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II. REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS

II.4. C ONSTRUÇÃO D E E DIFÍCIOS E M P ORTUGAL

II.4.4. Incentivos à reabilitação

Foi criado pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) um novo programa de reabilitação urbana, designado por: “Reabilitar para arrendar”.

Este programa tem uma verba inicial de 50 milhões de Euros, proveniente de um empréstimo concedido pelo Banco Europeu de Investimento e destina-se prioritariamente aos seguintes tipos de intervenções: “(...)

 Reabilitação ou reconstrução de edifícios cujo uso seja maioritariamente habitacional e cujos fogos se destinem a arrendamento nos regimes de renda apoiada ou de renda condicionada;

 Reabilitação ou criação de espaços do domínio municipal para uso público desde que ocorram no âmbito de uma operação de reabilitação urbana sistemática, conforme o disposto no Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de Outubro, na redação dada pela Lei n.º 32/2012, de 14 de Agosto;

 Reabilitação ou reconstrução de edifícios que se destinem a equipamentos de uso público, incluindo residências para estudantes;

 Construção de edifícios cujo uso seja maioritariamente habitacional e cujos fogos se destinem a arrendamento nos regimes de renda apoiada ou de renda condicionada, desde

que se tratem de intervenções relevantes de preenchimento do tecido urbano antigo.” [12]

A este programa, apenas podem candidatar-se os Municípios, as Empresas Municipais e as Sociedades de Reabilitação Urbana.

A apresentação da candidatura decorreu entre 5 de Abril e 6 de Junho de 2013.

“Cada candidatura pode incluir várias intervenções e pode ainda permitir a outras entidades

públicas, nomeadamente os serviços da administração direta do estado, os institutos públicos, as regiões autónomas, as associações de municípios e as entidades públicas empresariais de capitais exclusivamente públicos, a apresentação de intervenções próprias que respeitem as tipologias acima definidas.

As intervenções deverão localizar-se em áreas de reabilitação urbana aprovadas ou em processo de delimitação, podendo localizar-se fora destas áreas caso a candidatura seja apresentada ao abrigo do artigo 77-A do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de Outubro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 32/2012, de 14 de Agosto.

As intervenções deverão iniciar-se num prazo máximo de 12 meses a contar da data de abertura do período de candidaturas e deverão estar concluídas até ao dia 15 de Dezembro de 2016.” [12]

O financiamento será realizado sob a forma de empréstimos a 30 anos, com 10 anos de carência de capital e com uma taxa de juro indexada à Euribor que rondará neste momento os 3%. [12]

Cerca de 50% dos custos do investimento total de cada intervenção será financiada por este programa.

“Este programa é a primeira de várias iniciativas que o IHRU vai apresentar no decorrer dos próximos meses, destinadas a incentivar ações de reabilitação urbana em todo o território nacional.” [12]

No sentido estimular as operações de requalificação urbana, incentivando os particulares a uma intervenção mais ativa no processo e ao estabelecimento de parcerias com as entidades públicas, o Governo entendeu oportuno consagrar um conjunto de benefícios fiscais.

Deste modo, foram realizadas alterações no Estatuto dos Benefícios Fiscais, que consagram um conjunto de incentivos à reabilitação urbana (Artigo n.º 71.º do Estatuto de Benefícios

Fiscais)

Tais incentivos têm:

como âmbito material geral:

 Prédios arrendados com rendas antigas que sejam objeto de ações de reabilitação

 Prédios urbanos localizados em ARU (áreas de reabilitação urbana) que sejam objeto de ações de reabilitação.

e como âmbito temporal:

 Obras iniciadas após Janeiro de 2008 e concluídas até Dezembro de 2020

com os benefícios fiscais:

 IRS – dedução à coleta de 30% dos encargos suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação, até ao limite €500

 MAIS VALIAS – tributação à taxa reduzida de 5%, quando estas sejam inteiramente decorrentes da alienação de imóveis reabilitados em ARU

 RENDIMENTOS PREDIAIS – tributação à taxa reduzida 5% após a realização das obras de recuperação

 IMI – isenção por um período de 5 anos, o qual pode ser prorrogado por mais 5 anos  IMT – isenção na 1ª transmissão de imóvel reabilitado em ARU, destinado

exclusivamente a habitação própria e permanente.

A criação de áreas de reabilitação urbana (ARU) encontra-se prevista no Decreto-Lei nº 307/2009 de 23 de Outubro.

Paralelamente foi também criado um conjunto de benefícios para Fundos de Investimento Imobiliário em reabilitação urbana:

 Isenção de IRC, desde que pelo menos 75% dos seus ativos sejam imóveis sujeitos a ações de reabilitação em ARU

 Tributação das unidades de participação à taxa especial de 10%, em sede de IRS e IRC, nos termos previstos.

A entrada em vigor da Lei n.º 32/2012, de 14 de Agosto, não prejudica a aplicação do Regime Extraordinário de Apoio à Reabilitação Urbana, aprovado pela Lei n.º 67-A/2007, de 31 de Dezembro, ou do disposto no artigo 71.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais.” [12]

Além destes benefícios fiscais ainda se pode aplicar uma taxa reduzida de 6% de IVA, no caso da mão-de-obra, nos casos das intervenções previstas no artigo 18.º, n.º 1, alínea a) do CIVA:

“ empreitadas de beneficiação, remodelação, renovação, restauro, reparação ou conservação de imóveis ou partes autónomas destes, afetos à habitação, com exceção dos trabalhos de limpeza, de manutenção dos espaços verdes e das empreitadas sobre bens imóveis que abranjam a totalidade ou uma parte dos elementos constitutivos de piscinas, saunas, campos de ténis, golfe ou minigolfe ou instalações similares. A taxa reduzida não abrange os materiais incorporados, salvo se o respetivo valor não exceder 20% do valor global da prestação de serviços”.

Existem outras iniciativas como o Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas – JESSICA. Esta é um iniciativa comunitária permite que os Estados Membros utilizem as verbas atribuídas no âmbito dos Fundos Estruturais, designadamente FEDER, para a criação de Fundos de Desenvolvimento Urbano (FDU), destinados a apoiar investimentos em projetos de Reabilitação Urbana e planos integrados de desenvolvimento urbano sustentável. [12]

A associação IHRU e Caixa Geral de Depósitos irão investir em projetos de reabilitação urbana e em projetos associados à valorização territorial, através de:

 um fundo de participações em projetos de reabilitação urbana;

 linhas de crédito para particulares e entidades institucionais que promovam esses projetos. [12]