Fonte: adaptado de SEIFERT (2007, p 5).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Esta pesquisa se caracteriza, quanto aos fins, como descritiva com a perspectiva temporal do estudo transversal, uma vez que a intenção foi descrever com precisão os elementos administrativos dentro da realidade organizacional da Academia Judicial em um determinado intervalo de tempo. Isso se seu mediante a utilização de procedimentos técnicos, no intuito de conhecer as características da sua estrutura e modelo de gestão, bem como verificar as percepções, expectativas, sugestões e opiniões da população amostra em relação às variáveis e às inter-relações dos elementos que compõem o seu negócio, e ainda examinar quem são os stakeholders e suas influências na AJ; para, a partir daí, propor elementos organizacionais que possibilitem torná-la resolutiva diante das suas demandas de formação (HAIR Jr., 2005; ZANELLA, 2006; VERGARA, 2013; GIL, 2010; FARIAS FILHO, 2015).
Em relação à utilização dos resultados, a pesquisa é compreendida como aplicada, visto que é voltada à resolução de questões de mundo real, visando à sua aplicação prática, mesmo que em um caso específico, como é o da Academia Judicial. O método de raciocínio aplicado também poderá ser utilizado por instituições assemelhadas, razão pela qual, será o indutivo, com o intuito de partir das particularidades do diagnóstico
organizacional da Academia Judicial direcionando-as para cenário mais amplo e geral (GIL, 2010; FACHIN, 2006; FARIAS FILHO, 2015).
Por isso, mesmo a Academia Judicial sendo o local em que o pesquisador desempenha a sua atividade profissional, este é um ambiente institucional onde as coisas são reais, ou melhor, onde o objeto da pesquisa ocorre, por isso, a pesquisa pode ser compreendida como sendo de campo (VERGARA, 2013; FARIAS FILHO, 2015).
Quanto à categoria de abordagem das variáveis, a pesquisa tem caráter qualitativo, em virtude de não aplicar elementos estatísticos para interpretar a dinâmica existente entre a observação do mundo real e as subjetividades constatadas pelo pesquisador no ambiente (ZANELLA, 2006; FACHIN, 2006; FARIAS FILHO, 2015). Ou melhor, segundo Cooper (2016, p. 146) “a pesquisa qualitativa inclui um conjunto de técnicas interpretativas que procuram descrever, decodificar, traduzir e, de outra forma, apreender o significado, e não a frequência de certos fenômenos ocorrendo de forma mais ou menos natural no mundo social.”.
Desse modo, como o foco da pesquisa qualitativa está direcionado para o entendimento ou para a interpretação, isso possibilita ao pesquisador saber o processo “como” e o significado “por que” as coisas acontecem, o que pode ser obtido por meio de diversas fontes de dados, tais como: pessoas; organizações ou instituições; textos em meios físicos e digitais; cenários e ambiente; objetos, dentre outros (COOPER, 2016). Daí porque o meio de investigação escolhido como estratégia de pesquisa foi o método de estudo de caso único, visto que foi realizada uma análise da Academia Judicial, no intuito de verificar suas práticas de funcionamento pelo pesquisador, visando à reconstrução do caso para que represente um caso-exemplo (ROESCH, 2013; GIL, 2010; FLICK, 2009; FACHIN, 2006).
Além disso, como ensina Yin (2015, p. 17):
1 – O estudo de caso é uma investigação empírica que:
Investiga um fenômeno contemporâneo (o “caso”) em profundidade e em seu contexto de mundo real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto
puderem não ser claramente evidente. 2 – A investigação do estudo de caso:
enfrenta a situação tecnicamente diferenciada em que existirão muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado
conta com múltiplas fontes de evidência, como os dados precisando convergir de maneira triangular, e como outro resultado beneficia-se do desenvolvimento anterior das
proposições teóricas para orientar a coleta e a análise dos dados.
Ainda seguindo o entendimento de Yin, outro aspecto importante em relação à escolha do método de estudo de caso, foi a possibilidade de utilização de dados primários e secundários como meios de pesquisa complementares aos demais métodos de coleta de dados, ou seja, foram analisados documentos internos da Academia Judicial, como por exemplo: resoluções, regimento interno, autorizações, credenciamentos, avaliações que caracterizam a pesquisa como documental. Como dados secundários, temos os dados que já foram processados, analisados e publicados, tais como: livros, revistas, teses, dissertações, além daqueles materiais disponíveis na rede mundial de computadores, os quais permitirão uma análise do conjunto de obras acerca do assunto que dão à pesquisa o caráter bibliográfico (YIN, 2015).
Quadro 7 – Caracterização da pesquisa Quanto aos/à Tipo de pesquisa Características (Continua)
Fins
Descritiva
Busca a associação entre as variáveis e descreve a características de determinada população ou fenômeno
(GIL, 2010; ROESCH, 2013; FARIAS FILHO).
Estudos transversais
Dá ao usuário um panorama ou uma descrição dos elementos administrativos; quando os estudos são feitos uma vez e representam apenas um determinado momento
(HAIR Jr., 2005; FARIAS FILHO, 2015).
Resultados Aplicada
Resolve problemas identificados no âmbito das sociedades com vistas a aplicação numa situação especifica; Seus resultados são voltados à aplicação prática (GIL 2010
FARIAS FILHO, 2015).
Raciocínio Indutivo
Encaminha-se para noções gerais, a partir de uma análise de dados particulares; Parte de uma conclusão de um ou
mais fatos particulares ou de determinadas provas. A conclusão explica os fatos e os fatos dão suporte à conclusão (FACHIN, 2006; FARIAS FILHO, 2015).
Local de
realização Campo
Parte do local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo; Pode ser um campo institucional (empresas), social (comunidades) ou outros que não sejam um “laboratório” (VERGARA, 2013;
Quanto aos/à Tipo de pesquisa Características (Conclusão) Abordagem
das variáveis
Qualitativa Parte de uma visão em que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o pesquisador; Preocupa-se em conhecer a realidade segundo a perspectiva dos sujeitos
participantes da pesquisa, sem medir ou utilizar elementos estatísticos para análise dos dados; Relaciona
aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos descritivamente; (FARIAS FILHO, 2015;
ZANELLA, 2006; FACHIN, 2006). Meio de
investigação
Estudo de caso Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos; Leva em consideração, principalmente, a compreensão, como um todo, do assunto investigado; Estudo de caso único refere-se a um indivíduo, um grupo, uma organização, um fenômeno etc.; Objetiva a
descrição exata ou a reconstrução de um caso. (FACHIN, 2006; GIL, 2010; FLICK, 2009). Meios Documental Vale-se de toda sorte de documentos, elaborados com
finalidades diversas, tais como: assentamento, autorização, comunicação etc.; Diz respeito à material de “primeira mão”, que pode ser tratado analiticamente pelo pesquisador (GIL, 2010; FARIAS FILHO, 2015). Bibliográfica Feita com base em material já publicado; Constituído
principalmente de livros, artigos, periódicos e, atualmente, de materiais disponibilizados na internet
(GIL, 2010; FARIAS FILHO, 2015). Fonte: elaborado pelo autor (2016).