• Nenhum resultado encontrado

Caminhos trilhados pelo Ensino de História nos Simpósios Nacionais de História

Fóruns acadêmicos nacionais referentes ao Ensino de História

3.1 Caminhos trilhados pelo Ensino de História nos Simpósios Nacionais de História

Narrar sobre o Ensino de História na Anpuh nos impulsiona ao movimento de voltar o olhar para os Simpósios Nacionais de História, com o sentido de compreender o percurso do tema e sua efetivação com a criação do Grupo de Trabalho “Ensino de História e Educação”. Esses Simpósios da Anpuh são realizados a cada dois anos e foram criados com o objetivo de desenvolver o debate acadêmico e de divulgá-lo por todo o território nacional. Segundo consta na página da Anpuh da Internet, trata-se do “maior e mais importante evento da área de História no País e na América Latina”25

Para o Professor Edgar Salvadori de Decca:

A Anpuh se revela na sua importância nos eventos. Por quê? Porque nos eventos ela traz o professor para dentro da Associação. É nessa hora que ela pode dar, vamos dizer assim, sua opinião e externar aquilo que são as idéias dos seus associados. É importante ver na Anpuh a mobilização que ela é capaz de realizar para os seus eventos, seja ele nacional, seja ele regional. Acho que essa Associação e a presença das questões ligadas ao Ensino serão tanto maior quanto mais espaço você abrir para que esses problemas ocorram. Acho que é mudando a maneira que você se encontra, dando essas novas oportunidades. Eu não consigo imaginar a Anpuh não sendo uma Associação que mobiliza, de maneira muito ativa, os seus associados.

Assim, nesta parte do tecido narrativo trataremos de como o movimento de mobilização para as discussões relativas ao Ensino de História levou à organização do Grupo de Trabalho dentro dos Simpósios da Anpuh. Para tanto, evidenciamos nas vozes dos seus participantes esse movimento de discussão e a montagem do GT Ensino de História e Educação a partir das questões: como o Grupo de Trabalho Ensino de História e Educação veio organizando-se nos Simpósios Nacionais da Anpuh? Qual a importância desse Grupo de Trabalho junto aos Simpósios Nacionais da Anpuh? Qual a atuação do GT junto à Anpuh, enquanto Associação Científica? Qual o papel desses fóruns acadêmicos para a produção/difusão sobre as questões referentes ao ensino e formação de professores de História?

Em relação aos temas referentes ao ensino e à formação de professores de História para o ensino fundamental e médio, nos nove primeiros Simpósios Nacionais de História,

25

123

não foram tão recorrentes. Nesse sentido, foram mínimas as comunicações encontradas no registro dos Anais dos Simpósios até 1977, na sessão de estudo identificada como Metodologia e Didática da História. Reportamos novamente ao IX Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História de 1977, em Florianópolis, porque a reivindicação de mudança estatutária que previa a inclusão de novos associados, os alunos de pós-graduação e os professores de ensino fundamental e médio, como já fora tecida no Capítulo II, as discussões sobre o ensino nos Simpósios Nacionais da Anpuh tomaram fôlego, pois essa nova categoria de sócios poderia, a partir de então, relatar suas experiências e expor suas pesquisas.

Para Selva Guimarães Fonseca, a falta de espaços de diálogos parte de uma prática dos professores universitários dos anos 70 em não conferir ou olhar para as experiências alternativas dos professores de ensino fundamental e médio. Os professores universitários pensavam, organizavam e ditavam através de programas de ensino e livros didáticos o que deveria ser ensinado. Ainda, no maior fórum de debate acadêmico, os Simpósios da Anpuh, não havia espaço para essas experiências ou para diálogo entre o discurso científico e os saberes escolares. A partir de 1977, a autora conclui que a permissão de participação dos professores de ensino fundamental e médio e dos estudantes nesses Simpósios não foi dádiva da direção da Anpuh, mas conquistada pela nova categoria de sócios depois de muitas polêmicas e rejeições (FONSECA, 1993, p. 120-121). Nas rememorações da Professora Kátia Abud: “A grande discussão era a seguinte: a escola também produz conhecimento. Conhecimento não é só produzido na universidade, e o professor da escola não é um mero intermediário”.

Por conseguinte, essa forma de pensar foi originada das mudanças de concepções que ocorreram na educação e no processo de ensino-aprendizagem, a partir do processo de re-democratização de País, das reivindicações dos professores por melhores salários e condições de trabalho e da implementação de políticas públicas voltadas a reorganização dos currículos.

Nesse sentido, havia uma luta posta pelos professores de ensino fundamental e médio no sentido de serem ouvidos e não apenas de ouvir o discurso acadêmico-científico. Concordando com Selva Guimarães Fonseca (1993), a entrada dos novos sócios foi uma conquista e, assim, os temas indicadores de discussão do ensino e formação de professores

124

puderam tornar-se mais efetivos a partir dos anos de 1980 do século XX. Presumimos, então, que anterior a esta data não havia espaço significativo nos Simpósios e, tampouco, quantidade expressiva de professores universitários de História, participantes desses encontros, dedicados à discussão sistematizada do Ensino de História. Isso, considerando que o Simpósio Nacional da Anpuh trata-se do maior fórum de discussão dos historiadores brasileiros. Até o Simpósio de 1977, na publicação dos Anais, é notória a pequena parte de textos dedicados à História ensinada na escola básica. Dentre esses, uma boa parte preocupava-se exclusivamente com o ensino no ensino superior.

O IV Simpósio de 1967 contou com a comunicação Considerações em torno do Ensino de História, na qual a autora Célia Freire D`Aquino Fonseca, da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, apresentou a metodologia de trabalho socializado ou em grupo, como ensino ativo, para ser trabalhada tanto nas aulas de História no curso médio, hoje ensino médio, como para ser apresentado como técnica de ensino nas aulas de Didática. A mesma autora apresentou no VI Simpósio, 1971, a comunicação titulada Alguns problemas do ensino universitário da História e de sua metodologia no momento atual em que abordou questões relacionadas à Didática da História e à metodologia histórica no ensino superior, validando a importância da técnica de pesquisa. Ainda no Simpósio de 1971, dentre as comunicações apresentadas, está registrado um relato de experiência sobre o Ensino da História pela televisão em um curso de Madureza de São Paulo, atual Ensino Supletivo ou Educação de Jovens e Adultos.

Nos Anais do V Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História, 1967, pode ser encontrado dois textos sobre a temática do Ensino de História: A História e a reforma no ensino médio no Estado de São Paulo, de José Afonso de Moraes Bueno; e Algumas considerações sobre o Ensino da História no curso secundário, de José Ênio Casalecchi. Em Belo Horizonte, a Professora Elza Nadai, da Faculdade de Educação da USP (FEUSP), apresentou a única comunicação do VII Simpósio (1973) referente ao Ensino de História, Algumas considerações sobre o Ensino de História, em que ressalta preocupação com a questão formação de professores de História na Universidade. No Simpósio seguinte, em 1975, a Professora Elza Nadai apresentou seu trabalho desenvolvido na disciplina Prática de Ensino de História da FEUSP, no qual trata da montagem de

125

recursos didáticos aplicados à História para serem utilizados pelos alunos nas aulas de estágio, nas escolas de ensino fundamental e médio.

Em 1977, questões relativas aos Estudos Sociais como disciplina escolar e como curso superior começaram a ser discutidas no IX Simpósio da Anpuh ocorrido em Florianópolis. Destacam-se aí três comunicações apresentadas: História e Estudos Sociais: um estudo comparativo dos guias metodológicos do MEC, de Raquel Glezer; A Reforma Educacional de 1971 e a situação da História no ensino de 1o e 2o graus no Estado de São Paulo, de José Bueno Conti; e O ensino de História em Faculdades de Estudos Sociais, de Antonieta de Aguiar Nunes.

Esse número reduzido de comunicações arroladas até 1977 nos Anais dos Simpósios, como já foi afirmado, pode ser explicado pela não inclusão dos professores de ensino fundamental e médio, dos estudantes de pós-graduação na Anpuh, como também pela não composição organizada de um grupo de historiadores dedicados ao ensino e formação de professores de História. Há aí um fator de suma importância que se trata da ausência de historiadores nos cursos de licenciaturas. As licenciaturas eram conduzidas por pedagogos e é relativamente recente a presença de historiadores na licenciatura.

Por outro lado, se o número de trabalhos relativos ao Ensino de História, apresentados na década de 70 do século passado nos Simpósios da Anpuh, não passava de três, no início da década seguinte passou para mais de cinco. Há um pequeno salto quantitativo, como também qualitativo da discussão nos fóruns da Anpuh a partir dos anos de 198026. Foram discussões de experiências pedagógicas desenvolvidas nas escolas de ensino fundamental e médio e também fruto da inserção mais efetiva do tema no meio acadêmico-universitário, principalmente das discussões na pós-graduação27.

O interesse, em constante crescimento, por objetos de pesquisa relacionados às questões do Ensino de História encontraram espaço de diálogo nos Simpósios da Anpuh? Para procurar analisar esta questão e entendê-la, dentro do contexto vivido pelos colaboradores desta pesquisa, trazemos aqui memórias de experiências vividas.

26

No VI Encontro Regional da Anpuh-SP, Assis-1982, foi encaminhada uma moção para a sessão administrativa com a finalidade de publicação, em parceria com a Editora Marco Zero, a coletânea Repensando a História organizada por Marcos Antonio da Silva (SILVA, 1984, p. 10).

27

Duas obras que tiveram o apoio da Anpuh, coletâneas de experiências, podem ser citadas: Repensando a

História (SILVA, 1984) e o Caderno Cedes no 10 – A prática do ensino de História (ZAMBONI, 1985).

Além destas obras, a Revista Brasileira de História no 19, História em quadro negro, foi totalmente dedicada ao Ensino de História.

126 Para a Professora Raquel Glezer:

Eu acho muito importante a participação do professor porque é uma oportunidade. Como a Anpuh roda pelo país, a cada dois anos ela trabalha com um grupo de professores. Ela integra hoje os programas de pós-graduação, ela tem o Fórum da pós-graduação dentro dela. Ela consegue fazer um processo de disseminação de conhecimento, porque os cursos que a Anpuh Nacional oferece servem para indicar para onde estão indo os campos, as perspectivas de estudo, as possibilidades de trabalho. Então, quando você vê a relação de cursos, são cursos de difusão. Isso é muito bom, porque nas reuniões estão lá as livrarias, os alunos de pós-graduação, os professores, juntam-se todos e participam, conversam. Isso forma uma comunidade. Isso faz, por exemplo, com que a Anpuh fale em nome da comunidade. Os Simpósios por serem bienais e rotativos quanto ao local de realização, para a Professora Raquel Glezer, podem oportunizar a divulgação do conhecimento e sinalizar as discussões do campo de conhecimento. Nesse sentido, os Simpósios representam o lócus de atualização profissional. Ao contextualizar os anos de 1980, a Professora Ismênia de Lima Martins também mostra os Simpósios da Anpuh como espaço de contato com a renovação acadêmica:

Ora, o que aconteceu? Nos anos de 1980 consolidou-se a pós-graduação no Brasil e foi quando a Anpuh retomou a sua visibilidade. É o momento de intensificação dos padrões urbanos, do crescimento demográfico das cidades, quer dizer, a expansão da população urbana. Tudo isso perto da Universidade. O que acontece? Cada vez mais gente quer participar dos nossos congressos. É o momento em que a rede de ensino também cresce muito. O número de professores cresce muito. Esses professores, com a coisa da mass media, com a coisa da televisão, não querem ficar sem saber o que está sendo dito. Eles ouvem que saiu um livro; eles sabem que tem um professor assim, assim, assim... Eles sabem que aquilo que ouviram dizer a vida inteira, que não tinha preconceito no Brasil ou, então, que o índio era preguiçoso, que não servia para o trabalho, esses estereótipos da História do Brasil estavam sendo derrubados um por um. Se pensar, por exemplo, sobre o grande debate da dinâmica interna da Colônia. Quer dizer, não pensar apenas as relações metropolitanas a partir de Portugal, mas a partir da dinâmica interna, tudo isso estava mudando e as pessoas acabam sabendo disso. Então, acorrer aos encontros da Anpuh e participar era uma maneira de estar em contato com essa renovação. Em consonância às palavras das Professoras Raquel Glezer e Ismênia de Lima Martins, o Professor Marcos A. Silva expõe suas rememorações:

A Anpuh tem uma longa trajetória, é claro, vem desde a década de 60. No começo, ela era uma associação de professores universitários. Depois ela se ampliou na medida em que a pós-graduação se ampliou, na medida em que passou haver uma presença cada vez maior de pós-graduandos, no final dos anos 70, começo dos anos 80. A Anpuh se ampliou não apenas como associação dos professores

127

universitários, mas como associação mais ampla de pesquisadores e profissionais da área de História. Nos anos 80, a Anpuh se consolidou cada vez mais, procurando formar os grupos de trabalho. Procurando formar, ainda não formando nos anos 80, mas fazendo projeto de formação para esses grupos de trabalho, congregando os interessados nas diferentes áreas do nosso campo de conhecimento. É claro que tudo isso, então, faz parte de uma trajetória de consolidação da Anpuh e fortalecimento da nossa área.

Nesse sentido, a ampliação e consolidação da pós-graduação em mestrados e doutorados espalhados pelo Brasil tornaram elemento importante para a ampliação das discussões do Ensino de História, o que corresponde ao aumento do número de trabalhos apresentados nos Simpósios da Anpuh, de uma temática em plena expansão.

Sobre a experiência vivida como professora da escola pública e aluna de pós- graduação na década de 80, a Professora Ana Maria Monteiro tece suas memórias em relação aos Simpósios da Anpuh:

Os Simpósios, em primeiro lugar, foram criados como espaço para legitimação, validação da produção. Quando vamos discutir o que produzimos com os nossos pares, precisamos ter esse espaço de troca, de discussão, de validação e de divulgação da pesquisa, do trabalho realizado.

Eu via a Anpuh com admiração, respeito. A minha relação com a Anpuh era de muito respeito, mesmo quando eu não podia participar ou até não tinha coragem de participar. Eu fui professora primária e de História de 5ª à 8ª e depois de Ensino Médio. No início, nem tinha coragem de ir aos Simpósios. Dizia: Eu? O que eu vou fazer lá? Nessa mesma época, saí de turma e fui trabalhar na Secretaria Municipal para compor o Grupo de Trabalho, criado pela Ieda Linhares, que tinha tirado os Estudos Sociais aqui no Rio e tinha feito essa mudança no currículo e recolocado a História. Minha primeira entrada na Anpuh eu já estava fazendo Mestrado em História. Defendi em 1985. A minha entrada na Anpuh foi muito curiosa, porque defendi a dissertação e fui chamada para trabalhar na Secretaria em 1986, no começo do ano. Saí de turma, mas continuei com Ensino Médio, porque trabalhava num Colégio de ensino médio. Um dia recebi um telefonema da Marieta Morais Ferreira dizendo que ela tinha lido a minha dissertação e que tinha gostado muito e aí perguntou se eu queria compor um painel com ela e uma outra professora. Me deu um branco... Aí que eu fui à Anpuh pela primeira vez apresentar, participar da Mesa. Apresentei o meu trabalho e achei assim, o fim. Vejo os meus colegas professores nessa relação, que fazem os seus mestrados indo para apresentar seus trabalhos.

Então, nesse ponto, acho que a Anpuh tem um papel importantíssimo, porque ali é um espaço para você se atualizar e você vivenciar a pesquisa, ter um contato com o pesquisador, poder conversar com ele, porque tem toda a sociabilidade que se estabelece no evento. Não é só a questão científica, o evento tem muitas frentes. E acho que os nossos colegas, pesquisadores, com esse cuidado, esse medo em relação ao pessoal do ensino, gerou, às vezes, certos constrangimentos. Porque ao

128

mesmo tempo em que havia essa expectativa, esse desejo do professorado dessa busca de atualização via Anpuh, a associação ficava colocando restrições.

Quem trabalhava diretamente com ensino e que não estava em universidade, ficava sempre meio deslocado. Quer dizer, mais participando do Simpósio como ouvinte, para ter acesso aos relatos das pesquisas, das discussões. [...] A organização da Anpuh não foi criada pensando num espaço para a discussão do ensino. Ela era uma Associação de Pesquisadores, para discutir a pesquisa historiográfica. [...] A organização da Associação, do seu Simpósio, fazia com que as pessoas se sentissem meio sem espaço para expor.

No início da narrativa tecida pela Professora Ana Maria Monteiro foi de admiração pela associação dos historiadores – a Anpuh, mesmo não tendo a coragem de participar dos seus Simpósios, por vê-los distantes de sua condição de professora do ensino fundamental e médio. A sua primeira participação já foi com a pesquisa de mestrado pronta, ao apresentar o trabalho realizado. Por outro lado, a Professora declara que há certos constrangimentos, pelas restrições dos historiadores em relação aos profissionais que discutem questões do Ensino de História, pressupondo que não esses não viam a pesquisa de ensino como produção historiográfica. Portanto, confirma em seu depoimento restrições colocadas pela Anpuh, desde o seu nascimento, em relação à limitação do espaço para o Ensino de História.

Por sua vez, a Professora Déa Ribeiro Fenelon expõe o que acha sobre a participação dos professores de ensino fundamental e médio em relação à ampliação da discussão no período dos anos de 1980 e, por fim, pontua restrições que eram colocadas nos Simpósios:

Acho que esse momento foi importante no aspecto de que houve uma discussão mais ampla, começou a surgir muita proposta de trabalhos, muita discussão sobre ensino. Começa nesse período, no princípio da década de 80.

Essa é a questão mais importante para mim. Eu sempre me coloquei nessa posição de que, muitas vezes, nessas reuniões de congressos de educação, reuniões sobre ensino de História, têm uma fase muito difícil que é a de deixar as pessoas falarem, de ser um muro de lamentações. Todo mundo fica discutindo o trabalho, as condições de trabalho, as dificuldades da escola, os alunos... Então, fica aquela coisa lamurienta de como é difícil ser professor, etc. A minha posição sobre isso sempre foi muito clara, nesse sentido, de eu não querer tolher essa discussão. Mas eu acho que em sendo professores num departamento e num curso que forma professores, a nossa responsabilidade era exatamente essa discussão: a formação desses professores que estão nessa luta inglória, difícil. Reconheço tudo isso. Na verdade eu discutia, escrevi muito sobre isso, de como os cursos de História preparavam mal os seus alunos para a vida profissional. Quer dizer, você tem os cursos chamados de conteúdos e depois vai para a Faculdade de Educação, faz as

129

disciplinas pedagógicas, mas há uma defasagem grande entre uma coisa e outra. E essa discussão nunca se colocava nos cursos de História. Na verdade, por que esses professores estão lá nessa luta com essas dificuldades todas, com esses impasses todos? Eles foram formados nesses cursos e éramos nós que formávamos. Portanto, tinha que reverter para nós também a discussão de como é que estávamos formando esses professores. Por isso eu me engajei sempre, em toda minha carreira, nessa discussão sobre a formação do profissional de História, professor de História, do pesquisador [...]

Foi uma discussão... Muita gente apoiava, muita gente fazia essa discussão. Mas essa discussão não dominava, porque havia a idéia era de que a Associação devia ser uma coisa mais científica, com grandes apresentações, e etc.

Ao corroborar a importância da ampliação da discussão do Ensino de História nos