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CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA COLABORATIVA PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

Cassia Cristina Bordini Pirolo2

Resumo: Vários trabalhos de pesquisa científica têm sido realizados no Brasil, cuja

metodologia utilizada foi a pesquisa colaborativa. Os trabalhos aqui retratados objetivaram a formação de docentes, em ambiente escolar, nas etapas de ensino da educação básica. Este artigo tem por objetivo investigar as contribuições da pesquisa colaborativa para a formação de docentes. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. Dentre os trabalhos analisados consideramos ao final do artigo que as pesquisas cuja metodologia seja colaborativa, em específico no ambiente escolar, têm trazido grande contribuição para a formação de docentes. Concluímos por meio de pesquisa bibliográfica, que a metodologia de pesquisa colaborativa é eficaz para a formação de docentes em diferentes etapas da educação básica e faz-se necessário ampliar as pesquisas cuja metodologia seja a pesquisa colaborativa no ambiente escolar, para que a formação do docente seja efetivada e consolidada.

Palavras-chave: Pesquisa Colaborativa. Formação Docente. Formação em Serviço. Etapas de

Ensino.

Introdução

Iniciamos o nosso trabalho em consonância com as aspirações a serem investigadas a respeito das contribuições da pesquisa colaborativa para a formação docente e discorremos sobre a pesquisa colaborativa, que é o tema principal desta pesquisa.

A pesquisa colaborativa segundo Ibiapina (2008, p. 33), "significa oportunidade igual e negociação de responsabilidades, em que os partícipes têm voz e vez em todos os seguimentos da pesquisa", ou seja, existe a divisão de tarefas e comprometimento do pesquisador e pesquisado.

Mas, afinal, o que é colaborar? Consultando o dicionário Michaelis online em busca do significado da palavra "colaboração" encontramos a seguinte definição: ato de colaborar; cooperação; ajuda. Trabalho feito pelos colaboradores. Conjunto dos

2 Aluna especial do Programa de Pós-Graduação de Mestrado em Educação - Universidade Estadual de Londrina. Professora graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina. Pós -Graduada em Educação Inclusiva - Universidade Norte do Paraná. Professora QPM da rede pública regular de ensino. cassiabordini@seed.pr.gov.br

colaboradores. Reunião de duas ou mais pessoas que trabalham juntas para produzir ou utilizar uma aplicação multimídia.

Compreendemos, então, que a colaboração envolve pares ou conjunto deles, em prol de algum tipo de trabalho, realizado em colaboração e ajuda para produzir ou utilizar algo.

A pesquisa colaborativa parece-nos um tipo de metodologia de pesquisa muito eficiente para a formação de docentes, se não a mais eficiente delas.

Quando definimos a colaboração, corroboramos com Ibiapina (2008, p. 113) quando afirma que

[...] processos de aprendizagem construídos colaborativamente oferecem potencial de auxílio para concretização do pensamento teórico, bem como de práticas emancipatórias, já que fortalece a prática docente, abrindo caminhos para o desenvolvimento pessoal e profissional de pesquisadores e professores.

Se há aprendizagem, há mudança e é possível e válido todo o esforço em prol da mudança, mudança para melhor, da mudança para a concretização da aprendizagem. Quando aprendemos estamos aptos a atuar, modificar o que era velho e atualizar e a isso damos o nome de formação. Uma nova formação, uma nova concepção, uma nova atitude frente ao fazer.

A colaboração permite, segundo Rabelo (2012), aprimoramento de conhecimentos pedagógicos e didáticos, na possibilidade de desenvolver uma cultura de trabalho conjunto; estudar, planejar, socializar dificuldades, confiar no outro, compor propostas juntas, respeitar os conhecimentos e limitações uns dos outros, criarem vínculos que viabilizem a colaboração para resolverem as problemáticas evidenciadas na prática.

Embora algumas práticas formativas tentem alcançam um bom nível de mudança em seus envolvidos, podemos dizer que existem falhas na formação como cita Barth (1993, p. 25, apud LOIOLA, 2004, p. 12) "o maior desafio a superar na formação de professores e de formadores de professores é, sem dúvida, chegar a uma mudança conceitual desses profissionais quanto à relação entre o saber e sua construção".

Entendemos que existem barreiras a serem superadas quando falamos de formação, tanto de quem é formado, quanto de quem forma, em estabelecer relação entre teoria e prática.

Todos os esforços são válidos na tentativa de formar, tornar preparado. Vários trabalhos científicos têm sido realizados utilizando a metodologia da pesquisa

colaborativa com vistas à formação docente, vindo ao encontro da necessidade de formar professores já que as demandas que as escolas recebem são cada dia mais diversificadas, e com a formação contínua os professores podem se atualizar e enfrentar as diversas situações do dia a dia.

Fundamentação teórica

Segundo Alarcão (2001, p. 100) a formação continuada é "um processo dinâmico pelo qual, ao longo do tempo, um profissional vai adequando sua formação às exigências de sua atividade profissional". Pensamos ser este o propósito da formação continuada no campo educacional, devido à demanda heterogênea de alunos que temos encontrado em nossas salas de aula e recebido diariamente em nossas escolas, percebemos que a cada dia o professor deve passar de transmissor a facilitador do conhecimento, como sabemos a escola foi e está projetada para atender a homogeneidade, buscando redefinir o papel do professor e repensar a formação docente.

Pesquisas sobre formação docente indicam a necessidade de adaptação dos modelos de formação vigente, a fim de formar professores que possam enfrentar os desafios propostos dia a dia no trabalho e que possam "fazer face ao rápido avanço do conhecimento que lhe é essencial" (RODRIGUES, 2008, p. 09).

Um recente modelo de formação em serviço tem dado grandes resultados, a pesquisa colaborativa. Neste tipo de pesquisa, o papel do pesquisador é de formador, e necessita da participação do outro (professor) para a concretização do seu trabalho. A formação em serviço por meio da pesquisa colaborativa objetiva e alcança a construção e reconstrução de significados.

A pesquisa colaborativa é desenvolvida segundo Ibiapina (2008, p. 09) "com o propósito de transformar as escolas em comunidades críticas de professores que problematizam, pensam e reformulam práticas, tendo em vista a emancipação profissional".

Segundo Mendes e Gauche (2008, p. 03) a pesquisa colaborativa tem alcançado os seguintes benefícios:

a) criar uma estrutura que facilita, para os professores, reflexão e ação sobre as desordens do ensino e os problemas escolares; b) a estrutura colaborativa une os professores, encoraja novas interações, gera possibilidades de professores assumirem novos papéis e exibirem lideranças; c) os problemas que ocorrem com professores em suas escolas revelam-se muito mais neste tipo de pesquisa, do que na tradicional; d) a pesquisa colaborativa legitima o conhecimento prático dos professores e sua definição dos problemas, tanto para a pesquisa, quanto para o

desenvolvimento profissional da equipe; e) tanto o processo de interação do grupo, quanto o conteúdo do que é aprendido, estreitam a lacuna entre "fazer pesquisa" e "implementar achados de pesquisas"

Com as afirmativas de Mendes e Gauche (2008) a pesquisa colaborativa revela benefícios grandiosos aos que dela participam e surpreende os pesquisadores que dela se valem, permitindo que haja reflexão sobre as ações, ordenando o ensino e fazendo com que a colaboração una os professores nas tomadas de decisões ao enfrentamento de situações problemas. Nos faz perceber que este tipo de pesquisa mostra facilmente os problemas encontrados nas escolas, agilizando a solução, identificando líderes capazes de lidar com tais situações. Ainda, a interação na pesquisa colaborativa é favorável pois experimenta na prática a teoria da pesquisa e a colaboração permite que cada envolvido traga o seu saber-fazer, sua experiência favorecendo a formação em serviço, dentro do próprio ambiente de trabalho (escola).

A pesquisa colaborativa tem sido aplicada por vários pesquisadores pelo fato de que oportuniza o trabalho colaborativo, a troca de ideias, reflexões, estudos teóricos, experiências, planejamentos e ações e com isso é possível transformar as escolas em comunidades e professores críticos que pensam sobre suas ações, as problematizam e agem sobre elas, elevando, assim o seu potencial de formação e a sua emancipação. Quando forma, torna o professor reflexivo, criativo e ativo em sua prática.

Mendes e Gauche (2008, p. 03) definem a perspectiva reflexiva

[...] para além da reflexão em si, ou mesmo no ensino, e volta-se para a compreensão em si e da humanidade como ética e politicamente comprometidos com a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática.

Entendemos que a reflexão permite que os envolvidos na ação reflitam, ajam sobre ela e tenham consciência ampla do contexto elevando as teorias a aspectos éticos e pensantes em um todo, como sociedade em geral, ou seja, a partir da experiência vivida o comportamento e pensamento dos envolvidos sofrerá significativas mudanças atitudinais e conceituais.

Em relação aos diferentes atores do processo de ensino aprendizagem, sabemos que estes não têm a obrigação de participar da pesquisa em todas as suas etapas, mas "contribuir para que o objetivo comum seja alcançado" (MENDES e GAUCHE, 2008 p. 03). Espera-se que os envolvidos na pesquisa colaborativa estabeleçam parceria, trabalhando pelo mesmo objetivo, o conhecimento, em prol de todos os alunos. Atores diversos poderão ser

envolvidos na pesquisa, como: diretor, pedagogo, funcionários, família e os próprios alunos. Este tipo de pesquisa apresenta muitos benefícios e inovações mas, desafios diversos são encontrados durante a sua realização como cita Ibiapina (2008, p. 113) "valorizar o pensamento do outro e a construir um ambiente de discussão, de autonomia e de respeito mútuo". Por muitas vezes gostaríamos que prevalecesse a nossa ideia e não levamos em conta as aspirações do outro e não permitimos que elas se manifestem, ofuscamos o outro e não admitimos a mudança, ou seja, não os respeitamos, daí fica difícil a colaboração, a troca, a reflexão, a produção de novos conhecimentos.

A seguir analisaremos as contribuições de estudos que se utilizaram da metodologia da pesquisa colaborativa, em suas pesquisas, nas etapas da educação básica, assim classificadas: educação infantil, ensino fundamental I e II e ensino médio e esperamos que seja promissor na formação de docentes e consequentemente auxilie nas práticas educacionais, potencializando os professores para que resolvam situações do cotidiano, atendendo a heterogeneidade e que os professores percebam a necessidade da formação contínua.

Método

O presente artigo se valerá da metodologia de pesquisa bibliográfica nacional que visa reunir trabalhos científicos que relatem pesquisas que utilizaram a metodologia da pesquisa colaborativa com vistas à formação de docentes. Para tal foram consultados artigos, periódicos, relatos de experiências, livros, revistas, teses e dissertações.

A ideia principal foi angariar trabalhos de pesquisas realizadas, para tal, escolhemos o site do Portal de Periódicos da CAPES. No site do Google, digitamos "portal de periódico da CAPES" e clicamos no primeiro link da página. Ao visualizarmos a página, procuramos pelo campo "busca por assunto" e digitamos a palavra-chave, "pesquisa colaborativa na formação docente". Nos foi apresentado 47 trabalhos. Em seguida, lemos o resumo de todos os trabalhos a fim de verificar se atendiam os nossos objetivos. Destes 47 trabalhos, selecionamos 14 que foram salvos em uma pasta no computador. Dos 14 trabalhos escolhemos 08, que foram utilizados para a realização do presente artigo.

Outros trabalhos utilizados nesta produção são documentos físicos de posse da autora.

Objetivo

Investigar as contribuições da pesquisa colaborativa para a formação de docentes em diferentes etapas de ensino da educação básica.

Resultados e discussão

Contribuições da pesquisa colaborativa para a formação de docentes da educação infantil.

Nesta etapa da educação básica vamos analisar 02 trabalhos que se utilizaram da metodologia da pesquisa colaborativa (LOIOLA, 2004; FERNANDES, 2014).

A educação infantil é a primeira etapa de escolarização de uma criança que compreende os estudos entre os 0 e 5 anos. A Diretriz Curricular Nacional da Educação Infantil (2010, p. 14) a define como:

primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, às quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social. É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção.

Para tanto, é necessário que os professores que trabalham com estas crianças estejam preparados para atendê-los em suas necessidades, para que garantam a qualidade destacada na Diretriz. A legislação brasileira, em especial a Constituição Federal do Brasil (1988), prevê que "os professores que trabalham com a educação sejam capacitados". A partir de então preocupa-se com a formação inicial e continuada dos professores em geral e com os da educação infantil, que vem afirmada por Loiola (2004, p. 01) em sua pesquisa financiada pela CAPES

a formação inicial (pré-serviço) e a etapa que se segue, a formação continuada ou contínua (em serviço) de professoras de Educação Infantil, adquiriram especial relevância e passaram a ser um aspecto especialmente crítico no cenário das políticas públicas educacionais.

O modelo colaborativo de formação contínua, tem se tornado um excelente método de formação permitindo a aproximação da universidade com o contexto escolar. Segundo Loiola (2004, p. 03) "é difícil imaginar um modelo de formação continuada distante do exercício profissional, fora da escola e separado dos colegas de trabalho". A afirmativa da

autora nos leva a conceber a pesquisa colaborativa como um recurso positivo de formação continuada do docente e que deve ser amplamente divulgado possibilitando que o conhecimento chegue aos interessados e envolvidos em processos educativos.

Loiola (2004, p. 14) afirma em sua pesquisa realizada em uma creche-escola (educação infantil) no município de Fortaleza, estado do Ceará "que a reflexão colaborativa é uma excelente ocasião para socializar conhecimento e, ao mesmo tempo, transformar práticas através de uma linguagem comum" e "oferece um certo potencial de desenvolvimento nos planos teórico e metodológico".

Socializar o conhecimento é algo impressionante, pois por meio dele poderemos colocar em situação de reflexão os conhecimentos adquiridos, contestar com os conhecimentos presentes e tornar a indagar as práticas atuais a fim de que as situações se renovem, se refaçam e tomem novos rumos.

Fernandes (2014), publicou um artigo em que relata a pesquisa que realizou no Programa de Mestrado pela Universidade do Vale do Sapucaí em Minas Gerais. A autora propôs formar professores para a inclusão, por meio da pesquisa colaborativa, em uma escola municipal no interior do Estado de São Paulo. A pesquisa teve como participantes 10 professores da sala de aula regular e 01 professora da educação especial. Como resultado da pesquisa em relação à formação docente, a autora afirma que "o sentido de formação profissional continuada centrada na escola e no exercício profissional e as pesquisas desenvolvidas pelos professores mostram-se como encaminhamentos adequados a essa construção" (p. 19).

A conclusão da autora nos leva a conceber que a formação na prática é eficaz para a formação de docentes.

A educação infantil é a porta de entrada das crianças na escola, por isso deve ser dada grande atenção e adequada escolarização a elas para que as próximas etapas não sejam comprometidas por falta de conteúdo ou estimulação adequadas, aumentando assim a probabilidade de permanência e sucesso nos níveis de ensino que seguem. Um professor preparado e formado adequadamente certamente fará toda a diferença na vida escolar das crianças.

Alguns pesquisadores têm optado por realizar as suas pesquisas colaborativas no ensino fundamenta I e II como veremos a seguir.

Contribuições da pesquisa colaborativa para a formação de docentes do ensino fundamental I e II.

Para a etapa do ensino fundamental I e II foram selecionados alguns trabalhos que se utilizaram da metodologia de pesquisa colaborativa com vistas à formação docente (RABELO, 2012; TOLEDO e VITALIANO, 2012; ALMEIDA, 2007; VIOTO, 2013).

Prioritário em relação à educação infantil, o ensino fundamental I e II, de nove anos, com matrícula obrigatória a partir dos 6 anos de idade, alteração da LDB pela Lei nº 11.274/2006, também revela a necessidade de formar seus professores no sentido de melhorar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos que dele se beneficiam.

Rabelo (2012), realizou sua pesquisa de mestrado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), em três escolas do município de Marabá, no estado do Pará, utilizando o 1º e o 2º ano do ensino fundamental I e uma sala de recursos multifuncional do ensino fundamental II, cujos espaços continham, cada um, um aluno avaliado com transtorno geral do desenvolvimento (autismo). Os participantes se constituíram de cinco professoras do ensino especial, duas professoras da classe comum de ensino, uma estagiária de pedagogia, a pesquisadora e três alunos autistas. O objetivo foi analisar as potencialidades e limites desta experiência na formação continuada de professores, através do ensino colaborativo com profissionais que atuam no ensino comum e no ensino especial. Para a coleta dos dados a autora utilizou questionários para professores e alunos, roteiros de diário de campo, questionário para grupo focal, sessões de observação diagnóstica, encontro de estudos, encontro de planejamento e reflexão, intervenção, avaliação e sessões de colaboração em sala de aula.

Como conclusão da pesquisa Rabelo (2012, p. 153) cita que "as experiências de ensino colaborativo funcionaram como uma estratégia rica de formação continuada" e sugere que "a introdução desta filosofia de trabalho no currículo dos cursos de licenciatura poderão contribuir em grande medida para a formação de futuros professores".

Apreciamos a experiência positiva da pesquisa em colaboração citado por Rabelo (2012) que se torna incontestável para o enriquecimento da formação de professores que trabalham com a heterogeneidade. A autora sugere que os cursos de formação de professores adotem esta metodologia, tamanha é a sua eficácia.

Toledo e Vitaliano, revelam dados de sua pesquisa de mestrado em um artigo publicado pela Revista Brasileira de Educação Especial, no ano de 2012, que teve como objetivo investigar a eficácia de um programa de formação de professores que atendiam alunos com deficiência intelectual em suas salas de aula, em uma Escola Estadual de Ensino Fundamental II, no município de Arapongas, estado do Paraná. Trata-se da formação de 02 (duas) professoras, por meio de pesquisa colaborativa dividida em três fases: identificação das características do contexto; programa de intervenção e avaliação.

Os resultados da pesquisa foram analisados em três momentos conforme as fases da pesquisa e ao término as autoras concluem que

a pesquisa colaborativa consiste num importante recurso na preparação do professor para atuar neste novo modelo educacional que contempla a inclusão de alunos com DI, uma vez que participantes e pesquisadores contribuem mutuamente na realização dos respectivos trabalhos e ambos se beneficiam enquanto o projeto de pesquisa é desenvolvido. (p. 332)

Na pesquisa de Toledo e Vitaliano (2012) as participantes avaliaram "que o trabalho colaborativo foi eficaz porque as tarefas foram divididas, possibilitando atender a todos os alunos, e observar melhor o rendimento da turma" (p. 332).

As autoras concluem, ainda que, "as reflexões desenvolvidas em vários momentos no processo de intervenção contribuíram para a mudança de postura das participantes, o que favoreceu a aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual" (p. 332).

Percebemos a positividade da pesquisa de Toledo e Vitaliano (2012) em relação à formação de docentes e a grande contribuição que a pesquisa colaborativa trás para a os professores, transformando as práticas em inovadoras e capazes de solucionar problemas de aprendizagem dos alunos.

Em 2007, Almeida realizou uma pesquisa de doutorado utilizando a metodologia colaborativa com 12 professores, a equipe pedagógica e um pesquisador da UNIOESTE, na Escola Litterae Domus no estado do Paraná. Os professores atuavam no ensino fundamental I e II. O objetivo da pesquisadora foi, por meio da pesquisa colaborativa desenvolver a formação continuada, enfatizando práticas de escrita.

Em suas conclusões a autora afirma que os "resultados representam uma conquista da formação continuada realizada na escola, com a valorização de seus espaços e seus sujeitos" (p. 226) e "àqueles que se envolveram realmente com a proposta de formação, ela preencheu este espaço, dando rumos e sentidos às ações" (p. 233).

Os nossos achados de pesquisa nos mostraram uma pesquisa de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Mestrado, pela Universidade Estadual de Londrina, em Londrina - Paraná. A pesquisa foi realizada por Vioto (2013), cujo objetivo foi, desenvolver um processo de intervenção junto à supervisão pedagógica de uma escola municipal de Londrina, do Ensino Fundamental I, com vistas a favorecer o processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), por meio de uma pesquisa colaborativa.

A pesquisa de Vioto (2013) teve como participantes 1 supervisora pedagógica, 1 professora de apoio, 1 professora da sala de recursos e 10 professores regentes.

Ao final da pesquisa a autora concluiu que

experiências e reflexões proporcionadas por esta pesquisa nos permitiram constatar e reafirmar a importância do trabalho do supervisor pedagógico no que se refere à organização da escola inclusiva, bem como as contribuições do trabalho colaborativo como meio de formação dos profissionais da área da educação em relação ao processo de inclusão dos alunos com NEE.

Consideramos o supervisor pedagógico também um professor que necessita

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