CARACTERÍSTICAS DOS VEÍCULOS AUTOMOTORES ISENTOS DE

A isenção dos tributos estaduais para a aquisição do veículo automotor para pessoas com deficiência não estão vinculados à autorização da isenção dos tributos federais.

No entanto, para fazer uso de todas as isenções dos impostos federais e estaduais, faz-se necessário que o automóvel a ser adquirido atenda a especificações determinadas pelas normas de cada ente.

Para a pessoa com deficiência ter autorizada a isenção do IPI, o veículo a ser adquirido deverá ser um automóvel de passageiros ou veículo de uso misto, de fabricação nacional (artigo 1º, caput, da Lei nº 8.989⁄_{95) ou produzido no Mercosul} (artigo 4º, II da Lei nº 8.989⁄_{95), classificado na posição 87.03 da Tabela de} Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), onde estão especificadas suas cilindradas, motor e tipo de combustível utilizado (ANEXO G).

A União não estabeleceu o valor monetário máximo para a aquisição desse veículo automotor.

Após a emissão da autorização de compra do automóvel com isenção do IPI, o interessado terá o prazo de 270 (duzentos e setenta) dias para utilizá-la, passado o prazo sem a utilização da isenção, o interessado poderá pedir sua revalidação. Este procedimento está previsto na Instrução Normativa (IN) da Receita Federal do Brasil nº 988/2009.

Segundo a Lei nº 8.383⁄_{1991, a isenção do IOF nas operações de} financiamento para a aquisição de automóveis para as pessoas com deficiência física, deve se dar para veículo de passageiros de fabricação nacional de até 127 HP de potência bruta (SAE).

Para ser autorizada a isenção do tributo estadual de ICMS, para pessoas com deficiência, o veículo, segundo consta no Convênio ICMS nº 38⁄_{2012 (cláusula} primeira, §2º) e no artigo 7º, inciso XIV, do Anexo IX, do Decreto nº 4852⁄_{97, do} Estado de Goiás, deve ser novo, cujo preço de venda ao consumidor sugerido pelo fabricante (incluídos os tributos incidentes), não seja superior a R$ 70.000,00 (setenta mil reais).

Para a isenção do IPVA no Estado de Goiás, concedido a pessoas com deficiência física (artigo 94, inciso IV da Lei nº 11.651⁄_{91), não existe restrição} quanto a características do veículo, podendo, inclusive ser novo ou usado, mas com preço de venda ao consumidor não superior ao valor estabelecido para a isenção do ICMS, ou seja, R$ 70.000,00 (setenta mil reais), conforme dispõe o Convênio ICMS nº 38⁄_{12 e o artigo 401, IV do Regulamento do Código Tributário Estadual – Decreto} nº 4.852⁄_97.

2.5.1 Alienação do Veículo

Em caso de alienação do veículo adquirido nos termos da Lei nº 8.989⁄_95, antes do prazo de 2 (dois) anos da aquisição, sem autorização expressa da autoridade da Receita Federal do Brasil, nos termos dos artigos 7º. e 8º. da Instrução Normativa RFB nº 988, de 22 de dezembro de 200922, sujeitará o beneficiário ao pagamento integral do tributo através de Darf, acrescido de juros de mora e multa, podendo atingir até 150% (cento e cinquenta por cento) do valor do IPI dispensado, nos casos de comprovação de fraude.

Se houve prévia autorização da alienação do veículo pela autoridade da Receita Federal do Brasil o beneficiário pagará o valor do IPI dispensado acrescido

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Receita Federal do Brasil. Instrução Normativa RFB nº 988, de 22 de dezembro de 2009. Disciplina a aquisição de automóveis com isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados, por pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15954>.

de juros de mora. Apenas não pagará o imposto se o terceiro adquirente preencher os requisitos para isenção do IPI.

Mesmo que o veículo esteja em alienação fiduciária em garantia não se considera alienação, nem sua retomada pelo proprietário fiduciário, em caso de inadimplemento ou mora do devedor. No entanto, considera-se alienação a venda realizada pelo proprietário fiduciário a terceiro do veículo retomado.

No caso de alienação de veículo adquirido utilizando-se da isenção do IOF, o artigo 72, §3º, da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991 dispõem:

Art. 72 [...]

§3º. A alienação do veículo antes de três anos contados da data de sua aquisição, a pessoas que não satisfaçam as condições e os requisitos, acarretará o pagamento, pelo alienante, da importância correspondente à diferença da alíquota aplicável à operação e a de que trata este artigo, calculada sobre o valor do financiamento, sem prejuízo da incidência dos demais encargos previstos na legislação tributária.

O Convênio ICMS nº 38⁄_{2012 estabeleceu na cláusula quinta que a contar da} data da aquisição constante no documento fiscal de venda, o beneficiário não poderá alienar o veículo pelo prazo de 2 anos para pessoa que não se enquadre na condição de beneficiária da isenção, nem alterar as características do veículo, nem o empregar em finalidade diversa da justificada para isenção, sob pena de pagamento do imposto isentado com atualização monetária e acréscimos legais, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. No entanto, não ocorrerá tais penalidades nas hipóteses de transmissão para a seguradora, nos casos de roubo, furto ou perda total do veículo; transmissão do veículo em virtude do falecimento do beneficiário e alienação fiduciária em garantia.

A respeito do IPVA, no Estado de Goiás, pelo disposto no artigo 401, §8º, do Decreto nº 4.852⁄_{97, a isenção perdurará enquanto o veículo pertencer a pessoa} com deficiência física.

2.5.2 Destruição ou Perda do Bem

Caso o veículo seja roubado ou furtado, não se considera mudança de propriedade o pagamento de indenização pela seguradora. Se o veículo for posteriormente encontrado considera-se alienado ao ser integrado ao patrimônio da seguradora ou se for realizada a transferência para terceiros os quais não

preencham os requisitos necessários ao reconhecimento do benefício.

Assim como na isenção do IPI, a destruição do veículo ou ocorrência de furto ou roubo, sem encontrar o seu vestígio, não acarretam o pagamento do tributo IOF. Caso o encontre e a alienação ocorrer antes do prazo previsto, será devido o recolhimento da exação apurada na operação original com juros de mora.

Relativo ao ICMS, apenas nos casos de roubo, furto ou perda total do veículo, falecimento do beneficiário ou alienação fiduciária em garantia não será exigido o tributo posteriormente à sua concessão.