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II. REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS

III.4. E STUDO DE DOIS CASOS

III.4.1. Edifício em Évora

III.4.1.3 Caracterização do imóvel com base no CEQAI

O imóvel em estudo foi objeto de certificação energética, isto é, tem um Certificado de Desempenho Energético e da Qualidade do Ar Interior, com o número CER CE47128022, emitido a 25/05/2011 e válido até 25/5/2014, sendo classificado como um Grande Edifício de Serviços.

Após as intervenções realizadas, a implementação de painéis fotovoltaicos e outras melhorias sugeridas pelo técnico que realizou a auditoria e emitiu o certificado, foi novamente emitido um CDEQAI com o número CER CE69382836, emitido a 23/07/2013 e válido até 23/07/2014.

Seguidamente são apresentados os dois certificados referenciados, inicialmente em relação ao primeiro, onde é exposta a classificação obtida, bem como as medidas de melhoria aconselhadas pelo técnico competente e que, após efetuadas algumas destas medidas, levaram à nova certificação. Posteriormente, será feita uma análise comparativa entre os dois certificados, sendo visíveis as melhorias obtidas.

No Anexo E será realizada uma análise do último certificado indicando as diferenças entre ambos.

Desempenho Energético

No CDEQAI número CER CE4728022, o edifício é apresentado com um indicador de eficiência energética nominal, IEEnom, de 43,9 Kgep/m2.ano (quilogramas equivalentes de petróleo por m2 de área útil e por ano), indicador este que traduz o consumo nominal específico de um determinado edifício, ou seja, a energia necessária para que este funcione durante um ano tipo, sob padrões nominais de funcionamento e por unidade de área, de forma a permitir comparações objetivas entre diferentes imóveis. Estes valores poderão ser muito díspares dos consumos reais, visto estarem dependente das atitudes e padrões de comportamento dos utilizadores.

A comparação dos consumos de energia de um edifício desta natureza com um edifício novo é realizada através da comparação do IEEnom com o IEEref, “ definido no Decreto-lei 79/2006 de 4 de Abril como Valor do Indicador de Eficiência Energética de referência, IEEref, para edifícios cuja licença ou autorização de construção é posterior a 4 de Julho de 2006, bem como para edifícios já existentes àquela data. Nos casos de edifícios ou frações autónomas com mais de uma tipologia de atividade, o IEEnom e IEEref correspondem a valores

ponderados de acordo com as áreas afetas a cada tipologia.” [14] O IEEref de um edifício novo (limitado inferiormente pela classe B‾) é de 42,2 kgep/m2

.ano.

“A classificação energética do edifício ou fração autónoma fundamenta-se no desempenho

energético dos sistemas de climatização e de iluminação, usando como referência os valores limites de IEE para edifícios novos apresentados no Anexo XI do RSECE (Decreto Lei 79/2006 de 4 de Abril). A classe energética resulta do enquadramento do valor de IEE nominal numa escala predefinida e aplicável a todos os edifícios de serviços desta tipologia. O melhor desempenho corresponde à classe A+, seguida das classes A, B, B-, C e seguintes, até à classe G indicadora do pior desempenho. Os edifícios com licença ou autorização de construção posterior a 4 de Julho de 2006 apenas poderão ter classe energética igual ou superior a B-.” [14]

O valor do indicador de Eficiência Energética correspondente ao limite da Classe A+ é de 30,275 kgep/m2.ano. No caso do edifício em estudo as emissões anuais de gases de efeito de estufa associadas ao IEEnom obtido são de 63,4 toneladas de CO2 equivalentes por ano.

Tendo em conta estes valores o imóvel obteve uma classe energética C, conforme apresentado na Figura III:4.

Propostas de melhoria do desempenho energético e da qualidade do ar interior

As propostas indicadas pelo perito, no CDEQAI nº CER CE4728022, no sentido de melhoria do desempenho energético e da qualidade do ar interior para passar para a classe energética B‾ são:

1. Instalação de sistema solar fotovoltaico ligado à rede de baixa tensão;  Redução anual da fatura energética – menos de 1 000€/ano  Custo estimado de investimento – entre 10 000€ e 49 999€  Período de retorno do investimento – mais de 15 anos

2. Substituição das unidades do tipo “split” por unidades mais eficientes ou por um sistema centralizado do tipo VRV;

 Redução anual da fatura energética – entre 1 000€ e 4 999€/ano  Custo estimado de investimento – mais de 50 000€

 Período de retorno do investimento – mais de 15 anos

3. Instalação de sistema solar térmico coletivo com depósito de acumulação;  Redução anual da fatura energética – menos de 1 000€/ano

 Custo estimado de investimento – menos de 2 000€  Período de retorno do investimento – entre 10 a 15 anos 4. Substituição dos atuais computadores fixos por computadores portáteis;

 Redução anual da fatura energética – menos de 1 000€/ano  Custo estimado de investimento – entre 2 000€ e 9 999€  Período de retorno do investimento – mais de 15 anos

5. Instalação de Ventilação mecânica (entrada de ar novo) nos gabinetes.” [14]

Estes melhoramentos têm como suporte a auditoria energética realizada, na qual <foi possível identificar as medidas de melhoria que se apresentaram anteriormente (as propostas que foram de facto usadas para o cálculo da nova classe energética são unicamente as destacadas a negrito)

Depois de ser reabilitado e de serem implementadas algumas das medidas de melhoramento propostas, foi emitido, como já foi referido, um novo certificado. Este Certificado de Desempenho Energético e da Qualidade do Ar Interior, número CER CE69382836, obteve o

valor de 38,4 kgep/m2.ano, 42 kgep/m2.ano e 30,3 kgep/m2/ano, no IEEnom, IEEref e IEE classe A+ respetivamente, sendo que nas emissões anuais de gases de efeito de estufa foram obtidos valores na ordem das 55,5 toneladas de CO2 equivalentes por ano. (Figura III:5)

Figura III:5 – Nova Etiqueta de desempenho energético do edifício em Évora. Fonte: CDEQAI nº CER

CE69382836.

Através da Tabela III:1 poder-se-á fazer uma análise comparativa dos valores apresentados em ambos os Certificados Energéticos.

Tabela III:1 - Comparação de Valores Entre os dois certificados Energéticos

Certificado nº CER CE69382836 CE4728022

23/07/2013 25/05/2011

IEEnom; 38,4 43,9 kgep/m2.ano

IEEref; 42,0 42,2 kgep/m2.ano

IEE classe A+; 30.3 30,275 kgep/m2.ano

EAGEE; 55,5 63,4 Toneladas de CO2

equivalentes por ano.

Classe Energética B‾ C

A reclassificação do imóvel deveu-se essencialmente a aplicação de painéis fotovoltaicos e ao melhoramento térmico efetuado na cobertura do edifício, conforme será abordado no subcapítulo III.4.1.5 (Medidas corretivas adotadas)

Neste segundo certificado energético o perito apresenta as restantes propostas de melhoria indicadas no anterior certificado, fulcrais para reduzir os consumos de energia elétrica ou

melhoria da qualidade do ar interior. Estas propostas encontram-se de seguida reordenadas consoante o atual certificado: “ (...)

1. Instalação de Ventilação mecânica (entrada de ar novo) nos gabinetes;  Redução anual da fatura energética – menos de 1 000€/ano

2. Substituição das unidades do tipo “split” por unidades mais eficientes ou por um sistema centralizado do tipo VRV;

 Redução anual da fatura energética – menos de 1 000€/ano

3. Instalação de sistema solar térmico coletivo com depósito de acumulação;  Redução anual da fatura energética – menos de 1 000€/ano

4. Substituição dos atuais computadores fixos por computadores portáteis;  Redução anual da fatura energética – menos de 1 000€/ano

Estas medidas de melhoria descritas tiveram como base a auditoria energética realizada.” [15] (destacadas a negrito as usadas no cálculo da nova classe energética)

No Anexo E encontra o novo certificado energético, número CER CE69382836, onde se apresenta a descrição do edifício, as soluções adotadas, os consumos e as propostas de melhoria, com a abordagem das diferenças entre os certificados.