A área da dentisteria estética é uma das formas mais equilibradas e com melhor relação custo/benefício, podendo tratar uma grande parte da população com efeitos estéticos rápidos. Por isso, os branqueamentos dentários estão a tornar-se mais relevantes e populares.
Um dos princípios básicos dos prestadores de saúde é executar os tratamentos mais adequados e prevenir danos causados pelos próprios atos médicos. Assim é importante informar os pacientes sobre técnicas mais eficazes e seguras e desmascarar alguns conceitos e métodos criados por estratégias de venda e publicidade e muitas vezes sem serem provados pela ciência.
1.
Os branqueamentos dentários são eficazes e seguros?
Existem diversos materiais e técnicas de branqueamento que permitem resultados eficazes e seguros se forem selecionados e usados de maneira correta.
Os produtos de venda livre (disponíveis em supermercados, farmácias, TV-shops, etc.) publicitados como branqueadores não devem ser utilizados por serem pouco seguros: a sua eficácia é menor e não têm certificação nem controlo de qualidade.
Há também técnicas utilizadas somente por profissionais que, apesar da sua eficácia potencial, não estão devidamente estudadas no que se refere à sua segurança a médio e longo prazo.
2.
Que materiais e técnicas de branqueamento podem ser utilizados?
Pelas razões apresentadas acima já excluímos a utilização de produtos de venda livre;
As técnicas utilizadas por profissionais podem ser distinguidas, de modo geral, com base nas concentrações dos produtos químicos usados e na sua forma de aplicação;
Esta concentração pode variar num intervalo muito amplo (cerca de 10 vezes); A sua aplicação pode ser:
o Em casa, diretamente pelo paciente;
o Em casa, pelo paciente usando um “aparelho” adaptado aos seus dentes feito por um profissional;
o Direta, em consultório, feita por profissionais e mais intensa;
Os produtos usados em casa têm menor concentração e podem ser aplicados por períodos entre 1 a 6 horas por dia durante vários dias ou semanas;
Os produtos usados em consultório têm maior concentração e devem ser aplicados por profissionais em ambiente controlado.
3.
Quais devem ser usados?
A escolha depende principalmente do paciente: do seu estado clínico, das suas expectativas e da rapidez pretendida;
O profissional deve aconselhar a técnica mais correta sempre com base na relação eficácia/segurança;
De um modo geral o “tratamento em casa” com produtos de baixa concentração, receitados e
com instruções e controlo dos profissionais é eficaz e seguro a médio e longo prazo;
A utilização de produtos com maior concentração por profissionais em consultório, apesar de eficaz, ainda não tem suporte científico que garanta a sua segurança, pelo menos em certas condições clínicas.
4.
São necessárias luzes de LASER ou de outro tipo para branquear os dentes?
As luzes não tornam os dentes mais brancos;
As luzes apenas aceleram o efeito branqueador dos produtos químicos utilizados; Esta vantagem potencial pode não ser percetível;
As luzes que provocam calor, apesar de acelerarem muito a reação química, podem ser lesivas para a polpa (“nervo”) dos dentes saudáveis.
5.
A quem pode ser feito a um branqueamento dentário?
Em princípio, qualquer pessoa com bom estado de saúde oral;
Pacientes com problemas dentários (cáries, desgastes, sensibilidade aumentada, etc.) podem precisar de tratamentos antes de fazer o branqueamento;
Os jovens e adolescentes podem fazer branqueamentos mas com cuidados especiais;
Pessoas com restaurações e próteses na boca podem ter de as substituir depois do branqueamento para equilibrar a cor dos dentes; os produtos de branqueamento não atuam na cor dos materiais destas próteses e restaurações.
6.
Que efeitos secundários podem surgir?
Os efeitos secundários, nos dentes e nas gengivas, estão relacionados com a concentração dos produtos, a sua forma de aplicação e as condições de cada paciente;
Os mais frequentes são a sensibilidade dentária e algum desconforto gengival que desaparece normalmente ao interromper o tratamento;
A aplicação incorreta dos produtos de maior concentração pode provocar lesões mais graves e duradouras.
Periodontologia
1.
O que são doenças periodontais?
São doenças que afetam os tecidos que envolvem e dão suporte aos dentes;
Incluem a gengiva, osso e outras estruturas que mantêm os dentes bem seguros nos maxilares; Há dois grandes grupos:
o Gengivites – há inflamação da gengiva (camada mais à superfície) mas são fáceis de tratar e os tecidos (gengiva, etc) recuperam completamente;
o Periodontites – as estruturas mais profundas são destruídas e há perda de osso, sem dor e pode levar à perda de dentes se não for tratada.
2.
Qual a causa destas doenças?
A causa mais frequente são as bactérias;
As bactérias que vivem na boca formam uma placa na superfície dos dentes e junto à gengiva (sulco gengival);
Quando o número de bactérias é muito grande, causa doenças periodontais.
3.
As doenças periodontais passam de pais para filhos? (São hereditárias?)
Para haver doença é preciso haver bactérias;
A doença pode ser mais ou menos grave e pode depender de características genéticas/hereditárias.
4.
Com que idade começam estas doenças?
São mais frequentes em adultos, por volta dos 30 anos;
Geralmente, se o paciente for mais jovem, é mais provável ter uma forma mais grave da doença e precisa de mais cuidados;
Raramente afetam crianças mas quando isso acontece, são um perigo grave para os dentes e para a saúde geral;
São das doenças mais frequentes na raça humana; A gengivite afeta quase toda a população;
A periodontite afeta quase metade dos adultos com mais de 35 anos.
5.
Como sei que a minha gengiva está doente?
Os sintomas são:
Sangrar das gengivas durante a escovagem ou sem razão aparente (espontâneo); Aparecer pus nas gengivas;
Aparecer mau hálito ou mau sabor na boca; Gengiva muito vermelha;
A gengiva começar a “baixar”;
Os dentes ficarem com posições diferentes; Os dentes começam a abanar;
Se tiver algum destes sinais deve consultar o seu médico dentista que pode avaliar e fazer o diagnóstico.
6.
É normal que a gengiva sangre?
Não;
Sangrar das gengivas é o primeiro sinal que algo não está bem;
Uma gengiva que sangra pode ter gengivite (menos grave) ou uma periodontite (mais grave); Algumas doenças e alguns medicamentos fazem com que seja mais fácil sangrar das gengivas.
7.
Quando os dentes começam a abanar e há doença periodontal, podem ficar
bons outra vez?
Quando abanam pouco, podem melhorar depois do tratamento;
Contudo, nunca param de abanar completamente porque o osso que se perdeu por causa da periodontite não volta a crescer;
Por estas razões o diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível.
8.
A doença periodontal tem cura?
O tratamento consegue parar o avanço da doença mas não consegue recuperar os tecidos que se perderam;
A periodontite é uma doença para a vida (crónica);
A periodontite precisa de cuidados frequentes (para manutenção) senão pode avançar mais; Nos casos mais graves pode não ser possível parar a doença mas apenas ter um avanço mais
lento;
Os casos mais graves são:
o Casos que aparecem em crianças ou adultos jovens; o Pessoas que fumam mais de 20 cigarros por dia;
o Algumas doenças (como a diabetes não controlada, por exemplo).
9.
Como se tratam estas doenças?
O objetivo do tratamento é eliminar as bactérias e controlar os fatores que diminuem a resistência a estas doenças (tabaco, diabetes, medicamentos, etc.);
Nas gengivites basta melhorar a higiene e fazer um tratamento que possa evitar a doença (profilaxia), rápido e fácil;
Nas periodontites há várias fases:
o Estudo inicial para fazer diagnóstico e criar um plano; o Fase básica – remover a placa bacteriana;
o Em alguns casos pode ser preciso fazer uma pequena cirurgia;
o Depois de ter a doença controlada faz-se a fase de tratamento de manutenção (manter a doença controlada).
10.Basta escovar os dentes para prevenir a doença periodontal?
Não;
A escova não chega aos espaços entre os dentes;
Para remover a placa bacteriana destes espaços deve usar fio dentário ou escovilhões interdentários;
Pode ser difícil aprender a utilizar estes instrumentos (fio e escovilhão);
Se sentir mau cheiro ao utilizar estes instrumentos significa que há bactérias que causam alterações na gengiva;