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A turma do 4ºB de Oliveira de Azeméis foi a amostra selecionada pela Escola Cooperante, agora CDN – Conservatório de Dança do Norte, para a realização deste estágio. Esta turma é composta por dois rapazes e seis raparigas que frequentam o 8º ano do ensino regular em dois estabelecimentos de ensino diferentes, nomeadamente, três alunos de uma escola e os restantes da outra.

Os alunos desta turma apresentam idades compreendidas entre os 13 e os 14 anos de idade, sendo duas alunas mais novas (aniversários no final do ano letivo ou fim do ano fiscal). Estes alunos inserem-se na fase intermédia da adolescência, segundo (Yeager, 2017), fase em que lidam com novas exigências ao nível escolar e social enquanto procuram gerir novas e intensas emoções, com um constante apelo à sua autonomia face ao suporte oferecido pelos adultos.

37 Com base nas observações que se descrevem posteriormente no capítulo 4.1.1 e no Apêndice C, respetivamente, identificou-se que a turma apresentava algum potencial no que diz respeito às capacidades dos alunos, havendo características bastante díspares ao nível da constituição física e consequentemente implicando dificuldades específicas bastante heterogéneas também.

Ficou desde logo aparente que havia níveis de esforço diferentes nos vários alunos da turma e que, de um modo geral, a turma se apresentava desmotivada para a continuidade no ensino artístico especializado da dança, sendo vários os alunos que mencionaram não querer continuar este tipo de trabalho. De seguida descrevem-se de forma mais detalhada as características observadas nos vários alunos da turma.

Assim, a aluna A1 apresenta uma figura adequada à prática da Dança Clássica, apesar de transparecer alguma dificuldade no controlo postural da parte superior das costas (ligeira tendência cifótica por falta de força e tonicidade muscular). A força e a flexibilidade gerais aparentam estar subdesenvolvidas (sendo que não possui apetência para trabalhar estas áreas nas aulas regulares), no entanto a aluna possui uma boa articulação dos pés, possibilitando o trabalho adequado ao nível da técnica de pontas.

A aluna A2 também possui uma figura adequada à prática da Dança Clássica, denotando-se uma fragilidade ainda maior ao nível da força (principalmente) e da flexibilidade, sendo notória a pobre colocação da cintura escapular (e dos braços) e consequente postura cifótica pela simples omissão de esforço muscular ou cuidado na colocação. Apresenta uma óptima articulação dos pés. Esta aluna demonstra uma evidente falta de confiança nas suas próprias capacidades e uma falta de motivação extrema, tornando difícil motivá-la para o trabalho, o que causa frequentemente desvios comportamentais durante a aula.

Já a aluna A3 possui pés muito pouco flexíveis, o que prejudica toda a sua colocação na meia ponta e na ponta e dificulta o trabalho do pé pelo chão. Esta aluna apresenta uma enorme flexibilidade ao nível da articulação coxo-femural, tendo no entanto, uma acentuação da lordose natural, o que dificulta toda a sua colocação postural, principalmente por lhe dedicar pouca atenção no trabalho regular. Apesar de mencionar desmotivação, esta aluna é capaz de projetar e apresentar-se ao público com grande entusiasmo, nomeadamente nos momentos de avaliação ou apresentações de grupo/ individuais. Apresenta variações de humor e momentos de insubordinação, o que torna difícil a sua progressão.

A aluna A4, apesar de apresentar uma figura ligeiramente desadequada à prática da Dança Clássica, nomeadamente no que concerne à sua estrutura óssea mais larga, possui uma boa articulação dos pés, o que lhe facilita o trabalho das pontas, e apresenta flexibilidade ao nível da articulação coxo-femural. Esta aluna não apresenta um bom controle do centro,

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nem qualquer tipo de motivação para o trabalho vocacional de dança. É uma aluna tímida e de expressão mais fechada, sem grandes alterações na expressão facial.

No que concerne à aluna A5, esta já possui uma figura mais adequada à prática da Dança Clássica, apresentando uma flexibilidade adequada, exceto nos pés que possuem maior força e flexibilidade, sendo muito úteis para a prática das pontas. A aluna presenta, no entanto, alguma dificuldade no controlo da rotação externa (coxo-femural), bem como na colocação pélvica e controle do centro. É uma aluna que apresenta grandes oscilações de atenção, tornando necessário repetir frequentemente as indicações para estas serem assimiladas.

A aluna A6 apresenta uma boa articulação ao nível dos pés. Possui um ballon extraordinário. A aluna tem dificuldade em controlar a rotação externa (coxo-femural), apesar de não apresentar limitações físicas com relação a este parâmetro. A sua maior dificuldade recai sobre os ombros, devido à sua constituição com ombros elevados, o que dificulta o aspeto visual harmonioso do seu trabalho. É uma aluna que não se esforça para melhorar a flexibilidade, nem a força. Quando questionada foi a aluna da turma que respondeu com maior conhecimento a nível de vocabulário técnico (teórico). Não demonstra grande motivação para progredir no trabalho vocacional.

O aluno A7 apresenta um trabalho mais consistente no geral, apesar de sentir algumas dificuldades ao nível da articulação do pé, da flexibilidade geral e principalmente, na parte superior do tronco, onde exibe uma pequena tendência cifótica, possívelmente devido à sua estatura mais alta. Possui um bom conhecimento do vocabulário técnico e, após o primeiro período, foi o aluno que apresentou maior motivação para o trabalho.

Já o aluno A8 apresenta uma grande disponibilidade para o movimento, possuindo umas linhas muito bonitas e uma óptima coordenação geral, inclusivamente apresentando uma boa flexibilidade geral e uma boa articulação do pé. É um aluno de estatura baixa. Apesar das facilidades no trabalho de Dança Clássica, e de uma boa capacidade de perceber os exercícios e os executar com qualidade técnica, o aluno apresenta-se desmotivado. Esta desmotivação leva a que o aluno não preste a devida atenção aos detalhes no seu trabalho prático, nomeadamente no que refere à colocação dos braços e das mãos, ao en dehors e às terminações e inícios dos vários exercícios. O aluno trabalha aquém das suas capacidades físicas.

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4 - ESTÁGIO – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS