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IV – Realização da Prática Profissional

C LIMA DE A ULA

As tarefas propostas foram quase sempre baseadas no jogo, por se considerar que o mesmo assume um papel central no processo de aprendizagem, tanto nas questões relacionadas com os processos motivacionais, como nos aspetos que envolvem a aquisição de conhecimentos. A aplicação de tarefas baseadas no jogo, surgiu sempre como uma oportunidade para o desenvolvimento dos aspetos de tomada de decisão nas diferentes situações de jogo, permitindo a exercitação contextualizada das habilidades motoras e a integração progressiva dos aspetos técnicos, táticos necessários à melhoria da qualidade e performance no jogo.

“Na segunda aula, mais uma vez, as tarefas propostas foram

sempre baseadas no jogo, pois cada vez mais acredito que para além destes exercícios se tornarem bastante motivadores, o mesmo assume um papel central no processo de aprendizagem. No entanto considero que devemos ter sempre em conta as capacidades e necessidades dos alunos para que estes solucionem problemas relacionados com a tomada de decisão nas diferentes situações de jogo, exercitando e integrando de forma progressiva as habilidades motoras necessárias à melhoria do jogo.” (Reflexão aula 71 e 72, 8ºC

– UD Andebol, 3º Período)

“Na segunda aula, as tarefas propostas foram sempre baseadas

no jogo e nos problemas que foram evidenciados no jogo 5x5 realizado na última aula.” (Reflexão de aula 76 e 77, 8ºC – UD

Andebol, 3º Período)

“O facto de a maioria das tarefas serem baseadas no jogo, permitiu

que os alunos entendessem as formas de solucionar os problemas surgiam no jogo tentando sempre adequar a execução da habilidade motora à tomada de decisão”. (Reflexão de aula 79 e 80, 8ºC – UD

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Desta forma, pode-se afirmar que esta estratégia funcionou bem, pois os alunos eram colocados perante situações onde exercitavam as habilidades técnico/táticas necessárias à resolução de problemas emergentes, tomando consciência da tomada de decisão e forma correta de executar os conteúdos, identificando os princípios táticos. A realização de tarefas baseadas no jogo além de ter conduzido à evolução do aluno, permitiu que motivação dos mesmos aumentasse, tornando o clima de aula positivo. A adequação das tarefas ao nível dos alunos, também se constituiu como uma estratégia de sucesso. Cada tarefa proposta tornou-se num desafio adaptado às necessidades e possibilidades de cada aluno, permitindo que todos os aprendizes evoluíssem e se sentissem motivados para aprender.

A constituição de um quadro competitivo, sobre a forma de campeonato, ao longo das aulas teve um ótimo contributo na promoção do gosto pela competição, pela festividade e pelo fair-play. No entanto inicialmente, foi necessário que o EE interviesse mais ativamente nas aulas, sensibilizando os alunos e os capitães de equipa para a necessidade de cooperarem na aprendizagem, e para que a aquisição de conhecimentos e evolução de todos era mais importante que a vitória.

Para combater o excesso de competitividade, o EE atribuiu maiores percentagens de pontuação às tarefas de cooperação e fair-play, do que às vitórias e derrotas, levando a que os alunos compreendessem que para ganhar era necessário cooperar e contribuir para que todos pudessem aprender. Mais ainda, os dados estatísticos recolhidos (Anexo 7) foram utilizados nesta sensibilização, pois as equipas que demonstravam menor colaboração e envolvimento de todos os elementos, eram normalmente aquelas que perdiam.

Em síntese, verificou-se que o jogo e a competição foram aspetos que favoreceram o desenvolvimento de um clima de aprendizagem positivo e cooperativo, tendo estes proporcionado uma melhoria nas aprendizagens de todos os alunos.

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4.3.7. ANÁLISE DA EVOLUÇÃO E APRENDIZAGEM DOS ALUNOS

A avaliação do desempenho no jogo e do conhecimento declarativo foi efetuado no início e no fim da época desportiva, sendo que a primeira foi efetivada através da análise dos vídeos relativos aos jogos realizados nestas aulas, e a segunda foi realizada com a aplicação de um teste escrito. No Quadro 7 podem ser observados os resultados do teste motor inicial e final, relativos aos índices definidos para as diferentes categorias, o índice de tomada de decisão com e sem bola, a performance global de jogo e envolvimento no jogo, sendo que também se podem visualizar as classificações do teste declarativo no 1º e 2º momento.

Quadro 7 – Teste Inicial e Final (Teste motor e declarativo)

Aluno ITDSBi ITDSBf ITDCBi ITDCBf IEMi IEMf IPGJi IPGJf ENVJi ENVJf TDi TDf

1 1,5 3,3 1,4 2,2 1,8 2,2 1,6 2,6 75 79 70 90 2 1,2 1,9 1,5 7 1,3 4 1,3 4,3 52 52 40 85 3 1,6 2,5 2 2,7 2,1 3,2 1,9 2,8 57 64 65 75 4 0,8 1,8 0,3 1,5 0,5 1,7 0,5 1,6 20 42 60 65 5 0,7 2 0,8 1,7 0,6 2,5 0,7 2,1 32 37 40 75 6 3,4 7,3 2,2 8 1,9 3,3 2,5 6,2 89 85 70 85 7 1,9 3 1,5 1,4 2,6 3,3 2 2,6 109 116 65 70 8 1,6 2,8 1,4 2,3 1,7 2,7 1,6 2,6 85 87 70 70 9 2,3 10,7 2,2 6 1,9 7 2,1 7,9 125 110 75 85 10 1,5 4,2 1,3 3,3 1,5 2,9 1,5 3,4 67 75 50 80 11 2,4 5,6 2,9 5 2,3 5,3 2,5 5,3 125 120 75 90 12 0,6 1,3 0,5 2,3 0,4 2 0,5 1,9 24 33 75 75 13 10 37 9,7 13,5 6,9 7,4 8,8 19,3 139 126 100 100 14 1,8 2,6 1,3 2,3 1,7 3,4 1,6 2,8 73 74 90 100 15 0,8 2,1 0,4 1,3 0,8 1,9 0,7 1,8 40 66 55 65 16 0,9 1,4 1,5 1,3 42 70 75 17 4,2 6,7 2,7 7 2,1 7,8 3 7,2 132 122 95 100 18 0,8 1,5 1,7 2,2 0,5 2,6 1 2,1 67 70 85 90 19 1,4 1,9 0,4 1,7 0,5 2 0,8 1,9 58 74 30 50 20 6,3 11,7 4,4 7 2,5 6,3 4,4 8,3 138 128 90 95 21 1,2 2,3 0,8 1,8 0,6 2 0,9 2 71 75 70 75

Legenda: ITDSB– Índice de tomada de decisão sem bola ITDCB – índice de tomada de decisão com bola IEM – Índice de execução

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Numa primeira análise informal, podemos verificar melhorias na avaliação final comparativamente à avaliação inicial (Quadro 8).

Quadro 8 – Valores médios obtidos no teste inicial e final Teste Inicial

(média)

Teste Final (média)

ITDSB 2,2 5,4

ITDCB 1,9 4

IEM 1,7 3,7

IPGJ 2 4,4

TD 68,6 80,7

Legenda: ITDSB – Índice de tomada de decisão sem bola ITDCB – índice de tomada de decisão com bola IEM – Índice de execução

motora IPGJ – Índice de Performance global no jogo, ENVJ – Envolvimento no jogo TD – Teste Declarativo

Para analisar os dados obtidos no teste motor e cognitivo recorreu-se ao tratamento estatístico através do SPSS 20, utilizando o “T- Test Amostras Emparelhadas” para comparar os resultados da avaliação inicial com a final, tanto no Teste Motor (Quadro 9) como no Teste Declarativo (Quadro 10). Estabeleceu-se o nível de significância para p≤0,05

Quadro 9 – Teste Motor

Teste Motor Valor t Valor de p

Índice de Tomada Decisão sem Bola -2,505 ,021

Índice de Tomada Decisão com Bola -5,343 ,000

Índice de Execução Motora -6,105 ,000

Índice de Performance Global no Jogo -4,611 ,000

Envolvimento no Jogo -1,184 ,251

Quadro 10 – Teste Declarativo

Valor t Valor de p Teste Declarativo -4,638 ,000

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Após a aplicação deste teste verificaram-se diferenças significativas no grupo de alunos (8ºC) avaliados em dois momentos distintos, onde o nível de significância é de p≤0.05, nos seguintes parâmetros: Índice de Tomada Decisão sem Bola (ITDSB), Índice de Tomada Decisão com Bola (ITDCB), Índice de Execução Motora (IEM), Índice de Performance Global no Jogo (IPG), Teste Declarativo (TD).

Para verificarmos quais as causas destas diferenças significativas realizamos uma análise inferencial. Neste sentido, efetuamos um estudo mais pormenorizado a cada índice de forma a contextualizar e percecionar as causas destas diferenças.

4.3.7.1. TESTE MOTOR

Ao compararmos as médias dos valores do teste inicial e final, podemos observar que todos os valores sofreram uma evolução positiva do primeiro para o segundo momento (Figura 14).

Legenda: ITDSB – Índice de tomada de decisão sem bola ITDCB – índice de tomada de decisão com bola IEM– Índice de

execução motora IPGJ – Índice de Performance global no jogo

Figura 14 – Gráfico das medidas de performance no jogo (Comparação entre avaliação inicial

e final)

Na mesma figura, podemos verificar que o Índice de Tomada de Decisão sem Bola (ITDCB) foi aquele que mais aumentou no segundo momento de avaliação. 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0

ITDSB ITDCB IEM PGJ

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 121-125)