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ETAPA I – ÁREA COM APTIDÃO ORNAMENTAL

PARÂMETRO QUANTIDADE

3. MÉTODO DE EXPLORAÇÃO

3.2. C ONFIGURAÇÃO DE ESCAVAÇÃO

A exploração irá desenvolver-se a céu aberto, em flanco de encosta e em profundidade e por degraus direitos. A lavra será realizada com recurso a bancadas de desmonte com altura média de 10 m, exceto a superficial que irá acompanhar a topografia do terreno. No final da exploração as bancadas terão uma altura máxima de 10 m. A inclinação das frentes de desmonte será de 90º, compatível com as características geotécnicas do maciço. Entre bancadas sucessivas serão deixados patamares mínimos com 3 m, na configuração final de escavação. A geometria adotada para a escavação na fase final pode ser observada, em perfil, na Figura II.15. No Desenho 4 apresenta-se a configuração final de escavação prevista para as áreas de exploração de blocos.

De referir que no talude de escavação Oeste os patamares terão uma largura superior a 3 m devido à inclinação das camadas de calcários que é inferior à inclinação geral do talude de escavação. Deste modo, a escavação será finalizada em cada bancada de desmonte sempre que sejam atingidos os vidraços de base (Figura II.16).

A geometria a aplicar nos desmontes deverá garantir uma boa estabilidade da escavação, considerando as características do maciço rochoso. Deste modo, será necessário uma recolha contínua de dados geotécnicos do maciço durante os avanços, de modo a intervir atempadamente caso seja detetada alguma anomalia geológica que possa pôr em causa a sua estabilidade. A recolha de informação geotécnica durante a lavra será realizada pelos Responsáveis Técnicos das pedreiras.

Figura II.15 – Geometria final prevista para os taludes da escavação.

3 m 3 m Topografia original 10 m 10 m ≤ 10 m 90º Patamar final

Figura II.16 – Geometria final prevista para o talude de escavação Oeste.

O estudo da presença de fatores que motivem o escorregamento ou tombamento de blocos de rocha, o escorregamento de grandes volumes de terras (e. g. presença do maciços terrosos na superfície) e fenómenos de aluimento (e. g. presença de fraturas ou falhas), são de extrema importância para a garantia da estabilidade das escavações.

Neste contexto, deverá ser avaliada a estabilidade do maciço rochoso que ficará na configuração final de escavação (10 m de altura para as bancadas e 3 m de largura para os patamares), verificando-se e validando a estabilidade a longo prazo. Caso seja verificado que a estabilidade da escavação não seja assegurada a longo prazo com a configuração de escavação proposta, deverá ser adotada uma configuração adequada e mais conservadora para evitar ou minimizar os riscos associados à instabilidade de taludes. Para o efeito, cada explorador deverá promover, junto da entidade licenciadora, a respetiva revisão do Plano de Pedreira com a configuração proposta. A proposta de revisão do Plano de Pedreira deverá ser acompanhada por estudo geotécnico elaborado por técnico com competência em geotecnia.

A exploração de blocos deverá garantir a presença de áreas mínimas de trabalho que evitem situações de perigo ou ponham em risco a segurança de pessoas ou equipamentos. Assim, no decorrer da exploração, os patamares deverão possuir também uma largura mínima de 15 m conforme se indica na Figura II.17. Esses patamares de 15 m de largura mínima deverão, também, ser mantidos entre pedreiras confinantes.

Ainda a respeito das pedreiras confinantes, as bancadas de desmonte poderão atingir um máximo de 15 m de altura (Figura II.17). Deste modo, a exploração conjunta de duas ou mais pedreiras em simultâneo deverá respeitar a largura mínima de 15 m para o patamar e a altura máxima, também de

>3 m >3 m Topografia original 10 m 10 m ≤ 10 m Patamar final 90º

Inclinação das camadas de calcário. Contacto geológico entre os calcários ornamentais e os vidraços de base

15 m, para as bancadas, até que seja atingida a configuração final de escavação prevista no Desenho 4.

De facto, a exploração de blocos em áreas confinantes será desenvolvida por diferentes empresas, com avanços diferentes de atividades e produções. Deste modo, no decorrer da evolução da exploração, a manutenção de um patamar mais largo irá aumentar a segurança da exploração e assegurar a estabilidade das frentes de desmonte. Por outro lado, a aplicação de 15 m de altura para as bancadas de desmonte irá facilitar a coordenação de atividades entre empresas com diferentes produções. No final da exploração, as medidas previstas na recuperação paisagística irão assegurar a estabilidade dos taludes a longo prazo, previstos para a configuração final de escavação.

Caso os exploradores pretendam desenvolver a exploração com bancadas superiores a 15 m de altura e patamares com largura inferior a 15 m de largura, deverão promover, junto da entidade licenciadora, a respetiva aprovação da revisão do Plano de Pedreira. Para o efeito, deverá ser elaborado um estudo geotécnico por técnico com competência em geotecnia, de modo a garantir que a configuração da escavação proposta permita o desenvolvimento da exploração em condições de segurança.

Figura II.17 – Geometria prevista para os taludes de escavação durante a exploração de blocos. Atendendo aos desníveis que serão criados entre a topografia original e as escavações a criar, haverá necessidade de criar barreiras físicas que alertem para o perigo de queda existente. Apesar das operações de recuperação paisagística preverem a utilização dos estéreis a produzir para modelação topográfica das cortas, o perigo de queda continuará a existir. Assim, de forma a alertar para o perigo existente e tendo em vista evitar acidentes durante e após a cessação da atividade extrativa, deverão ser aplicadas as seguintes medidas:

- Durante a exploração, todo o perímetro da bordadura da escavação deverá estar protegido com muretes de terras ou blocos (de altura mínima de 1 m) que deverão evoluir com o avanço dos trabalhos em área;

- Afixar sinalização de perigo de queda no perímetro das cortas;

≥ 15 m ≥ 15 m Topografia original ≤ 15 m ≤ 15 m ≤ 15 m 90º Patamar durante a exploração

- Após a cessação da atividade extrativa, a bordadura da escavação deverá ser protegida com murete de terras (de altura mínima de 1 m) nas zonas onde esteja prevista a manutenção da configuração final de escavação (isto é, sem modelação com os estéreis a produzir);

- Quando a primeira bancada de desmonte (junto à topografia) atingir o limite de escavação, deverá ser redesenhada para possuir um talude com uma altura inferior a 1 m e um patamar com uma largura de cerca de 2 m.

Na Figura II.18 apresenta-se um esquema das proteções a colocar na bordadura da escavação durante e após a finalização dos trabalhos de lavra.

Figura II.18 – Proteções a colocar na primeira bancada de desmonte junto à bordadura da escavação.

Topografia original ≤ 10 m Murete de terras ou blocos Sentido de avanço da lavra Durante a exploração Topografia original ≤ 1 m Murete de terras ≈ 2 m