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Nesta seção, apresentamos os locais onde a pesquisa foi realizada, bem como a descrição dos sujeitos participantes.

Para efetivação do trabalho de pesquisa, a seleção das escolas foi uma etapa essencial. Como os objetivos preveem a comparação das concepções de linguagem e de ensino de LP no EFI, no EFII e EM, e por não encontrarmos uma escola que abrangesse todos esses segmentos, optamos por selecionar três escolas públicas de segmentos de ensino específicos, situadas na regional Industrial, na cidade de Contagem/ MG. As três escolas participantes são municipais e estão vinculas à Secretaria de Educação de Contagem (SEDUC). As escolas foram contatadas em dezembro de 2017 e se mostraram receptivas com a proposta, dando anuência3 ao prosseguimento da pesquisa.

Como sujeitos da pesquisa, foram selecionados alunos do 5º ano EFI, do 9º EFII e do 3º do EM das escolas4 J, M e F, respectivamente. A escolha desses sujeitos se justifica por acreditarmos que há um trabalho de construção das concepções de ensino e de Língua Portuguesa no decorrer de cada segmento de ensino da Educação Básica, e, que, portanto, pode dar indícios sobre em qual segmento a formação dos alunos, no que concerne às visões individuais sobre a língua materna, está fragilizada.

A escola J foi inaugurada em 1971 e atendia aproximadamente 50 alunos. Atualmente, segundo informações obtidas pela direção escolar, a instituição conta com 855 alunos distribuídos em três turnos. No turno da manhã, 272 alunos compõem a educação infantil, cursando os 4º e 5º anos do EFI. No turno da tarde, 385 alunos estão distribuídos na educação infantil entre o 1º, 2º e 3º anos do EFI. No turno da noite, 198 alunos estão matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Para atender todos os estudantes, a escola J conta com 16 salas de aulas, 2 quadras (uma aberta e uma coberta) destinada para as atividades de Educação Física, uma sala de artes5, uma sala de vídeo, uma biblioteca, uma sala dos professores, uma sala da direção, uma sala da supervisão, um bosque, um pátio e uma cantina. Além disso, a escola foi adaptada com elevador e rampas de acesso para receber alunos com mobilidade reduzida. Nessa instituição trabalham 72 professores, 5 pedagogas, 1 vice-diretora, 1 diretora e 18 funcionários distribuídos nas ocupações de secretário, bibliotecário, auxiliar de serviço e agente de serviço.

Quanto às instituições M e F, ambas compartilham a mesma infraestrutura, mas respondem de forma autônoma sobre as questões de ensino. Nesse sentido, a escola M, inaugurada em 1967, responsável pelo EFII, possui 130 alunos matriculados nos 9º anos do turno da manhã, e 420 alunos matriculados nos 6º, 7º e 8º anos do turno da tarde, totalizando 550 alunos matriculados. Segundo a direção, a instituição possui 29 professores, 3 pedagogas, 1 vice-diretora, 1 diretor e 11 funcionários distribuídos nas ocupações de secretário, bibliotecário, porteiro, auxiliar de serviço e disciplinário.

A escola F é responsável pelo EM. Segundo a direção escolar, a instituição possui 311 alunos matriculados nos 1º, 2º e 3º anos, no turno da manhã. Nela, trabalham 21 professores, 1

4 As escolas J, M e F não serão identificadas, devido ao compromisso firmado com o COEP de não identificação das

escolas e dos sujeitos.

supervisora, 1 diretora e 11 funcionários distribuídos nas ocupações de secretário, bibliotecário, porteiro, auxiliar de serviço e assistente escolar.

Localizadas no mesmo espaço, as escolas M e F possuem 15 salas de aulas, sendo 5 salas destinadas aos 9º anos do EFI, e 10 salas aos 1º, 2º e 3º anos do EM. Cada instituição tem 1 sala para direção, 1 sala para supervisão e 1 sala para secretaria. No entanto, são compartilhadas 2 quadras (uma coberta e uma aberta), 1 biblioteca, 1 sala dos professores, 1 pátio, 1 cantina e 1 sala de vídeo.

As três escolas não possuem laboratórios de informática e de ciências. Questionado o motivo por não terem, a escola J diz que possui equipamentos para os alunos, mas falta verba para construir ou adaptar adequadamente uma sala para acomodar os equipamentos. As escolas M e F afirmam que não possuem verba nem para construção ou adaptação de um local apropriado, nem para manutenção dos computadores.

Com as escolas definidas e a aprovação do COEP para execução da pesquisa, o diálogo com os pedagogos e os professores foi estabelecido, o que possibilitou esclarecer os objetivos e os procedimentos necessários com os possíveis sujeitos participantes. Em maio de 2018, foi lido com todos os alunos dos anos-alvo o Termo de Assentimento Livre Esclarecido (TALE) e o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Os documentos6 tratam da segurança e do bem-estar dos participantes, bem como do sigilo do nome e da voz. Qualquer dúvida referente à pesquisa, o estudante ou seu responsável poderia contatar os responsáveis desta pesquisa por telefone ou e- mail para saná-la.

As professoras do EFI e os representantes de cada turma do EFII e EM ficaram responsáveis pelo recolhimento dos documentos. Como o período para recolhimento dos TCLE coincidiu com a paralisação das escolas municipais em protesto à desvalorização dos servidores da educação pelo município, seguido da greve dos caminhoneiros, muitos alunos perderam ou esqueceram os documentos. Novamente, fornecemos outra via para que os alunos regularizassem essa questão legal. No entanto, relatos dos representantes e dos professores responsáveis pelas turmas apontam que o principal motivo dos estudantes não levarem a TCLE se deve ao fato de a pesquisa não ser valorizada considerando um acréscimo na pontuação que se distribui para atividades avaliativas

escolares. Integram esta pesquisa 27 sujeitos do EFI, 6 sujeitos do EFII e 7 sujeitos do EM, totalizando 407 participantes.

Definidos os sujeitos participantes, a constituição do corpus de pesquisa, os procedimentos de coleta e tratamento de dados serão descritos na próxima seção.