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Número de alunos da classe de contrabaixo AGLA

2.1.2. Caraterização da aluna A

A aluna A frequenta a EBSLAV desde o ano letivo 2017/2018, tendo no período deste trabalho a idade de doze anos, estando matriculada no 7º ano, na turma 2ª. Este ano é equivalente ao terceiro grau do ensino artístico. Nesta escola a aluna A teve o acesso às disciplinas do ensino artístico e às disciplinas de formação geral. De fato é uma aluna que se distingue pela positiva no seio da turma, seja pelo comportamento, seja pelo desenvolvimento cognitivo. No primeiro e no segundo período deste ano letivo foi nomeada para o quadro de mérito académico.

Ao longo da prática pedagógica, notou-se que a aluna passou de uma motivação que transparecia na sua dedicação, harmonia, positivismo e estudo semanal regular, para um desprezo sobre a aprendizagem em geral. Esta rutura aconteceu no 2º período. De imediato, averiguou-se que existia uma correlação da mudança de atitude com problemas familiares recentes. Após tomar algumas medidas de suporte e apoio, o seu comportamento e interesse genuíno voltaram ao normal.

Como referido anteriormente, a aluna A é uma das melhores alunas da sua turma e da classe de contrabaixos. Neste ano letivo trabalhou ao nível dos colegas do 8º ano, concluindo 7º ano com segurança. As suas qualidades como aluna de contrabaixo são: boa leitura, boa qualidade sonora, sentido de afinação, postura, estruturação de mão esquerda, memória razoável, envolvência com a música, interesse e motivação. As suas caraterísticas a melhorar são: sentido de pulsação, ritmo, memória, estudo individual, ambição.

Durante o ano letivo 2019/2020, trabalhou-se com a aluna A um repertório consistente e desafiante, que abrangeu exercícios técnicos, como escalas e estudos, e obras referentes a um período estilístico. Contudo no 3º período houve uma interrupção deste processo, devido ao encerramento das escolas. Neste último período a aluna não teve acesso a um contrabaixo para praticar e estudar, e por causa desta situação não existiram aulas práticas. Na tentativa de introduzir um tipo de aprendizagem alternativa para atenuar esta ausência de contacto com o instrumento, desenvolveram-se várias fichas de atividades, que promoveram a audição do repertório de contrabaixo, complementando com o conhecimento dos compositores, e das suas marcas estilísticas.

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Tabela 5 – Repertório anual da aluna A (tabela da autora) 1º período

Escalas Escalas de 1 oitava na corda lá e na corda ré. Escala de dó maior 2 oitavas até sol.

Escala de ré maior 1 oitava.

Sol maior 2 oitavas e homónimas menores com respetivos arpejos.

Estudos Estudo nº 1 – Laska do livro de estudos de Trumpf.

Exercícios preparatórios do método de Toshev: 63, 64, 65, 87, 88, 96, 97, 108, 132.

Obras O Elefante – Camille Saint- Saëns

2º período

Escalas Lá maior 2 oitavas e homónimas menores com respetivos arpejos.

Escala de dó maior 2 oitavas até sol. Escala de ré maior 1 oitava.

Estudos Estudo nº7 – Livro de estudos de L. Rakov

Obras A Deep Song – J. Walton

Tabela 6- Avaliações de final de período da aluna A

2.1.3. Planificações

Planificar provém do latim planumfacare cujo significado é “«apresentar claro», o que certamente constitui uma necessidade inerente ao desempenho das funções docentes”, assim defende Damião, citado por Isabel Ferreira (2014, p.10). A planificação declara-se como uma ferramenta de orientação para a prática do professor: determinando assim que conteúdos deve expor, como estruturar uma aula

1º Período Nível 4

2º Período Nível 3

e que estratégias deve utilizar na consecução do processo. Planificar deixa implícita a necessidade de uma investigação constante, que permite a atualização de conhecimentos no ramo científico e no âmbito pedagógico. Vilar citado em Ferreira (2014, p.12) acrescenta que a planificação é “[…] um instrumento cuja finalidade consiste em otimizar a prática educativa” reforçando um ponto de vista de reflexão sobre a própria prática do professor, continuando a citação com “[…] planificar é pôr em ação, numa realidade concreta, o pensamento científico e pedagógico. […]”. Recorrendo a esta prática, em que perdura uma reflexão crítica e consciente é possível obter uma compreensão do funcionamento do processo de aprendizagem de cada aluno (Ferreira, 2014).

Ainda dentro desta abordagem é importante reforçar que a elaboração de uma planificação não implica que esteja isenta de alterações. Naturalmente haverão elementos que serão excluídos ou transformados, devido à interação e adaptação com o aluno no momento da aula. Em relação a isto, Zabalba (in Ferreira, 2014, p.13) reforça que quanto mais rigorosa for uma planificação mais hipótese tem de “ficar pelo papel”. A planificação identifica-se assim como um esboço incompleto, aberto às mudanças necessárias.

Existem vários tipos de planificação que fazem parte do quotidiano do professor. De acordo com a sua amplitude e caraterísticas classificam-se em planificação a longo prazo (anual), médio prazo (trimestral) e curto prazo (aula). Os processos de planificação são essenciais para a articulação de conteúdos e objetivos de forma coerente (Ferreira, 2014).

A planificação a longo prazo é a primeira fase de preparação do processo de ensino. Delineia genérica e globalmente os objetivos a atingir até ao final do ano letivo, funciona “como um farol que aponta a rota entre várias e possíveis opções.” (Ferreira, 2014).

Por sua vez, as planificações trimestrais da disciplina são definidas com base na planificação anual. A planificação a médio prazo objetiva definir de forma detalhada os conteúdos da disciplina, estipular que competências devem ser desenvolvidas, organizar objetivos, conteúdos, esclarecer os critérios de avaliação e delinear a sequência do processo educativo (Ferreira, 2014). A sua elaboração permite associar e manipular os diversos objetivos e conteúdos ao longo do ano letivo.

A planificação a curto prazo, correspondente à planificação por aula, deve ser construída a partir da planificação trimestral. Dir-se-ia que este tipo de planificação é o que está mais perto da ação pedagógica e, portanto, deve ter em conta o contexto da sala de aula, assim como o desenvolvimento progressivo dos alunos, devidamente registado nas planificações e reflexões das aulas anteriores (Ferreira, 2014). Carateriza-se por ser descritiva, refletindo as metas que o professor pressupõe alcançar na próxima aula. Deve deixar-se em registo componentes como objetivos, conteúdos, competências a desenvolver, estratégias, atividades, distribuição do tempo,

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