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A revista tal qual se conhece hoje tem uma história de evolução em sua dinâmica visual, em seu material, em seu público, enfim, em seu processo de criação e distribuição. Nesta seção, propõe-se um histórico de origem das primeiras iniciativas até os dias atuais com base nos estudos de Marcelo Freire (2016) e Marília Scalzo (2011). Propõe-se conhecer historicamente como a revista se tornou o que ela é hoje e entender, dessa forma, o suporte como uma mídia jornalística, suas características, seu público entre outras.

Em seu livro “Jornalismo de revista em tablets: um estudo dos aplicativos para iPad da revista Wired e Katachi”, disponível em formato PDF na Internet, Freire (2016) apresenta não só um histórico de evolução da revista no mundo, como também propõe discussões no âmbito da convergência midiática em revistas, procura discutir a definição de revistas digitais e, finalmente, analisa a adequação das revistas Wired e Katachi aos potenciais do dispositivo e do ambiente digital.

Freire (2016) informa que as primeiras revistas foram escritas à mão. A transição do manuscrito para o impresso, segundo o pesquisador, foi possibilitada por três fatores, que seriam os mais importantes: “a mudança na forma de produção do papel, o desenvolvimento de uma tinta baseada em óleo e a consolidação de uma cultura livreira” (FREIRE, 2016, p. 16). Fatores de ordem técnica e de disponibilidade de matéria-prima influenciaram na popularização e melhoria do papel na Europa do século XV.

À época, segundo Freire (2016), a produção ainda não era em larga escala devido à alta dos preços. A técnica utilizada para reprodução de imagens, por exemplo, era a xilografia que permitia a produção de imagens de até 35 centímetros. Essa técnica persistia mesmo com a chegada da prensa e permanecia um aliado na produção de revistas ilustradas. Com relação ao conteúdo das revistas, assuntos como religião ou contos morais eram tratados. Vale lembrar que a produção das revistas com uso de xilografia era popular entre as camadas iletradas. O pesquisador ressalta que esse modelo corresponderia ao que hoje se conhece como revista: “uma publicação com equilíbrio entre texto imagético e escrito, que neste momento ainda não apresentava a especialização do conteúdo” (FREIRE, 2016, p. 17).

Tendo permanecido durante 200 anos, a gravação em placas de cobre se tornou padrão nos processos de impressão no final do século XVI segundo Freire (2016). Nesse período, surgiram três iniciativas apontadas como as primeiras aproximações com as revistas: a mais antiga de 1586, a Gynasceum, publicada diariamente pelo pintor suíço Josse Amman em Frankfurt, considerada como a primeira revista de moda; a Erbauliche Monaths-Unterredungen (ou Edificantes Discussões Mentais), publicada em Hamburgo em 1663, discutia um tema específico: teologia; e, de 1731, em Londres, The Gentleman’s Magazine, tinha uma apresentação mais leve e agradável e reunia assuntos variados (SCALZO, 2011; FREIRE, 2016).

The Gentleman’s Magazine é particularmente lembrada como “a primeira

revista moderna a ter a finalidade de entreter com seus ensaios, poemas e comentários políticos” (FREIRE, 2016, p. 18). Porém, é a publicação fundada por Edouard Cave que serviu como parâmetro para vários outros devido ao seu conteúdo. Suas principais concorrentes são London Magazine (1732), Universal Magazine (1747) e European Magazine (1783). Aquela publicação foi fechada em 1914, mas “consolidou a ideia de magazine como lugar em que são ‘armazenados’ diferentes tipos de produções textuais” (FREIRE, 2016, p. 18), passa-se, a partir desse momento, o termo magazine para designar revistas em inglês e em francês.

Freire (2016) destaca que, nos Estados Unidos, em 1741, foi adotado um formato parecido de publicações 10 anos depois do lançamento na Inglaterra. Dois títulos foram lançados por Benjamin Franklin e Andrew Bradford: General Magazine

and Historical Chronicle e American Magazine or Monthly View respectivamente.

Entretanto, a duração delas foi breve, sendo a American Magazine a fechar primeiro, seguida pela revista de Benjamin Franklin que fechou seis meses depois de seu lançamento.

A revolução industrial teve impacto no aumento importante do número de páginas com as máquinas a vapor. Contudo, não houve evolução no que diz respeito à necessidade de novos caracteres acessíveis e expressivos, algo que a tipografia de livros da época não supria. Apoiando-se em Meggs e Purvis (2009), Freire (2016) ressalta que, apesar da melhoria das máquinas, as publicações precisavam ser montadas manualmente. Nesse contexto, as ilustrações começam a se popularizar em jornais e revistas, o que fez com que se buscassem novos públicos, particularmente, com a influência de liberais ingleses da Sociedade para Difusão do

Conhecimento Útil (Society for the Diffusion of Useful Knowledge). A importância dada

à ilustração em publicações levou a revista Illustrated London News (ILN), em 1842, a ser copiada pela francesa L’Illustration, em 1843, e pela alemã Illustrirte Zeitung no mesmo ano. Segundo Freire (2016, p. 20), “a isenção de impostos sobre as postagens (1855), publicidade (1853) e papel (1861); e o desenvolvimento das ferrovias e do telégrafo” também foram fatores importantes para a popularização das revistas ilustradas, o que acarretou aumento de 600% no número de jornais e revistas na Inglaterra.

Apesar de haver melhoria das técnicas de impressão de imagens em grandes tiragens, a demora na confecção dos originais entalhados em madeira permanecia um complicador, afirma Freire (2016). Esse processo levava pelo menos quatro dias. O aparecimento de novas impressoras rotativas tornou o processo mais rápido, porém ainda era preciso imprimir as ilustrações nas máquinas da geração anterior. De acordo com Freire (2016), é apenas na virada do século XIX que passa a ser possível a impressão tanto de texto, quanto de imagem no papel.

Ao final do século XIX, as características da revista se consolidam

[...] tanto na relação com o público, sendo algo mais ligeiro e informal que o livro e sempre voltado para um leitor mais específico; quanto no conteúdo, diversificado, entre informação e entretenimento, com um forte aspecto visual inicialmente propiciado pelas ilustrações e depois pela fotografia (FREIRE, 2016, p. 21).

Destaca-se ainda o uso habitual de capa e contracapa desde a metade do século. Tais características tiveram influência na sua consolidação, observam-se também sua popularização e seu estabelecimento como meio de comunicação de massa. Segundo Anthony Quinn (apud FREIRE, 2016), 4,4 mil títulos circulavam nos Estados Unidos, em 1890, em um total de 18 milhões de exemplares.

O contexto norte-americano representa uma quebra de paradigma com relação à reprodução de imagens em revistas. Se antes essas imagens eram produzidas por meio da litografia, das matrizes entalhadas ou das matrizes de tipos móveis, agora a tecnologia para produção fotomecânica de matrizes de impressão se tornou realidade e foi a partir da segunda metade dos anos 1890 que passou a ser incorporada pelas revistas semanais, afirma Freire (2016). A heliogravura permitiu um ganho considerável na aparência das revistas devido a sua técnica que permite a

transferência de fotografias para placas metálicas para impressão em halftone. Esse processo foi adotado por revistas ilustradas na Europa e nos Estados Unidos.

O início do século XX marcou mercado das publicações de revistas, pois é nesse período em que surgem as publicidades, as quais serão responsáveis pela manutenção do preço final por edição que baixa e ocasiona uma maior abrangência das revistas como afirma Scalzo (2011). Uma das primeiras publicações a utilizar publicidades em suas publicações foi a McClure’s Magazine segundo Freire (2016). Essa revista ultrapassou em número de circulação antigas líderes como Century,

Harper’s e Scribner’s.

Uma outra grande mudança estava para ocorrer com o surgimento da revista de notícia (news magazine). Destaca-se a revista de notícias como uma das maiores contribuições para o progresso do gênero. A revista Time é considerada a primeira revista com esse perfil, lançada em 3 de março de 1923, nos Estados Unidos por Briton Hadden e Henry Luce. Apesar da inexperiência de seus criadores, que eram especialistas no jornalismo diário, a Time sobreviveu graças à equipe reduzida e à aquisição de material jornalístico a preço baixo do New York Times, por exemplo. Ao final da década, a revista já despontava como uma das mais importantes do mercado de publicações com uma tiragem 136 mil exemplares.

A Time teve um impacto tão grande no mercado de publicações que alterou o paradigma de revistas ilustradas inglesas. Suas publicações assumem uma dimensão política e priorizam a estética e os assuntos personalizados. Ela chegou até mesmo ser imitada por revistas francesas após 1923 segundo Freire (2016). O grupo Time

Inc. foi responsável por outras publicações de impacto na indústria como Fortune

(1930), Life (1936) e Sports Illustrated (1954). A Life particularmente teve uma influência em relação ao crescimento do fotojornalismo e na reconfiguração das revistas ilustradas, ela serviu de modelo para outras na Europa e na América Latina.

O período entre 1920 e 1960 é destacado por David Abrahnson (2009), citado por Freire (2016), como a “era de ouro”

[...] em que uma gama de publicações foram criadas, ajudaram a estabelecer o segmento e continuaram a se desenvolver até o final do século. Entre elas, o autor ressalta a Reader’s Digest (1922), Time (1923), Liberty (1924), the

New Yorker (1925), Fortune (1930), Esquire (1933), Newsweek (1933), U.S. News (1933), Life (1936), e Look (1937) (ABRAHNSON, 2009 apud FREIRE,

Após 1940, houve uma transformação da criação das matrizes para impressão de uma ação manual para um processo físico-químico com o surgimento do processo de fotocomposição. Segundo Freire (2016, p. 26), esse processo consiste na utilização de chapas de impressão que “começam a ser geradas de uma forma muito próxima à da ampliação de uma fotografia, ou seja, a partir da exposição de luz através de filme em uma superfície fotossensível”. Essa mudança possibilitou aos designers gráficos mais liberdade na exploração de uma linguagem própria e com maior presença de imagens fotográficas seria possível relacioná-las com o texto na composição da página.

As revistas ganham públicos diversificados depois da metade dos anos 1950 com maior segmentação de títulos voltados para o público feminino, masculino, jovem, sobre esportes, negócios entre outros, como também há a criação de revistas sobre outras temáticas, como rádio, cinema, TV, grupos étnicos etc. (FREIRE, 2016, p. 27). Os anos que se seguiram após a Segunda Guerra fizeram com que as revistas perdessem um pouco de seu espaço com a televisão em constante expansão e oferecendo uma possibilidade mais imediata com relação ao conteúdo. Muito títulos acabaram fechando, apenas três sobreviveram: a Time, a Life e a Reader’s Digest. Essa resistência aconteceu devido a sua internacionalização e a seu funcionamento como resumo de notícias e informações gerais.

Segundo Freire (2016), o período após os anos 1960 consistiu em mudanças que afetaram os rumos das revistas na sociedade. A sociedade estadunidense estava mais individualista, estava mais propensa à mobilidade e à dispersão geográfica. Era preciso que o mercado das revistas alcançasse esse público, e ninguém melhor para fazer isso do que as revistas especializadas, pois elas eram capazes de entender esse público e oferecê-las, agora, assuntos que o interessassem. Outro fator importante para a sobrevivência dos títulos foi a mudança no mercado publicitário. As marcas de bens de consumo estavam satisfatoriamente estabelecidas e com uma imagem criada e reconhecida internacionalmente. A disputa de agora em diante era para ver quem detinha a maior fatia do mercado com as publicidades.

A história da revista no contexto brasileiro tem início quando o país ainda conservava suas raízes coloniais, os negros ainda eram tratados como escravos nos idos de 1812, e, portanto, a poucos anos de sua independência e a alguns tantos da abolição da escravidão. Segundo Scalzo (2011), essa história confunde-se com a história econômica e da indústria no país e destaca ainda que as revistas abarcaram

por essas terras no século XIX junto com a corte portuguesa, detalhe é que aqui a imprensa era proibida por Portugal.

A primeira revista brasileira tinha a literatura como tema de suas publicações, trata-se de As Variedades ou Ensaios de Literatura, surgida em 1812, que se propunha a “[...] publicar discursos sobre costumes e virtudes morais e sociais, algumas novelas de escolhido gosto e moral, extratos de história antiga e moderna, nacional e estrangeira, resumos de viagens, pedaços de autores clássicos portugueses” (SCALZO, 2011, p. 27), era assim que ela se descrevia. Vale ressaltar que, como as revistas de sua época, As Variedades tinha aparência de livro.

Em 1813, surge O Patriota, considerada a segunda revista historicamente surgida no Brasil. Scalzo (2011) afirma que seus colaboradores eram formados por uma elite intelectual da época e com o desejo de “[...] divulgar autores e temas da terra” (SCALZO, 2011, p. 28). A autora destaca a década de 1820 como um período de ampliação do foco de interesses da elite brasileira. Com a independência recente do país, era necessário ter no país, segundo Scalzo (2011), engenheiros, cientistas, médicos, militares, daí o surgimento dos Anais Fluminenses de Ciências, Artes e

Literatura em 1822, no Rio de Janeiro. Essa publicação procurava concentrar vários

campos de conhecimento humano.

O Propagador das Ciências Médicas aparece como a primeira publicação de

segmentação por tema e é considerada a primeira revista brasileira especializada em 1827. Nesse mesmo ano, Scalzo (2011) ressalta o surgimento de Espelho

Diamantino, pioneira das revistas femininas. Entre suas características, destacam-se

“[...] textos leves e didáticos sobre política nacional e internacional, trechos de romances estrangeiros, críticas de literatura [...]” entre outras (SCALZO, 2011, p. 28). Um fato importante diz respeito à vida útil de uma revista no Brasil dessa época. Scalzo (2011) sublinha que “todas essas publicações têm vida curta. Sofrem com a falta de assinantes e de recursos. Algumas saem apenas uma vez, com baixíssimas tiragens, outras, duas ou três. No máximo, duram um ano ou dois.” (SCALZO, 2011, p. 28). Uma publicação, porém, contorna essa dificuldade: Museu Universal, nascida em 1837. Propunha-se a levar cultura e entretenimento para uma população recém- alfabetizada, apresentando a experiência das Exposições Universais europeias. Destaca-se, nessa publicação, a presença de ilustrações.

Scalzo (2011) apresenta uma lista de revistas que seguem a mesma linha da

[...] Gabinete da Leitura, Ostensor Brasileiro, Museu Pirtoresco, Histórico e

Literário, Ilustração Brasileira, O Brasil Ilustrado e Universo Ilustrado. E até

mesmo as revistas eruditas, como Íris, Guanabara e O Espelho, começam a adotar fórmulas parecidas, incluindo imagens e amenidades (SCALZO, 2011, p. 28-29).

A partir de 1849, as revistas parecem começar a entender o público brasileiro. As revistas passam a abusar das ilustrações, do humor e dos textos mais curtos. Apresentando essas características, A Marmota na Corte é lançada naquele ano. Scalzo (2011) menciona o gosto dos brasileiros pelas caricaturas e destaca nomes como Henrique Fleuiss, de Semana Ilustrada, e Ângelo Agostini, de Revista Ilustrada, por suas maneiras de fazer crítica social e política.

Chega o século XX, momento conhecido como Belle Époque. A vida cotidiana das pessoas sofreu uma série de transformações científicas e tecnológicas. Esse período, para as revistas, é marcado pelo requinte visual, devido a presença do maior parque gráfico do país instalado no Rio de Janeiro, capital da República. Segundo Scalzo (2011), há uma divisão nas publicações nesse período: as de variedades e as de cultura. Grupos intelectuais fundam suas próprias publicações, por exemplo, a

Klaxon, de divulgação dos ideais da Semana de Arte Moderna de 1922. As revistas

de variedades continuam a trabalhar com caricaturas. A autora destaca que a melhoria dos processos de impressão influenciou no avanço da utilização das fotografias e cita a Revista da Semana, lançada em 1900, como pioneira na utilização sistemática de fotos, tornando-se especialista em reconstituições de crimes.

Algumas revistas tiveram destaque nesse período por seu sucesso como fenômeno editorial. Em 1928, O Cruzeiro, revista criada pelo jornalista e empresário Assis Chateaubriand traz para o público uma nova linguagem com grandes reportagens e dando uma atenção especial ao fotojornalismo como informa Scalzo (2011). A autora indica ainda que a publicação chegou a vender aproximadamente 700 mil exemplares por semana. Porém O Cruzeiro sai de cena em 1970 em consequência do declínio do império de seu criador.

Outra publicação que assume certo protagonismo é a Manchete da Editora Bloch, criada em 1952. Essa revista explora, conforme Scalzo (2011), ainda mais os aspectos gráficos e fotográfico em que o otimismo em relação ao Brasil constitui uma marca. Sua sobrevivência segue até o começo da década de 1990, devido a

decadência do grupo Bloch e o desinteresse do público pelas revistas semanais ilustradas (SCALZO, 2011).

Revistas de cunho mais crítico surgem nos anos 1960. A revista Realidade que durou dez anos, de 1966 a 1976, era considerada uma das mais conceituadas no Brasil. E a Veja, criada pela Editora Abril em 1968, tem sua inspiração na Time, revista estadunidense. Essa revista brasileira, segundo Scalzo (2011), é atualmente a mais vendida e mais lida do Brasil, o que a coloca como “único título semanal de informação no mundo a desfrutar de tal situação” (SCALZO, 2011, p. 31). Uma curiosidade sobre

Veja diz respeito à criação do primeiro Curso de Jornalismo de empresa e também o

fato de ser o primeiro a falar de jornalismo em revista.

Após a Veja, outras publicações surgem como: Isto é, Senhor, Afinal e Época. Dessas, apenas Isto é e Época sobrevivem até hoje e seguem uma linha de jornalismo semelhante à de Veja.

De acordo com Scalzo (2011), além de Veja, o grupo editorial Abril também é responsável pela colocação no mercado da revista Exame, a partir de 1971, que surgiu de um suplemento encartado de outras revistas do grupo. Ela aborda assuntos relacionados ao mundo dos negócios. Em 1952, foi lançada a revista Capricho, voltada para as fotonovelas, porém, seu prestígio é afetado pelas novelas de televisão, o que a leva a assumir outro modelo: publicação destinada ao público adolescente.

Com o desenvolvimento da indústria no Brasil, as revistas passam a se segmentar. Em 1960, por exemplo, o surgimento da indústria automobilística e construção de estradas vem acompanhado do lançamento da revista Quatro Rodas viva e atuante até hoje.

Na onda das segmentações, surgem revistas de moda como Manequim (1959),

Claudia (1961), Nova e Mais (criadas nos anos 1970). Todas essas publicações

conquistaram o público feminino que constitui em um grande mercado consumidor. A

Manequim traz até hoje moldes de roupas para fazer em casa; a Claudia é

responsável pela quebra de tabus ao tratar de temas como solidão, machismo, problemas sexuais etc., essa publicação se segmentou ainda mais com as publicações Casa Claudia, Claudia Cozinha e Claudia Moda. Segundo Scalzo (2011), muitas publicações destinadas ao público feminino surgiram e a variedade de temas é grande: ginástica, emagrecimento ou cirurgia plástica, noivas, mães entre outras.

Isso coloca o segmento feminino como responsável pela maior fatia consumidora do mercado de revistas.

O segmento masculino não ficou de fora no que se refere a publicações destinadas a esse público. O tema sexo é o foco. Algumas publicações ganham destaque, são elas Ele e Ela da editora Bloch, de 1969, portadora do slogan “para ser lida a dois”, trazia “mulheres nuas e reportagens sobre temas comportamentais ligados à relação homem-mulher” (SCALZO, 2011, p. 35); a Playboy, que surgiu com o título Homem em 1975, foi uma conceituada revista masculina da Editora Abril até o final dos anos 1990 e início dos 2000.

O público masculino também tem outra paixão: o futebol. Revistas como

Esporte Ilustrado, A Gazeta Esportiva Ilustrada, Manchete Esportiva e Placar surgem

para satisfazer esse segmento.

Pode-se dizer que a revista é aquele tipo de publicação que tem para todos os gostos. Antes apresentando características de livro, depois se transformando e se caracterizando como o que se conhece sobre revista. Nessa evolução, muitas publicações surgiram e morreram, outras foram criadas e sobrevivem até hoje. Com o desenvolvimento das TIC, muitas revistas passaram a ter lugar no ambiente virtual, o que afetou suas características iniciais no tocante aos elementos textuais utilizados nelas. Atualmente, por exemplo, uma revista digital apresenta, além do texto e da imagem estática, outros elementos textuais como o hiperlink, a imagem dinâmica, o vídeo, o som, as caixas de diálogo de interação com o público etc. Presentes na internet, as plataformas de publicação digital são diversas e se apresentam como um espaço de autoria em que o consumidor passa a ser também produtor de conteúdo, assumindo papel ativo nesse ambiente.