• Nenhum resultado encontrado

2 CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MILHO NO ESTADO DO RIO

2.2 CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES GAÚCHAS

A produção de milho é feita majoritariamente em pequenas e médias propriedades rurais no Rio Grande do Sul. Mesmo porque, o Estado gaúcho, em sua parte Norte, onde particularmente a cultura do milho se desenvolve, é composto especialmente de propriedades familiares, com pouca área de terra.

Assim, grande parte da produção e da população rural encontra-se na agricultura familiar12, com cerca de 70% de todos os produtos que compõe a alimentação básica da sociedade, ali tem origem. Dentre esses produtos encontra-se o milho, o feijão, a batata, o inhame e a mandioca, além de uma restrita produção pecuária, (suíno, leite, frango, algum bovino de corte). Apesar da extrema importância na produção de alimentos, essas propriedades detêm um modesto nível tecnológico que reflete em uma baixa produtividade.13

Assim a agricultura familiar possui, 80,53% de toda a população que vive na zona rural, entre homens e mulheres, com 400.029 mulheres e 592.059 homens, e a agricultura não familiar14 possui 19,46% da população, com 60.880 mil mulheres e 178.852 homens, conforme o gráfico apresentado abaixo.

1.231.820 239.732 992.088 770.911 178.852 592.059 460.909 60.880 400.029 0 500.000 1.000.000 1.500.000 Total Não familiar Agricultura familiar Habitantes G ên er o Mulheres Homens Total

Gráfico 13: Pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários por gênero, no RGS, censo 2006

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006.

12Cf- Agricultura familiar é o cultivo da terra realizado por pequenos proprietários rurais, tendo como

mão-de-obra essencialmente o núcleo familiar, segundo o Economista Ricardo Abramovay da FEA- USP, Site: http://www.fea.usp.br/, acesso em 13 de abril de 2012.

13Cf- site: http://www.brasilescola.com/geografia/agricultura-na-america-latina.htm, acesso em 14 de

abril de 2012.

14Cf- Agricultura não familiar, é agricultura que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou temporários

em propriedades médias ou grandes, segundo o Economista Ricardo Abramovay da FEA-USP, Site: http://www.fea.usp.br/, acesso em 13 de abril de 2012.

No Rio Grande do Sul, existem 441.467 estabelecimentos agropecuários15, sendo 378.546 de agricultura familiar, e 62.921 de agricultura não familiar, mostrando assim a importância da agricultura familiar. Dentro dos estabelecimentos da agricultura familiar, 317.963 são de pessoas proprietárias, 21.477 de arrendatários, 32.850 são de ocupantes, parceiros e assentados sem titulação definitiva, somente, 6.256 são produtores sem áreas. Na agricultura não familiar, do total, 52.864 são proprietários e 5.238 arrendatários, e assentado sem titulo definitivo16 são apenas 471 estabelecimentos agropecuários.

Tabela 12: Condição do produtor gaúcho, segundo o número dos estabelecimentos, conforme censo 2006

Categoria RS Agricultura familiar Agricultura não familiar Total 441.467 378.546 62.921 Proprietário 370.827 317.963 52.864 Arrendatário 26.715 21.477 5.238 Ocupante 20.514 17.885 2.629 Assentado s/tit definit 7.029 6.557 471 Parceiro 9.525 8.408 1.117 Produtor sem área 6.857 6.256 601

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006.

A grande maioria dos produtores, classificados como agricultura familiar, possui sua própria propriedade, chegando a 88%, esses produtores sendo proprietário de 5.454.800 hectares, os arrendatários, equivalem a 5,46%, somando um total de 336.786 hectares, ocupantes e assentados sem titulo definitivo, são 4,72% somando uma área de 291.251 hectares, mostrando assim a importância da agricultura familiar.

15Cf- Estabelecimento Agropecuário- todo terreno de área contínua, independente do tamanho ou

situação (urbana ou rural), formado de uma ou mais parcelas, subordinado a um único produtor, onde se processasse uma exploração agropecuária, ou seja: o cultivo do solo com culturas permanentes e temporárias, inclusive hortaliças e flores; a criação, recriação ou engorda de animais de grande e médio porte; a criação de pequenos animais; a silvicultura ou o reflorestamento; e a extração de produtos vegetais. Site: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/ censoagro/conceitos.shtm, acesso em 20 de abril de 2012.

16Cf- Assentado sem titulo definitivo- Estabelecimento agropecuário ser originário de projeto de

assentamento. Fonte: IBGE, site: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ agropecuaria/censoagro/brasil_2006/notatecnica.pdf, acesso em 18 de abril de 2012.

Agricultura Familiar tem sua importância consolidada na capacidade de absorção da mão-de-obra e de geração de renda no campo, se tornando um meio eficiente de reduzir a migração do campo para as cidades e também tem forte influencia no que diz respeito a segurança alimentar e à preservação ambiental sempre buscando um desenvolvimento sustentável. Os números confirmam a importância desse público para o setor agrário no Rio Grande do Sul e NO Brasil”. Atualmente esse setor é responsável por 27% do Produto Interno Bruto, no Estado e produz 89% do leite, milho 74%, soja 58%, aves 74%, suínos 71%, bovinos de corte 38% e fumo 97% (Brixius, Leandro; Aguiar, Raquel;Moraes, Vanessa Almeida de , Reportagem a Força da Agricultura Familiar no Rio Grande do Sul, Emater, Dezembro 2006). 5.454.800 336.786 163.589 127.662 88.785 0 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000 10.000.000 12.000.000 14.000.000 16.000.000 18.000.000 20.000.000

Proprietário Arrendatário Ocupante Assentado

s/tit definit Parceiro Á re a( h á) Condição do produtor RS Agricultura familiar

Gráfico 14: Área dos estabelecimentos agropecuários gaúchos, segundo a condição do produtor, censo 2006

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006.

Na agricultura não familiar, os proprietários das terras correspondem a 90,32%, tendo posse de 12.670.146 hectares, no estado do Rio Grande do sul, os arrendatários representam 7,96%, ficando com 1.117.146 hectares, e os assentados sem titulo definitivo, possuem em seu poder 25.800 hectares, o que representa 0,18% do total, sendo que o Estado possui 441.467 estabelecimentos agropecuários, com um total de área de 20.199.489 hectares.

0 20 40 60 80 100 Proprietário

Arrendatário Ocupante Assentado s/tit definit Parceiro % C at e go ri a d o s p ro d u to re s

Agricultura não familiar Agricultura familiar

Gráfico 15: Comparativo de áreas, segundo a condição do produtor, censo 2006, em %

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006.

O maior percentual de quantia de terra, no Estado, está entre 10 a menos de 50 hectares, obtendo uma participação de 54,20%, já os agricultores que possuem menos de 10 hectares representam 36,30%, em terceiro lugar aparece de 50 hectares a 99 hectares, com uma representação de 5,10% de todos os produtores Gaúchos. 36,30 54,20 5,10 3,40 0,20 0,00 0,80 Menos de 10 há 10 a menos de 50 ha 50 a menos de 100 ha 100 a menos de 1000 há 1000 a menos de 2500 há 2500 há e mais

Produtor sem área

Gráfico 16: Percentual da distribuição da terra, por hectares, no Estado

Assim observando a agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, é basicamente composta pela agricultura familiar, onde basicamente a família trabalha na propriedade, sem ajuda de terceiros, onde a grande maioria é proprietário das terras, essa porcentagem chega a 90,32%. Entre todas as propriedades, cerca de 54,20% são propriedades pequenas, o que significa que possuem de 10 a menos de 50 hectares. 0 1.000.000.000 2.000.000.000 3.000.000.000 4.000.000.000 5.000.000.000 6.000.000.000

Total Agricultura familiar Agricultura não familiar Q U IL O G R A M A S

Gráfico 17: Quantidade produzida de milho, em quilogramas, na agricultura familiar e não familiar, em 2006

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.

Na produção de milho conforme o Censo Agropecuário de 2006, do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 50 %, correspondem a produção do cereal na agricultura familiar, essa chegando a 66,49%, chegando a 3.480.535 toneladas, e a agricultura não familiar contribuiu com a penas 33,50%, o que equivale a 1.753.776 toneladas de milho para o mesmo período. Os dados apresentados acima, mostram a capacidade da agricultura familiar de impulsionar a produção de produtos para frente, correspondendo mais da metade da produção de milho, por exemplo.

Como a agricultura familiar, é a maior responsável pela produção de milho no Estado do Rio Grande do Sul, é muito importante realizar um estudo sobre o valor recebido pelo cereal, bem como a comercialização do mesmo e o destino. Esse assunto será tratado no terceiro capitulo.

3 COMERCIALIZAÇÃO DO MILHO BRASILEIRO

A demanda do milho brasileiro, ainda depende muito da necessidade da indústria de ração animal, isso devido ao aumento do consumo da carne, e em função das exigências dos mercados de aves e suínos17.

Assim a produção de milho apresenta muitas características, entre essas se encontra a diversidade para qual o cereal serve de alimento, com as mais variáveis utilizações do milho. Também no consumo humano, o cereal sofre transformações, a exceção do consumo de grãos verdes, esses não necessitam de transformação.

Documentos relacionados