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EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS, com o auxílio dos seus

comparsas, prevalecendo-se do cargo de Governador do Estado de Pernambuco, solicitou e recebeu propina como contrapartida pelo favorecimento aos interesses das empresas cartelizadas, contribuindo com disponibilização de infraestrutura e criação de incentivos tributários para construção da Refinaria Abreu e Lima. Os valores foram arrecadados por

PAULO ROBERTO COSTA em decorrência do cargo Diretor de Abastecimento, obtendo

junto às empreiteiras e em prejuízo da PETROBRAS.

Na prática dos ilícitos, EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS contou com o auxílio de FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO, que solicitou diretamente a PAULO ROBERTO COSTA ao menos R$ 20.000.000,00 de propina. De fato, os valores indevidos resultaram o enriquecimento ilícito no valor de R$ 40.724.872,47 pagos pelas empreiteiras QUEIROZ GALVÃO, OAS e CAMARGO CORRÊA.

A QUEIROZ GALVÃO pagou, de 21/07/2010 a 29/10/2010, R$ 7.300.000,00 de propina travestida de doações oficiais ao Diretório Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

No que diz respeito ao recebimento de valores da OAS, verifica-se que EDUARDO

HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS tinha contato direto, até mesmo de caráter pessoal, em

eventos sociais como casamentos, aniversários e reuniões informais com JOSÉ ADELMÁRIO PINHEIRO FILHO, conhecido como LÉO PINHEIRO, presidente do grupo empresarial OAS.

De modo semelhante, a OAS pagou parte propina a EDUARDO HENRIQUE

ACCIOLY CAMPOS travestida de doações oficiais ao Diretório Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no valor de R$ 2.800.000,00, o que ocorreu de 16/08/2010 a 24/09/2010.

Além disso, EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS valeu-se de JOÃO

CARLOS LYRA PESSOA DE MELLO FILHO para receber os valores ilícitos da OAS. JOÃO CARLOS LYRA PESSOA DE MELLO FILHO recebeu em conta pessoal

R$ 920.000,00 da OAS, que se originaram de contas de empresas controladas pelos operadores financeiros ROBERTO TROMBETA e RODRIGO MORALES, que trabalhavam para a empreiteira.

Ainda, JOÃO CARLOS LYRA PESSOA DE MELLO FILHO era o proprietário de fato da CÂMARA & VASCONCELOS - LOCAÇÃO E TERRAPLENAGEM LTDA, a qual simulou a prestação de serviços para empresas dos operadores financeiros que trabalhavam para a OAS ROBERTO TROMBETA e RODRIGO MORALES no valor de R$

1.925.000,00, além de simular a prestação de serviços para a própria CONSTRUTORA OAS no valor de R$ 13.094.643,33, o que ocorreu de 18/01/2010 a 18/07/2011.

Além disso, EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS valeu-se dos operadores financeiros JOÃO CARLOS LYRA PESSOA DE MELLO FILHO e ALDO

GUEDES ÁLVARO, este ocupava o cargo de para o cargo de presidente da COMPANHIA

PERNAMBUCANA DE GÁS – COPERGÁS, para receber valores indevidos da CAMARGO CORRÊA que alcançaram o montante de R$ 14.685.229,14, mediante a simulação da prestação de serviços entre o CORSÓRCIO NACIONAL CAMARGO CORRRÊA e a empresa MASTER TERRAPLANAGEM, que não tinha atividade real e de fato era utilizada por ALDO GUEDES ÁLVARO para receber propina destinada ao Governador.

Dos valores indevidos recebidos travestidos de doação oficial ao Diretório Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), R$ 8.549.532,62 foram remetidos posteriormente

para a campanha de EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS, que culminou na

reeleição ao cargo de Governador do Estado de Pernambuco.

EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS faleceu em um acidente aéreo,

o acontecimento trouxe à tona novos elementos sobre a existência do grupo de pessoas e empresas pernambucanas responsáveis pela operacionalização de propina em seu favor.

Realmente, a aeronave em que ocorreu o desastre, um jato Cessna Citation 560 XLS, prefixo PR-AFA, era utilizada por EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS em sua campanha presidencial. O avião estava registrado na Agência Nacional de Aviaçao Civil - ANAC em nome da empresa AF ANDRADE EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA., ligada ao Grupo Andrade, que reúne empresas do setor sucroalcooleiro.

No entanto, verificou-se que a aeronave havia sido vendida, no início de 2014, exatamente para agentes da campanha presidencial de EDUARDO HENRIQUE

ACCIOLY CAMPOS. O avião foi comprado pelo grupo de pessoas e empresas, oriundas

do Estado de Pernambuco, responsáveis pelas vantagens indevidas destinadas às disputas eleitorais do candidato.

A empresa AF ANDRADE EPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA. estava em recuperação judicial, o que, por si só, impedia a venda do bem. Exatamente

ÁLVARO GUEDES ÁLVARO atuou na intermediação do negócio. O jato foi comprado

por ninguém menos que JOÃO CARLOS LYRA PESSOA DE MELLO FILHO. Foram pagos R$ 1.710.297,03 (um milhão e setecentos e dez mil, duzentos e noventa e sete reais e três centavos) à AF ANDRADE EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA., como parte do preço da aeronave.

Várias empresas e pessoas colaboraram para a realização desse pagamento, destacando-se as seguintes: a) o próprio JOÃO CARLOS LYRA PESSOA DE MELLO, que transferiu R$ 195.000,00 (cento e noventa e cinco mil reais); b) a empresa por ele operada, a CÂMARA & VASCONCELOS - LOCAÇÃO E TERRAPLENAGEM LTDA., que efetuou uma transferência de R$ 159.900,00 (cento e cinquenta e nove mil e novecentos reais); c) o advogado pernambucano Luiz Piauhylino de Mello Monteiro Filho, filho do ex-Deputado Federal do PSB Luiz Piauhylino de Mello Monteiro, padrasto de JOÃO

CARLOS LYRA PESSOA DE MELLO FILHO, que transferiu R$325.000,00 (trezentos e

vinte e cinco mil reais); d) a Ele Leite Negócios Imobiliários Ltda., pertencente ao empresário pernambucano Eduardo Freire Bezerra Leite, muito próximo de JOÃO CARLOS LYRA

PESSOA DE MELLO FILHO, que efetuou transferência de R$ 727.000,00 (setecentos e

pessoas ("laranjas"), a RM Construções Ltda. e a Geovane Pescados Eireli, que transferiram o restante dos valores (ANEXO 507, fl. 190 e ss.).

A aquisição da aeronave envolveu, ainda, a assunção da dívida do financiamento feito pela proprietária originária para a compra do bem, mediante contrato de leasing, celebrado com a Cessna Finance Export Corp. Para isso, JOÃO CARLOS LYRA PESSOA DE MELLO FILHO indicou duas empresas pertencentes a outro empresário pernambucano, de nome Apolo Santana Vieira, a Bandeirantes Companhia De Pneus S/A e a BR Par Participações S/A., as quais deveriam passar a pagar as parcelas do financiamento. Após o acidente, todos procuraram se desvincular do negócio, até mesmo para evitar consequências desfavoráveis, no âmbito da responsabilidade civil, pelos danos causados a terceiros. A Polícia Federal instaurou o Inquérito Policial n. 505/2014- DPF/STS/SR/SP para investigar possível

lavagem de dinheiro na compra da aeronave (cópia integral constante da mídia de fls.

1260 – encaminhada via pendrive).

O afastamento de sigilo telefônico decretado na Ação Cautelar n. 4006/DF revela elementos indicativos do papel de ALDO GUEDES ÁLVARO como operador de propina com finalidade eleitoral, em favor de EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS, inclusive com a intermediação de FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO. Com efeito o Relatório de Análise n. 050/2016 da SPEA/PGR evidencia no período investigado, 40 (quarenta) contatos telefônicos entre ambos e 1.117 (mil, cento e dezessete) contatos telefônicos entre ALDO GUEDES ÁLVARO e o Partido Socialista Brasileiro (PSB). O

mesmo documento mostra, ainda, 364 (trezentos e sessenta e quatro) contatos telefônicos entre ALDO GUEDES ÁLVARO e a empresa Delta Construções S/A, notoriamente envolvida em esquema criminoso de pagamento de propinas a agentes políticos, assim como 2 (dois) contatos telefônicos entre EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY

CAMPOS e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, ocupada por

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