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CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM

No documento ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (páginas 160-165)

EQUIPAMENTOS COLECTIVOS E INFRAESTRUTURAS BÁSICAS

4.12. PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO E ARQUEOLÓGICO

4.13.1. CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM

O valor paisagístico tem a ver com o enquadramento da paisagem, a sua diversidade, harmonia e movimento, a sua textura, cor e singularidade.

A absorção visual da paisagem é a sua capacidade para integrar ou disfarçar visualmente a acção antrópica, mantendo o seu carácter e qualidade visual.

O trabalho realizado, no âmbito do presente capítulo, teve por objectivo efectuar uma caracterização da paisagem onde se pretende ampliar a Pedreira em estudo, de modo a avaliar as alterações na sua qualidade visual.

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis

137 A caracterização da paisagem no local em estudo e a sua envolvente, foi efectuada por meio de análise da ocupação do solo, complementada por observação directa e levantamento fotográfico.

A composição e distribuição dos elementos da paisagem do local em estudo, é modelada por factores naturais, em função da variabilidade geológica, edáfica, climática, hidrológica, geomorfológica e biológica, e essencialmente pela intervenção humana. A implantação de inúmeras actividades de exploração, tais como exploração de outras pedreiras na envolvente, têm conduzido a alterações na composição da paisagem.

4.13.2. METODOLOGIA

A análise das unidades de paisagem foi efectuada de acordo com a seguinte metodologia:

ƒ Características dos factores biofísicos e culturais que influenciam a paisagem, conducente à definição de unidades homogéneas de paisagem reveladoras da sua qualidade intrínseca e de resposta estética que produz no observador;

ƒ Avaliação da qualidade visual da paisagem e da capacidade de absorção deste elemento de paisagem e dimensão da sua relação com a envolvente. Esta análise baseou-se na observação directa da paisagem local, bem como na inventariação das características biofísicas do local. Desta forma, procedeu-se à análise de vários factores, tendo sido estudados os atributos fisiográficos e de uso do solo, bem como condições de observação directas.

Os atributos fisiográficos foram analisados com base nas Cartas de Festos e Talvegues (Anexo 13), Hipsométrica (Anexo 14), de Declives (Anexo 15), de Análise Visual (Anexo 16) e de Orientação de Encostas (Anexo 17). A integração desta informação com a análise de tipologia de uso dos solos possibilitou a definição de unidades de paisagem.

Complementarmente, foi realizada uma avaliação qualitativa baseada na análise dos atributos estéticos da paisagem, de forma a definir a qualidade visual da paisagem. A diversidade, variedade e harmonia, são os componentes da paisagem que definem as suas características intrínsecas e extrínsecas (relevo, água, vegetação, estruturas), correspondendo a variedade ao número de elementos visuais principais de cada um dos componentes (forma, linha, cor, textura).

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis

138 Para estudar as condições de observação procedeu-se à análise de alguns elementos, como rede viária, construções, aglomerados populacionais, barreiras visuais e vegetais. Esta informação permitiu realizar a Carta de Análise Visual (Anexo 16).

A análise da capacidade de absorção da paisagem, tem como objectivo definir a sua capacidade para absorver visualmente as alterações sem prejudicar a sua qualidade visual. Desta forma, procedeu-se à avaliação do comportamento da paisagem relativamente à execução do projecto em estudo, procurando avaliar a sua maior ou menor capacidade de integração no espaço.

A delimitação de áreas homogéneas, em termos de comportamento visual, relativamente à qualidade e à capacidade de absorção visual foi realizada com base numa avaliação qualitativa, definindo-se, para o efeito, o seguinte:

Quadro 44: Avaliação da sensibilidade visual da paisagem

Qualidade Visual

Qualidade Visual

Elevada Média Baixa Nula Elevada 2 3 3 3

Média 1 2 2 3 Baixa 1 2 2 3 Legenda: 1 – Elevada Sensibilidade; 2 – Média Sensibilidade; 3 – Baixa Sensibilidade

A elaboração da Carta de Festos e Talvegues (Anexo 13), possibilitou a análise física da paisagem. Para a definição das Unidades de Paisagem fez-se uma caracterização biofísica do espaço atendendo aos aspectos bióticos (ocupação florestal e agrícola) e abióticos (morfologia e geomorfologia), e à sua interligação com os restantes factores. A sua conjugação permitiu definir Unidades de Paisagem homogéneas ocorrentes na área em estudo envolvente da Pedreira, e que seguidamente se enumeram:

1 – Zonas florestais com domínio do pinheiro bravo em zonas de declive relativamente acentuado; 2 – Taludes, aterros e zonas desnudadas;

3 – Zonas florestais com domínio de eucalipto em terrenos de declive pouco acentuado; 4 – Incultos e pousios em zonas aplanadas ou de declive pouco acentuado;

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis

139 5 – Áreas de cultivo em terrenos aplanados ou de declive pouco acentuado;

6 – Zonas urbanizadas; 7 – Zonas industriais.

Classificando as Unidades de Paisagem segundo os aspectos biofísicos, estéticos e culturais, obteve-se um valor médio para cada uma das diferentes unidades, como se apresenta no quadro seguinte.

A numeração das Unidades de Paisagem corresponde às que anteriormente foram definidas, sendo a escala de valorização quantitativa (escala com valores de 1 a 5) aplicada às várias componentes das Unidades de Paisagem, em termos de qualidade de paisagem, a seguinte: paisagem intensamente degradada – valor (1) ; paisagem moderadamente degradada – valor (2); paisagem pouco degradada – valor (3); paisagem ligeiramente degradada – valor (4); paisagem natural não degradada – valor (5).

Quadro 45: Classificação das unidades de paisagem

Unidades de Paisagem

Valorização/Classificação

Resultados da Classificação (Média)

Biofísicos Estéticos Culturais

1 4 4 4 4,00 2 2 2 2 2,00 3 4 4 3 3,67 4 2 2 1 1,67 5 2 2 2 2,00 6 2 2 3 2,33 7 1 2 1 1,33

Analisando os resultados da classificação das Unidades de Paisagem existentes na Envolvente próxima da Pedreira em estudo, no que diz respeito ao seu valor e interesse paisagístico, verifica-se que as Unidades de Paisagem mais degradadas, são as que sofreram maior intervenção humana, sendo respectivamente: a 7 – Zonas industriais e a 2 – Taludes, aterros e zonas desnudadas.

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis

140 As paisagens menos intervencionadas humanamente, são as que apresentam menos impacto paisagístico no conjunto das várias componentes paisagísticas, sendo respectivamente: a 1 – Zonas florestais com domínio do pinheiro bravo em zonas de declive relativamente acentuado e a 3 – Zonas florestais com domínio de eucalipto em terrenos de declive acentuado.

De referir ainda, que em toda a envolvente próxima da Pedreira, as várias unidades de paisagem identificadas, todas elas sofreram intervenção humana, em maior ou menor grau, não existindo portanto, nenhuma Unidade de Paisagem que possa ser classificada como paisagem natural não degradada para qualquer uma das suas componentes: biofísicas, estéticas ou culturais.

A implementação do projecto, pela sua natureza e dimensão, não irá alterar significativamente o grau de artificialização actualmente existente, dado o incipiente coberto vegetativo, as desmatações que serão necessárias para a ampliação da actual exploração não irão afectar vegetação de elevado porte.

Os edifícios existentes que dão apoio à Pedreira são de área reduzida, aspecto que não contribui significativamente e de forma negativa para a qualidade visual existente.

A zona de implantação da Pedreira é caracterizada por locais de declives pouco acentuados, entre os 2 e os 100% (ver Carta de Declives no anexo 15) e vegetação pouco densa. Tal situação deve-se às características do relevo (ver Carta Hipsométrica no anexo 14) e às variações da temperatura.

A vegetação no local da Pedreira é pouco densa, contudo a mesma fica como que escondida relativamente à visualização por parte das povoações mais próximas.

Analisando a hipsometria da área verifica-se que se trata de uma zona de altitude que se desenvolve entre os 50 e os 250 metros.

Relativamente à orientação média das encostas (Anexo 17), é a orientação NNO-SSE a que apresenta maior superfície.

Desta forma, conclui-se que a área em estudo possui alguma exposição face à capacidade de absorção deste novo elemento pela paisagem.

A análise do relevo, da ocupação actual do solo, do levantamento de campo e do registo fotográfico, permitiu delimitar algumas unidades paisagísticas.

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis

141 A área envolvente da Pedreira encontra-se fortemente condicionada pelo substrato rochoso, apresentando a área do projecto o estrato arbustivo pouco desenvolvido sendo a vegetação rasteira (herbácea) mais significativa. O estrato arbóreo não tem significado na área afecta ao projecto nem na envolvente mais próxima ao projecto.

No documento ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (páginas 160-165)