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TRABALHOS FUTUROS 227 5.1 CONSIDERAÇÃO FINAIS

1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

1.2.2 Objetivos específicos

Visando atingir o objetivo geral, foram formulados os seguintes objetivos específicos:

a) Citar as tendências contemporâneas de estruturas organizacionais e modelos de gestão;

b) Descrever a percepção das variáveis e as inter-relações entre os elementos da estrutura organizacional e do modelo de gestão que compõem o negócio da Academia Judicial;

c) Relacionar quem são os stakeholders e as suas influências – poder e interesse – na Academia Judicial;

d) Propor atributos para uma estrutura organizacional e diretrizes para um modelo de gestão que possibilitem à Academia Judicial atender às demandas de formação de modo resoluto.

1 Segundo Beppler e Pereira (2013, p. 17) “[...] resolutividade é alcançar por

parte das organizações os desafios que a ela são colocados, em resumo, resolutiva é a organização que cumpre com plenitude todos os elementos constantes da sua missão”.

1.3 JUSTIFICATIVA

A profissionalização dos serviços e dos agentes públicos, a gestão por competências e a meritocracia são tendências que a cada dia se fazem ainda mais presentes no setor público, por conta disso, é de extrema importância que as escolas de governo se tornem verdadeiros centros de excelência na formação e aperfeiçoamentos dos quadros de servidores da Administração Pública.

Todavia, ainda existem lacunas a serem preenchidas no que tange a gestão administrativa das escolas de governo. Tal assertiva pode ser observada ao se analisar a maioria dos artigos que são publicados nas revistas das próprias escolas de governo, nas revistas especializadas de administração pública ou naquelas disponíveis em mídias eletrônicas nos sítios da rede mundial de computadores, conforme se demonstra no Quadro 1, a seguir.

Analogamente, esse panorama também se repete quando os estudos sobre as escolas de governo são concebidos no âmbito acadêmico, pois basta realizarmos uma rápida consulta aos sites de base de dados de produções científicas e pesquisarmos pela referência “escolas de governo”, para percebermos o quão reduzido é o número de trabalhos que abordam o assunto, que, em regra, seguem o mesmo rumo das temáticas das escolas nacionais, isto é, os aspectos didático-pedagógicos para a formação dos quadros de pessoal.

Em uma verificação realizada em 5 de maio 2016, ao lançar a palavra-chave “escolas de governo” na base de dados da biblioteca eletrônica Scientific Periodicals Eletronic Library – SPELL2, foram

localizados 12 (doze) resultados; e repetindo a busca na base do Google Acadêmico3, foram encontrados 151 chamados e, a partir destes, após ser

feito o devido filtro de relevância, restaram apenas 14 (catorze) trabalhos específicos que abordam aspectos sobre as escolas de governo.

2 A biblioteca eletrônica SPELL – Scientific Periodicals Electronic Library, é

um repositório de artigos científicos e proporciona acesso gratuito à informação técnico-científica. A SPELL encontra-se disponível em: <http://www.spell.org.br/>. Acesso em: 20 maio 2016.

3 Google Acadêmico é um sistema do Google que oferece ferramentas

específicas para que pesquisadores busquem na literatura acadêmica artigos científicos, teses, livros, resumos, opiniões, editoras, bibliotecas on-line, universidades e materiais produzidos por organizações profissionais, que estejam disponíveis na web de alguma maneira. O Google Acadêmico encontra-se disponível em: <https://scholar.google.com.br/intl/pt- BR/scholar/about.html>. Acesso em: 20 maio 2016.

Conforme destacado no Quadro 1, os estudos e/ou pesquisas existentes direcionam o foco e as discussões para a origem, a importância, o papel e os desafios das escolas de governo, além das tendências da formação profissional por competências dos servidores públicos.

Quadro 1 – Rol exemplificativo de temas abordados na pesquisas e/ou estudos sobre as escolas de governo

Fonte Autor Título Ideia-Chave (Continua)

Enap Mesa-redonda Antônio Ivo de Carvalho et al. Escolas de Governo e Gestão por Competências Mesa- redonda de Pesquisa- Ação

Com a publicação do livro Escolas de Governo e Gestão por Competências, os autores esperam juntar esforços ao amplo debate que

tem acontecido nos últimos tempos sobre gestão de competências no

setor público. Repositório Enap Vera Lúcia Petrucci et al. Escolas de governo e profissionalização do funcionalismo

É feita uma análise das experiências de formação levadas a cabo pela Escola Nacional de Administração

Pública – ENAP, bem como um mapeamento das experiências das

escolas de governo brasileiras e estrangeiras que, em certa medida,

possam ser comparadas, com a finalidade de oferecer subsídios para

a formulação das políticas governamentais dirigidas à formação

e capacitação de recursos humanos no setor público brasileiro.

Helena Kerr do Amaral Escolas de Governo e Universidade: parceria estratégica para aumentar a capacidade de governo

Analisa o desafio contemporâneo de desenvolver competências de servidores públicos para aumentar a capacidade de governo na gestão das

políticas públicas. Revista do Serviço Público – RSP Elisabete Ferrarezi et al. Mapeamento da oferta de capacitação nas escolas de governo no Brasil: gestão da informação para fortalecimento da gestão pública

Apresenta os resultados parciais do projeto “Mapeamento de oferta de capacitação nas escolas

de governo no Brasil”. Francisco Gaetani Escolas de governo: limites e condicionalidades

Trata da temática da formação do corpo dirigente das burocracias

públicas e das limitações à institucionalização de escolas de

Fonte Autor Título Ideia-Chave (Continua) Revista do Serviço Público – RSP Regina Silvia Pacheco Escolas de governo como centros de excelência em gestão pública: a perspectiva da ENAP – Brasil

O desafio de capacitar os quadros existentes, sobretudo gerenciais e

dirigentes, e formar novos profissionais para o setor público.

Maria Helena de Castro Santos et al. Escolas de governo e profissionalização do funcionalismo público

Sugere elementos para a conformação de uma política de

recursos humanos, sem a qual qualquer reforma administrativa

não terá êxito.

Regina Silvia Pacheco Escolas de governo: tendências edesafios – ENAP – Brasil em perspectiva comparada

Discute as escolas de governo latino-americanas, sua origem, evolução recente e expectativas.

Revista de Administra ção Pública – RAP Renan Felinto de Farias Aires et al. Escolas de governo: o panorama brasileiro

Aborda o papel das escolas de governo na vida do servidor

público, valorizando-o e qualificando-o para a construção de uma nova imagem do serviço público. Confirma que esse é um universo de instituições ainda não

totalmente conhecido e com poucos estudos. - Anderson Macedo de Jesus et al. Conhecimento organizacional em escolas de governo: um estudo comparado A temática gestão do conhecimento motivou a realização da pesquisa, cujo foco imediato é fornecer subsídios para

auxiliar organizações públicas como escolas de governo em seus processos de desenvolvimento de conhecimento organizacional. Revista Eletrônica da Reforma do Estado – ReRE Caio Marini Gestão de pessoas e a abordagem do governo matricial: o papel das escolas de

governo no alinhamento estratégico da

arquitetura governamental

Repensa o papel das escolas de governo como instrumento de desenvolvimento da gestão por

Fonte Autor Título Ideia-Chave (Conclusão) Sistemas & Gestão Renan Felinto de Farias Aires et al. Benchmarking de escolas de governo do Brasil: proposta de melhoria para a escola de serviço público do estado da Paraíba – ESPEP

Realiza o benchmarking nas escolas de governo do Brasil, visando à melhoria das práticas da Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba – ESPEP.

Escola de Gestão do Paraná Claudia Cristina Muller Proposta de estudo para desenvolver a competência linguística-textual dos servidores públicos: um desafio para as escolas de governo

Apresenta o desafio das Escolas de Governo como formadoras e impulsoras do desenvolvimento integral dos servidores públicos, que têm como função, dentre

outras, desenvolver a competência linguística-textual dos servidores, transformando-os

em leitores críticos e criativos.

Revista do Tribunal de Contas de Minas Gerais Luciana Moraes Raso Sardinha Pinto et al. As escolas de governo e o combate à corrupção: análise da Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho do Estado de Minas Gerais

Destaca a importância das Escolas de Governo na formação

e no aperfeiçoamento dos servidores públicos para o combate à corrupção por meio do

fortalecimento da capacidade institucional do Estado, em

especial o planejamento. Fonte: elaborado pelo autor com base em Spell (2016) e no Google Acadêmico (2016).

Assim sendo, é preciso que essas instituições tenham referencias que realmente lhe direcionem para um caráter de profissionalismo em suas ações, isto é, saiam da condição de anonimato e exerçam o seu papel constitucional com seriedade, competência e responsabilidade, pois, a exemplo das instituições que ofertam educação formal regular, o desempenho daqueles que por lá passam é consequência da sua atuação global, no que diz respeito à utilização das boas técnicas de gestão administrativa e acadêmica e da composição qualificada de seus quadros docente e técnico-administrativo, os quais devem estar em um processo contínuo de profissionalização, como uma estratégia de elevar os indicadores qualitativos da organização.

No atual contexto de um mundo globalizado, não há mais espaço para que as escolas de governo sirvam de exílio para os servidores indesejados pela Administração, fiquem limitadas em sua atuação ou direcionem todos os seus esforços apenas para as demandas didático- pedagógicas das ações formativas, sob a alegação, por vezes, de falta de

dinheiro para implantar ou implementar inovações, visto que grandes mudanças podem ser feitas sem o emprego de um centavo sequer, bastando o investimento de boa vontade e de conhecimento técnico.

É preciso entender que a escola de governo é um organismo vivo, que deve estar em constante contato com os ambientes interno e externo, devendo focar sua gestão em todos os elementos que a compõem, por menor que seja a sua estrutura organizacional, visando reduzir desperdícios e maximizando os recursos que são destinados a essa Instituição, pois com isso a Instituição estará se tornando efetiva, não apenas em sua missão institucional, ao passo que constrói valores para a organização, mas principalmente em sua missão para com a sociedade, contribuindo para o melhor investimento do orçamento público.

No âmbito interno do Poder Judiciário nacional, várias ações vêm sendo implementadas pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ, ao longo do últimos anos, junto aos tribunais federais e estaduais, como meio de levar a cabo sua missão de Realizar Justiça, fortalecendo o Estado Democrático e construindo uma sociedade livre, justa e solidária, alcançando, desse modo, a sua visão de futuro, de ser reconhecido pela sociedade como instrumento efetivo de justiça, equidade e paz social; e detentor de credibilidade por desempenhar suas atividades de forma a atender o ideal democrático, promovendo a paz social e garantindo os direitos dos cidadãos. Isso se faz necessário porque a sociedade brasileira, cada dia mais esclarecida, roga dos Órgãos do Estado mais agilidade e resultados na realização de suas atividades. Com o Poder Judiciário, isso não é diferente, pois o cidadão deseja que a prestação dos serviços jurisdicionais seja executada com maior celeridade, transparência e efetividade.

Nessa perspectiva, uma ação que merece destaque em relação às escolas judiciais, é a edição da Resolução n. 159/2012 – CNJ, a qual prescreveu algumas diretrizes administrativas e financeiras para a formação de magistrados e servidores do Poder Judiciário; e, mesmo que de maneira singela, trouxe alguns referenciais iniciais de gestão administrativa para os gestores das escolas judiciais. Aliado a isso, a referida norma provocou impactos nas estruturas organizacionais de alguns tribunais, uma vez que foi estabelecido um prazo para a implantação e implementação de uma estrutura mínima para a realização das ações formativas. Com essa medida, cada tribunal pode criar e inserir nas suas estruturas as escolas judiciais da maneira que for mais conveniente (BRASIL, 2012).

Todavia, como os teóricos nos ensinam, dentre eles Seifert (2007), as organizações nascem com um único indivíduo ou com um pequeno

grupo que se une para realizar ações a fim de alcançar o objetivo da Instituição e, acompanhado do êxito, consequentemente, vem o seu crescimento de pessoal e os processos de trabalho, conforme exposto na Figura 2, os quais passam a determinar que o gestor tenha uma postura diferenciada em relação à maneira de perceber a estrutura organizacional e os recursos disponíveis.

Figura 2 – O crescimento de uma organização