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1.2 CÓDIGO DE ÉTICA DO SECRETÁRIO EXECUTIVO E OS SÍMBOLOS DA

1.2.1 Breve exposição do Código de Ética do PSE

A seguir, far-se-á uma breve exposição de cada capítulo; de forma mais detalhada, eles serão expostos no Capítulo 3, quando da aproximação à ética cristã de João Calvino.

I – Dos princípios fundamentais

O capítulo apresenta os objetivos do documento, no sentido de regular as normas de procedimentos durante o exercício profissional e os relacionamentos entre os próprios profissionais, entre eles e os órgãos públicos e entre eles e a sociedade. No final do capítulo, tem-se a chamada para a responsabilidade e cuidado com o prestígio da profissão, ou seja, todo PSE deve ter na profissão um bem nobre e o exemplo de cada um deve servir para elevar a categoria.

O capítulo alerta sobre a capacitação dos profissionais, que, obrigatoriamente, devem ser legalmente credenciados pela lei e que somente assim poderão exercer a profissão. Nesse sentido, podemos aprender com a argumentação de Sá (2005, p. 157) em relação à importância da capacitação profissional:

O exercício de uma profissão demanda a aquisição de pleno conhecimento, o domínio sobre a tarefa e sobre a forma de executá-la, além de atualização constante e aperfeiçoamento cultural. Aceitar um encargo sem capacidade para exercê-lo é uma prática condenável, em razão dos danos que pode causar. Quem aceita prestar serviços sem ter competência necessária ou sem estar atento para que esta se consubstancie comete infração aos princípios da ética, em razão do prejuízo defluente.

II – Dos direitos

O segundo capítulo apresenta aos PSEs seus direitos em relação: às suas atribuições definidas em lei; à sua jornada de trabalho; ao salário digno da categoria; à sua participação em entidades representativas da categoria; e à sua participação em movimentos que visem à defesa da categoria.

III – Dos deveres fundamentais

Os secretários devem: ver a profissão como fim de realização profissional; buscar conhecimento e aprendizado contínuo para aperfeiçoamento profissional; combater o exercício ilegal da profissão e lutar por seu progresso; desenvolver suas atividades como um facilitador dos processos e agir de forma ética; auxiliar as instituições de ensino para que se mantenham atualizadas com a realidade do mercado de trabalho.

Sá (2005, p. 198) traz a seguinte reflexão sobre o contínuo aprendizado, responsabilidade de todo profissional:

O conhecimento da ciência, da tecnologia, das técnicas e práticas profissionais é condição essencial para a prestação de um serviço de boa qualidade. Eticamente, é preciso que se tenha consciência de que se instruir é o caminho para bem servir e que se desejamos evitar danos a terceiros, na prestação de serviços, é preciso que nos habilitemos a prestá-los. Os males que a incompetência têm causado à humanidade são muito grandes.

IV – Do sigilo profissional

O terceiro capítulo é o menor de todos; entretanto, o mais polêmico quando discutido em sala de aula. Segundo ele, os secretários devem guardar sigilo absoluto sobre documentos que lhes são confiados e não devem assinar documentos que possam pôr em risco a dignidade da categoria.

V – Das relações entre profissionais secretários

Os secretários devem manter relacionamentos solidários, respeitando as limitações de seus colegas e promovendo clima agradável nas organizações, além de manter respeito com seus superiores, tudo visando ao fortalecimento da categoria. É proibido aos secretários utilizar amizades para benefícios próprios; prejudicar ou denegrir a imagem de outros colegas; e ser conivente com erros de outros profissionais.

VI – Das relações com a empresa

O quarto capítulo fala-nos de profissionais secretários que, ao se identificarem com a filosofia da organização, deverão agir como facilitadores da comunicação e das mudanças necessárias na organização e nos relacionamentos interpessoais. Proíbe o secretário a privilegiar-se, seja em favores particulares ou profissionais, por estar próximo aos executivos tomadores de decisões.

Segundo Maerker (1999, p. 67), o PSE não pode valer-se de posição ou poder que lhe não seja próprio:

Se a secretária se afirma por intermédio da posição que ocupa é porque deixou de ser uma boa profissional. Consiste em erro grave tomar para si a influência e o poder que o parceiro possui dentro da empresa, passando a utilizá-lo inadequadamente. Ela realmente tem poder, afinal é a secretária de um grande executivo. Pelo cargo que ocupa, ao menos teoricamente, é ela a secretária mais gabaritada da empresa – que deva ficar ostentando força pelos corredores.

Sobre os relacionamentos entre colegas de mesma profissão, Sá (2005, p. 214) observa que

virtude essencial na vida dos seres é atribuir a seus semelhantes o mesmo amor que a si se atribui. Há, todavia, no campo do trabalho, uma identificação maior ainda que aquela existente entre os demais seres. Os que elegem uma mesma função na sociedade, um mesmo meio de vida, solidarizam-se, por natureza, no desempenho da aplicação de um mesmo conhecimento. O colega de profissão, pois, é aquela pessoa conosco identificada pela prática de um mesmo conhecimento, sujeita aos mesmos problemas e às mesmas alegrias, decorrentes do êxito, da eficácia no mesmo desempenho.

VII – Das relações com as entidades da categoria

Os secretários devem participar das atividades das entidades representativas, apoiando, acatando e contribuindo para o crescimento da profissão e, quando em cargos diretivos, não utilizá-los para benefício ou facilidades pessoais.

Nesse contexto, Sá (2005, p. 219-223) afirma que as posições e cargos utilizados pelos líderes de categorias devem servir para o bem da comunidade e crescimento da classe:

Obviamente, perante a sua comunidade, o profissional tem deveres diversos, mas basicamente o de sustentar a estrutura de organização da comunidade à qual se vincula, protegendo o conceito desta e o mantendo sempre elevado e protegido. [...] Líderes classistas não devem consumir seu tempo em ataques pessoais e em ambição de poder, mas em servir sua categoria. Por sua vez, a categoria deve [...] garantir-lhes meios de conservarem um nome do qual toda a comunidade termina por se beneficiar.

VIII – Da obediência, aplicação e vigência do Código de Ética

Cabe aos secretários cumprir e fazer cumprir o Código de Ética da categoria, sabendo que o descumprimento dele acarretará, entre outras penalidades, a perda do registro profissional. Ainda, o secretário atuante na docência deverá, no meio estudantil, fazer conhecido o documento da categoria. No final do capítulo, estão dispostas as infrações e as respectivas penalidades.

Como pôde ser percebido, o documento, de forma geral, aborda três importantes assuntos: postura, sigilo e relacionamentos. Logo, pode-se concluir essa primeira parte, afirmando que o Código de Ética serve para proteger os profissionais, como instrumento regulador da categoria ou como disciplina de conduta da profissão, cabendo ao PSE conhecer, divulgar, zelar e prestigiar o documento, visando ao benefício da categoria.