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Características do mercado do milho: uma importante participação brasileira

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

CARACTERÍSTICAS DO MERCADO DO MILHO: UMA IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA

CLEIDI DINARA GREGORI

Ijuí (RS) 2012

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CLEIDI DINARA GREGORI

CARACTERÍSTICAS DO MERCADO DO MILHO: UMA IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA

Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Graduação em Economia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Economia.

Orientador: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum

Ijuí (RS) 2012

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AGRADECIMENTO

Agradeço em especial aos meus pais, onde encontrei dedicação e fonte de inspiração para concluir mais uma etapa da minha vida. Ao meu irmão, que muitas vezes “segurou a barra”, para que eu pudesse desenvolver minhas atividades.

Agradeço também ao orientador Prof. Dr. Argemiro Luis Brum pelo conhecimento e tempo cedidos que tornou possível a elaboração desse trabalho.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo principal o estudo do comportamento do mercado do milho, no cenário brasileiro, em relação aos processos de comercialização, e o comportamento da oferta e demanda do cereal, entre o período de 2000 a 2010. Assim para a realização desse trabalho a metodologia está baseada na pesquisa a materiais bibliográficos e órgãos oficiais. Também foram utilizados consultas a publicações de especialistas na área de análise de mercado e sobre a cultura do milho. Com isso tem-se uma apresentação das características gerais do mercado do milho, com ênfase no comportamento da oferta e demanda do produto no mundo e no Brasil, acompanhada de uma análise da produção desse cereal no estado do Rio Grande do Sul, bem como de aspectos de sua comercialização no país e no estado gaúcho.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa das sete mesorregiões rio-grandense...29 Figura 2: Mapa com a distribuição dos Coredes e suas médias de produção de milho entre as safras 2004 a 2006 (toneladas)...33

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Produção de milho e etanol nos Estados Unidos ... 15 Gráfico 2: Participação da safra de milho utilizada para a fabricação de etanol (em %) ... 16 Gráfico 3: Importação e exportação de milho brasileiro da safra de 2006/07 a 2011/12 ... 18 Gráfico 4: Comparativo entre a safra e safrinha na região centro-oeste, no período de 2003-2010 (em mil toneladas) ... 20 Gráfico 5: Comparativo entre a produção de milho safra e safrinha na região nordeste, entre o período de 2003-2010 (em mil toneladas) ... 21 Gráfico 6: Comparativo entre safra e safrinha de milho na região norte, entre 2003-2010 (em mil toneladas) ... 22 Gráfico 7: Comparação entre safra e safrinha de milho na região sudeste, entre 2003-2010 (em mil toneladas) ... 22 Gráfico 8: Produção de milho na região sul do Brasil, entre as safras de 2000/01 e 2011/12 (estimativa) ... 24 Gráfico 9: Produção de safra e safrinha de milho no Rio Grande do Sul (milhões de toneladas) ... 28 Gráfico 10: Comparativo entre a produção total de milho do RS e mesorregião noroeste rio-grandense (milhões de toneladas) ... 30 Gráfico 11: Comparativo entre a produção total de milho do RS e mesorregião nordeste rio-grandense (milhões de toneladas) ... 32 Gráfico 12: Participação percentual de cada mesorregião na safra total gaúcha de 2010 ... 32 Gráfico 13: Pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários por gênero, no RGS, censo 2006 ... 34 Gráfico 14: Área dos estabelecimentos agropecuários gaúchos, segundo a condição do produtor, censo 2006 ... 36 Gráfico 15: Comparativo de áreas, segundo a condição do produtor, censo 2006, em % ... 37

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Gráfico 16: Percentual da distribuição da terra, por hectares, no Estado ... 37 Gráfico 17: Quantidade produzida de milho, em quilogramas, na agricultura familiar e não familiar, em 2006 ... 38 Gráfico 18: Percentual do destino da produção de milho, na safra de 2006 ... 41 Gráfico 19: Percentual de venda de milho na safra de 2006 ... 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Oferta e demanda mundial de milho, em milhões de toneladas/ha –

1989 a 2011 ... 13

Tabela 2: Principais países produtores de milho (em mil toneladas) ... 14

Tabela 3: Oferta de milho nos Estados Unidos (em milhões de toneladas) ... 15

Tabela 4: Produção, área plantada e a produtividade do milho no Brasil ... 17

Tabela 5: Estoques iniciais e finais, e o consumo de milho brasileiro a partir da safra de 2006/07 até a safra 2011/12 ... 19

Tabela 6: Principais Estados produtores de milho no Brasil, entre as safras de 2000/01 a safra de 2011/12 (em mil toneladas) ... 19

Tabela 7: Destino da produção de milho brasileiro, em grão, censo de 1996 (em %) ... 25

Tabela 8: Importações brasileiras, por países de origem (milho em grão) ... 25

Tabela 9: Exportações brasileiras, por país de destino (milho em grão) ... 26

Tabela 10: Produção do milho no Estado do Rio Grande do Sul, entre o período de 2000 a 2010 ... 28

Tabela 11: Comparativa de produção de milho nas mesorregiões rio-grandense .... 30

Tabela 12: Condição do produtor gaúcho, segundo o número dos estabelecimentos, conforme censo 2006 ... 35

Tabela 13: Múltiplos usos do milho (planta, espiga e grão) no Brasil ... 40

Tabela 14- Participação das cooperativas de milho recebida pelas cooperativas gaúchas, em mil toneladas ... 43

Tabela 15: Imporatação de grãos no Porto Termasa/Tergrasa pelas cooperativas agropecuárias, em toneladas ... 44

Tabela 16: Abate de animais por espécie no Rio Grande do Sul, 2000 a 2011, em cabeças ... 45

Tabela 17: Preço médio mensal de milho recebido pelos produtores, 2000 a 2010, em R$ a SC/60 Kg ... 46

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Tabela 18: Utilização do milho para a fabricação do etanol nos Estados Unidos (milhões de toneladas) ... 52

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 10

1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MILHO ... 12

1.1 PRODUTORES MUNDIAIS DO MILHO ... 12

1.2 A PRODUÇÃO DE MILHO NO BRASIL ... 16

1.2.1 Destino do Milho Brasileiro ... 24

2 CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MILHO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ... 27

2.1 A PRODUÇÃO DE MILHO NAS MESORREGIÕES GAÚCHAS ... 29

2.2 CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES GAÚCHAS ... 34

3 COMERCIALIZAÇÃO DO MILHO BRASILEIRO ... 39

3.1 AS FORMAS DE INDUSTRIALIZAÇÃO DO MILHO BRASILEIRO ... 39

3.2 DESTINO DO MILHO BRASILEIRO ... 40

3.2.1Consumo de Milho pelas Cooperativas no Rio Grande do Sul ... 43

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 49

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INTRODUÇÃO

O milho foi considerado alimento básico para várias civilizações importantes, como os Maias, Astecas, Incas dentre outras. Essa cultura era plantada em montanhas. Com as navegações do século XVI e as colonizações da América, a cultura do milho se expandiu para outras regiões do mundo.

No Brasil, o cultivo do milho vem desde antes da chegada dos europeus, sendo o cereal considerado uma das bases alimentares das civilizações indígenas que aqui habitavam. Atualmente, o milho é utilizado na confecção de pratos doces e salgados, pães, bolos e polentas, e ainda é utilizado na produção de subprodutos, como óleo de milho, farinha de milho, e até bebidas destiladas. Todavia, sua principal utilização se encontra na alimentação animal, através de seu uso como componente das rações animais.

A importância do milho não está apenas na produção de uma cultura anual, mas sim na cadeia que o mesmo forma com a produção agropecuária, especialmente em relação aos fatores econômicos e sociais. Além da sua importância econômica como principal componente na alimentação de aves, suínos e bovinos, o milho tem um papel importante para a rotação de culturas, em especial com a soja, minimizando os problemas existentes no solo.

Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo do mercado do milho, com destaque para o cenário brasileiro, caracterizando as estruturas e os processos de comercialização, visando melhor entender o comportamento da oferta e demanda do cereal e a formação do seu preço ao produtor rural.

A metodologia está baseada na pesquisa a materiais bibliográficos e órgãos oficiais. Como pesquisas a materiais bibliográficos foram utilizadas consultas a

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publicações de especialistas na área de análise de mercado e sobre a cultura do milho, assim como a coleta de dados estatísticos para uma análise mais ampla do seu cultivo em todo o território brasileiro.

Para tanto, optou-se por estudar um período de 10 anos, considerado entre 2000 e 2010, por ser o mais atual com dados consolidados.

O trabalho está divido em três partes. O primeiro capítulo estuda as características gerais do mercado do milho, o comportamento da oferta do produto no mundo, seus principais produtores e principais consumidores. Também é apresentada a produção e o consumo do Brasil, assim como quais são os Estados responsáveis pela maior parte da produção de milho no país.

O segundo capítulo trata de analisar a produção de milho no Estado do Rio Grande do Sul, no período considerado, observando as macrorregiões que mais se destacam nessa produção, assim como trazendo uma caracterização das propriedades rurais produtoras em solo gaúcho.

Enfim, o terceiro capítulo aborda a comercialização do cereal no Brasil e no Rio Grande do Sul, com destaque à participação das cooperativas e ao consumo do cereal nas próprias propriedades rurais.

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1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MILHO

Existem dados de que o milho surgiu aproximadamente a 7000 anos, sendo que a mais antiga espiga do cereal foi encontrada no vale do Tehucan, região localizada no México. O milho foi considerado o alimento básico para várias civilizações importantes, tais como os Maias, Astecas e Incas.

Colombo leva o milho à Europa, onde o seu consumo dá-se primeiramente junto as pessoas mais humildes, além de ser utilizado como ração animal. No Brasil, o cultivo do milho data de antes da chegada dos europeus, em 1500, sendo também considerado uma das bases alimentares dos habitantes da região na época. Atualmente o milho é utilizado na confecção de pratos doces e salgados, pães, bolos e polentas, e ainda é utilizado na produção de subprodutos, como óleo comestível, farinha, e até bebidas destiladas, além de continuar sendo um importante componente nas rações animais. Afora isso, nos EUA, o cereal é igualmente usado para a produção de etanol combustível para automóveis.1

1.1 PRODUTORES MUNDIAIS DO MILHO

A importância econômica do milho dá-se pelas diversas formas de sua utilização, a qual pode ser para a alimentação animal e até para a industria de alta tecnologia. Esse cereal é cultivado em diversas regiões do mundo. A produção praticamente duplicou do início dos anos noventa, onde a produção mundial de milho se encontrava na casa dos 461.7 milhões de toneladas, fechando a safra mundial de 2010/11 com uma produção de 829,2 milhões de toneladas, e um estoque final de 129.1 milhões de toneladas do cereal, esse aumento significativo na produção dá-se pelo aumento do consumo do cereal para a alimentação animal, enquanto que o trigo é basicamente usado para o consumo humano2, conforme a tabela apresentada a seguir:

1Cf- Machado, João Luís de Almeida, Doutor em Educação pela PUC-SP; Mestre em Educação, Arte

e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Site: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo, acesso em 20 de fevereiro de 2012.

2Cf- USDA- United States Department of Agriculture, site: http://www.usdabrazil.org.br/home/, acesso

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Tabela 1: Oferta e demanda mundial de milho, em milhões de toneladas/ha – 1989 a 2011

safra área colhida produção consumo estoque final

1989/90 127.3 461.7 324.8 132.9 1990/91 129.2 482.0 318.5 141.4 1991/92 132.6 493.0 334.4 141.0 1992/93 133.2 535.6 348.7 162.7 1993/94 130.7 475.8 342.0 129.4 1994/95 135.2 559.3 371.5 153.2 1995/96 135.0 516.4 365.1 133.0 1996/97 141.7 593.0 387.7 165.8 1997/98 136.3 574.4 400.4 166.4 1998/99 139.2 606.0 404.3 191.0 1999/00 139.1 608.1 422.4 193.8 2000/01 137.3 591.4 427.2 175.1 2001/02 137.7 601.0 436.1 151.4 2002/03 137.4 603.2 432.9 127.0 2003/04 142.0 627.5 445.5 105.4 2004/05 145.5 715.8 475.4 131.9 2005/06 145.7 699.7 477.6 124.9 2006/07 149.9 714.0 477.8 110.2 2007/08 161.2 794.7 497.5 131.6 2008/09 158.8 799.2 480.3 147.5 2009/10 157.7 819.2 488.5 144.2 2010/11 163.4 829.2 495.1 129.1

Fonte: Estatísticas FAZ/USDA.

O maior produtor mundial de milho é os Estados Unidos (projeção de 375 milhões de toneladas para a safra 2012/13), com alta produtividade (9.662 quilos/hectare de média projetada para 2012/13), sendo que aproximadamente 80% da área (38,81 milhões de hectares projetados para 2012/13) é cultivada com sementes transgênicas. O produtor médio cultiva em torno de 200 a 300 hectares, havendo produtores maiores no Oeste e Centro-Oeste do país, e menores no Sul e Leste, conforme informações oferecidas pela Abramilho.

A maior safra de milho registrada nos últimos dez anos, corresponde a safra de 2010/11, na qual o mundo produziu em torno de 829.238 milhões de toneladas, nela o Brasil teve uma participação de 6,93%, e os Estados Unidos, é o maior produtor desse cereal com 38,12% de participação na produção. Assim os Estados Unidos, destacam-se como o principal produtor, seguido da China. O Brasil encontra-se em terceiro lugar, conforme a tabela apresentada a seguir:

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Tabela 2: Principais países produtores de milho (em mil toneladas)

Safra EUA

China

Brasil Europa México Índia Nigéria Argentina Indonésia Outros Mundo

2000/01 251.854 106.000 41.536 50.079

17.917 12.068

4.000

15.400

5.900 86.246 591.000

2001/02 241.377 114.088 35.501 58.012

20.400 13.510

5.000

14.700

6.000 91.751 600.339

2002/03 227.767 121.300 44.500 57.660

19.280 11.100

5.200

15.500

6.100 94.857 603.264

2003/04 256.229 115.830 42.000 47.905

21.800 14.980

5.500

15.000

6.350 101.494 627.088

2004/05 299.876 130.290 35.000 66.471

22.050 14.180

6.500

20.500

7.200 112.659 714.726

2005/06 282.263 139.365 41.700 60.668

19.500 14.710

7.000

15.800

6.800 110.958 698.764

2006/07 267.503 151.600 51.000 53.829

22.350 15.100

7.800

22.500

7.850 112.671 712.203

2007/08 331.177 152.300 58.600 47.506

23.600 18.916

6.500

22.000

8.500 122.527 791.626

2008/09 307.386 165.500 50.500 62.380

25.000 17.000

7.900

13.000

8.700 130.465 787.831

2009/10 307.100 162.500 54.000 56.902

24.000 18.500

8.300

15.000

9.000 129.837 785.139

2010/11 316.165 177.245 57.500 55.795

21.130 21.730

9.340

23.750

6.800 83.080 829.238

Fonte: Estatística FAZ/ USDA.

Aproximadamente 70% do milho comercializado mundialmente é direcionado ao consumo humano e animal, para este último em maior quantidade, com isso, muitas vezes o próprio mercado interno consome grande parte da produção, tornando os principais produtores do cereal, também os principais e mais importantes consumidores do mesmo3.

Com isso, serão observados alguns números do pais que possui a maior produção de milho, onde nos cinco anos o estoque inicial e o estoque final apresentaram uma queda significativa, visto que o pais contava com um estoque inicial de 33,1 milhões de toneladas na safra 2007/08, fechando com um estoque final de aproximadamente 18,5 milhões de toneladas, conforme tabela 03.

Outros fatores interessantes a serem destacados são, a produção que vem aumentando, como já foi citado anteriormente, o consumo doméstico, ou interno, vem apresentando um crescimento razoável, enquanto que as exportação, ao contrário, apresentam uma queda, o que confirma a informação apresentada, na qual, o pais consome grande parte da sua produção internamente.

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Tabela 3: Oferta de milho nos Estados Unidos (em milhões de toneladas) Estoque inicial Produção Consumo doméstico Exportação Estoque Final 2007/08 33,1 331,2 261,7 61,9 41,3 2008/09 41,3 307,1 259,3 47,0 42,5 2009/10 42,5 332,5 281,4 50,5 43,4 2010/11 43,4 316,2 293,4 48,3 18,5 2011/12* 18,5 335,3 291 45,7 17,6 *Previsão de safra. Fonte: USDA.

A queda nos estoques apresentada na tabela acima ocorre devido a absorção do milho para a produção de adoçantes, amidos, óleos, álcool, principalmente o etanol, pois cerca de 1/3 da produção de milho é utilizado para a fabricação do etanol, o que chega, aproximadamente, a 130 milhões de toneladas, em torno de 41% de toda a produção. A tendência, deve se manter, ou até mesmo superar os 50%, o que fará com que o uso do milho para a alimentação animal e humana fique menor que o consumo de etanol4.

267,6 331,2 307,4 332,5 316,2 76,9 95,2 104,1 91,4 130,0 0 50 100 150 200 250 300 350 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 m ilh õ e s d e t o n e la d as Milho Etanol *

Gráfico 1: Produção de milho e etanol nos Estados Unidos

*Volume de milho usado para etanol. Fonte: USDA.

3Cf Luft, Alexandra; Brum, Argemiro Luís. Artigo: Aspectos da Cadeia Produtiva do Milho e as

Relações Comerciais nos Estados do Rio Grande do Sul e Mato Grosso (1994/95-2005/06).

4Cf- USDA - United States Department of Agriculture, site:

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Na safra de 2006/07, os EUA produziram 267,6 milhões de toneladas. Cerca de 76,9 milhões de toneladas foram utilizadas para a fabricação de etanol, já na safra 2007/08 os EUA produziu 331,2 milhões de toneladas de milho, foram utilizados 95,2 milhões de toneladas para a produção de etanol, a maior produção concentrou-se na safra de 2009/10, com uma produção de 332,5 milhões de toneladas de milho, com isso aumenta também a quantidade usada na produção do etanol, cerca de 91,4 milhões de toneladas. O gráfico abaixo apresenta a porcentagem de milho utilizado para a fabricação de etanol.

28,7 28,7 33,9 27,5 41,1 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 P e rc e n tu al Etanol/Milho %

Gráfico 2: Participação da safra de milho utilizada para a fabricação de etanol (em %)

Fonte: USDA.

1.2 A PRODUÇÃO DE MILHO NO BRASIL

A cultura do milho é desenvolvida em todo o Brasil, desde os pequenos aos grandes produtores, sendo considerado o terceiro maior produtor mundial, porém a grande quantidade dessa produção é usada para o consumo interno, na ração de suínos, bovinos e aves, ou diretamente na forma de silagem, a qual é realizada e armazenada na propriedade.

(18)

Tabela 4: Produção, área plantada e a produtividade do milho no Brasil Safras Area Plantada(mil hectares) Produtividade Kg/há Produção em mil toneladas 2000/01 12.972,5 3.260 42.289,7 2001/02 12.297,8 2.868 35.266,8 2002/03 13.226,2 3.585 47.410,9 2003/04 12.783,0 3.291 42.128,5 2004/05 12.208,2 2.867 35.006,7 2005/06 12.963,9 3.279 42.514,9 2006/07 14.054,9 3.655 51.369,9 2007/08 14.765,7 3.972 58.652,3 2008/09 14.171,8 3.599 51.003,8 2009/10 12.993,9 4.311 56.018,1 2010/11 Previsão (1) 13.806,1 4.158 57.406,9 2011/12 Estimativa (2) 15.366,2 4.016 61.703,0

(1) Dados Preliminares: sujeitos a mudanças (2) Dados Estimados: sujeitos a mudanças

Fonte: CONAB.

Conforme a tabela apresentada acima, a área plantada do cereal permanece constante, porém o que obteve um aumento significativo foi a produtividade, comprovando que aos poucos os agricultores brasileiros vem investindo em tecnologia para a produção, tornando-o mais resistente a pragas que comprometam sua produtividade. A produção também apresentou uma evolução significativa nos últimos anos, na safra de 2000/01 houve uma produção de 42.289,7 de toneladas, já na safra de 2009/10 a produção chegou no patamar de 56.018,1 de toneladas, os dados da safra de 2010/11 são previsão, com uma produção de 57.406,9 de toneladas, e para a safra atual, de 2011/12, a estimativa chega na casa dos 61.703,0 de toneladas, mesmo com esse aumento de produção, não exportamos muito cereal para outros países, pois o consumo interno vem aumentando com o mercado crescente das carnes, bovinas, suínas e das aves, levando grande parte da produção de milho, para a fabricação de ração.

A seguir podemos observar, o gráfico apresentado, que mostra a evolução da importação e exportação, analisando-o de forma mais critica, podemos verificar o que foi citado acima.

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10,9 7,8 7,1 11,6 8,5 8,0 1,1 0,7 1,1 0,4 1,0 1,0 0 2 4 6 8 10 12 14 m il h õ e s d e t o n e la d a s Exportação Importação

Gráfico 3: Importação e exportação de milho brasileiro da safra de 2006/07 a 2011/12

¹Previsão. Fonte: USDA.

Em 2006, a exportação brasileira chegou aproximadamente 10,9 milhões de toneladas, a menor exportação foi na safra 2008/09 onde foram exportados 7,1 milhões de toneladas. Porém a safra seguinte foi o maior pico de exportação, chegando a 11,6 milhões de toneladas. Na safra de 2010/11 foram exportados 8,5 milhões de toneladas, a previsão para a safra atual é de 8,0 milhões de toneladas do cereal para exportação, havendo uma redução de 73,39% da exportação da safra de 2006/07, para a previsão de exportação da safra atual, com isso o Brasil é considerado um dos maiores exportadores desse cereal. Essa diminuição ocorre também na importação desse cereal, isso provavelmente é devido ao aumento da produtividade interna do mesmo.

Na safra de 2006/07 foram importados 1,1 milhões de toneladas de milho, já para a safra atual, mesmo sendo uma previsão, a importação chega na casa dos 1,0 milhão de toneladas importadas.

Para o Brasil, o melhor ano de estoque inicial foi na safra de 2008/09, com 12,6 milhões de toneladas, já o estoque final se destacou na safra de 2007/08, com a mesma volume, 121,6 milhões de toneladas desse cereal, o consumo tem o maior pico na safra atual, ainda sendo previsão, a qual chega a 50,5 milhões de toneladas.

(20)

Tabela 5: Estoques iniciais e finais, e o consumo de milho brasileiro a partir da safra de 2006/07 até a safra 2011/12

2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12¹ Estoque inicial 5,6 3,6 12,6 12,1 10,0 8,7 Estoque final 3,6 12,6 12,1 10,0 8,7 6,2 Consumo 43,5 42,5 45,5 47,0 48,8 50,5 ¹Previsão. Fonte: Usda.

Conforme a tabela abaixo, o Estado que mais produz milho (incluindo safra de verão e safrinha), no período das safras de 2000/01 a 2011/12 é o Paraná, com estimativa de 14,2 milhões de toneladas em 2011/12, o que representa 21,8% de toda a produção brasileira de milho estimada para o mesmo período. Em segundo lugar temos o Mato Grosso com 11,4 milhões de toneladas, seguido de Goiás com 7,8 milhões de toneladas estimadas. O Rio Grande do Sul, devido a forte seca na safra de verão 2011/12 reduziu sua estimativa para apenas 3,5 milhões de toneladas em 2011/12.

Tabela 6: Principais Estados produtores de milho no Brasil, entre as safras de 2000/01 a safra de 2011/12 (em mil toneladas)

Safras PR MG RS SP GO MT TOTAL BRASIL

2000/01 12.374,9 4.227,8 6.237,0 4.207,0 4.080,4 1.843,6 42.289,7 2001/02 9.363,2 4.787,7 3.905,5 3.941,7 3.394,7 2.199,8 35.266,8 2002/03 13.657,2 5.327,3 5.283,4 4.553,4 3.484,3 3.227,8 47.410,9 2003/04 11.192,1 6.000,4 3.499,7 4.499,6 3.372,3 3.446,4 42.128,5 2004/05 8.414,3 6.172,3 1.570,9 3.984,5 2.814,8 3.384,4 35.006,7 2005/06 11.173,0 5.280,8 4.547,8 4.260,9 3.088,8 4.028,3 42.514,9 2006/07 13.851,3 6.256,8 5.958,5 3.982,2 3.887,5 5.864,9 51.369,9 2007/08 15.368,3 6.629,1 5.322,0 4.673,4 5.031,1 7.806,8 58.652,3 2008/09 11.100,8 6.543,5 4.248,8 4.274,2 4.898,9 8.081,70 51.003,8 2009/10 13.443,3 6.083,6 5.593,9 4.540,3 4.796,0 8.118,10 56.018,1 2010/11 Previsão (1) 12.247,7 6.526,7 5.776,3 4.327,0 6.009,8 7.619,70 57.406,9 2011/12 Estimativa (2) 14.239,5 7.455,6 3.551,1 4.779,9 7.860,7 11.411,40 65.143,7 (1) Previsão. (2) Estimativa. Fonte: Conab.

A safrinha de milho, ou a segunda safra de milho, como também é chamada, está obtendo cada vez mais importância. A última safra, safra de 2011, ocupou mais de 5 milhões de hectares5, e atualmente representa quase 50% de todo o milho produzido no Brasil.

(21)

Como já citado anteriormente, a produção de milho se caracterizou pela divisão da produção em duas épocas, no Brasil. Os plantios de verão, que são realizados entre fins de agosto, na região Sul, até os meses de outubro e novembro, no Sudeste e Centro-Oeste. A safrinha, geralmente é plantada em fevereiro ou março, quase sempre depois da soja precoce, predominantemente na região Centro-Oeste e nos Estados do Paraná e São Paulo6.

A Região Centro-Oeste, é representada por quatro Estados, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, e Distrito Federal, pois é nessa Região que se encontra a maior produção de milho safrinha. Na safra de 2010, a safrinha representou 77,81% do total de milho produzido naquele ano, na Região.

Na safra de 2003, a produção de milho safra atingiu 4.023.606 toneladas, enquanto isso, a safrinha de milho, representou mais que 50%, chagando a 6.053.192 toneladas, a menor produção da Região, entre o período de 2003 a 2010,encontra-se na safra de 2005, na qual praticamente todo o pais sofreu com estiagem, obtendo uma produção total de 7.857.796 toneladas. A safra participou com 42%, e os 58% restantes, foram participação da safrinha de milho.

0 5.000.000 10.000.000 15.000.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 A n o

Milho (em grão) - 2ª safra Milho (em grão) - 1ª safra

Gráfico 4: Comparativo entre a safra e safrinha na região centro-oeste, no período de 2003-2010 (em mil toneladas)

Fonte: IBGE.

6Cf- Embrapa Milho e Sorgo: Site: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br, acesso em 20 de

(22)

A Região Nordeste, é a Região com o maior número de Estados, com nove Estados, sendo eles; Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe. A Região não possui uma representatividade grande na produção de milho, porém também não é considerada a pior, ficando na frente da Região Norte. Assim, na safra de 2010, a safrinha participou com 34,45% da produção total daquele ano, que fechou na casa de 4.140.132 toneladas, porém a sua maior produção de milho, entre os períodos de 2003 a 2010, encontra-se na safra de 2009, onde a Região produziu 4.799.396 milhões de toneladas do cereal, nela a safra participou com 89,69%.

A safrinha, ou a segunda safra de milho, começou a apresentar uma importância a partir da safra 2005 e aumento sua representatividade cada vez mais na Região Nordeste, o que ocorre também na Região Centro-Oeste, onde a safrinha é responsável por mais de 50% da produção, já na Região Nordeste, a safra é a que possui maior porcentagem sobre a produção total de milho da Região.

0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 A n o

Milho (em grão) - 2ª safra Milho (em grão) - 1ª safra

Gráfico 5: Comparativo entre a produção de milho safra e safrinha na região nordeste, entre o período de 2003-2010 (em mil toneladas)

Fonte: IBGE.

A Região Norte, formada por sete Estados, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, é a Região com a maior extensão de terra, sua economia é desenvolvida basicamente a partir do extrativismo vegetal e animal. Assim a agricultura é pouco desenvolvida, e por isso a produção de milho não é em grande quantidade, e a safrinha não tem muita importância.

(23)

964.373 1.071.982 1.082.683 1.102.369 1.070.116 1.202.804 1.273.569 1.299.751 0 0 0 0 0 61.088 0 0 0 500.000 1.000.000 1.500.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 A n o

Milho (em grão) - 2ª safra Milho (em grão) - 1ª safra

Gráfico 6: Comparativo entre safra e safrinha de milho na região norte, entre 2003-2010 (em mil toneladas)

Fonte: IBGE.

São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, e Rio de Janeiro, são os Estados que compõe a Região Sudeste, sendo a Região mais populosa e rica do pais. A agricultura da região é muito diversificada, como também desenvolvida, os produtos que mais se destacam são: cana-de-açúcar, laranja, e soja.

0 5.000.000 10.000.000 15.000.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 A

no Milho (em grão) - 2ª safra

Milho (em grão) - 1ª safra

Gráfico 7: Comparação entre safra e safrinha de milho na região sudeste, entre 2003-2010 (em mil toneladas)

(24)

A maior produção de milho, entre o período de 2003-2010, dá-se na safra de 2004, com uma produção de 10.753.843 toneladas, onde 87,95% é participação do milho safra, e a penas 12,05% pelo milho safrinha, a produção desse cereal na Região Sudeste, é formada mais de 50% na safra, com pouca participação da safrinha.

Dando maior ênfase para a Região Sul do Brasil, a qual atinge os estados do Paraná, considerado o maior produtor de milho do Brasil, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Estado do Paraná é responsável por 25% da produção, em relação a esses 25%, 80% dessa produção destina-se ao mercado nacional7. A estimativa para a safra 2011/12, supera todas as outras safras do Estado do Paraná, com expectativa de obter uma produção de aproximadamente 14.239,5 toneladas de milho. Já no Estado do Rio Grande do Sul, sua maior produção de milho encontra-se na safra de 2000/01 chegando em torno de 6.237,0 toneladas, a partir daí, as safras seguintes não conseguiram atingir o mesmo patamar, pois na safra 2004/05, quando o estado passou por uma forte estiagem, ocorreu a menor produção desse cereal, produzindo apenas 1.570,9 toneladas. O Estado de Santa Catarina, sempre produziu em torno de 3.000 a 4.000 milhões de toneladas não oscilado muito.

Como ocorre em outras Regiões, o plantio da Região Sul, também é dividido em duas etapas, a safra normal, e a safrinha. Na safra de 2010, a Região Sul produziu cerca de 22.854.811 toneladas de milho, onde 70,31% foi produzida durante a safra, e o restante, durante a safrinha.

A maior produção desse cereal, entre o período de 2003-2010, encontra-se na safra de 2003, com participação de 75,13% da safra, e 24,87% da safrinha, para um total de 24.127.162 toneladas de milho produzidas na Região Sul, onde a concentração de produção ocorre na safra, com plantio entre outubro e novembro.

7Cf- Luft, Alexandra; Brum, Argemiro Luís. Artigo: Aspectos da Cadeia Produtiva do Milho e as

(25)

-2.000,0 4.000,0 6.000,0 8.000,0 10.000,0 12.000,0 14.000,0 16.000,0 18.000,0 m il to ne la da s PR RS SC

Gráfico 8: Produção de milho na região sul do Brasil, entre as safras de 2000/01 e 2011/12 (estimativa)

(1) Previsão; (2) Estimativa Fonte: Conab.

O Estado responsável pela produção de safrinha na Região Sul, é o Paraná, os outros dois Estados, Rio Grande do Sul, e Santa Catarina, não possuem muita representatividade na produção da safrinha. Na safra de 2010, o Estado do Paraná, obteve 50% de produção safra, e 50% de produção safrinha, para um total de 13.567.096 toneladas do cereal.

1.2.1 Destino do Milho Brasileiro

O milho , possui muita utilidade, cerca de 82% do milho que é produzido no Brasil, é consumido sob forma de ração, enquanto o uso do milho para consumo humano está estável desde o inicio da década de 80, em 13% da produção total8.

O milho é praticamente a base das rações, para todos os tipos de criação, assim na composição da ração para avicultura de corte 63,5% é milho, avicultura de postura 59,5%, suinocultura 65,5%, e pecuária de leite 23% é composta por milho9.

Na propriedade o consumo do milho chega a 24,93%. Assim, de todos os estabelecimentos brasileiros 60,54% realizam esse consumo na própria propriedade, ainda são estocados 6,32% da produção desse cereal. O milho comercializado para

8Cf- Abramilho, site: http://www.abimilho.com.br/processo6.htm, acesso em 01 de maio de 2012. 9Cf- Abramilho, site: http://www.abimilho.com.br/processo6.htm, acesso em 01 de maio de 2012.

(26)

cooperativas, indústrias, intermediários e diretamente aos consumidores chaga a 68,75%. Conforme podemos observar os dados da tabela abaixo.

Tabela 7: Destino da produção de milho brasileiro, em grão, censo de 1996 (em %) Produção Número de Estabelecimentos % % Consumo no Estabelecimento 24,93 60,54 Estocada no Estabelecimento 6,32 6,63 Comercializada 68,75 32,13 · Cooperativa 20,04 3,4 · Indústria 13,41 0,71 · Intermediário 31,5 24,8 · Direto ao Consumidor 3,8 3,72 Destino da Produção

Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, censo 2006.

As importações de grãos de milho, ocorrem principalmente em três países, o pais que mais importa para o Brasil é o Paraguai, no ano de 2009, foi 1.114.837 toneladas de milho em grão, e de janeiro a abril de 2012, chega a 286.233 toneladas desse cereal, em seguida aparece a Argentina, com uma importação de milho para o Brasil de 21.267 toneladas, em 2009, de janeiro a abril de 2012, foram importados 2.107 toneladas de milho. Conforme pode ser analisado na tabela abaixo.

Tabela 8: Importações brasileiras, por países de origem (milho em grão)

Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t)

Argentina 27.717 98.615 36.193 21.705 29.172 21.267 18.466 37.015 22.456 2.107 Estados Unidos 152 142 147 133 277 806 182 315 135 6 Paraguai 302.621 476.458 920.030 932.260 740.300 1.114.837 443.062 619.006 16.243 286.233 Outros - 20.812 27 141.440 50 567 829 - - - TOTAL 330.490 596.027 956.397 1.095.539 769.799 1.137.477 462.539 656.336 38.834 288.346 Países de Origem

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Jan-Dez/11 Jan-Abr/11 Jan-Abr/12

Fonte: SECEX.

A exportação de milho, ou seja, a saída de milho para outros países, começou a ter grande representatividade a partir do ano de 2006. O Irã, é o pais

(27)

para o qual o Brasil mais exporta milho em grão, fechando 2011, com uma exportação de 1.905.670 toneladas. O Brasil é um importador de milho do Paraguai, e também um exportador do cereal, assim para o mesmo, ele exporta 11.282 toneladas, e 2011, o mesmo acontece, com o pais vizinho, a Argentina, porém, só em quantidade menor, 3.425 toneladas de milho em 2011, esses dados são apresentados na tabela a seguir:

Tabela 9: Exportações brasileiras, por país de destino (milho em grão)

Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t)

Arábia Saudita - - - 94.741 345.910 651.035 815.650 369.193

Argentina - - 175 783 2.781 1.803 3.034 3.425

Chile - - 9.990 - 59.530 108.755 -

-Coréia Rep. Norte - - 110.847 17.500 - 15.000 - -Coréia Rep. Sul - - 799.606 660.079 319.229 582.977 190.604 131.022 Espanha - - 773.884 2.920.532 995.432 210.495 819.356 401.963 Estados Unidos - - 1.111 1.753 3.170 2.416 3.063 2.526 Irã - - 1.770.337 2.723.790 468.963 1.767.387 1.490.644 1.905.670 Itália - - 9.000 557.767 321.495 2.000 14.501 29.232 Japão - - 21 54.142 14 269.438 606.623 734.505 Marrocos - - - - 172.947 417.867 958.594 578.739 Países Baixos - - 91.159 679.218 814.722 32.602 324.486 339 Paraguai - - 6.458 10.348 12.376 4.553 9.586 11.282 Portugal - - 90.741 766.849 399.775 15 405.397 124.295 Outros - - 274.672 2.445.952 2.516.318 3.715.556 5.177.363 5.194.722 Total - - 3.938.001 10.933.454 6.432.662 7.781.899 10.818.901 9.486.913 2011 2010 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Países de Destino Fonte: SECEX.

Nota-se que, com alguns países (caso da Argentina e Paraguai, por exemplo) o Brasil pratica importações e exportações de milho. Isso é resultado de acordos comerciais entre empresas, geralmente de caráter regional, em função de vantagens específicas e momentâneas ocorridas em função de câmbio, custos de comercialização e contratos previamente realizados. Todavia, nota-se que, no caso desses dois países citados, ainda somos importadores líquidos.

Como o Estado do Rio Grande do Sul, é o terceiro estado com maior produção de milho, depois do Estado do Paraná, e Mato Grosso é de suma importância estudar a produção de milho e a sua evolução. Este estudo será feito no próximo capitulo.

(28)

2 CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MILHO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Cada vez mais, os agricultores estão em busca de maior eficiência e tecnologia para a produção de milho, com isso a produtividade aumenta, e por outro lado tem-se um custo de produção menor, o que aumenta sua rentabilidade. O primeiro passo para uma melhor produção foi a utilização do plantio direto, substituindo o plantio convencional, onde a terra é minimamente revirada, com isso tem-se maior fertilidade do solo, ocorrendo pouca erosão. Outro fator que contribui para uma melhoria na produtividade é a rotação de cultura, o que facilita a eliminação de pragas e plantas daninhas, além de falar em uma adubação adequada. No Estado do Rio Grande do Sul, o primeiro plantio de milho é plantado nos meses de setembro a novembro, mas se dá principalmente no mês de outubro, a chamada safra de verão, o segundo plantio, é realizado nos meses de janeiro a fevereiro, a chamada safrinha.

A produção de milho no Estado do Rio Grande do Sul, nos últimos dez anos apresentou uma diminuição, como também a área cultivada, na safra de 2000/01 a área cultivada de milho era de aproximadamente 1.675.963 milhões de hectares, com uma produção de 6.237,0 toneladas, porém na safra de 2004/2005, o Estado foi castigado por uma forte estiagem, o que ocasionou uma queda significativa na produção desse cereal, produzindo apenas 1.570,9 toneladas, 25% a menos de produção do que na safra de 2000/01, além da estiagem que atingiu os produtores, os mesmos sofreram com a queda de preço, essa queda pode ser atribuída tanto a redução de preço internacionais, quanto a valorização cambial10. A partir da safra seguinte, a produção se normaliza, a safra de 2005/06 o Estado produziu 4.547,8 toneladas, porém o Estado obteve maior produtividade na safra 2009/10 com 4.703 Kg/ha, produzindo em torno de 5.593,9 toneladas de milho.

10Cf. Lazzari, Martinho Roberto; Agropecuária Gaúcha em 2005: Estiagem, Câmbio e Crise, artigo 10

(29)

Tabela 10: Produção do milho no Estado do Rio Grande do Sul, entre o período de 2000 a 2010

Safras Área(há) Produtividade(Kg/ha) Produção (t)

2000/01 1.675.963 3.666 6.237,0 2001/02 1.464.836 2.737 3.905,5 2002/03 1.416.777 3.833 5.283,4 2003/04 1.303.297 2.815 3.499,7 2004/05 1.206.119 1.537 1.570,9 2005/06 1.422.060 3.226 4.547,8 2006/07 1.365.387 4.378 5.958,5 2007/08 1.385.998 3.808 5.322,0 2008/09 1.388.500 3.215 4.248,8 2009/10 1.163.457 4.703 5.593,9 Fonte: IBGE.

Com essa produção, o Estado ocupa o 3º lugar no ranking brasileiro de produtores de milho, isso devido à intensidade do frio do Estado, onde não é rentável o plantio do milho safrinha, o que ocorre, diferentemente do Estado do Paraná, onde a chamada safrinha se expandiu com mais intensidade, pois o clima é mais favorável para a produção desse cereal. Comparado com a soja, o Estado do Rio Grande do Sul, fica em 3º lugar no ranking brasileiro, ficando atrás de Mato Grosso e Paraná.

O estado do Rio Grande do Sul, por questões particularmente climáticas, não conseguiu obter êxito na produção de safrinha do milho, conforme o gráfico abaixo. 0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 7.000.000 M ilh õe s de To ne la da s Safras total

Milho (em grão) - 1ª safra

Gráfico 9: Produção de safra e safrinha de milho no Rio Grande do Sul (milhões de toneladas)

(30)

Como se pode analisar no gráfico acima, a produção da primeira safra, geralmente plantada entre os meses de setembro a novembro, corresponde a 100% do total de produção desse cereal, sendo que a safrinha, ou a segunda safra de milho, não possui nenhuma representatividade no território gaúcho.

2.1 A PRODUÇÃO DE MILHO NAS MESORREGIÕES GAÚCHAS

A produção de milho ocorre em praticamente todos os municípios, sendo que essa produção tem diferentes destinos, para o consumo animal, humano, para abastecer cooperativas e indústrias, por isso a produção será apresentada em mesorregiões, o que facilita a compreensão da produção de milho como um todo. Assim o Estado está dividido em sete mesorregiões Rio-Grandenses, as quais são agrupamentos de microrregiões, e assim também, um agrupamento de municípios que estão localizadas nas microrregiões, pertencentes a cada mesorregião.

Mesorregião é entendida como uma área individualizada, em uma

unidade da Federação, que apresente formas de organização do espaço definidas pelas seguintes dimensões: o processo social, como determinante; o quadro natural, como condicionante, e a rede de comunicação e de lugares como elemento da articulação espacial. Essas três dimensões deverão possibilitar que o espaço delimitado como mesorregião tenha uma identidade regional. Essa identidade é uma realidade construída ao longo do tempo pela sociedade que aí se formou (FEE Dados - Fundação de Economia e Estatística).

Figura 1: Mapa das sete mesorregiões rio-grandenses

(31)

A Mesorregião Sudoeste Rio-Grandense, é a mesorregião com a menor produção de milho, fechando a safra de 2010, com uma produção de 103.661 toneladas, sendo formada por três microrregiões, sendo s Campanha Central, Campanha Meridional e Campanha Ocidental, composto por 19 municípios. As mesorregiões que apresentam a maior produção são as seguintes, Noroeste Rio-Grandense, que apresenta a maior produção de milho do Estado Gaúcho, em seguida aparece a mesorregião de Nordeste Rio-Grandense.

Tabela 11: Comparativa de produção de milho nas mesorregiões rio-grandense

Mesorregiões Rio-grandense

2000

2001

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

2010

Centro Ocidental Rio-grandense 143.660 279.997 179.079 234.522 84.933 55.478 182.946 241.710 192.111 166.580 176.994

Centro Oriental Rio-grandense 423.803 496.739 454.327 526.516 231.315 131.475 355.524 508.481 541.613 483.809 481.475

Metropolitana de Porto Alegre

140.493 155.912 156.922 154.349 98.156 44.997 132.990 192.332 181.507 169.761 176.784

Nordeste Rio-grandense

564.180 774.141 628.437 810.438 544.726 185.873 749.469 911.525 874.029 860.014 956.418

Noroeste Rio-grandense

2.404.269 3.938.888 2.063.515 3.260.833 2.198.094 978.874 2.900.841 3.695.554 3.124.672 2.221.701 3.513.943

Sudeste Rio-grandense

196.548 378.576 329.789 324.722 163.936 47.217 116.852 290.816 215.825 223.055 224.637

Sudoeste Rio-grandense

63.249 109.954 89.102 114.744 55.702 41.126 89.521 128.700 102.128 61.942 103.661

Fonte: IBGE – Unidade de Federação.

0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 M ilh õ e s d e T o n e la d a s Safras RS total Noroeste Rio-grandense

Gráfico 10: Comparativo entre a produção total de milho do RS e mesorregião noroeste rio-grandense (milhões de toneladas)

(32)

A mesorregião Noroeste Rio-Grandense, é composta por 13 microrregiões que são as seguintes: Microrregião de Carazinho, Cerro Largo, Cruz Alta, Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Não-Me-Toque, Passo Fundo, Sananduva, Santa Rosa, Santo Ângelo, Soledade, Três Passos, e assim também 183 municípios. Uma mesorregião considerada grande, em relação as outras seis mesorregiões Rio-Grandenses, onde a maioria dos seus municípios ainda depende economicamente da agricultura familiar11.

Assim a mesorregião Noroeste Rio-Grandense, tem grande participação na produção de milho Gaúcho, na safra 2003, a mesorregião participou com 60,09%, já a segunda mesorregião com maior produção de milho, participou com 14,93% da produção Estadual, na safra de 2005, devido a estiagem que castigou o Estado, a produção Gaúcha diminuiu, mas mesmo assim a mesorregião Noroeste, participou com 65,91%, já a mesorregião Nordeste teve uma participação com 12,51%, na produção do cereal. A maior safra registrada, entre o período de 2003-2010, na mesorregião, foi a safra de 2007, com 3.695.554 toneladas, onde no mesmo ano o Estado também apresentou um aumento na produção, sua menor produção ocorreu na estiagem de 2005, com uma produção de 978.874 toneladas, e fechando o período com uma produção de 3.513.943 toneladas.

No mesmo período de tempo, a mesorregião Nordeste apresenta a sua menor produção que ocorreu na safra de 2005, com a estiagem que atingiu o Estado, produzindo 185.873 toneladas milho, e sua produção foi no ano de 2010, com uma produção de 956.418 toneladas do cereal.

11Cf- FEE- Fundação de Economia e Estatística, site: http://www.fee.tche. br/sitefee/pt/content/capa

(33)

0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 M ilh õ e s d e T o n e la d as Safras RS total Nordeste Rio-grandense

Gráfico 11: Comparativo entre a produção total de milho do RS e mesorregião nordeste rio-grandense (milhões de toneladas)

Fonte: IBGE – Unidade de Federação.

3%

9% 3%

17%

62% 4%

2% Centro Ocidental Rio-grandense

Centro Oriental Rio-grandense

Metropolitana de Porto Alegre

Nordeste Rio-grandense

Noroeste Rio-grandense

Sudeste Rio-grandense

Sudoeste Rio-grandense

Gráfico 12: Participação percentual de cada mesorregião na safra total gaúcha de 2010

Fonte: Com base nos dados do IBGE.

Analisando a participação de cada mesorregião no total da safra de 2010, conclui-se que a mesorregião Noroeste, participa com 62%, em seguida aparece a mesorregião Nordeste com uma participação de 17%, e em terceiro Centro Oriental Rio-Grandense, com uma participação de 9% na produção de milho Gaúcha.

As quatro mesorregiões restantes, possuem pouca participação, Sudeste Rio-Grandense com uma participação de 4%, a Metropolitana de Porto Alegre e Centro Ocidental Rio-Grandense com 3% respectivamente, e a mesorregião de Sudoeste Rio-Grandense com 2% de participação na produção de milho.

(34)

Para finalizar o estudo sobre a produção de milho no Estado do Rio Grande do Sul, através de um mapa, mostraremos os Coredes, de acordo com a sua produção. Os Coredes que mais se destacam são: Médio Alto Uruguai, Norte, Nordeste, Produção, Serra e Alto Jacuí, possuindo uma produção em média de 200.001 a 373.628 toneladas por Corede, média entre as safras de 2004 a 2006.

Noroeste Colonial, Corede, no qual o município de Ijuí pertence, não apresenta uma média alta de produção de milho, obtendo assim uma média de 50.001 a 100.000 toneladas, por Corede, e o município de Sede Nova pertence ao Corede Celeiro, o qual já possui uma média um pouco maior, cerca de 100.001 a 200.000 toneladas, produção de milho por Corede, média 2004 a 2006. Esses dados podem ser analisados na figura abaixo, com a demonstração dos Coredes e suas respectivas médias.

Figura 2: Mapa com a distribuição dos Coredes e suas médias de produção de milho entre as safras 2004 a 2006 (toneladas)

(35)

2.2 CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES GAÚCHAS

A produção de milho é feita majoritariamente em pequenas e médias propriedades rurais no Rio Grande do Sul. Mesmo porque, o Estado gaúcho, em sua parte Norte, onde particularmente a cultura do milho se desenvolve, é composto especialmente de propriedades familiares, com pouca área de terra.

Assim, grande parte da produção e da população rural encontra-se na agricultura familiar12, com cerca de 70% de todos os produtos que compõe a alimentação básica da sociedade, ali tem origem. Dentre esses produtos encontra-se o milho, o feijão, a batata, o inhame e a mandioca, além de uma restrita produção pecuária, (suíno, leite, frango, algum bovino de corte). Apesar da extrema importância na produção de alimentos, essas propriedades detêm um modesto nível tecnológico que reflete em uma baixa produtividade.13

Assim a agricultura familiar possui, 80,53% de toda a população que vive na zona rural, entre homens e mulheres, com 400.029 mulheres e 592.059 homens, e a agricultura não familiar14 possui 19,46% da população, com 60.880 mil mulheres e 178.852 homens, conforme o gráfico apresentado abaixo.

1.231.820 239.732 992.088 770.911 178.852 592.059 460.909 60.880 400.029 0 500.000 1.000.000 1.500.000 Total Não familiar Agricultura familiar Habitantes G ên er o Mulheres Homens Total

Gráfico 13: Pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários por gênero, no RGS, censo 2006

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006.

12Cf- Agricultura familiar é o cultivo da terra realizado por pequenos proprietários rurais, tendo como

mão-de-obra essencialmente o núcleo familiar, segundo o Economista Ricardo Abramovay da FEA-USP, Site: http://www.fea.usp.br/, acesso em 13 de abril de 2012.

13Cf- site: http://www.brasilescola.com/geografia/agricultura-na-america-latina.htm, acesso em 14 de

abril de 2012.

14Cf- Agricultura não familiar, é agricultura que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou temporários

em propriedades médias ou grandes, segundo o Economista Ricardo Abramovay da FEA-USP, Site: http://www.fea.usp.br/, acesso em 13 de abril de 2012.

(36)

No Rio Grande do Sul, existem 441.467 estabelecimentos agropecuários15, sendo 378.546 de agricultura familiar, e 62.921 de agricultura não familiar, mostrando assim a importância da agricultura familiar. Dentro dos estabelecimentos da agricultura familiar, 317.963 são de pessoas proprietárias, 21.477 de arrendatários, 32.850 são de ocupantes, parceiros e assentados sem titulação definitiva, somente, 6.256 são produtores sem áreas. Na agricultura não familiar, do total, 52.864 são proprietários e 5.238 arrendatários, e assentado sem titulo definitivo16 são apenas 471 estabelecimentos agropecuários.

Tabela 12: Condição do produtor gaúcho, segundo o número dos estabelecimentos, conforme censo 2006

Categoria RS Agricultura familiar Agricultura não familiar Total 441.467 378.546 62.921 Proprietário 370.827 317.963 52.864 Arrendatário 26.715 21.477 5.238 Ocupante 20.514 17.885 2.629 Assentado s/tit definit 7.029 6.557 471 Parceiro 9.525 8.408 1.117 Produtor sem área 6.857 6.256 601

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006.

A grande maioria dos produtores, classificados como agricultura familiar, possui sua própria propriedade, chegando a 88%, esses produtores sendo proprietário de 5.454.800 hectares, os arrendatários, equivalem a 5,46%, somando um total de 336.786 hectares, ocupantes e assentados sem titulo definitivo, são 4,72% somando uma área de 291.251 hectares, mostrando assim a importância da agricultura familiar.

15Cf- Estabelecimento Agropecuário- todo terreno de área contínua, independente do tamanho ou

situação (urbana ou rural), formado de uma ou mais parcelas, subordinado a um único produtor, onde se processasse uma exploração agropecuária, ou seja: o cultivo do solo com culturas permanentes e temporárias, inclusive hortaliças e flores; a criação, recriação ou engorda de animais de grande e médio porte; a criação de pequenos animais; a silvicultura ou o reflorestamento; e a extração de produtos vegetais. Site: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/ censoagro/conceitos.shtm, acesso em 20 de abril de 2012.

16Cf- Assentado sem titulo definitivo- Estabelecimento agropecuário ser originário de projeto de

assentamento. Fonte: IBGE, site: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ agropecuaria/censoagro/brasil_2006/notatecnica.pdf, acesso em 18 de abril de 2012.

(37)

Agricultura Familiar tem sua importância consolidada na capacidade de absorção da mão-de-obra e de geração de renda no campo, se tornando um meio eficiente de reduzir a migração do campo para as cidades e também tem forte influencia no que diz respeito a segurança alimentar e à preservação ambiental sempre buscando um desenvolvimento sustentável. Os números confirmam a importância desse público para o setor agrário no Rio Grande do Sul e NO Brasil”. Atualmente esse setor é responsável por 27% do Produto Interno Bruto, no Estado e produz 89% do leite, milho 74%, soja 58%, aves 74%, suínos 71%, bovinos de corte 38% e fumo 97% (Brixius, Leandro; Aguiar, Raquel;Moraes, Vanessa Almeida de , Reportagem a Força da Agricultura Familiar no Rio Grande do Sul, Emater, Dezembro 2006). 5.454.800 336.786 163.589 127.662 88.785 0 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000 10.000.000 12.000.000 14.000.000 16.000.000 18.000.000 20.000.000

Proprietário Arrendatário Ocupante Assentado

s/tit definit Parceiro Á re a( h á) Condição do produtor RS Agricultura familiar

Gráfico 14: Área dos estabelecimentos agropecuários gaúchos, segundo a condição do produtor, censo 2006

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006.

Na agricultura não familiar, os proprietários das terras correspondem a 90,32%, tendo posse de 12.670.146 hectares, no estado do Rio Grande do sul, os arrendatários representam 7,96%, ficando com 1.117.146 hectares, e os assentados sem titulo definitivo, possuem em seu poder 25.800 hectares, o que representa 0,18% do total, sendo que o Estado possui 441.467 estabelecimentos agropecuários, com um total de área de 20.199.489 hectares.

(38)

0 20 40 60 80 100 Proprietário

Arrendatário Ocupante Assentado s/tit definit Parceiro % C at e go ri a d o s p ro d u to re s

Agricultura não familiar Agricultura familiar

Gráfico 15: Comparativo de áreas, segundo a condição do produtor, censo 2006, em %

Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 2006.

O maior percentual de quantia de terra, no Estado, está entre 10 a menos de 50 hectares, obtendo uma participação de 54,20%, já os agricultores que possuem menos de 10 hectares representam 36,30%, em terceiro lugar aparece de 50 hectares a 99 hectares, com uma representação de 5,10% de todos os produtores Gaúchos. 36,30 54,20 5,10 3,40 0,20 0,00 0,80 Menos de 10 há 10 a menos de 50 ha 50 a menos de 100 ha 100 a menos de 1000 há 1000 a menos de 2500 há 2500 há e mais

Produtor sem área

Gráfico 16: Percentual da distribuição da terra, por hectares, no Estado

(39)

Assim observando a agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, é basicamente composta pela agricultura familiar, onde basicamente a família trabalha na propriedade, sem ajuda de terceiros, onde a grande maioria é proprietário das terras, essa porcentagem chega a 90,32%. Entre todas as propriedades, cerca de 54,20% são propriedades pequenas, o que significa que possuem de 10 a menos de 50 hectares. 0 1.000.000.000 2.000.000.000 3.000.000.000 4.000.000.000 5.000.000.000 6.000.000.000

Total Agricultura familiar Agricultura não familiar Q U IL O G R A M A S

Gráfico 17: Quantidade produzida de milho, em quilogramas, na agricultura familiar e não familiar, em 2006

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.

Na produção de milho conforme o Censo Agropecuário de 2006, do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 50 %, correspondem a produção do cereal na agricultura familiar, essa chegando a 66,49%, chegando a 3.480.535 toneladas, e a agricultura não familiar contribuiu com a penas 33,50%, o que equivale a 1.753.776 toneladas de milho para o mesmo período. Os dados apresentados acima, mostram a capacidade da agricultura familiar de impulsionar a produção de produtos para frente, correspondendo mais da metade da produção de milho, por exemplo.

Como a agricultura familiar, é a maior responsável pela produção de milho no Estado do Rio Grande do Sul, é muito importante realizar um estudo sobre o valor recebido pelo cereal, bem como a comercialização do mesmo e o destino. Esse assunto será tratado no terceiro capitulo.

(40)

3 COMERCIALIZAÇÃO DO MILHO BRASILEIRO

A demanda do milho brasileiro, ainda depende muito da necessidade da indústria de ração animal, isso devido ao aumento do consumo da carne, e em função das exigências dos mercados de aves e suínos17.

Assim a produção de milho apresenta muitas características, entre essas se encontra a diversidade para qual o cereal serve de alimento, com as mais variáveis utilizações do milho. Também no consumo humano, o cereal sofre transformações, a exceção do consumo de grãos verdes, esses não necessitam de transformação.

3.1 AS FORMAS DE INDUSTRIALIZAÇÃO DO MILHO BRASILEIRO

O milho pode ser industrializado através do processo de moagem úmido e seco, resultando em subprodutos, como a farinha de milho, o fubá, a quirera, farelos, óleo e farinha integral.

Por meio do processo de moagem úmida, o principal subproduto obtido é o amido, cujo nome do produto foi praticamente substituído pela designação comercial Maisena18. A moagem seca, é a mais utilizada no Brasil devido a pouca necessidade de máquinas.

O milho se caracteriza por se destinar tanto ao consumo humano como por ser empregado na alimentação de animais. Em ambos os casos, algum tipo de transformação industrial ou na própria fazenda pode ser necessário. Um resumo de possíveis utilizações do milho pode ser encontrado na Tabela 13.

17Cf- Agrolink, site: http://www.agrolink.com.br/culturas/milho/comercializacao.aspx, acesso em 14 de

junho de 2012.

18Cf- Aspectos Econômicos da Produção e Utilização do Milho, site: http://www.agricultura.gov.br/,

(41)

Tabela 13: Múltiplos usos do milho (planta, espiga e grão) no Brasil

Fonte: Jornal Agroceres (1994).

Assim, o milho tem muitos destinos, a partir da sua colheita, uma quantidade é armazenada na própria propriedade, o restante é destinado a diversos locais, o que será estudado a seguir.

3.2 DESTINO DO MILHO BRASILEIRO

Com tanta utilização do milho, é importante saber o seu destino, dentro do próprio estabelecimento agropecuário, onde 45% da produção de milho se destina

(42)

ao consumo animal na própria propriedade, sob forma de silagem ou grão inteiro, que alimenta os mais diversos animais.

O Consumo animal, é uma maneira pela qual o milho se insere na cadeia produtiva do leite, da carne bovina, suína e aves e também na produção dos ovos. Assim, tem-se a produção da silagem, para a alimentação das vacas, o que favorece a produção leiteira, e também serve como alimento para gado confinado, para a engorda, tem também a industrialização do grão, dando origem a ração.

O consumo humano de milho no estabelecimento, chega a 20%, conforme IBGE, censo 2006, o que representa cerca de 1.038.068 toneladas, já o estoque de cereal no próprio estabelecimento chega cerca de 3,64%, e dos 5.234.31 toneladas produzidas no Estado em 2006, cerca de 31,35% foi vendida toda a produção, isso corresponde a 1.641.232 toneladas do cereal.

20% 45% 0,17% 3,64% 0,13% 0,00% 31,35% Consumo humano no estabelecimento Consumo animal no estabelecimento Transformação ou beneficiamento Estoque no próprio estabelecimento Utilizada como semente Colhida e perdida Vendeu toda a produção

Gráfico 18: Percentual do destino da produção de milho, na safra de 2006

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.

O Destino do milho vendido, conforme apresentado pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do total do cereal produzido, 5.234.311, cerca de 31,12% é destinado para as cooperativas, já 12,25% é vendido diretamente para industrias, e 35,56% do grão de milho não é vendido, essa porcentagem chega a 1.861.757 toneladas.

Assim, cerca de 159.144 unidades de estabelecimentos agropecuários são responsáveis pelos 45% de milho consumido pelos animais da propriedade, e a

(43)

penas, 29.765 unidades responsáveis pelos 31,12% do cereal que é destinado a cooperativas. Assim também, cerca de 22.940 propriedades vendem a produção de milho, porém cerca de 176.023 propriedades não vendem a produção do cereal, representando 35,56%.

O consumo humano de milho no Brasil, na safra de 2006, chegou na casa das 700.000 toneladas, sendo que no mesmo período foram enviados para a indústria, cerca de 4,15 milhões de toneladas de milho. O setor de carnes que mais consumiu milho no Brasil foi a avicultura, em 2006, consumiu 17,3 milhões de toneladas, passando para 20,9 milhões em 2010. No mesmo período, a suinocultura consumiu 8,4 milhões de toneladas, passando para 9,97 milhões em 2010. Enfim, a pecuária consumiu 2,47 milhões de toneladas do cereal em 2006, apresentando uma redução em 2010, quando fechou em 2,4 milhões de toneladas consumidas.

31,12% 12,25% 2% 13,29% 0,14% 5,41% 0,21% 0,00% 35,56% Vendida ou entregue a cooperativas

Vendida diretamente para indústrias

Entregue à empresa integradora

Vendida diretamente a intermediários

Vendida, entregue ou doada ao governo (federal, estadual ou municipal)

Vendida diretamente ao consumidor

Vendida como semente

Exportada

Não vendeu

Gráfico 19: Percentual de venda de milho na safra de 2006

(44)

Como, no Brasil, cerca de 31,12% de todo o milho produzido é destinado para as cooperativas, é importante ter o conhecimento do consumo de milho pelas cooperativas Gaúchas, em relação a produção de milho.

3.2.1 Consumo de Milho pelas Cooperativas no Rio Grande do Sul

O cooperativismo é um movimento presente em diversos países e setores, essa técnica é praticada desde a Antiguidade.

As cooperativas agropecuárias são consideradas organizações com possibilidade de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde se localizam, especialmente pelo fortalecimento das atividades primárias19.

De todo o milho produzido no Estado do Rio Grande do Sul, uma boa parte é destinada para as cooperativas, uma média aproximada de 30% dos últimos dez anos, na safra de 2000/01 as cooperativas gaúchas receberam 1.736.480 toneladas de milho, o que representa 29% de todo o milho produzido naquele período no Estado. Na safra de 2004/05, quando o Estado foi castigado por uma forte estiagem, a produção total de milho do estado chegou a ser somente de 1.485.040 toneladas, e a cooperativa recebeu 43% da produção de milho.

Tabela 14- Participação das cooperativas de milho recebida pelas cooperativas gaúchas, em mil toneladas

Safra Cooperativas. (A) Var Rio Grande do Sul (B) Var A x B

2000/01 570.460 5.252.287 11% 2001/02 597.666 5% 5.477.134 4% 11% 2002/03 431.919 -28% 4.697.123 -14% 9% 2003/04 589.988 37% 6.338.117 35% 9% 2004/05 753.938 28% 6.103.289 -4% 12% 2005/06 775.372 3% 6.784.231 11% 11% 2006/07 618.008 -20% 6.340.136 -7% 10% 2007/08 653.038 6% 7.371.467 16% 9% 2008/09 736.107 13% 7.912.676 7% 9% 2009/10 480.259 -35% 6.920.200 -13% 7% Fonte: FecoAgro/RS.

A maior produção do cereal encontra-se na safra de 2006/07, porém é nesse período que as cooperativas receberam um dos menores percentuais do milho,

19Cf- Magro, Glenio Pirandal; Spanevello, Rosani Maria. Artigo: Panorama da Diversificação dos

Negócios nas Cooperativas Agropecuárias do Norte Gaúcho, - Universidade Federal de Santa Maria, Palmeira das Missões- RS- Brasil.

(45)

chegando a apenas 21%. Já o percentual de soja recebido pelas cooperativas, nos últimos dez anos, chega a 48%, de toda a soja produzida no Estado, considerando também, que a produção de soja é muito maior que a produção de milho.

Não é suficiente a produção de milho gaúcho, para atender a demanda do mesmo, assim tem-se uma entrada nos Terminais Portuários Termasa Tergrasa, conforme a tabela abaixo.

Tabela 15: Imporatação de grãos no Porto Termasa/Tergrasa pelas cooperativas agropecuárias, em toneladas

SAFRA Soja Milho Trigo Arroz Outros Total

2004 589.488,964 57.308,058 587.082,367 1.188,980 1.235.068,369 2005 160.896,965 - 337.369,517 6.061,480 504.327,962 2006 660.862,008 12.045,260 76.568,661 6.924,900 10.740,730 767.141,559 2007 1.218.528,878 83.304,486 276.103,124 3.417,050 18.538,946 1.599.892,484 2008 817.691,872 99.233,630 256.786,980 26.531,770 8.193,960 1.208.438,212 2009 1.002.182,701 70.166,214 395.227,030 5.689,060 2.856,521 1.476.121,526 2010 925.909,892 23.945,771 372.521,028 4.701,020 1.327.077,711 Total 5.375.561,280 346.003,419 2.301.658,707 42.562,780 52.281,637 5.314.868,586 Fonte: FecoAgro/RS.

A maior importação de milho, no Porto Termasa/Tergrasa, em Rio Grande, entre 2004 e 2010, ocorre no ano de 2008, com um volume de 99.233 toneladas. Já em 2006 a entrada de milho pelo Porto foi a menor, chegando na casa das 12.045 toneladas.

Grande parte deste milho é destinada para a fabricação de rações, suínas, bovinas e aviárias, com o aumento do consumo de carnes mundial, nos últimos anos tem-se uma preocupação com o aumento da criação desses animais para atender a demanda exigida.

Assim, o aumento no consumo de carnes, oriundas da produção animal nacional, fortalece o consumo de milho no Brasil. Conforme a tabela a seguir, nota-se o aumento de abates realizado no Rio Grande do Sul, entre o período de 2000 a 2011. Através dela, verifica-se que o abate de suínos aumentou 53,53%, enquanto o abate de aves cresceu 54,41% no período. Duas criações que consomem muito milho na composição de suas rações. Paralelamente, o abate de bovinos foi muito menor, registrando apenas 10% de crescimento nos 10 anos estudados.

Referências

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