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SOLOS, OCUPAÇÃO E USO ACTUAL DO SOLO

No documento ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (páginas 173-176)

EQUIPAMENTOS COLECTIVOS E INFRAESTRUTURAS BÁSICAS

7. ANÁLISE DE IMPACTES AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

7.3. SOLOS, OCUPAÇÃO E USO ACTUAL DO SOLO

A ocupação do solo, devido à instalação da actividade extractiva é sempre temporária, estando estreitamente relacionada com a disponibilidade do recurso geológico. Assim, embora os solos estejam afectos ao uso industrial durante algum tempo, que será aproximadamente o tempo de vida útil da pedreira, serão alvo de uma reabilitação/ valorização, durante e no final das explorações, sendo de considerar que todo o processo extractivo irá ser coordenado com a correcta recuperação do local, através da elaboração do Plano de Pedreira (de acordo com o Decreto Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro), que inclui o Plano de Lavra e o Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística.

As modificações do uso de solo constituem a afectação mais directa e primária resultantes das acções de decapagem, remoção de solo e coberto vegetal e preparação do terreno que irá permitir a continuidade da actividade extractiva da Pedreira de Serreleis.

No que diz respeito à previsão de impactes negativos originados pela actividade extractiva, sobre os solos, podem apontar-se alguns aspectos fundamentais, que pelas suas características, são passíveis de ocorrer nas fases de preparação dos terrenos, exploração e desactivação/ recuperação, podendo variar apenas no que diz respeito à magnitude.

No que concerne à afectação da capacidade agrícola dos solos não se registam impactes, uma vez que na área da futura pedreira, os solos não apresentam aptidão agrícola.

De acordo com o apresentado, não são expectáveis conflitos, por parte das populações mais próximas ou outros, quanto ao uso dos solos a afectar pela ampliação da exploração da Pedreira.

7.3.1. FASE DE PREPARAÇÃO E DE EXPLORAÇÃO

Nesta fase as principais acções estão associadas à decapagem da camada superficial do solo, com a ocorrência da remoção total do solo (na fase de exploração), destruição do coberto vegetal de acordo com os avanços previstos no plano de lavra, originando extensões de solos expostos às condições climáticas mais adversas, aumentando assim os riscos de erosão.

Os impactes a nível de solos dividem-se em dois aspectos, por um lado as características naturais dos solos, as quais irão ser bastante alteradas, e a curto e médio prazo de difícil recuperação, e por outro lado os usos existentes antes da ampliação da pedreira.

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Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis 150

Relativamente a este último aspecto, convém referir que esta área, está reconhecida e classificada como tendo interesse para a prospecção e exploração de recursos geológicos, tal como se pode verificar no descritor ambiental “Ordenamento do Território”.

Quanto às características naturais dos solos, qualquer área que deixe de ser explorada será objecto das medidas de recuperação previstas, por forma a reconstruir os terrenos para a utilização a que estavam adstritos antes do inicio da exploração, salvo planos de pormenor para a área em questão previamente aprovados e ratificados superiormente. O próprio solo decapado será armazenado para posteriormente ser utilizado nas acções de recuperação previstas no Plano de Recuperação Paisagística constante do Plano de Pedreira.

A circulação da maquinaria pesada na área da Pedreira poderá conduzir à compactação do solo. Estas acções poderão, ainda, levar à alteração da estrutura do solo, impermeabilização do solo e ao incremento dos fenómenos de erosão. Estes impactes negativos são pouco significativos tendo em consideração a restrita área afectada.

Relativamente aos impactes ambientais que se prendem com a contaminação dos solos, estes estão relacionados essencialmente com a deposição de resíduos industriais na área da pedreira e com a actividade dos equipamentos adstritos à exploração e à transformação do material extraído. Esta situação contribui de forma pouco significativa para contaminação do solo visto que a empresa pretende implementar medidas e procedimentos no sentido de diminuir este impacte. Quanto à contaminação do solo pela manutenção de equipamentos, a empresa pretende efectuar esta operação no exterior da exploração, em oficinas, evitando assim eventuais derrames e consequentes infiltrações.

Os potenciais impactes negativos a nível do solo, no que respeita quer às suas características quer aos seus usos, prendem-se com:

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Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis 151

Quadro 49: Impactes no Solo

Potenciais Impactes Classificação

As acções de decapagem e remoção total do solo que serão necessárias efectuar no terreno, têm como principal consequência a alteração do actual uso do solo.

Impacte negativo, significativo, directo, temporário de magnitude compatível, localizado, e reversível.

Acções de ocupação e compactação do solo pelas instalações de apoio necessárias, circulação de veículos pesados e pela deposição de terras e escombros. Os efeitos negativos que decorrem destas acções, nomeadamente o incremento dos fenómenos erosivos devido à existência de áreas desprovidas de vegetação, são pouco significativos devido à restrita área que será afectada por este tipo de acções.

Impacte negativo, pouco significativo, directo, temporário, temporário, de magnitude compatível, localizado e reversível.

Contaminação dos solos pela deposição de resíduos industriais que serão produzidos e depositados temporariamente na área da pedreira, é susceptível de provocar eventuais contaminações dos solos, cujas repercussões se poderão fazer sentir na qualidade das águas, nomeadamente superficiais, e na ecologia da zona.

Impacte negativo, pouco significativo, directo, localizado, temporário, de magnitude crítica, e reversível.

Manutenção dos equipamentos adstritos às actividades da exploração e transformação do material extraído.

Impacte negativo, pouco significativo, directo, localizado, temporário, de magnitude crítica, e reversível.

7.3.2. FASE DE DESACTIVAÇÃO/RECUPERAÇÃO

Esta fase corresponde à implementação das medidas de recuperação paisagística. A implementação de vegetação, através de plantações, levará a que exista uma prevenção de fenómenos erosivos, contribuindo para uma melhor fixação e evolução dos solos. A aplicação das terras de cobertura, armazenadas durante a exploração garante, à partida, uma mais rápida reabilitação dos solos do local, conseguindo também restituir o uso existente previamente à exploração. Por outro lado, serão desactivadas as estruturas em funcionamento e irá existir um acentuado decréscimo no que diz respeito ao trânsito de veículos, o que contribuirá para uma reabilitação dos solos.

Desta forma entende-se que os impactes decorrentes desta fase serão, na sua essência, positivos, muito significativos, directos e permanentes.

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Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis 152

7.3.3. MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO

Para minimizar a alteração da ocupação e uso do solo, que resultará das acções de decapagem e remoção do solo e coberto vegetal a efectuar no terreno da Pedreira em estudo, deverão ser implementadas as seguintes medidas:

9 As terras vegetais resultantes das acções de decapagem e remoção do solo e coberto vegetal a efectuar nas áreas de exploração, deverão continuar a ser armazenadas nos locais previstos, em depósitos separados (pargas).

Esta medida é consolidada pelas acções previstas no Plano Ambiental de Recuperação Paisagística proposto, que prevê a utilização destas terras para a recuperação final da área da pedreira.

9 Cumprimento dos procedimentos instituídos relativamente aos derrames acidentais e encaminhamento destes resíduos (óleos) para empresas devidamente licenciadas de forma a evitar possíveis contaminações do solo;

9 Efectuar as operações de manutenção de acordo com um Plano de Manutenção Preventiva; 9 Correcto acondicionamento das sucatas, em locais devidamente impermeabilizados, e

posterior encaminhamento para empresa credenciada para o tratamento destes resíduos; 9 Implementação e cumprimento rigoroso das medidas preconizadas no Plano de Lavra e no

Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística.

No documento ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (páginas 173-176)