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5.4 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ESTUDO

O município de Cotiporã, localizado no estado do Rio Grande do Sul, é pertencente à Mesorregião do Nordeste Rio-Grandense e à Microrregião de Caxias do Sul, sendo que sua sede municipal encontra-se junto às coordenadas geográficas DATUM WGS 84: 28º59’39.27” S; 51º41’47.90”. Na Figura 4, é possível verificar a localização do Município em relação ao estado do Rio Grande do Sul.

Figura 4- Mapa de localização do município de Cotiporã no estado do Rio Grande do Sul.

Fonte: O autor (2018), adaptado de IBGE Geociências (2018).

Distando aproximadamente 155 km da capital do Estado, Porto Alegre, o município de Cotiporã possui uma área territorial de 172,38 km², tendo como principais vias de acesso a BR 470 e RS’s 431 e 359 (IBGE, 2018). Conforme indicado na Figura 5, limita-se com os seguintes municípios: à norte com Fagundes Varela, à sul com Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Santa Tereza, à leste com Veranópolis e à oeste com os municípios de São Valentin e Dois Lajeados.

Figura 5- Localização do município de Cotiporã em relação aos municípios limítrofes.

Fonte: O autor (2018), adaptado de IBGE Geociências (2018).

A Figura 6 permite verificar, além das principais vias de acesso, os limites da área urbana e rural do Município. Nota-se que uma parcela significativa do território corresponde à zona rural, sendo que esta circunda a porção urbana.

Em relação à população, o último censo demográfico realizado pelo IBGE, no ano de 2010, apontou um total de 3.917 habitantes, sendo que tal valor coloca o Município como o 497º mais populoso do estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2018).

Outra importante informação, obtida junto aos dados censitários permite estabelecer uma relação direta com a divisão territorial do Município, sendo esta apresentada por meio da Figura 6. Tal dado diz respeito ao número de moradores residentes junto às áreas urbana e rural da cidade, sendo que os dados do IBGE, revelam uma distribuição que pode ser considerada igualitária. Dentre a população total de Município, 2.048 habitantes residem junto à área urbana, enquanto que a porção rural é povoada por 1.869 moradores (IBGE, 2010). Conforme a Figura 7, tais dados representam que há uma pequena variação percentual entre a população urbana e rural, sendo que essa não chega a atingir 5%.

Figura 6- Divisão territorial e principais vias de acesso ao município de Cotiporã.

Fonte: Global Engenharia Ambiental Ltda (2018).

A distribuição domiciliar, também verificada pelo censo demográfico do ano de 2010, acompanha o arranjo populacional evidenciado na Figura 7. O Município totaliza, em seu território, 1.245 residências, dentre as quais 718 localizam-se junto à área urbana e 527 na porção rural (IBGE, 2010). A representação gráfica de tais dados segue apresentada junto à Figura 8.

Figura 7- Distribuição da população do município de Cotiporã, em urbana e rural.

Fonte: Adaptado de IBGE (2010).

Figura 8- Distribuição domiciliar do município de Cotiporã.

Fonte: Adaptado de IBGE (2010).

A associação entre os dados domiciliares e os relativos à distribuição domiciliar do Município, permitem inferir uma taxa de ocupação residencial, que é de 2,9 para a área urbana e de 3,5 para a porção rural.

Em relação às questões econômicas, predominam na cidade atividades primárias, secundárias e terciarias (GLOBAL ENGENHARIA AMBIENTAL LTDA, 2018) sendo que de acordo com o IBGE (2018) o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Município do ano de 2015 foi de R$ 32.674,92. O setor primário está basicamente direcionado à agricultura familiar, com ênfase em culturas

permanentes e temporárias, dentre as quais destaca-se o cultivo de uva, tangerina, laranja, milho e tomate (IBGE, 2015; GLOBAL ENGENHARIA AMBIENTAL, 2018). Destaca-se também a produção animal, de aves, suínos e bovinos (IBGE, 2018).

O setor secundário é representado basicamente por indústrias de vinhos, embutidos, joias, móveis e esquadrias. Por fim, no setor terciário predominam atividades de comércio e de prestação de serviços (GLOBAL ENGENHARIA AMBIENTAL, 2018).

De acordo com levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), publicado no ano de 2018, o Município conta com 55 unidades empresariais que operam no setor de transformação, 81 voltadas às atividades comerciais e 88 que atuam na prestação de serviços. A Figura 9 demostra a relevância do setor secundário na matriz econômica do Município, evidenciado também uma participação significativa do setor primário.

Figura 9- Valor adicionado na economia do Município, por setor econômico, no ano de 2015.

Fonte: SEBRAE (2018)

A caracterização do Município, enfocada em questões populacionais e econômicas, permite compreender algumas questões importantes em relação à realidade vivenciada junto ao mesmo. Com base nos dados apresentados aproximadamente 48% da população reside junto à área rural, sendo que tal

distribuição representa uma relação direta com a contribuição do setor primário na economia do Município. Tal fato tem um impacto direto sobre a gestão de RSU, e, portanto, dado que uma parcela significativa dos resíduos são gerados junto à residências localizadas junto à área rural.

De acordo com Kwawe (1995, apud Alcantara, 2012) o manejo de resíduos sólidos gerados em residências inseridas junto a áreas rurais é balizado por técnicas diferenciadas. Normalmente a população rural dispõem de espaços que permitem o armazenamento dos resíduos sólidos produzidos por um período considerável, uma vez que a coleta, quando existente, não é frequente, e ocorre em pontos isolados, o que por sua vez, torna necessário o deslocamento dos moradores. Os grandes intervalos entre as coletas somados à distância entre os pontos de realização das mesmas, tem como resultado o acúmulo de resíduos junto às resistências.

De acordo com Roversi (2013) a predominância de tais situações leva à adoção de práticas de descarte e manejo distintas e muitas vezes inadequadas, como por exemplo, a queima da fração inorgânica dos resíduos. Alcantara (2012) aponta que outras alternativas de descarte utilizadas dizem respeito à deposição, de acordo com a conveniência, em locais dentro da própria propriedade, ou a destinação da fração orgânica para a alimentação de animais. A autora destaca ainda os processos de compostagem caseira, que são usualmente adotados para a fração orgânica dos resíduos.

Outra questão importante, que surge a partir da caracterização do Município, diz respeito às embalagens de agrotóxicos, que representam um resíduo corriqueiramente gerado em propriedades rurais. Tais resíduos, quando descartados de forma irregular representam inúmeros riscos ao meio ambiente e à saúde humana. Desta maneira, para minimizar tais efeitos, a PNRS trouxe os conceitos de responsabilidade compartilhada e logística reversa, que permitem aos habitantes das zonas rurais a devolução das embalagens de agrotóxicos a seus fabricantes ou revendedores (ROVERSI, 2013).

Desta maneira, apesar de não se enquadrarem no conceito de RSU estabelecido pela PNRS, as embalagens de agrotóxicos representam resíduos altamente danosos ao meio ambiente e com um grande potencial de geração em propriedades rurais. Diante disso, a avaliação da destinação final de tais resíduos, também se torna relevante para o presente estudo.

Com base no exposto, a caracterização do Município representou um norteador para a construção da matriz de sustentabilidade, pois permitiu a constatação de importantes questões, ligadas à gestão de RSU, que deverão ser abordadas por meio dos indicadores. Como exemplos de indicadores que poderão ser adotados em função dessa análise, pode-se citar a existência e a abrangência da coleta, convencional e seletiva, na área rural do Município. Além disso, poderão ser avaliadas também a existência de iniciativas voltadas à logística reversa, principalmente as relacionadas às embalagens de agrotóxicos.

5.5 CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS