• Nenhum resultado encontrado

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS: ENSINO, DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ana Paula Rosseto Tavares(FAFIMAN) (paulinharosseto@hotmail.com) Jennifer Nathalia Meireles Domingos Alves(FAFIMAN) (meirelesnah@hotmail.com) Dalva Linda Vicentini(FAFIMAN) Comunicação oral

Introdução

Este trabalho tem o intuito de discorrer a relação que o brinquedo tem com a criança e a sua importância para o auxílio do desenvolvimento cognitivo, de modo significativo que faz relacionar vivencias com o brincar e proporciona a relação com o mundo real e o domínio de conhecimentos e a interação com a cultura.

O artigo apresenta opiniões de diversos autores entre eles Vygotsky (1998), discorrem sobre o conceito do brinquedo e suas interferências no desenvolvimento humano e nas interações sociais e condições de vida.

Lev Semenovitch Vygotsky (1896-1934), nasceu em Moscou na Rússia, foi um professor e pesquisador na área da Pedagogia e Psicologia. Era partidário da revolução Russa e acreditava em uma sociedade igualitária sem conflito social e opressão. Sua teoria foi elaborada com base no desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio histórico, destacando a importância do papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, por esse motivo sua teoria é chamada de histórico-social.

Para Vygotsky o desenvolvimento intelectual infantil é um processo consecutivo de obtenção de controle ativo sobre funções inicialmente passivas. Desde os primeiros dias de vida, as ações que a criança realiza tem um significado próprio em um sistema de comportamento social, que refletem as situações do cotidiano do seu ambiente cultural, e a implicação nos processos psicológicos, na atenção, imaginação, pensamento, concentração e raciocínio.

As competências do indivíduo precisam ser consideradas no processo de ensino- aprendizagem, quando se tem relação com uma pessoa mais experiente e com um histórico- cultural as competências do principiante são modificadas em ações inspiradoras esquemas processuais cognitivos ou comportamentais, o convívio possa produzir no indivíduo novas competências, num desenvolvimento dialético consecutivo. A escola tem uma função fundamental na construção e no desenvolvimento da aprendizagem, fazendo que o indivíduo busque novas conquistas e desenvolva seu potencial.

Vygotsky interessou-se pelo estudo da infância e da atividade lúdica expressa pela criança, e atribuição da importância do papel da interação social no desenvolvimento do indivíduo. Sendo assim o brinquedo é um importante vínculo no processo do desenvolvimento. O termo “brinquedo” refere-se ao ato de brincar, mais especificamente ao jogo de papeis ou para com as brincadeiras de faz-de-conta, isso se dá por causa da atuação simbólica no processo de abstração de ideias.

Por meio da brincadeira a criança desenvolve a coordenação motora fina e global, linguagem, percepção, representação, memoria e outros desempenhos cognitivos que estão interligados, e favorece o equilíbrio afetivo que se gera apropriação de signos sociais. Quando a criança está brincando se coloca em diversas situações imaginárias, e assume diversos papeis e abre caminhos para se ter autonomia, criatividade, explorar significados e sentidos.

No brinquedo a criança aprende a usar o cognitivo para as realizações internas, as atividades desenvolvidas com o mesmo são primordiais que auxilia nos processos psicológicos para a transmissão para um novo conhecimento. Ao brincar a criança compreende os significados dos objetos inseridos em seu meio.

A representação no brinquedo ocorre de uma experiência em que a criança vivenciou em seu meio sociocultural e que se tornou uma lembrança que internalizou, não sendo apenas uma imaginação.

Para criança se desenvolver ela precisa de uma base e mediações de um adulto, pois através do conhecimento acumulado irá se aprimorar e ampliar seus conhecimentos, Vygotsky trata isso como “zona de desenvolvimento proximal”, pois o indivíduo executa o que já fez, ou viu alguém fazer, e desenvolve esse preceito por meio das brincadeiras simbólicas.

A imaginação nunca tem um fim ela sempre irá se desenvolver, porém ela se torna mais rica e madura conforme o passar do tempo, pois quando criança a imaginação é lúdica e já o adulto altera para algo mais concreto e complexo. A imaginação e a emoção são

reciprocas, no mesmo instante em que as imaginações são fantasiadas e relacionadas com o cotidiano da criança, cria-se personagens imaginários consequentemente se tem a emoção.

Portanto, por meio do brinquedo se desenvolve diversas possibilidades para amadurecer o indivíduo, a brincadeira proporciona o estimulo educativo, onde qualquer indivíduo tem a capacidade de inventar e criar algo novo. A imaginação é desenvolvida nas experiências sociais. O ambiente em que o indivíduo está inserido irá implicar em seu modo de ser, agir e pensar.

Desenvolvimento humano: algumas considerações

No decorrer da história houve diversas concepções analisadas pela psicologia sobre o desenvolvimento humano. Elas buscam compreender como cada indivíduo se tornou o que é, e quais os meios necessários para se alcançar as modificações e possibilidades de aprender.

O biologismo e o inatismo defendem que os fatores hereditários e o papel da maturação orgânica são agentes transformadores das capacidades psicológicas do indivíduo, e os fatores externos a ele não são tão influentes. O desenvolvimento acontece com o tempo e com isso são atribuídas as características de cada pessoa, esse pensamento é muito presente na educação infantil, pois acreditam que ao depositarem os conhecimentos na criança irá acumular e aflorar as aptidões e maturações.

Outras correntes explicativas, pensam que o ambiente é o fator principal para o desenvolvimento humano, para elas o indivíduo tem plasticidade para se adaptar em diversas situações para sobrevivência, sendo capaz de aprender comportamentos que são favoráveis para o seu bem estar. Esse pensamento teve implicações na educação infantil, pois foi promovido a elaboração de programas de intervenção que tratam sobre o cotidiano e a aprendizagem das crianças. Porém esse conceito minimiza a iniciativa do próprio indivíduo e as ações de outras pessoas que também convive nesse meio social serem diferentes.

Com essas diversas contradições surgiu na psicologia uma corrente que advoga a relação de reciprocidade entre o indivíduo com o meio, o desenvolvimento humano não acontece de uma ação isolada de fatores genéticos que procuram condições para ter a maturidade nem de fatores ambientais que atuam sobre o organismo, inibindo seu comportamento. Provém, antes, de trocas mútuas que se constituem durante a vida toda entre o indivíduo e meio, havendo implicações de seus aspectos um sobre o outro. “Como todo

organismo vivo, o humano inscreve-se em uma linha de desenvolvimento condicionada tanto pelo equipamento biocomportamental da espécie quanto pela operação de mecanismo gerais de interação com o meio.” (OLIVEIRA, 2005, p.126).

Neste ponto de vista, não se tem uma essência a humana e sim uma edificação do homem em sua constante atividade em adaptar-se a um ambiente. Quando a criança modifica o ambiente ao mesmo tempo é modificada por ele, havendo uma reciprocidade, ou seja, quando se constrói seu meio é atribuído significações, a criança é por ele moldada, adquire ações culturais que modificam seu modo de expressar, agir, pensar e sentir.

Nosso trabalho acredita nesta concepção que Vygotsky aborda e que a autora Oliveira (2005) descreve sobre a sua teoria e a do francês Wallon. Ambos contribuíram para o conhecimento sobre a maneira da criança ser e se modificar, assim amparam os pesquisadores da área da educação infantil. Consideram a relação social do sujeito inserido dentro de uma cultura.

Para Vygotsky a elaboração do pensamento e da subjetividade é um processo cultural que não acontece de maneira espontânea e universal da espécie humana, ela acontece através de signos e ao emprego de instrumentos elaborados pela história do homem em um contexto social determinado. O ser humano desenvolve suas capacidades sensoriais pelo uso de instrumentos que são construídos por meio da interação com outros indivíduos. Esses instrumentos não se limitam nas dimensões materiais, mas incluem a uso de signos, ações que estimulam as diferentes funções mentais e com o decorrer do tempo essas ações vão se tornando cada vez mais complexas.

Os signos não são inventados ou desvendados pelo indivíduo, mas se apropria logo quando nasce por meio da relação com outras pessoas de faixa etária maior que dão significados para suas ações que são realizadas, ou seja, quando se tem a relação de um adulto com uma criança é compartilhado significados culturais.

Ao realizar uma tarefa conjunta as ações são entrelaçadas, a criança imita o parceiro e se apropria de suas indicações, ela pode fazer indicações a si mesma tendo um desempenho independente, Vygotsky afirma que toda função psicológica começa em uma situação interpessoal e depois passa ser uma situação intrapessoal. São ações que primeiramente são resolvidas em coletivo e depois são funções psicológicas do indivíduo, pois ele começa a memorizar, perceber e solucionar os problemas.

A criança modifica as informações que recebe conforme suas estratégias e conhecimentos já adquiridos em momentos vivenciados com outras pessoas mais experientes. A noção de zona de desenvolvimento proximal se refere à influência entre a etapa do desenvolvimento atual da pessoa (habilidade de proporcionar uma ação independentemente de pistas externas, realizando funções maduras) e a habilidade de responder norteado por indícios externos a ele (fundamentada em funções em processo de amadurecimento). Depois de agir com esses instrumentos externos (gestos, instruções, estratégias) a pessoa cria um intermédio semiótico interno e responde ás situações com embasamento em considerações, representações, capacidades e outros recursos.

O pensamento é desenvolvido na vida social, conforme são os modos de organização do ambiente presentes em determinado contexto social é fornecido para as pessoas os objetos, conhecimentos, técnicas e as causas necessárias para executar as tarefas sociais historicamente estabelecidas naquela cultura. A execução dessas tarefas, por sua vez, altera esses instrumentos materiais e simbólicos ou a criação de outros.

A apropriação da linguagem de seu grupo social estabelece o processo mais importante para o desenvolvimento do indivíduo, a obtenção de um sistema linguístico oferece uma configuração ao pensamento e reorganiza as funções psicológicas da criança, sua atenção, memória e imaginação.

Wallon analisava o desenvolvimento humano era resultado de uma dupla história, que abrange as condições do sujeito e as contínuas circunstâncias onde se envolve e às quais responde. As ações das crianças é possível pelos recursos que lhe são oferecidos tanto pelo instrumento material quanto pela linguagem que é empregada em seu meio social, essa mediação acontece pela interação com outras pessoas, sendo essencial na construção do pensamento e da consciência de si.

Segundo Wallon todo ser humano possui um sistema específico que interage com o meio em que está inserido, esse sistema integra as ações em um processo de equilíbrio funcional que envolve a motricidade, afeto e o cognitivo. O indivíduo quando interage com o outro estabelece um processo de identificação por meio da imitação e se diferencia por oposição, cada indivíduo constrói um pensamento de si mesmo, enquanto sujeito, pelo imergir em uma experiência interpessoal, deletando suas limitações e construindo uma unidade momentaneamente indissociável com o próximo ou com o mundo, onde ele não sabe o que é

seu (ações, opiniões, reações, entre outros) e o que não é, por essa razão tenta ser diferente e elimina os elementos que julga ser do outro.

Quando a criança imita mostra que interiorizou o modelo, tendo uma estrutura de uma imagem mental e que reproduz em suas atitudes, aparecendo nas brincadeiras de faz-de-conta. Ela imita a mãe, e da de comer a uma boneca, exterioriza gestos e verbalizações que vivenciou, a criança utilizou o papel da mãe para poder representar.

As desordens surgidas em suas interações com outros indivíduos possibilitam a criança elaborar ações coletivas que expandem sua entrada ao meio simbólico e cultural que o cerca. Conforme se contradiz com os outros e não imitá-los deixa de confundir sua existência com tudo o que dela participa. A relação eu-outro passa a ser mais diferente e a criança começa a reagir com mais facilidade não só a impressões presentes, mas a lembranças e imagens.

Oliveira (2005), diz que desde o nascer a criança é confrontada pelas características físicas de seu meio e com o mundo de construções materiais e não materiais formadas pelas gerações precedentes, do qual não possui consciência. Essas constituições comportam dimensões objetivas (formas de organização social, de atividade ou de trabalho, ferramentas ou obras) e dimensões representativas, codificadas principalmente pelo vocabulário das línguas naturais, plenas de significados e de valores contextualizados.

O trabalho formativo ocasionado pela interação com outras pessoas se prolonga por toda a vida, especialmente pela educação escolar, e garante a obtenção, representação e modificação dos significados sociais estabelecidas na história da espécie. Com isso, uma vasta área de transformação individual se abre para a criança.

Na relação com os parceiros, aprendem que ser membro de um grupo envolve competências para aquiescer e contrapor-se, em momentos variados, ser dependente ou independente, líder ou seguidor, além de refletir sobre o que significa ser justo, verdadeiro, belo. É uma valiosa arena de crescimento pessoal (OLIVEIRA, 2005, p.140).

Quando as crianças são estimuladas na educação infantil a trabalhar em grupo com atividades adequadas no seu nível de desenvolvimento e seus interesses (brinquedos, jogos, experimentações físicas, entre outros), começam a elaborar sequencias de trabalho que se mostram capacitados de criar e desenvolver iniciativas. A criança executará futuramente as ações que hoje elabora em conjunto com outras pessoas.

O brincar com o outro, é uma experiência de cultura e um complexo processo interativo e reflexivo que abrange a elaboração de habilidades, conhecimentos e valores sobre o mundo. O brincar contém o mundo e ao mesmo tempo colabora para expressá-lo, pensá-lo e recriá-lo. Desta maneira, os conhecimentos da criança se ampliam sobre si mesma e sobre a realidade ao seu redor.

Os processos de desenvolvimento e de aprendizagem interligados com brincar são também essenciais para o processo de assimilação de conhecimentos. As ações executadas pelas crianças ultrapassam o desenvolvimento já adquirido (desenvolvimento real), se impulsiona para conquistar novas possibilidades de compreender o mundo e as atuações sobre o mundo.

A importância do brincar

Por meio do brinquedo a criança aprende agir em uma esfera cognitiva que necessita de motivações internas, ou seja, sua imaginação e prazer pelo objeto que utilizará em sua ação. Na educação infantil acontece uma caracterização entre os campos do significado e visão. O pensamento anteriormente era dominado pelo objeto exterior, começa a ser conduzido pelas ideias. A criança então, brinca pela necessidade de atuar em relação ao mundo mais vasto dos adultos e não exclusivamente ao mundo dos objetos que tem acesso, pelo brinquedo a criança reproduz as ações dos adultos e cautela-se em ser coerente com as ações adquiridas.

É incorreto falar que o brinquedo proporciona prazer à criança por duas razões. Primeiro, tem crianças que encontram maior prazer em outras atividades, como por exemplo (chupar chupeta). E segundo se tem os jogos que pode não ser tão agradável, principalmente se o resultado não for satisfatório, ocasionando o desprazer, como por exemplo jogos que podem serem ganhos ou perdidos (VYGOTSKY, 1989).

O prazer não é analisado como uma característica do brinquedo, e as teorias ignoram que o brinquedo é um complemento para com as necessidades da criança, e sem uma ação dominante no brincar. Ao ignorar as necessidades da criança e a falta de incentivá-los, não haverá compulsão da elevação de um estágio de desenvolvimento para outro, pois a mudança está interligada com as motivações, tendências e incentivos. A cada faixa etária que a criança passa em cada uma ela cria interesse em algo e conforme sua maturidade seus interesses se

modificam, é impossível ignorar que o brinquedo satisfaz algumas necessidades da criança, mas o brinquedo não pode ser entendido como uma forma de atividade e sim algo que satisfaz as necessidades.

Na idade pré-escolar aflora muitas tendências e desejos que não são possíveis de serem concretizados imediatamente, porém em alguns casos poderá ser entendida e tranquilizada para esquecer seu desejo, e nas situações em que a criança não se acalma ou esquecer o seu anseio, ela se envolve em um mundo ilusório e imaginário e seus desejos podem ser concretizados, e essa articulação é chamada de brinquedo, pois a imaginação se torna um brinquedo sem ação.

Para Jarvis (2011), a brincadeira favorece o desenvolvimento da criança, principalmente fornece uma base psicológica para as habilidades sociais e intelectuais que amparam os indivíduos na vida adulta, pois suas relações sociais se tornam cada vez mais complexas, assim a brincadeira é uma experiência flexível e auto direcionada, que auxiliam nas necessidades das crianças como para a sociedade posterior, que habitará na vida adulta. “A brincadeira é pré-eminentemente, uma atividade útil através da qual uma grande aprendizagem é adquirida.” (JARVIS, 2011, p.25).

Vygotsky (1989), determina conceitos para diferenciar o brincar da criança de outras maneiras de atividade, no brinquedo estimulado e apropria-se de situações imaginárias, porem era vista apenas como um tipo de brincadeira. A situação imaginária não era vista como um aspecto esclarecedor do brinquedo, mas era analisada como um processo de subcategorias próprias do brinquedo.

Esses conceitos são insatisfatórios por três perspectivas. Primeiro se o brinquedo é visto como simbólico, pode ocorrer em ser entendido como a álgebra, ou seja, onde algo é representado por meio de símbolos, o brinquedo poderia ser caracterizado como um conjunto de signos que pluralizam a realidade, não havendo um conceito especifico do brinquedo. A criança não pode ser registrada pela coerência em álgebra que não consegue realizar e escrever os símbolos e os representa em ação. O brinquedo não é uma ação simbólica, e sim é um meio necessário para se ter a motivação no mesmo. Segundo, ressalta a importância dos processos cognitivos, á um desmazelo não apenas com a motivação mas também com as circunstâncias da atividade da criança. Terceiro com isso não se tem a compreensão do papel do brinquedo no desenvolvimento.

Por meio da brincadeira a criança realiza sua satisfação, aprimorando-se das situações imaginárias, automaticamente é voltado para o emocional do próprio brinquedo. O brinquedo pode ser visto como algo que há regras, mesmo que é utilizado muitas vezes em situações imaginárias, ele contém regras de contém regras de comportamentos que são impostas pela sociedade, mesmo que não seja um jogo com regras formais propostas. É observável que as crianças representam ao brincar vivências do seu cotidiano, fazendo um paralelo realidade- imaginação. Ao representar suas ações pelo brinquedo irá agir como ela gostaria que fosse na realidade, expõe também as regras de comportamento que estão expostas e aquelas que são aceitáveis para a situação do brinquedo. Muitas vezes na realidade não se nota e nem tem relevância, para a criança se torna uma regra de comportamento no brinquedo.

Em toda via a situação imaginaria no brinquedo haverá regras, não regras formuladas e que se alteram no decorrer do jogo, mas sim as que tem origem na própria situação imaginaria, ou seja, toda representação da criança é baseada pelas regras de comportamento.

O brinquedo tem uma grande influência no desenvolvimento infantil, no brinquedo a criança descobre como agir numa esfera cognitiva, pois depende das motivações internas e não dos incentivos proporcionados pelos objetos externos.

Os objetos para a criança se torna meios para suas realizações imaginárias, ou seja, os objetos perdem sua autonomia determinadora. Assim a criança cria situações independentemente do que ela vê.

Ao realizar as ações de situação imaginária, a criança trás o significado da situação, ou seja, uma criança pequena tem extrema dificuldade de separar o significado da percepção visual, ao pedir para uma criança repetir a frase “Tânia está de pé”, porém se Tânia está sentada em sua frente, ele modificará a frase “Tânia está sentada”. A ligação entre a percepção e significado é presente no processo de desenvolvimento da fala das crianças, quando se diz para a criança algo ou algum objeto ela irá procura-lo em seu campo de visão, pois a palavra tem significado que se origina de uma localização espacial particular (Vygotsky, 1989).

Na Educação Infantil acontece uma discordância entre os campos do significado e da visão. No brinquedo, o pensamento se segrega dos objetos e a ação ocorre das ideias e não das coisas, suas ações são determinadas pelas ideias e não pelos objetos, havendo uma troca de relação da criança com a situação concreta, real e instantânea, sendo difícil subestimar seu verdadeiro significado (um cabo de vassoura se torna um cavalo por exemplo). A criança não

executa essa transformação de repente, é complicado para ela desprender o pensamento (o significado da palavra) dos objetos.

Documentos relacionados