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6 CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS/UNIDADES DE

6.2 CARACTERIZANDO O MUNICÍPIO B, A UNIDADE DE

Este contexto de investigação evidencia um cenário importante para ser conhecido. Se estes projetos têm influenciado as ações de saúde de uma equipe de saúde local e o quanto estas ações aproximam-se da promoção da saúde, da vida e da segurança é um caminho em aberto, que buscou-se investigar nesta pesquisa.

6.2 CARACTERIZANDO O MUNICÍPIO B, A UNIDADE DE SAÚDE E AS EQUIPES ESF

A unidade de saúde do Município B, pertence à um município de médio porte, com aproximadamente 306.000 habitantes. O clima predominante é subtropical, com temperatura média anual superior a 25ºC, com verões chuvosos e quentes e invernos secos. A unidade básica de saúde selecionada está localizada em um bairro próximo a uma Universidade Pública e atende uma população de aproximadamente 30.000 habitantes. Recebe diversos alunos de cursos de graduação, como Enfermagem, Farmácia, Psicologia e Biomedicina. Atende uma população proveniente dos bairros VE, JN, CJ e ZS. A unidade de saúde possui uma área construída de 3050m2.

A unidade de saúde B abriga duas equipes de Estratégia de Saúde da Família, que atendem a área denominada 37 e 38, respectivamente. A equipe da área 37, é formada por uma médica, uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem e cinco agentes comunitárias de saúde, totalizando 8 membros; a equipe da área 38, que estava incompleta, no momento da coleta de dados, era formada por uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem e cinco agentes comunitárias de saúde, totalizando sete membros. A cobertura do/a médico/a ausente na equipe 38, era feita pela médica da equipe 37, em situações de urgência/emergência e também por outros/as médicos/as, que atendiam em outras unidades, e que compareciam à unidade B, uma vez por semana, para auxiliar a equipe incompleta, sendo que suas atividades resumiam-se as consultas em consultório. As demais atividades, como

visitas domiciliares e atividades em grupo eram realizadas esporadicamente pela enfermeira da equipe 38.

A unidade B atendia uma população de 1667 famílias, até o momento da coleta de dados, de acordo com o relatório do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), de agosto de 2009. A equipe B 37 possuía 882 famílias cadastradas e a equipe B 38, 785 famílias, totalizando assim, 1667 famílias ou 5.249 pessoas.

Tabela 2- Caracterização das equipes da ESF da unidade B e dos usuários/famílias cadastradas, maio a setembro de 2009.

Unidade de Saúde

Famílias Pessoas Composição das equipes ESF

Equipe B 37 882 2768 1 médica, 1 enfermeira, 1 auxiliar de

enfermagem e 5 ACS

Equipe B 38 785 2481 1 enfermeira, 1 auxiliar de enfermagem e 5

ACS

Total 1667 5249 15 membros

O tipo de atendimento prestado nesta unidade consiste na assistência de enfermagem, consultas médicas (clínica geral, pediátrica, ginecologia e obstetrícia), atendimento psicológico e odontológico. Disponibiliza ainda de coleta de exames laboratoriais, administração de imunobiológicos, medicamentos injetáveis e orais, curativos, inalação, pré consulta (acolhimento) e farmácia básica para distribuição de medicamentos.

Não foi disponibilizado pela coordenação da unidade, o relatório referente às atividades gerais desenvolvidas na unidade de saúde. O acesso aos documentos dos relatórios das atividades desenvolvidas na unidade, foi exclusivamente àqueles referentes ao trabalho das equipes da ESF. Assim a análise da cobertura e o acompanhamento pelas equipes de saúde da família foram identificados principalmente nas entrevistas, nas fichas de cadastro familiar (Ficha A) e de acompanhamento individual (Ficha B) do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), nos cadastros do Sistema de Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA) 13 e nos prontuários.

13 HIPERDIA- Sistema de Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos. Tem por finalidade permitir o monitoramento dos pacientes captados no Plano Nacional de Reorganização de Atenção à Hipertensão e ao Diabetes Mellitus e gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. Pode ser implantando em diferentes locais de instalação: unidades básicas de saúde, distritos sanitários e secretarias municipais de saúde (BRASIL, 2002).

São realizadas visitas domiciliar mensalmente pelo ACS, para acompanhamento principalmente de usuários com diagnóstico de hipertensão e diabetes, além de acamados e portadores de alguma condição temporária que necessite de acompanhamentos ou doença crônica.

As ações de Promoção da Saúde realizadas pelas equipes do município B, são voltadas para o desenvolvimento de Grupos de Riscos como Hipertensos e Diabéticos, no qual são realizadas as seguintes ações assistenciais: alongamento e caminhada, três vezes por semana, acompanhamento contínuo à esses usuários, o qual é feito por meio de Cadastro do Hipertenso e/ou Diabético em no formulário Hiperdia e no formulário individual de Acompanhamento de Hipertensos/Diabéticos.

Nessas fichas, registram-se informações pessoais como nome e endereço, dados como uso de medicamentos, exercícios físicos, níveis de pressão arterial e de glicemia e data da última consulta médica, as quais são observadas mensalmente, por meio de visita domiciliar, pelos ACS e Auxiliar de Enfermagem.

A prioridade para grupos de hipertensos e diabéticos, pode ser explicada pelos índices de mortalidade e morbidade por doenças crônicas, bem como pelas limitações e conseqüências que estas ocasionam no portador.

Nesse aspecto, Baptista, Marcon e Souza (2008) indicam modificações na composição populacional, com o aumento da população acima de 60 anos, que exigem olhares diferenciados sobre o padrão de morbi-mortalidade, agora com peso mais significativo das doenças crônico-degenerativas. São atribuídas a essas doenças a responsabilidade por, aproximadamente, 50% das mortes, e é fato que os principais fatores de risco para a sua ocorrência são a obesidade, alto nível de colesterol, hipertensão arterial, tabagismo e alcoolismo.

A hipertensão arterial é importante fator de risco para a ocorrência de agravos cardiovasculares que se constituem nas principais causas de óbito e hospitalizações. O acidente vascular encefálico é a primeira causa de incapacidades em adultos nos países industrializados. Estimativas indicam que 40% dos acidentes vasculares encefálicos que incidem sobre os pacientes hipertensos, com o tratamento adequado, poderiam ser evitados. Ademais, a hipertensão arterial é um dos problemas de saúde mais prevalentes. Calcula-se a existência de 600 milhões de hipertensos em todo o mundo. No Brasil, a prevalência da hipertensão arterial varia de 40% a 50% da população acima de 40 anos (BAPTISTA, MARCON e SOUZA, 2008).

A priorização do cuidado a esse segmento populacional é orientada pela Norma Operacional da Assistência à Saúde/SUS (NOAS- SUS 01/2001), que estabelece como responsabilidade dos municípios, as ações estratégicas em áreas prioritárias de saúde, entre elas, o controle da hipertensão arterial (OPAS, 2003). A implantação da Estratégia Saúde da Família exige visão ampliada do conceito de saúde ao introduzir concepções como de vigilância, integralidade, planejamento local, gestão colegiada e reorientação do trabalho na lógica programática, com ênfase nos grupos populacionais em situação de risco (BAPTISTA, MARCON e SOUZA, 2008)

Nessa abordagem, os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) têm papel relevante na construção de instrumentos que promovam o monitoramento e avaliação de metas, inclusive as pactuadas entre as esferas de governo.

6.3 CARACTERIZANDO OS USUÁRIOS DAS EQUIPES DE

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