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Caracterização geral dos Parques Hortícolas em funcionamento e seleção dos casos de estudo

No documento Hortas urbanas. Estudo de caso de Lisboa (páginas 60-63)

Evolução da área Funções de Produção e da área das Hortas Urbanas em Lisboa

4.4. Caracterização geral dos Parques Hortícolas em funcionamento e seleção dos casos de estudo

Após a elaboração de todas as normas de funcionamento dos Parques Hortícolas, seguiu-se a construção dos mesmos. Para uma melhor compreensão dos parques já no ativo e dos que se encontram em construção, seguem as seguintes descrições:

- Parque Hortícola da Quinta da Granja12: aquando do levantamento dos terrenos com apetência agrícola, o local onde se insere o presente Parque Hortícola da Quinta da Granja era considerado um Espaço Verde segundo o PDM, o qual se encontrava abandonado e expectante há mais de trinta anos. Era, pois, um terreno utilizado não só para estacionamento abusivo, como para a realização de hortas não autorizadas. Contudo, dado o potencial para a construção de um espaço com fins

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produtivos, tornou-se importante a sua preservação. Deste modo, foi realizada uma notificação do número de pessoas que cultivavam as hortas de génese ilegal na Quinta da Granja, por forma a lhes ser fornecido acesso direto ao futuro Parque Hortícola, assim que fossem concluídas as obras. Foram, portanto, construídos talhões de dimensões semelhantes aos que existiam anteriormente, mas em maior número, com o fim de disponibilizar parcelas de cultivo também a outros interessados (Folgosa, 2012). Atualmente, o Parque Hortícola da Quinta da Granja é constituído por uma Horta Social de um hectare, possuindo 38 talhões com 150 metros quadrados cada um. As obras para a construção deste novo parque foram iniciadas em 2009, encontrando-se no ativo desde 2011. Este parque é constituído por 38 hortelãos. (CML, 2013a).

- Hortas nos Jardins de Campolide13: até à década de 1990, os Jardins de Campolide eram parte integrante de um projeto do Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, o qual contemplava a introdução de hortas na cidade. No entanto, aquando da construção destes jardins, os espaços agrícolas previamente pensados e previstos foram anulados, uma vez que os seus talhões apresentavam uma forma oval, dificultando a delimitação da área e a colocação das próprias hortas. Apenas com o início deste novo Projeto dos Parques Hortícolas desenvolvido pela Câmara Municipal de Lisboa, se deu continuidade ao plano inicial de Ribeiro Telles, o qual serviu de estrutura base para a criação das atuais hortas (Folgosa, 2012). Presentemente, as Hortas nos Jardins de Campolide fazem parte da tipologia de Hortas Recreativas, sendo constituídas por 22 talhões que podem variar entre os 50 e os 100 metros quadrados. As obras foram terminadas em Novembro de 2011, encontrando-se no ativo desde então. Este parque é constituído por 22 hortelãos (CML, 2013a).

- Parque Hortícola de Telheiras14: o Parque Hortícola de Telheiras é considerado um caso particular, apresentando algumas diferenças relativamente aos parques descritos anteriormente. Durante o levantamento dos terrenos existentes no Município de Lisboa, foi encontrado um espaço junto ao Parque Central de Telheiras, no qual se encontravam várias hortas. De acordo com o PDM, tratava- se de uma área pertencente à EPUL, cujo destino passava pela construção de edifícios. Porém, devido ao facto de a situação económica do País não se encontrar favorável, nada havia sido programado para essa construção. Assim sendo, uma vez que o terreno se encontrava baldio e tendo em conta que, desde sempre, a população local demonstrou bastante interesse pela construção de espaços agrícolas, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu iniciar a construção do Parque Hortícola de Telheiras. Trata-se, pois, de uma Horta de Recreio, na Freguesia do Lumiar, com 21 talhões, cujas dimensões variam entre os 80 e os 120 metros quadrados, sendo que um dos talhões é utilizado pela Associação de Residentes de Telheiras. O Parque foi inaugurado em Dezembro de 2012, sendo constituído por 20 hortelãos e pela Associação referida (Folgosa, 2012).

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Coordenadas GPS: Latitude de 38,736735; Longitude de - 9,165133 (Google Maps)

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- Parque Hortícola Bensaúde15: este parque, situado na Freguesia de São Domingos de Benfica, era caracterizado por ser um local muito restrito, estando apenas aberto ao público no Verão. Porém, em 2007, iniciou-se a reabilitação deste parque, na medida em que a Câmara não só permitiu a sua abertura o ano inteiro, como colocou à disposição equipamentos de ginástica, um quiosque e um parque infantil. No ano 2013, foi aberta uma nova vertente, a de produção de alimentos, sendo criado então o Parque Hortícola Bensaúde. Este parque é constituído por uma Horta Recreativa de cerca de 3 000 metros quadrados, na qual estão inseridos 20 talhões que podem variar entre os 80 e os 120 metros quadrados. Encontra-se no ano desde 2013 e é constituído por 20 hortelãos e uma Associação (CML, 2013b).

- Parque Hortícola na Quinta Nossa Senhora da Paz16: tal como o Parque Bensaúde, o Parque Hortícola na Quinta Nossa Senhora da Paz era uma propriedade da Câmara Municipal de Lisboa que se encontrava fechada. Por forma a dinamizar este espaço, localizado na Freguesia do Lumiar, foi criada uma Horta Recreativa com cerca de nove talhões, tendo cada um 100 metros quadrados. Abriu igualmente em 2013, sendo constituído por nove hortelãos (CML, 2013c).

- Parque Hortícola da Graça17: a Câmara Municipal iniciou a obra de requalificação deste parque, situado na Rua Damasceno Monteiro no corrente ano, tendo já sido criado um novo espaço verde com Hortas Urbanas de tipologia social e um miradouro. Esta intervenção veio substituir a antiga Horta do Monte, desenvolvida pelo Grupo Comunitário da Horta do Monte, impulsionador de um projecto de Permacultura desde há três anos atrás. Atualmente o Parque Hortícola da Graça é constituído por quatro hortelãos, uma Associação e uma Instituição (CML, 2013d).

- Parque Hortícola dos Olivais18: este parque de tipologia social, situado no novo Parque Urbano dos Olivais é, à data da redação do presente trabalho, o mais recente Parque Hortícola, no ativo, da cidade de Lisboa, sendo constituído por 31 talhões de cultivo entre os 80 e os 140 metros quadrados (Folgosa, 2013).

De acordo com a informação disponibilizada pela Câmara Municipal de Lisboa, o próximo Parque Hortícola que irá abrir, a curto prazo, será o do Vale de Chelas, a maior horta social alguma vez construída em Portugal, com uma dimensão de cerca de quatro hectares, e que albergará entre 80 e 100 zonas produtivas com 150 metros quadrados cada. Os Parques Hortícolas do Vale da Ameixoeira e da Quinta Conde D’Arcos iniciarão as suas obras em 2013 e estarão no ativo a médio prazo (Folgosa, 2013).

Para a execução da parte prática deste trabalho foram selecionados três Parques Hortícolas dos sete que se encontram no ativo, a saber, os Parques Hortícolas da Granja, de Campolide e de

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Coordenadas GPS: Latitude de 38,75374; Longitude de - 9,17712 (Google Maps)

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Coordenadas GPS: Latitude de 38,771478; Longitude de - 9,174850 (Google Maps)

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Coordenadas GPS: Latitude de 38,720767; Longitude de -9,131808 (Google Maps)

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Telheiras. Tal decisão prendeu-se com o facto de os Parques Hortícolas da Bensaúde, da Quinta da Nossa Senhora da Paz, da Graça e dos Olivais terem aberto muito recentemente e, como tal, algumas das perguntas dos inquéritos efetuados - por exemplo, a pergunta referente à percentagem representativa do que o hortelão retira da horta no gasto total do agregado familiar - não poderiam ser respondidas.

No documento Hortas urbanas. Estudo de caso de Lisboa (páginas 60-63)