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INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO

No documento ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (páginas 102-105)

REGIME DE VENTOS

4.8. AMBIENTE ACÚSTICO E VIBRAÇÕES

4.8.1.12. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO

O Decreto Lei 9/2007, de 17 de Janeiro no nº 1 do Artigo 13º estabelece que, para a instalação e exercício actividades ruidosas permanentes, é necessário o cumprimento dos critérios de Exposição Máxima e de Incomodidade.

Verificação do Critério de Exposição Máxima

Estando a Pedreira deste estudo já a laborar na área analisada, a área envolvente poderá ser considerada como compatível com a classificação de Zona Mista, estando os valores admissíveis para a verificação do Critério de Exposição Máxima definidos nos limites fixados no Artigo 11º do Regulamento Geral do Ruído, conforme quadro abaixo.

Quadro 21: Valores Limite de Exposição

Zona Indicador Valor Máximo

Zona Sensível Lden 55 dB(A) Ln 45 dB(A) Zona Mista Lden 65 dB(A) Ln 55 dB(A)

Verificação do Critério de Incomodidade

Em relação à verificação do Critério de Incomodidade, é necessário calcular a diferença entre o valor do Nível Sonoro Contínuo Equivalente do Ruído Ambiente determinado num dado intervalo de tempo durante a ocorrência do Ruído Particular da actividade em avaliação e o valor do nível Sonoro Contínuo Equivalente do Ruído Residual, que deve ser inferior ou igual a um dado valor limite:

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis

79

LAr,T Ruído Ambiente - LAeq,T Ruído Residual ≤ Valor Limite + D

O ponto b) do nº 1 do Artigo 13º do Regulamento Geral do Ruído estipula que o valor limite não poderá exceder 5 dB(A) no Período Diurno, 4 dB(A) no Período Entardecer e 3 dB(A) no Período Nocturno, devendo ainda ser adicionado de uma correcção, D, em função da duração acumulada da ocorrência do ruído particular.

Nos termos do nº 2 do Anexo 1, representando que o valor percentual entre a duração acumulada de ocorrência do ruído particular e a duração total do período de referência, para um valor situado no intervalo 50% < q ≤ 75%, o factor de correcção D passa a ser de 1 dB(A).

Para a situação em análise, atendendo à duração do ruído particular da Pedreira Serreleis, o respectivo

valor limite será de 6 dB(A) para o Período de Referência Diurno.

Assim sendo, e por comparação dos diferenciais calculados, conforme os dados constantes do quadro abaixo, aplicando os valores limites determinados à presente situação, temos para o local o seguinte resultado:

Quadro 22: Resultado final

Local Período Diurno - Critério de avaliação Valor Calculado Valor Limite

Ponto 1 LAr,T Ruído Ambiente - LAeq,T Ruído Residual

1.00

6 2.20

Local Período Diurno - Critério de avaliação Valor Calculado Valor Limite

Ponto 2 LAr,T Ruído Ambiente - LAeq,T Ruído Residual

1.90

6 0.70

4.8.1.13. CONCLUSÕES

Perante o exposto anteriormente, e de acordo com as condições existentes durante a presente avaliação, poder-se-á concluir que:

A Pedreira “Serreleis” cumpre o Critério de Exposição Máxima visto que o local avaliado é compatível com a classificação de Zona Mista.

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis

80 A Pedreira “Serreleis” cumpre o Critério de Incomodidade

visto que no local avaliado foram cumpridos os valores limite para os Períodos de Referência.

Mediante os resultados obtidos podemos concluir que, nas condições da presente avaliação, a actividade da Pedreira n.º 6429 – “Serreleis”, cumpre o definido pelo Regulamento Geral do Ruído, pois verifica nos locais analisados a conformidade simultânea dos requisitos dos Critérios de Incomodidade e de Exposição Máxima.

4.8.2. VIBRAÇÕES

Na actividade extractiva, os efeitos nocivos que as vibrações podem motivar em estruturas civis anexas, estão limitados pelo valor de pico de velocidade vibratória, prevista na NP-2074 de 1983, “Avaliação da influência em construções das vibrações provocadas por explosões ou solicitações similares”.

As vibrações provocadas por explosivos são as que mais problemas de incomodidade provocam a terceiros, nomeadamente ao nível de edifícios vizinhos e do terreno, sendo muitas vezes motivo de conflitos graves entre a indústria e as populações.

As vibrações resultam, fundamentalmente dos rebentamentos necessários para fragmentar a rocha granítica na zona de exploração. Esta operação só é executada, no caso de ser necessária a extracção/desmonte de rocha maciça.

Os rebentamentos provocam uma vibração do solo e a sobrepressão do ar. Assim, é inevitável a libertação de alguma energia vibracional para além da zona do rebentamento. Esta energia, apesar de não produtiva, e de representar apenas uma pequena percentagem da energia do explosivo, pode sob certas condições geológicas, viajar muitos quilómetros antes de atingir níveis de ruído vibracional inferiores ao ruído de fundo.

A sobrepressão do ar é a sobreposição de uma série de impulsos produzidos após a detonação. O impulso de pressão resultante propaga-se pelo ar como uma onda sonora. As condições atmosféricas, as características do terreno e a vegetação afectam a sua propagação. Os rebentamentos são certamente um motivo de preocupação para os residentes locais, mais de um ponto de vista psicológico do que físico.

4. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

Relatório Técnico – Ampliação da Pedreira Serreleis

81 As condições cada vez mais rígidas impostas pelo emprego de explosivos em desmonte de rochas em explorações a céu aberto, tais como a supressão de vibrações elevadas, a realização de explosões “por medida”, a obtenção duma distribuição granulométrica conveniente e o máximo de aproveitamento do explosivo, obrigam a que seja feito o controlo extremamente rigoroso das cargas explosivas a utilizar e um correcto registo da vibração a quando do desmonte da rocha.

Como no processo de desmonte da rocha a empresa recorre ao uso de explosivos e pelo facto de habitação mais próxima se localizar a cerca de 600 m do limite da Pedreira em estudo, não se considerou necessário o registo da vibração quando se procede a um rebentamento de bancada.

Quanto às vibrações, é de salientar a não existência de um quadro legal, existindo apenas, no que respeita a danos estruturais, a referência a valores admissíveis de velocidade máxima da vibração na Norma Portuguesa NP 2074 (1983).

No documento ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (páginas 102-105)