• Nenhum resultado encontrado

6 ESTUDO DE CASO JUNTO ÀS EMPRESAS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA

6.1 Caracterização do Estado de Santa Catarina

Santa Catarina está localizado no sul do território brasileiro. Juntando-se ao Rio Grande do Sul e ao Paraná forma a Região Sul do Brasil. Com área de 95.442,9 Km², corresponde a 1,12% da área territorial brasileira e a 16,54% da Região Sul e conta com 293 municípios. Limita-se ao Norte com o Estado do Paraná, ao Leste com oceano Atlântico, ao Sul com o Estado do Rio Grande do Sul e a Oeste com a República Argentina (RIBAS JÚNIOR, 2001).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2003), o Estado de Santa Catarina possui 5.333.284 habitantes, é a sétima economia do País e está entre os cinco maiores produtores de alimentos. Com apenas 1,12% do território e 3,14% da população do País, Santa Catarina ocupa a sétima posição na formação do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB), o quinto em exportação, o terceiro em telefonia celular, o sétimo em arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o primeiro em nível de

escolaridade.

Situação atual da economia: Há cinco pólos econômicos identificados como segue:

- Eixo da Agroindústria: localizado na região Oeste do Estado, os frigoríficos com a

industrialização de aves e suínos, também o cultivo do milho, soja e feijão;

- Eixo Eletro-Metal-Mecânico: localizado, principalmente, no Norte do Estado (Joinville e

Jaraguá do Sul);

- Eixo Mineral: localizado basicamente no Sul do Estado (Região de Criciúma e da Grande

Florianópolis), as principais riquezas são o carvão, a argila e o caulim. Atuam na extração do carvão e fabricação de cerâmica;

- Eixo Florestal: localizado na região Norte e Planalto, compreende a produção de madeiras,

mobiliário, papel, celulose, papelão e embalagens. Os móveis na região norte (Rio Negrinho e São Bento do Sul) e a indústria papeleira na região de Lages e arredores;

- Eixo Têxtil e do Vestuário: localizada no Vale do Itajaí (Brusque e Blumenau) uma das

maiores concentrações de produção do Sul do País.

Situação do sistema de transportes

A opção pelo rodoviarismo levou Santa Catarina a lutar pelas estradas de penetração Leste-Oeste – para assegurar a ocupação e a integração territorial. Isto levou à concepção dos sistemas viários integrados. São três: o federal (BR), o estadual (SC) e os municipais (RIBAS JÚNIOR, 2001). A partir da década de 1940, tem-se a visão de que o desenvolvimento catarinense estaria entravado em virtude de sua precária rede rodoviária. Faltava-lhe estradas para o escoamento de sua produção agrícola e industrial. A integração em nível nacional conseguiu-se inicialmente com a BR-2, cuja denominação alterou-se mais tarde para BR-116, permitindo o mais rápido acesso ao Paraná, via Mafra e ao Rio Grande do Sul, via Lages. Mais tarde, surgiu a segunda integração com a conclusão do asfaltamento da BR-101, ligando pelo litoral Santa Catarina aos estados vizinhos. Em 1997, teve início a duplicação da BR-101 no trecho que vai do município de Garuva, desde a divisa com o Paraná até Palhoça na Grande Florianópolis, numa extensão de aproximadamente 216Km. Tem-se, ainda, a BR-153 que corta o Estado na região de Concórdia, tem grande significado econômico para o transporte da produção da indústria de alimentos catarinense.

A integração litoral-planalto se dá pelas BR-280, que liga São Francisco do Sul a Porto União, BR-470 que liga o litoral Navegantes, passando por Curitibanos e indo para o Rio Grande do Sul, BR-282 que interliga o litoral com o Oeste Catarinense, ou seja, Florianópolis a São Miguel do Oeste, está concluída no trecho Florianópolis/Lages e Campos Novos a São Miguel do Oeste, restando o trecho Lages/Campos Novos. Com a conclusão da BR-282 se dará a efetiva integração do Estado de Santa Catarina.

Importante ressaltar a questão de Santa Catarina e o Mercosul (Mercado Comum do Sul), grupo econômico formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai criado em 1991 e se efetivou em 1995, instituindo a zona de livre comércio na América do Sul. Tem por objetivo a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países em que as fronteiras alfandegárias (proibições, restrições e impostos de entrada ou saída de bens e serviços de um país para outro) são reduzidas ou eliminadas. A partir de 1996, ingressaram o Chile e a Bolívia como membros associados, havendo ainda grandes perspectivas de admissão

do Peru e da Venezuela, em primeiro lugar e de outros países sul-americanos posteriormente como Colômbia e Equador (VESENTINI, 2001). A posição de Santa Catarina tornou-se estratégica tanto geográfica como economicamente com a criação do Mercosul, pois suas rodovias são rota para este comércio.

Santa Catarina conta, ainda, com transporte ferroviário, aéreo e portuário. Numa extensão de 500 Km de litoral, abriga três importantes portos, todos atuando no transporte de cabotagem e no longo curso. Dedicam-se ao transporte de granéis e de carga geral, aparelhados para operarem com contêineres. A situação estratégica do Porto de São Francisco do Sul no litoral Norte, do Porto de Itajaí no litoral Central e do Porto de Imbituba, no Sul do Estado favorece o comércio internacional. Daí a importância das rodovias, das empresas de transporte e dos caminhoneiros para transportar nossos produtos até os portos do Estado, fazendo a multimodalidade além de transportarem para outros estados e países do Mercosul.

Neste contexto de pólos regionalizados industriais é que nasceram os sindicatos de transporte rodoviário de cargas, também divididos por região, para escoamento da produção catarinense, como se pode visualizar no mapa as cidades-sede dos mesmos:

Mapa do Estado de Santa Catarina

Ilustração 2: Mapa do Estado de Santa Catarina dividido pelas 29 Secretarias de Desenvolvimento Regionais de – demonstrando as cidades-sede dos sindicatos

Chapecó Rio Negrinho Lages Concórdia Catanduvas Criciúma Florianópolis Joinville Itajaí Canoinhas Videira Blumenau