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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

4 O AMBIENTE DO ESTUDO

4.2 Caracterização da empresa

O presente subtópico caracteriza a empresa objeto do estudo, pertencente ao setor de telecomunicações, que tem por objetivo a prestação de serviços. Dentre os quais, encontram-se os que proporcionam acesso a rede pública, provedor de conexões, provedor de conteúdos, estabelecimento de transmissão e implantação de redes telefônicas externas, cuja efetivação demanda a realização dos mais diversos tipos de serviços.

As informações necessárias, referentes a empresa, para a realização da presente pesquisa, foram obtidas por meio de entrevistas não estruturadas e de material institucional fornecido pelos próprios dirigentes. Com o intuito de manter sigilo sobre os dados aqui apresentados, o nome da empresa e o seu endereço não são divulgados, por solicitação dos seus dirigentes.

Trata-se de uma grande empresa prestadora de serviços de telecomunicações, com experiência no gerenciamento de redes, e que

atua em diversos estados brasileiros, juntamente a grandes operadoras de telefonia fixa e empresas de telefonia móvel, com clientes de segmentos variados.

De acordo com a natureza jurídica, a constituição da empresa se dá sob forma de sociedade anônima fechada, com início das atividades em 1990, para o desenvolvimento de atividades de serviços no setor de telecomunicações. Com base em documentos (contratos de prestação de serviços) fornecidos pela própria empresa, podem-se relacionar os seguintes serviços desenvolvidos:

a) Manutenção preventiva e corretiva em acessos de telefonia convencional, linhas dedicadas, acessos de aparelhos telefônicos de uso público – TUP, cabos e entroncamentos metálicos, inclusive proteção elétrica;

b) Manutenção preventiva e corretiva em aparelhos TUP, inclusive manutenção de equipamentos CE-10/20/30e suas extensões/ramais, incluindo-se o fornecimento de partes e peças, acessórios, infraestrutura, serviços de limpeza e higienização;

c) Manutenção da rede interna de assinantes;

d) Instalação inicial de acesso de telecomunicações (linhas de assinantes e linhas dedicadas de voz), incluindo-se a distribuição de listas telefônicas a novos clientes;

e) Instalação inicial de acesso de telecomunicações de linhas dedicadas de dados;

f) Instalação inicial de acesso de telecomunicações de telefone de uso público;

g) Execução das ordens de serviços de mudança e redisposição de acessos de telecomunicações – linhas de assinantes e linhas dedicadas de voz;

h) Execução das ordens de serviços de mudança e redisposição de acessos de telecomunicações de linhas dedicadas de dados; e

i) Execução das ordens de serviço de mudança e redisposição da planta de telefone de uso público.

Galina e Plonski (2005) apresentam, na Figura 3, a cadeia produtiva do setor de telecomunicações, com a identificação dos diferentes grupos, dentre os se encontram os serviços, que se dividem em três setores: a) acesso à rede pública; b) provedoras de conexão; e c) provedoras de conteúdo. Observando-se este contexto, a empresa objeto do presente estudo se insere no primeiro setor, o que lida com o acesso à

rede pública, onde se encontram as operadoras.

O fato que caracteriza tal situação – o vínculo entre as operadoras e a empresa objeto do estudo – se dá por meio do contrato de prestação de serviços, o qual serve de base para os dados aqui relatados. Desta forma, os serviços são contratados pelas operadoras que, por sua vez, são as que fornecem acesso a rede pública, ou seja, o produto propriamente dito representado pela voz-telefonia, imagem e/ou informação. Neste sentido, e conforme caracterizado na Figura 3, as empresas que são os possíveis clientes da empresa objeto de estudo são as operadoras Tim, Oi, Vivo, Telefônica etc.

De acordo com a explanação no tópico sobre telecomunicações, a Lei Geral de Telecomunicações se pauta nos propósitos de retirar o setor da estagnação, modernizar a infraestrutura, diversificar e melhorar a qualidade e prover acesso universal aos serviços básicos (ANATEL, 1996). Neste sentido, várias medidas foram tomadas na década de 1990, uma delas com a lei mínima cujo objetivo era o fim do monopólio estatal e a abertura da telefonia móvel para, entre outros, a iniciativa privada.

Por conseguinte, este fato desencadeou uma série de contratações e subcontratações de serviços, com aumento da demanda pelo setor de telecomunicações, em especial por parte das operadoras. Foi neste contexto que, na década de 1990, se deu a criação da empresa objeto do presente estudo.

Ainda, dentro do panorama vigente, em decorrência da privatização, foram criados vários consórcios que, segundo Miranda e Martins (2000, p. 70) “a figura jurídica do consórcio, é entendida como a associação de diferentes empresas para participarem de um novo negócio, constitui categoria analítica distinta e importante forma de associação predominante nas privatizações”. Todavia, essas empresas organizadas na forma jurídica de consórcios são tomadoras dos serviços de implantação de redes telefônicas e outros serviços correlatos. É comum, no âmbito da prestação de serviços de telecomunicações, a utilização da forma jurídica de consórcios para atendimento da demanda de serviços e materiais exigidos pelas operadoras.

As formas de contratação dos serviços acima especificados envolvem a Contratante – sociedade controlada pela operadora – e a Contratada – formada por um consórcio entre uma empresa prestadora de serviços (objeto deste estudo) e outra empresa fornecedora de materiais aplicados na complementação dos serviços conforme descrição do objeto no contrato. O propósito da contratação é a

execução de serviços de implantação de linhas telefônicas e de manutenção preventiva e corretiva em acessos e operação da Rede de Acesso, bem como todas as atividades necessárias à instalação e mudança de acessos de telecomunicações e de seus acessórios, com fornecimento de material e mão de obra, em áreas geográficas predeterminas no contrato entre as partes, as quais podem ser representadas por uma cidade, um estado, uma região ou, tão somente, por uma pequena parte dessas como, por exemplo, uma rua.

Além das especificações do contrato, faz parte do mesmo os seus anexos que determinam regras da prestação dos serviços e fornecimento de material. Os anexos correspondem a conteúdos como: a) informações gerais para fornecimento dos serviços de manutenção e operação de rede de acesso; b) condições de contratação de manutenção de rede telefônica, operação, instalação, mudanças e retirada de acessos telefônicos; c) manual de rede de acesso da operadora; d) tabela de serviços de rede de acesso; e) relação de localidades que compõem a área do serviço; entre outros. Desta forma, a contratação dos serviços especificados tem inúmeras regras e determinações para serem cumpridas, parte referente à contratação propriamente dita e outras demandadas, principalmente, pelos órgãos reguladores como a Anatel. Este último conjunto de medidas legislativas pode intervir, controlar ou influenciar o comportamento dos agentes econômicos, isto é, das empresas que fazem parte da cadeia do setor produtivo das telecomunicações, com reflexos diretos na gestão das mesmas.

Se existem regras, existem penalidades. Diante disto, o contrato apresenta, no seu escopo, as penalidades da prestação de serviços que por ventura ou algum motivo não são cumpridas pelas empresas, que passam a ser penalizadas.

Quanto aos valores (preços) dos serviços, os mesmos são determinados pela contratante para cada serviço descrito anteriormente, cuja medição (em termos de execução) para cálculos dos valores a serem pagos passam por rígidos controles e fórmulas aplicadas para que se deduza o total dos serviços prestados. Se os serviços se encontram conforme as especificações, com base nas informações de campo, então se efetua o cálculo dos valores a serem pagos para a contratada.

Cada contrato firmado envolve dispêndio de inúmeros recursos, ou seja, recursos de pessoal (mão de obra), maquinário, equipamentos, veículos etc., para que os serviços sejam executados conforme os parâmetros definidos pela contratante. A empresa objeto do presente estudo utiliza meios informatizados para efetuar a gestão dos seus

custos. Ou seja, planeja, executa e controla as mais variadas atividades, as quais por sua vez consomem os recursos empregados na prestação de serviços.