é a população.

c) A atmosfera terrestre, retém, com as crescentes emissões de gases do efeito estufa, mais calor do Sol perto da superfície.

d) Não é possível afirmar, com certeza, que, recentes secas no Sudeste e no Nordeste, ou as inundações em Rondônia tenham relação direta com a mudança global e regional do clima.

e) Nas regiões Sudeste e Nordeste, onde se concentra 70% da população, muitos centros urbanos já enfrentam dificuldades de abastecimento.

RESPOSTA:

ALTERNATIVA A: Alternativa incorreta. O segmento “ficar sem água” é uma oração subordinada substantiva subjetiva, sendo sujeito da forma verbal “é”. Por isso, esses segmentos não podem ser separados por vírgula. Além disso, “incomum no Nordeste” caracteriza o substantivo “cena”, por isso, a vírgula depois de

“mais” é incorreta, pois separaria os segmentos descritos.

ALTERNATIVA B: Alternativa incorreta, já que o segmento “em primeiro lugar” é uma expressão adverbial intercalada e, como tal, requer isolamento por vírgulas, devendo haver uma vírgula depois de “há”.

Por fim, o trecho “o líquido é tanto mais abundante...” é uma oração coordenada explicativa, portanto, deve ser introduzida por dois-pontos ou mesmo por um conectivo explicativo.

ALTERNATIVA C: “Retém” possui como sujeito a expressão “a atmosfera terrestre”, não podendo ser esses elementos separados por vírgula. Alternativa incorreta.

ALTERNATIVA D: Alternativa incorreta, afinal não se pode separar a conjunção integrante (que) da oração que ela inicia (recentes secas...).

ALTERNATIVA E: Alternativa completamente correta.

Resposta: E

27.

FCC - Ana Exec (SEGEP MA)/SEGEP MA/Administrador/2018

Agitador cultural, artista plástico, cenógrafo, jornalista, analista geopolítico, escritor, arquiteto e engenheiro de formação, Flávio de Carvalho (1899-1973), figura excêntrica ou mesmo marginal na história da modernidade artística brasileira, tem sido retomado nos últimos anos, como atestam recentes publicações e exposições acerca de seus trabalhos.

Conhecido mais por suas pinturas e por suas polêmicas experiências artísticas, pouco se fala de sua produção no campo da arquitetura. Após concluir o curso superior em Engenharia Civil em Newcastle, norte da Inglaterra, Flávio retornou ao Brasil em 1922 e passou a trabalhar no escritório Ramos de Azevedo até 1926, quando abriu seu próprio escritório no centro da cidade de São Paulo.

Se foi Gregori Warchavchick (1896-1972) quem publicou no Brasil o primeiro manifesto a favor da arquitetura moderna, em 1925, Flávio de Carvalho é quem realiza, em 1927, aquele que é considerado o primeiro projeto de arquitetura moderna no país. Sob o pseudônimo de Eficácia, o projeto excêntrico é feito para o concurso do Palácio do Governo do Estado de São Paulo. Embora derrotado, seu trabalho gera polêmica e produz discussões, ao apresentar inovações estilísticas e estéticas para o período, rendendo três artigos de Mário de Andrade com elogios e críticas, publicados no jornal Diário Nacional.

Seus projetos de arquitetura moderna, entretanto, só se concretizaram quando realizados em terras da família e construídos com verbas próprias. Em 1936, iniciou a construção da Vila Modernista, concluída em 1938: um conjunto de 17 casas de aluguel localizadas no atual bairro Jardim Paulista (São Paulo-SP), na esquina da Alameda Lorena com a Rua Rocha de Azevedo. Elas vinham com uma “bula”, folheto informativo explicando os modos de uso que potencializariam sua habitação, que destacava: “Casas frias no verão e quentes no inverno”.

Em 1938, Flávio de Carvalho construiu a Casa Modernista da Fazenda Capuava, na cidade de Valinhos–SP. De acordo com Flávio, em entrevista concedida a Dulce Carneiro, sua casa é concebida “(...) dentro de uma visão poética, é produto de pura imaginação, tentando criar uma maneira ideal de viver”.

Com a conclusão da casa, Flávio passou a viver nela, que além de moradia funcionava como ateliê, onde vivenciava sua maneira ideal de viver. A casa era “(...) um misto de templo e aeronave, (...) uma aposta na continuidade do fazer artístico no espaço da existência (...). A reunião de materiais improváveis como o alumínio e a madeira, a escala dos espaços, a preocupação com detalhes como o tipo e a forma das maçanetas e armários, a policromia dos tetos, paredes e colunas, a conexão entre portas e janelas nas quinas de alguns cômodos, a integração entre espaços internos e externos, o paisagismo, enfim, a totalidade arquitetônica foi dimensionada cuidadosamente por Flávio de Carvalho. Mais do que uma máquina de morar, ele conseguiu um ninho ao mesmo tempo primitivo e futurista”.

(Adaptado de: STEVOLO, Pedro Luiz, “A Casa Modernista de Flávio de Carvalho”. Disponível emw:

ww.revistas.usp.br)

As frases abaixo referem-se à pontuação do texto.

I. Imediatamente após materiais improváveis (último parágrafo), pode-se acrescentar dois-pontos, uma vez