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Excet o por cont a de program as localizados, a agri cult ura familiar, em seu conj unto, j am ai s havi a ocupado lugar de dest aque na políti ca agrí col a governamental , que visava a modernização da agri cult ura nacional através do aum ent o da produti vidade, a partir da incorporação de avanços tecnol ógi cos e um publi co alvo rel ativam ent e heterogêneo, que seri a a empres a rural, viabiliz ável , especi alment e em função da disponibilidade d e grandes áreas de terra e acess o garantindo a num erosos e abundant es subs ídios fis cais e creditícios .

No Brasil, foi o apoio governam ent al, em form a de incenti vos fi scai s abundant es , credito volumoso e alt am ent e subsidi ado, doação de t erras, implant ação de infra -est rut ura pelos governos , pesqui sa agropecuári a e assi stência técni ca p úbli ca e de quali dade, produção com mercado e preço garantidos, subs ídios à exportação, entre muit as out ras ações de proteção e prom oção que trans formou parte do l at ifúndio e d a grande agri cul tura em modernas , efi ci ent es e viáveis em presas rurai s. A agri cult ura famil iar nunca foi obj eto dos m esm o s privi légios, o que explica sua si tuação desvant ajosa.

50 O espaço i nstit ucional e polí tico ocupado s pel o Pronaf resul tou de press ões dos movim ent os soci ais rurais, e do reconhecim ento dos set ores governamentais, de que o fort al ecim ent o da agricultura famili ar seri a est ratégico para a cri ação de novas atividades econômi cas geradoras de ocupações produtivas e de renda, sobret udo em m uni cípi os de pequeno port e popul acional, cuj o potenci al econômi co repous a va no des envolvimento rural e agrí col a.

Em sua formul ação, o lançam ento do Pronaf pelo Governo Federal represent ou uma m udança na tradi ci onal ori entação da políti ca agrícola brasil ei ra, já qu e passava a reconhecer a import ânci a econômica e soci al da agri cultura famili ar, incorporando essa ampl a camada de agri cultores a trabalhadores rurais com o possívei s benefici ários de ações da políti ca agrí col a.

O Pronaf tem como obj eti vo o fortalecim ent o das ativi dades desenvol vidas pelo produtor famil iar, de form a a integrá -l o a cadei a de agronegócios , proporci onando -lhe aum ento de renda e agregando valor ao produto e à propri edade, m ediant e a m oderniz ação do s ist em a produtivo, val oriz ação do produtor rur al e a profissionalização dos produtores fam ili ares . Os benefici ári os do Pronaf s ão os agricultores famili ares e suas organiz ações que at endam sim ult aneamente os s eguint es requi sitos :

Explorem a terra na condição de proprietário, posseiro, arrendat ário, parcei ro ou concessionário do Program a Nacional de Reform a Agrária

51 Possuam, no Maximo 4 módulos fiscais (6 módulos, no caso de

ativi dade pecuári a)

Tenham o trabalho familiar como base da exploração do est abel ecim ento

Ess es benefi ci ári os eram di vidi dos em grupos de acordo com a renda

Grupo A – Assentados da reforma agrária

Grupo B – miniagricultor familiar até então excluído das linhas de financi am ent o, com renda brut a anual de at é R$1.500,00, e sem utiliz ação de qualquer ti po de m ão -de-obra não famili ar Grupo C – agricultor familiar com renda bruta anual entre

R$1.5000,00 e R $8.000,00, podendo utilizar mão -de-obra de empregados t emporários

Grupo D – agricultor familiar com renda bruta entre R$8.00,00 e R$27.500, 00, podendo di spor de at é dois empregados perm anent es.

2 – Diretrizes

De modo a fort al ecer a agricultura fam iliar, o P ronaf est abel eceu a seguint e l inha de at uação.

Financiamento da produção – Pronaf –C (custeio e investimento) Financiamento de infra -estrutura e serviços municipais (Pronaf –M) Capacitação e profissionalização

52 2.1 –

Pronaf Crédito

O Pronaf Crédi to, especi alm ent e no segm ento cust ei o, concent ra -s e mais no at endim ent o de agri cultores fam ili ares m ais capi taliz ados . Ess e real ce da linha de fi nanci am ent o de cust eio s e refl et e na sua import ânci a nas dem andas e na paut a políti ca dos agri cult ores.

A tabel a a s eguir m ostra a evolução dos financiam entos do Pronaf, no período 1995/2000, conforme a modali dade. Veri fi ca -s e o cres cim ento do num ero de cont ratos e o volume nomi nal de recursos , que pass am dos R $90 milhões em 1995 para quas e R$2,2 bilhões em 2000. Deve -s e, no ent anto, obs ervar com cautel a os dados do biênio 1995/ 1996 um a vez que as norm as de financi am ento só foram est abel ecidas em agosto de 1995 e os empréstimos de investim ent o ini ci aram -se,de fat o, em 1997. Nest e t riênio 1997/2000 o aum ent o expressi vo do num ero de contrat os não foi acompanhado pelo vol um e apli cado. Iss o indica queda no vol ume m édio dos empréstimos e possi vel ment e, ampl i ação da base de agri cult ores famili ares benefici ados.

Evolução das Aplicações do Pronaf - C

Modalidade Custeio Investimento Total

Anos Contratos Valores (R$1000) Contratos Valores (R$ 1 000) Contratos Valores (R$1 000)

1995 30.309 89.309 187 653 30.496 89.962 1996 306.790 548.145 4.844 10.750 311.634 558.895 1997 415.669 993.051 100.057 753109 515.726 1.746.160 1998 558.836 1.164.554 100.000 628.811 658.836 1.793.365 1999 691.114 1.464.124 107.000 502.780 798.114 1.966.904 2000 745.027 1.562.540 183.772 724.993 928.799 2.287.533

Fonte: Bacen/Recor (custeio);Secretaria de Desenvolvimento Rural/MAA, Secretaria da AgriculturaFamiliar/MDA, Banco do Brasil, Banco do Nordeste/RECOR e BNDES (investimento)

53 Analis ando a dist ribuição dos recursos do crédito do Pronaf, segundo o Banco do Nordest e, nota -s e o crescim ento da parti cipação dos Est ados do Ceará, P ernam buco, Paraíba e Maranhão, em det rim ent o da Bahi a, Pi auí e em menor grau, M inas Gerais .

Como sínt es e, reali zou -s e em 2000, quas e 1 mil hão de operações de crédito do P ronaf, s endo que m ais da m et ade do val or financi ado di ri gi u-se à regi ão Sul, concentrado em áreas em que o s egmento fami liar tem est reit a rel ação com a agroindúst ri a. Veri fi cou -s e, que t al concentração é ai nda M ario nas operações de cus teio, modali dade respons ável por 70% do total es perado. Desta form a nota -s e o des com pass o ent re cust eio e inves tim ento, especi alm ent e no perfil regional.

Estados Custeio Investimento Total

1997 1998 1999 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Alagoas 3,1 5,1 7,2 11,9 3,4 8,5 10,3 3,8 8,1 Bahia 41,9 21,4 17,4 30,3 41,4 28,7 32,5 36,4 25,2 Ceara 13,7 10,2 12,5 5,9 11,6 12,2 7,3 11,3 12,3 Maranhão 3 7,1 12,7 4,7 2,3 4,5 4,4 3,5 7,1 Minas Gerais 15,9 6 14 11,6 5,4 6,8 12,4 5,5 9 Paraíba 2,2 14,3 12,9 3,1 4,9 8 2,9 7,2 9,5 Pernambuco 9,2 23,3 10,6 14,2 14,7 23,5 13,3 16,9 19,5 Piauí 2,4 1,2 0,8 10,7 9,4 4,3 9,2 7,4 3,2 Rio Grande do Norte 2,9 4 4,1 4,3 4,9 1,8 4 4,6 2,5 Sergipe 5,8 7,5 7,9 3,2 2 1,7 3,7 3,4 3,6 Total (em R$ 1 000) 30 956 166 909 128 904 135 449 504 416 281 226 166 405 671 325 410 129 Participação Total 3,1 14,3 8,8 18 80,2 55,9 9,5 37,4 20,9

54 2.2 -

Pronaf – M

Ess a linha do Pronaf t em out ra linha de atuação, volt ada a financi ar ações conjunt as dos muni cípios e estados para eliminar gargalos que estão ret ardando ou impedindo o desenvolvim ento rural em áreas em que predomi ne a presença de agricultores famili ares. Embora o Pronaf represent ass e um program a de apoio e des envolvimento da produção fam iliar, at e o mom ent o sua atuação está rest rit a a concessão de algum as condições diferenci adas para a utilização de m ecanismos t radi cionais de polí tica de crédit o, que j á t inham sido utiliz adas no passado s em êxi to. Bas icament e, el e deveri a pos sibilit ar

Implantação, ampl iação, moderniz ação, racionalização e recoloca ção de infra-est rutura e s ervi ços públi cos muni ci pais necess ári os ao fort al eci mento da agri cult ura famili ar, como: recuperação de est radas vici nais, li nha tronco de energi a elét rica, construção de arm azéns com unit ários e obras hídri cas de us o col etivo.

Eliminação de gargalos que estejam retardando ou impedindo o des envol vimento nas áreas em que predomi ne a agri cul tura fam ili ar

Ampliação das garantia s ao produtor quanto a aplicação do credito rural , mediante a mel horia do escoam ent o da produção, facili dade de acess o a tecnologi as e m aior competit ividade do mercado.

55 A es colha de quase t otali dade dos m uni cí pios benefi ci ados pelo Pronaf - M, assim como as açõ es previ as à afeti va execução dos pl anos muni ci pais de desenvol vimento rural, ocorreu no bi êni o 1669/ 1997, conforme demonstra a tabel a abaixo.

Evolução do Pronaf-F

Anos Dotação Orçamentaria Municipios Selecionados Planos de Trabalho Total de Contratos (Em R$) Variação (%) (Total Acumulado) encaminhados a CEF com a CEF

1996 - - 389 - -

1997 111.221.000 - 1.000 603 461

1998 119.910.000 7,81 1.018 712 915

1999 152.120.000 26,86 1.018 1.010 1.006

2000 148.932.117 21,56 1.018 1.064 1.064

Fonte: Secretaria de Agricultura Familiar/MDA

Além da i nclus ão de grande part e da agri cultura famili ar no credit o rural , um res ultado positi vo do P ronaf vem ocorrendo nos post o s de trabalhos vi abilizado, m antidos e cri ados por s eus fi nanciam entos.

O ass al ariado permanent e, com e s em cartei ra assi nada, teve si gni fi cat ivo aum ent o, com mai s de 11 mil post os. M esm o ainda s endo forma predominant e de trabalho, inclusi ve por s e trat ar de explorações fam ili ares , a ocupação de famili ares e agregados apresentou a menor vari ação, com apenas 1,1%. Dest a forma, evidenci a -s e que o Pronaf desempenhou import ant e papel na m anut enção de ocupação rural.

56

Pessoas Ocupadas nos Estabelecimentos Beneficiados Do Pronaf

Diferença

Categorias Antes Depois Numero

Variação (%) Assalariado perm c/ carteira 23 203 28 049 4 846 20,89 Assalariado perm s/ carteira 34 718 41 313 6 595 19,00 Assalariados temporários 440 011 629 636 189 625 43,10 Familiares e agregados 1 061 784 1 073 564 11 780 1,11 Total 1 559 716 1 772 562 212 846 13,65 Fonte:Ibase (1999); Dados levantados em oito UF

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