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BREVE HISTÓRICO DO DIREITO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO

PREVIDENCIÁRIO

O histórico do direito do trabalho pode ser dividido em dois períodos, o pré-histórico e histórico. No período pré-histórico, também chamado de período pré- industrial, ainda não havia um sistema de normas jurídicas do direito do trabalho e, o homem era vinculado a escravidão, à terra (servidão) e à profissão (corporações). Mais a frente estabeleceu-se o vínculo do homem ao trabalha, com a relação de locação, de serviços - locatio operarum, contrato no qual a pessoa se obrigava a prestar serviços durante certo tempo à outra mediante remuneração, considerada como uma relação de emprego moderna – e de obra ou empreitada – locatio operis, contrato pelo qual alguém se obrigava a executar uma obra a outra pessoa mediante remuneração. (LEITE, 2014).

Diante disso, o direito do trabalho nasce no período histórico, com a sociedade industrial e o trabalho assalariado. As principais causas do surgimento do direito do trabalho deram-se por acontecimentos econômicos, políticos e jurídicos. No âmbito econômico, a principal causa foi a Revolução Industrial do século XVIII, cujo trabalho assalariado substituiu o trabalho servil e corporativo, ao passo que a manufatura cedeu lugar à linha de produção. A causa política se deu pela intervenção do Estado na ordem política e social, a partir da transformação do

Estado Liberalista e da plena liberdade contratual em Estado Neoliberalista, limitando a liberdade plena das partes da relação de trabalho. E no cenário jurídico, foi a justa reivindicação dos trabalhadores, de um sistema de direito destinado à sua proteção, sendo reconhecidos alguns direitos básicos: o direito de união, do qual resultou o sindicalismo; o direito de contratação, que se desenvolveu em dois âmbitos: o coletivo e o individual; e o direito a uma legislação em condições de coibir os abusos do empregador e preservar a dignidade do homem no trabalho. (LEITE, 2014).

As primeiras leis trabalhistas surgem de forma constitucional pela Constituição Mexicana de 1917, sendo a primeira constituição a conter direitos trabalhistas, como jornada diária máxima de oito horas, jornada noturna de sete horas, proibição do trabalho do menor de 12 anos, limitação da jornada do menor de 16 anos a seis horas, descanso semanal, salario mínimo, igualdade salarial, direito de sindicalização, de greve, indenização de dispensa etc. (art. 123). (MÉXICO, 1917).

Outro marco relevante para o direito do trabalho foi a previsão de criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a partir do Tratado de Versalhes em 1919, assinado pelas principais potencias europeias, encerrando-se oficialmente a Primeira Guerra Mundial. Também merece destaque a Carta del Lavoro (1927), da Itália, de índole corporativista, que serviu de base para Portugal e Espanha, produzindo repercussões no Brasil. (JORGE NETO; CAVALCANTE, 2013).

As primeiras leis ordinárias foram a Lei de Peel, da Inglaterra (1802), limitando a jornada diária dos menores nas fábricas; as Leis Sociais de Bismark (1833); o Código do Trabalho, da França (1901), entre outros. (LEITE, 2014).

No Brasil, podemos dividir a história do direito do trabalho em três fases (LEITE, 2014):

a) do descobrimento à Abolição da escravatura;

b) da proclamação da republica campanha politica da liança Liberal c) da revolução de trinta até os dias atuais.

Durante as duas primeiras fases não havia disciplinas quanto ao direito do trabalho, mas a partir da Revolução de trinta, com fatores internos e externos, tem- se o surgimento do direito do trabalho no Brasil. Os fatores externos se deram por acontecimento na Europa e pela participação do Brasil na OIT. No âmbito interno, tem-se, principalmente, o movimento operário influenciado por imigrantes (final de

1800 e inicio de 1 , o surto industrial (pós-primeira guerra mundial) e a política de Getúlio Vargas (1930). (LEITE, 2014).

Com isso, várias leis de proteção ao trabalhador começaram a ser criados, tal como, o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Em 1939 cria-se a Justiça do Trabalho e em primeiro de maio de 1943 decreta-se, por Getúlio Vargas, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pelo Decreto-Lei 5.452. (BRASIL, 1943).

Já a história do direito previdenciário é dividida em três fases: da formação, da universalização e da consolidação. A formação inicia-se em 1883 e vai até a Primeira Guerra Mundial (1918). Já o Tratado de Versalhes (1919) – que foi o ápice de expansão geográfica da previdência social – representa a fase da universalização, com a criação da OIT e foi até a Segunda Guerra Mundial (1945). Nessa etapa, disseminaram-se as ideias de previdência social com seguro social. A fase da consolidação foi considerada a fase da seguridade social, cujos marcos fundamentais foram (HORVATH JÚNIOR, 2004):

a) o plano Berevidge, que reestruturou o sistema inglês de previdência e ampliou o conceito de seguridade social, no período da Segunda Guerra Mundial;

b) em 1942, com a Declaração de Santiago (Primeira Conferência Interamericana de Seguridade Social, constituindo os objetivos e conteúdo da seguridade social;

c) em 1944, com a Declaração da Filadélfia, que consolidou os princípios e objetivos da OIT;

d) em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Assembleia Geral da ONU;

e) em 1952, com a Convenção número 102 da OIT, que estabelece as normas mínimas da Seguridade Social; e

f) em 1974, com a Declaração dos Princípios Fundamentais de Direito do Trabalho e de Segurança Social, no México.

Conforme Horvath Júnior (2004), no Brasil, a Seguridade Social, consolidou-se conforme os seguintes períodos: de implantação ou formação; de expansão; de unificação e de reestruturação. No período de implantação, constituiu- se o 1º sistema amplo de seguros sociais, que cobriam riscos de invalidez, velhice e morte, concedendo auxílio-funeral, assistência médica hospitalar e aposentadoria ordinária. No período de expansão ampliaram-se os institutos de aposentadoria e

pensões por categorias e foi até a LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social. Já a criação do INPS (Instituto Nacional da Previdência Social) - que ocorreu pela junção dos institutos de aposentadorias e pensões – e a primeira consolidação das leis de previdência social (Decreto 72/72) fazem parte do período de expansão.

Por fim, o período de reestruturação foi marcado pela: criação das SINPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social), em 1977; pela Constituição Federal de 1988 – que implantou o sistema de seguridade social, através da Emenda constitucional 20/98 – e pela Lei 9.876/99 que introduziu o fator previdenciário e alterou as regras de cálculo dos benefícios previdenciários, com o objetivo de equilibrar as contas do sistema. (HORVATH JÚNIOR, 2004).

Conforme Ministério da Previdência Social, o fator previdenciário:

É aplicado para cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição e por idade, sendo opcional no segundo caso. Criado com o objetivo de equiparar a contribuição do segurado ao valor do benefício, baseia-se em quatro elementos: alíquota de contribuição, idade do trabalhador, tempo de contribuição à Previdência Social e expectativa de sobrevida do segurado. (BRASIL, 2015c).

A partir do embasamento histórico do direito do trabalho e do direito previdenciário, faz-se necessário conceituar os sujeitos do direto do trabalho (empregado e empregador), bem como definir o que se considera como remuneração do trabalho prestado, abordado a seguir.

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