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Parecia tudo perfeito. Stella trabalhava longas horas, mas, nessa fase, grande parte do trabalho ainda era de planejamento. E havia pouca coisa de que ela gostasse mais do que de planejamento. Uma delas era organizar. Tinha uma visão das coisas na sua cabeça, de como deveriam ser.

Alguns poderiam ver isso como um defeito, essa tendência de organizar e projetar, para tentar concretizar suas ideias mesmo quando — talvez especialmente quando — os outros não percebiam bem o que ela tinha em mente.

Mas ela não achava que isso fosse um defeito.

A vida corria melhor quando tudo estava em seu devido lugar.

Assim correra a sua vida — ela se certificara disso — até a morte de Kevin. Sua infância fora um labirinto de contradições, de confusões e aborrecimentos. Perdera o pai aos três anos de uma forma muito real, quando o divórcio dividira a família.

A única coisa de que se lembrava claramente da mudança de Memphis era de estar chorando pelo pai.

Desse ponto em diante, parecia que ela e a mãe haviam entrado em conflito por tudo e por nada, desde a cor das paredes às finanças, à forma de passar férias e épocas festivas. Tudo.

Essas mesmas pessoas podiam dizer que isso era o que acontecia quando duas mulheres obstinadas viviam na mesma casa. Mas Stella sabia que não era bem assim. Enquanto ela era prática e organizada, a mãe parecia dispersa e espontânea. O que explicava os quatro casamentos e três noivados acabados.

A mãe gostava de luzes, barulho e romances loucos. Stella preferia calma, sossego e compromisso.

Não que não fosse romântica. Era simplesmente mais sensata a esse respeito. Fora ao mesmo tempo sensato e romântico apaixonar-se por Kevin. Ele era carinhoso, doce e confiável. Queriam ambos as mesmas coisas: um lar, uma família, um

futuro. Ele a fizera feliz, fizera-a sentir-se segura e apreciada. E, céus, como sentia a falta dele!

Perguntou-se o que pensaria ele da sua ida para aquele lugar, de seu recomeço. Kevin teria confiado nela. Sempre acreditara nela. Sempre haviam acreditado um no outro.

Ele fora o seu rochedo de uma forma muito concreta. O rochedo que lhe dera uma base sólida sobre a qual pudera construir, depois de uma infância conturbada.

Depois, o destino arrancara esse rochedo de debaixo dos seus pés. Perdera sua base, seu amor, seu amigo mais querido e a única pessoa no mundo que podia amar seus filhos tanto quanto ela os amava.

Houvera algumas vezes, muitas vezes, nos primeiros meses após a morte de Kevin, em que quase perdera a esperança de algum dia voltar a encontrar o equilíbrio.

Agora ela era o rochedo dos filhos e faria o que fosse preciso para lhes dar uma boa vida.

Com os meninos já deitados e um fogo suave ardendo na lareira — na sua próxima casa, decididamente ela teria uma lareira no quarto —, sentou-se na cama com o notebook.

Não era a forma mais profissional de trabalhar, mas não se sentia à vontade para pedir a Roz que a deixasse transformar um dos quartos em escritório.

Por ora.

Por ora, poderia trabalhar assim. Na verdade, era aconchegante e, para ela, relaxante estudar o plano de trabalhos para o dia seguinte aninhada numa fabulosa cama antiga.

Tinha uma lista de telefonemas que tencionava fazer aos fornecedores, a reorganização dos acessórios de jardim e das plantas de interior. O novo sistema de preços por códigos de cores para implementar. O novo programa de faturamento para instalar.

Tinha de falar com Roz sobre os empregados temporários. Quem, quantos, quais eram suas responsabilidades individuais e de grupo.

E ainda não conseguira encontrar o paisagista. Parecia que o raio do homem já teria tido tempo nesta última semana de retornar os telefonemas dela. Escreveu “Logan Kitridge”, sublinhando o nome.

Olhou para o relógio, recordando a si própria que trabalharia melhor se dormisse bem.

Desligou o computador e o levou para a cômoda a fim de colocá-lo para recarregar. Iria mesmo precisar de um escritório.

Dedicou-se à sua rotina habitual antes de dormir, limpando meticulosamente a maquiagem, estudando o rosto lavado no espelho para ver se a Bruxa do Tempo deixara alguma ruga nova naquele dia. Aplicou o creme para os olhos, o dos lábios, o hidratante de uso noturno — todos alinhados por ordem de utilização na bancada do banheiro. Depois de pôr mais creme nas mãos, passou alguns minutos à procura de cabelos brancos. A Bruxa do Tempo podia ser traiçoeira.

Desejou ser mais bonita. Desejou que suas feições fossem mais regulares, o cabelo liso e de uma cor aceitável. Uma vez o pintara de castanho e fora um desastre. Assim, tinha de viver com...

Percebeu que estava cantarolando e olhou para o seu reflexo no espelho, de testa franzida. Que canção era aquela? Que estranho ter ficado com uma canção na cabeça quando nem sabia qual era.

Depois percebeu que não lhe ficara na cabeça. Ela a estava ouvindo. Uma voz suave e sonhadora cantando. Vinha do quarto dos meninos.

Perguntando a si própria por que diabos Roz estaria cantando para os meninos às onze da noite, Stella estendeu a mão para a porta de comunicação.

Assim que a abriu, o canto parou. Sob o brilho suave da luz do abajur com a figura de Harry Potter, viu os filhos nas respectivas camas.

— Roz? — murmurou, entrando.

Estremeceu. Por que estava fazendo tanto frio ali dentro? Dirigiu-se rapidamente e em silêncio às portas do terraço, examinou-as e viu que estavam fechadas, bem como as outras janelas. E a porta do corredor também, verificou, franzindo de novo a testa.

Podia jurar que tinha ouvido alguma coisa. Sentido alguma coisa. Mas o arrepio já se desvanecera e não havia qualquer som no quarto a não ser a respiração calma dos filhos.

Arrumou os cobertores, como fazia todas as noites, e beijou os dois na testa. E deixou a porta de comunicação aberta.

De manhã, já esquecera o ocorrido. Luke não encontrava a sua camiseta da sorte e Gavin se envolvera num desafio de luta livre com Parker durante o passeio matinal, antes de sair para a escola, e teve de mudar de roupa. Por isso, Stella mal teve tempo para o café e o pãozinho doce que David a obrigou a comer.

— Você se importa de dizer a Roz que eu já fui andando? Quero ter a área da recepção pronta antes de abrirmos às dez.

— Ela saiu há uma hora.

— Há uma hora? — Stella olhou para o relógio. Acompanhar o ritmo de Roz se tornara a sua missão pessoal... e, até agora, tinha falhado. — Ela não dorme?

— Com ela, o pássaro madrugador não só apanha a minhoca, como tem tempo para cozinhá-la com um belo molho de ameixa para o café da manhã.

— Desculpe-me, mas que nojo! Tenho que ir. — Correu para a porta, depois parou. — David, está tudo bem com as crianças? Você me diria se houvesse algum problema, não diria?

— Com certeza. Temos nos divertido muito. Hoje, depois da escola, vamos experimentar correr com tesouras na mão e, em seguida, vamos tentar descobrir quantas coisas conseguimos improvisar para espetar nos olhos. Depois disso, avançaremos para os materiais inflamáveis.

— Obrigada, agora estou muito mais tranquila. — Abaixou-se e deu uma última palmadinha em Parker. — Fique de olho nesse cara — disse ao cão.

Logan Kitridge estava com pouco tempo. A chuva o obrigara a atrasar seu projeto pessoal, a ponto de precisar adiar alguns dos pormenores — mais uma vez — para poder cumprir seus compromissos profissionais.

Não que se importasse muito. Considerava o paisagismo um trabalho perpetuamente em curso. Nunca estava concluído. Nunca devia estar concluído. E, quando se trabalhava com a natureza, era a natureza que mandava. Era uma patroa volúvel e complicada, e continuamente fascinante.

Um homem tinha de estar sempre atento, pronto a vergar, disposto a ceder e a mudar com os estados de espírito da natureza. Planejar em termos absolutos era um exercício de frustração e, para ele, já havia coisas suficientes com que se sentir frustrado.

Uma vez que a natureza se dignara a lhe dar um dia bom e limpo, estava aproveitando para tratar do seu projeto pessoal. Isso significava que tinha de trabalhar sozinho — de qualquer maneira, era como preferia — e ainda arranjar tempo para passar pelo local do trabalho em curso e ver como estavam as coisas com sua equipe de dois homens.

Isso significava que tinha de ir à casa de Roz buscar as árvores que selecionara para seu próprio uso, trazê-las para sua casa e plantá-las antes do meio-dia.

Ou uma hora da tarde. Duas, no mais tardar. Bem, logo veria como as coisas correriam.

Só não poderia arranjar tempo para essa nova gerente que Roz arranjara. Nem sequer conseguia perceber por que diabo ela contratara uma gerente e, pelo amor de Deus, uma ianque. Parecia-lhe que Rosalind Harper sabia gerir muito bem seu próprio negócio e não precisava de uma desconhecida de fala rápida para dar cabo do sistema.

Ele gostava de trabalhar com Roz. Era uma mulher que delegava e que não metia o nariz no seu trabalho mais do que o razoável. Ela adorava o trabalho, tal como ele, e tinha instinto para executá-lo. Assim, quando ela dava uma sugestão, as pessoas tendiam a ouvi-la e a levá-la em consideração.

Pagava bem e não aborrecia um homem com pormenores. E ele sabia, sabia que aquela gerente seria uma pedra no seu sapato.

Já não começara a lhe deixar mensagens, naquela voz ianque fria, sobre gestão de tempo, sistemas de faturamento e inventário de estoques?

Ele nunca se preocupara com esse tipo de coisa e não era agora que iria começar a se preocupar.

Ele e Roz tinham um sistema, ora! Um sistema que era suficiente para os trabalhos aparecerem feitos e os clientes ficarem satisfeitos.

Para que mexer em time que estava ganhando?

adubo vegetal, areia e troncos decorativos, e contornou a zona de descarga. Já vira e identificara aquilo que queria — mas, antes de carregar as plantas, daria mais uma olhada. Além disso, havia algumas semprevivas novas no campo e dois abetos na zona protegida que poderia usar.

Harper fizera um enxerto em dois salgueiros e numa sebe de peônias. Estariam prontos para plantar naquela primavera, bem como os vários vasos de estacas e plantas que Roz o ajudara a fazer.

Avançou entre as fileiras de árvores, depois virou e retrocedeu.

“Isso não está certo”, pensou. Estava tudo fora do lugar, mudado. Onde estavam seus cornisos? Onde estavam os rododendros e os loureiros que havia selecionado? Onde estava a sua maldita magnólia?

Olhou de testa franzida para um salgueiro, depois começou uma busca cuidadosa, passo a passo, pela seção.

Estava tudo diferente. As árvores e os arbustos já não estavam naquilo que ele considerava uma mistura interessante e eclética de tipos e espécies, mas sim alinhados como soldados, concluiu. Alfabetizados, pelo amor de Deus. Em latim.

Os arbustos tinham sido segregados e estavam organizados da mesma forma obsessiva.

Encontrou suas árvores e, fervendo de raiva, levou-as para o caminhão. Murmurando entre dentes, decidiu ir ao campo e tirar as árvores que queria levar de lá. Pelo visto, estariam mais seguras em sua casa. Obviamente.

Mas primeiro iria procurar Roz e esclarecer aquela trapalhada.

Em cima de uma pequena escada, armada com um balde de água com detergente e um pedaço de pano, Stella atacou a prateleira que acabara de esvaziar. Uma boa limpeza, decidiu, e estaria pronta para a sua mostra recentemente planejada. Visualizava-a cheia de vasos decorativos ordenados por cores, com algumas plantas sortidas entre eles. Se juntasse outros acessórios, como fio de ráfia, regadores decorativos, pedras e bolinhas de florista, e assim por diante, ficaria algo digno de se ver.

Ali, no ponto de vendas, iria gerar compras por impulso.

Estava passando os aditivos para o solo, os fertilizantes e os repelentes de animais para a parede lateral. Esses eram artigos necessários, não de compra por impulso. Os clientes teriam de ir até o fundo para procurar artigos dessa natureza, passando pelos mensageiros do vento que ela iria pendurar, pelo banco e pelo canteiro de concreto que pretendia trazer para dentro. Com as outras alterações, ficaria tudo em harmonia e os clientes seriam naturalmente atraídos para a seção de plantas de interior, passando pelos vasos de pátio, pelo mobiliário de jardim, tudo antes de chegarem à exposição de plantas. Faltava ainda uma hora e meia para abrirem e, se conseguisse convencer Harper a ajudá-la com as coisas mais pesadas, conseguiria acabar tudo.

— Estou progredindo — disse. — Sei que ainda não parece, mas... Interrompeu-se quando o viu.

Mesmo em cima da escada, sentiu-se pequena. Ele não devia medir menos de um metro e noventa e cinco, um homem duro, esguio e em forma, com calça jeans desbotada, manchada de água sanitária numa das pernas. Vestia uma camisa grossa de flanela por cima de uma camiseta e calçava um par de botas tão surradas que Stella pensou que ele deveria ter pena delas e dar-lhes um enterro decente.

Os cabelos compridos, ondulados e despenteados, eram da cor que ela pretendera da única vez que tentara pintar o seu.

Não lhe chamaria de um homem atraente — tudo nele parecia grosseiro e rude. A boca dura, as faces secas, o nariz afilado, a expressão dos olhos. Eram verdes, mas não como os de Kevin tinham sido. Estes eram profundos e carregados, e pareciam, de alguma forma, quentes, por baixo da linha forte das sobrancelhas.

Não, ela não diria que ele era atraente, mas sim impressionante, num estilo grande e duro. O tipo de dureza que dava a ideia de que um soco causaria muito mais danos a quem o desferisse do que a ele próprio.

Sorriu, embora estivesse perguntando a si própria onde estaria Roz. Ou Harper. Ou alguém.

— Lamento, ainda não abrimos. Posso ajudá-lo com alguma coisa?

Oh, ele conhecia aquela voz. Aquela voz decidida e fria que lhe deixara mensagens irritantes sobre planos estruturais funcionais e objetivos de produção.

Esperara que ela parecesse como soava — um equívoco comum, supôs. Não havia nada de frio naqueles cabelos ruivos rebeldes, que ela tentava controlar com um lenço idiota, nem na desconfiança dos grandes olhos azuis.

— Mudou a droga das minhas árvores de lugar. — Desculpe?

— Você tem mesmo que pedir desculpas. Não torne a fazer isso.

— Não sei do que está falando. — Agarrou melhor o balde, pelo sim, pelo não, e desceu da pequena escada. — Encomendou algumas árvores? Se me disser o seu nome, posso ver se consigo encontrar a sua encomenda. Estamos implementando um sistema novo, por isso...

— Não preciso encomendar nada e não gosto do seu sistema novo. E que diabos está fazendo aqui dentro? Onde está tudo?

A voz dele lhe parecia de alguém da região, desagradável e com indícios claros de impaciência.

— Acho que talvez seja melhor voltar quando estivermos abertos. No inverno, abrimos às dez. Se me deixar o seu nome... — Aproximou-se do balcão e do telefone.

— É Kitridge e deveria saber muito bem disso, uma vez que não para de me chatear há quase uma semana.

— Não sei... Oh! Kitridge. — Relaxou um pouco. — O paisagista. E não tenho chateado você — disse num tom mais acalorado quando se deu conta do que ele dissera.

— Tenho tentado entrar em contato para podermos marcar uma reunião. E o senhor não teve a cortesia de retornar os meus telefonemas. Espero sinceramente que não seja tão mal-educado com os clientes quanto é com os colegas.

— Mal-educado? Ouça, a senhora não sabe o que é ser mal-educado.

— Tenho dois filhos — retrucou ela. — Sei muito bem o que é ser mal-educado. Roz contratou-me para pôr ordem no negócio dela, para tirar parte da carga sistêmica dos ombros dela, para...

— Sistêmica? — Ele ergueu os olhos para o céu como um homem fazendo uma prece. — Céus, vai falar sempre assim?

Ela respirou fundo e tentou acalmar-se.

— Sr. Kitridge, tenho um trabalho a ser feito. Parte desse trabalho consiste em lidar com a vertente paisagista deste negócio. Por acaso é uma vertente muito importante e lucrativa.

— Pode ter certeza. E é a minha vertente.

— Por acaso está também ridiculamente desorganizada e, ao que parece, é gerida como se fosse um circo. Tenho passado a semana toda encontrando pedacinhos de papel soltos e encomendas e faturas... se é que podemos chamar assim... escritas à mão.

— E daí?

— E daí que, se tivesse se dado ao trabalho de retornar os meus telefonemas e de combinar uma reunião, eu poderia ter-lhe explicado como é que esta vertente do negócio vai funcionar a partir de agora.

— Ah, é? — O sotaque do oeste do Tennessee adquiriu uma tonalidade suave e perigosa. — Vai me explicar?

— Exatamente. O sistema que estou implementando vai, em última análise, poupar-lhe uma quantidade considerável de tempo e trabalho, graças aos softwares de faturas e de inventário, às listas de clientes e de designs, a...

Ele a estava observando de alto a baixo. Calculou que devia ter uns bons trinta centímetros a mais do que ela, provavelmente uns quarenta quilos a mais. Mas aquela mulher tinha uma língua afiada. Era aquilo que a sua mãe costumava chamar de uma ferroada de abelha — embora bonita —, e pelo visto nunca se calava.

— E como diabos passar metade do tempo sentado em frente a um computador vai me poupar seja lá o que for?

— Depois de os dados serem inseridos no sistema, acredite que é o que vai acontecer. A essa altura, parece que transporta a maior parte das informações num bolso qualquer ou na cabeça.

— E daí? Se estiver no bolso, sei onde encontrá-la. Se estiver na minha cabeça, também sei onde encontrá-la. Não há problema algum com a minha memória.

— Talvez não. Mas amanhã pode ser atropelado por um caminhão e passar os próximos cinco anos em coma. — Os bonitos lábios distenderam-se num sorriso gelado. — E então, como vamos ficar?

Pegou-lhe na mão e puxou-a em direção à porta. — Eh! — exclamou ela, surpreendida. — Eh!

— É trabalho. — Abriu a porta e continuou a puxá-la. — Não vou arrastá-la para a minha caverna.

— Então largue-me. — As mãos dele eram duras como uma rocha e igualmente ásperas. E as pernas dele, percebeu Stella enquanto ele se afastava do prédio, devoravam o terreno em passadas grandes e rápidas, forçando-a a segui-lo num passo de corrida pouco digno.

— Já vou soltá-la. Olhe para aquilo.

Apontou para a área de árvores e arbustos enquanto ela tentava recuperar o fôlego. — Qual o problema?

— Está uma confusão.

— Claro que não está. Passei quase um dia inteiro nessa área. — E ainda tinha os músculos doloridos para provar. — Está arrumada de forma coesa, de modo que um cliente ou um funcionário que procure uma árvore ornamental consiga encontrá-la rapidamente. Se o cliente estiver à procura de um arbusto que floresça na primavera ou...

— Estão todos alinhados. Como é que fez isto? Usou uma régua de carpinteiro? Como as pessoas que entrarem aqui agora vão ter uma imagem de como as diferentes espécies resultarão juntas?

— Esse é o seu trabalho, seu e do restante do pessoal. Estamos aqui para ajudar e orientar o cliente para as várias possibilidades, de acordo com seus desejos mais concretos. Se andarem por aqui pelo meio à procura de uma maldita hortênsia...

— Podem ver uma aleluia ou uma camélia que também gostariam de ter. Ele tinha alguma razão, e Stella refletiu sobre o que ele dissera. Não era nenhuma idiota.

— Ou então podem sair de mãos abanando porque não conseguiram encontrar facilmente aquilo que vieram procurar. Funcionários atentos e bem-informados devem ser capazes de encontrar o que o cliente quer. Ambas as formas têm prós e contras, mas eu gosto mais desta. E a decisão é minha.

Recuou um passo.

— Agora, se tiver tempo, precisamos de...

— Não tenho. — Ele se afastou a passos largos na direção da picape.

— Espere aí. — Stella correu atrás dele. — Temos que falar sobre as novas ordens

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