A n t h o n y Le e d s
(Versão revista do trabalho lido para a Sociedade Antropológica de Washington, D .C ., 16 de outubro, 1962)
I
A pesquisa que relatei é interessante para mim, não tanto pe los dados em si mesmos, embora eles jamais tenham sido apresenta dos e tenham uma certa fascinação intrínseca, mas antes porque ela é sobretudo uma confirmação detalhada do que eu já conhecia am plamente a partir de reflexões teóricas e algumas observações es parsas. Com efeito, eu já havia descrito meus resultados de campo antes de ter ido ao campo: será interessante rever brevemente como isso ocorreu e considerar posteriormente suas implicações mais am plas.
Durante algum tempo, estive buscando uma tipologia de so- çiedades organizadas em Estado que se basearia numa visão sinópti ca da ..função, da estrutura total, e da trajetória das sociedades, mais do que, como em certas tipologias anteriores, em um ou alguns tra ços ou sintomas.1 O objetivo de tal tipologia é fornecer uma base para comparação com o intuito de investigar as seqüências de de senvolvimento, suas regula ridades e buscar leis gerais do desenvol vimento sócio-culturaí. 0 exame de casos únicos sem uma tipologia
nega a possibilidade de generalização acerca 'dos processos ou meca nismos descritos para cada caso e exclui qualquer precisão que não em bases intuitivas. Tais bases são, de qualquer forma, em ge ral implicitamente tipológicas, envolvendo afirmações como “ meu povo é semelhante a algum outro povo. . . conseqüentemente, , . n
Dois tipos de sociedades organizadas em Estado, parecem ca racterizar as últimas fases conhecidas da ( çvoJu^ílo jçuítüráD Cha mei-as de "sociedade estático-agrária” e “ sociedade expansivo-in-
dustrial” . A primeira é representada pela Europa feudal, a ín d ia
pré-colonial, os grandes despotismos orientais, o Haiti, e outros paí ses latino-americanos, muitos países do Oriente Próximo e assim
por diante; a última pela Alemanha, u r s s? exja, Inglaterra e ou
tros a eles semelhantes. Precedendo o_tipo estático-agrário de socie dade encontra-se a "sociedade expansivo-agrária” , cujos exemplos, como os primeiros impérios mesopotâmicos, estão extintos. Pode-se sugerir oue um tipo “ estático-industrial” de sociedade sucederá aos expansivo-industriais existentes‘ atualmente, e pode-se tentar deli near as características de tais sociedades e o mundo em que elas serão predominantes.2
Sem entrar em detalhes aqui, a sociedade jsstático-agrária pode ser descrita como tendo todos os recursos e riquezas fundamentais, e alocando seus recursos básicos de trabalhos, equipamento técnico e os demais em torno da agricultura. Conseqüentemente, as princi pais características sociais — a divisão do trabalho, administração e supervisão, estrutura comunitária, comunicações, estrutura social de guerra e poder, o próprio Estado — moldam-se pela extensa rela ção tecnológica com a terra utilizada para plantações. A íntima re lação da ordem social total com as localidades e estruturas comuni tárias localizadas produz relações próximas de parentesco e pseudo- parentesco como mecanismos organizacionais.
A sociedade expansivo-industrial obtém sua riqueza e recursos fundamentais e aloea todos os seus recursos básicos em torno da in
dústria. A agricultura torna-se, primeiro, em certo sentido, gubor- dinada_ à indústria, econômica, política e ideologicamente, e depois tòrna-se ela mesma industrializada em tecnologia e organização Todas as principais características sociais são moldadas pelas exten sas relações tecnológicas com os múltiplos recursos relevantes para^J> consumo industrial (dentre os quais as plantações são importantes como material nao-alimentício). 0 padrão_ ecológico fundamental é multirregional, tendendo ao global, e, conseqüentemente, as so ciedades tendem a ser exocêntricas política e economicamente, ten
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dem a maximizar relações translocais às expensas das relações locais e comunitárias, e tendem a operar através de instituições e associa ções supra-locais altamente organizadas. Tais características ten dem a fazer com que estas sociedades se expandam econômica — o chamado crescimento segundo o modelo do take-off — , demográfica e politicamente. Na expansão elas revelam instituições de imple mentação de política características tais como o colonialismo, o in vestimento estrangeiro, a hegemonia política internacional e assim por diante.
A aparência pura da sociedade expansivo-industrial é a dc um crescimento evolucionista a partir do feudalismo ocidental, através de várias fases, sendo as fases intermediárias, em si mesmas, formas de sociedade substancialmente integradas e coerentes. Todavia, uma vez tendo ocorrido o desenvolvimento puro, todo tipo de justa posições de formas societais pode ocorrer em situações de acultura ção. Assim, sociedades expansivo-industriais total ou parcialmente desenvolvidas podem encontrar-se em várias formas de contatos de aculturação com sociedade estático-agrárias em diferentes estágios de desenvolvimento, ou em fases iniciais pós estático-agrárias, pro
duzidas por evolução independente.
Podemos, com base nestas ohservaçÕes, considerar várias hipó teses.8 À primeira é que onde as culturas destes dois tipos polares estão mais ou menos em contato duradouro e vigoroso, as institui ções de amhas operam numa rede de entrelaçamento característica. Poder-se-ia esperar encontrar aspectos característicos da organiza ção expansivo-industrial ligados a instituições feudais típicas ou es tático-agrárias. Poder-se-ia esperar que aquelas entidades sociais da organização industrial — tais como corporações, instituições públi cas ou privadas, sindicatos, sistemas administrativos, escolas voca-
3 Estas hipóteses foram em parte induzidas pela observação da existên cia d o autodidata e do ocupante de múltiplas posições no Brasil. Elas são apresentadas aqui co m o deduzidas de princípios evolucionistas gerais, uma vez que pretendem ser modelos mais gerais para este tipo de sociedade “ em transição” . Isto é, com base na teoria e nas hipóteses derivadas, deveríamos esperar encontrar fenôm enos similares ou relacionados em outras sociedades em transição da estático-agrária para a expansivo-indus trial, ambas em situação de aculturação, e também na própria seqüência evolutiva. A s hipóteses acima apresentadas deveriam ser com prováveis na história européia, digamos, nos séculos X V I -X I X . Se os dados confirm am as hipóteses, o argumento teórico se fortalece; se não, pode-se prim eiro in vestigar as conseqüências da afirm ação de que a evolução de um sistema puro e a aculturação entre dois níveis evolutivos não são a mesma coisa, de form a que diferentes resultados devem ser esperados de cada um. Todavia, personagens com o M ichelangelo, Rubens e G oethe sugerem a confirm a çã o da hipótese.
cionais e profissionais, etc., que são fundamentalmente relacionadas à tecnologia —- quando introduzidas na sociedade estático-agrária, fossem interpenetradas ou articuladas por laços caracteristicamente “ feudais” como o parentesco consanguíneo ou afim, parentesco ri tual, amizade, relações de apadrinhamento e uma variedade de con tatos próximos interpessoais não-formalizados, qualitativa e quanti tativamente diferentes das relações encontradas na sociedade indus trial.
Uma segunda hipótese diz respeito à expansão transformacio- nal das oportunidades sócio-econômicas. Sob o tipo de relações in- terculturais aqui descritas, a justaposição de dois (ou mais) amplos complexos de culturas de nível mais elevado e mais baixo produzirá uma rápida e contínua multiplicação de novos setores econômicos, novas ocupações, no vos ^status, na sociedade de nível mais baixo. Esta é, com efeito, a condição da grande maioria dos chamãdosTJãíi> 1 (ses subdesenvolvido^) hoje. Segue-se que, em tais condições, esperar-
se-ia uma constante falta de jpessoal para preencher as posições emergentes da estrutura de oportunidades em expansão, porque as instituições educacionais inexistiriam ou seriam inadequadas para o treinamento. Diferentes soluções para este problema podem ser sugeridas:
1. importação de pessoal;
2. criação interna de pessoal novo mais ou menos ao acaso,
especialmente por auto-instrução ou “ autodidatismo” , até que o treinamento seja curricularizado;
3. a multiplicação das posições ocupadas por qualquer dado
indivíduo.
A importação de pessoal é intrinsecamente limitada pela ofer ta disponível e pelo custo^da importação, apesar de servir a um número relativamente pequeno de novas posições. Também é ape nas uma solução temporária e incerta, uma vez que não é institu- cionalmente criada no interior do próprio sistema social. Mais fre qüentemente, poder-se-ia esperar tanto a ocupação de posições _por pessoas total ou parcialmente autotreinadas, como a ocupação de um número de posições muito diferentes por um único indivíduo, freqüentemente autodidata.
Como corolário desta hipótese, esperar-se-ia que .a ocupação de múltiplas posições e o autodidat^mo fossem complementares, uma vez que um homem na posição A, em alguma organização, vendo uma nova oportunidade disponível, B, para a qual não existem 1 ocupantes, pode-se dispor a adquirir certa dose de treinamento que
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o capacitará para preencher a posição B. Em vista da natureza dos vínculos sociais mencionados na primeira hipótese, é de seu interes se manter conexões com a primeira organização através de seu car go na posição A, ao mesmo tempo em que estabelece novas conexões através da posição B. Além disso, podem existir realmente pressões para o não-abandono de A, uma vez que não há ocupantes disponí veis para preencher a posição que ele deixaria.
Um segundo corolário é que a entrada para a posição A pode ser vista como preliminar para a entrada na posição B, ou pode preparar tal conexão mesmo quando não prevista. Isto é, A pode servir de trampolim para B. A entrada na posição A pode mesmo envolver a criação da posição A como um prelúdio para o pulo para B. Quando este é o caso, a mudança do ocupante para B faria de saparecer seu interesse na posição ou organização A , que morre ou permanece institucionalmente moribunda. Esperaríamos encontrar, no presente ou passado recente, certo número de tais posições ou organizações mortas ou moribundas.
' .4 pesquisarealizada no Brasil durante junho e julho de 1961 pretendeu não apenas mostrar que as instituições descritas nas Hi póteses existiam, mas também obter histórias de casos para ilustrar como estas^ instituições funcionam, e como opera a dinâmica inter na da organização.
II
Podemos agora voltar-nos para a pesquisa propriamente dita. No decorrer de uma estada de duas semanas no Brasil em novem- bro último, algumas observãçõe^bãstante dissociadas me marcaram. À palavra “ autodidata” começou a registrar-se em meus ouvidos após ser ouvida várias vezes. 0 autodidata começou a aparecer para mim como um importante fenômeno no Brasil, como mostrou sc-lo em muitos outros países~3a América Latina que visitei. Indagando acerca do autodidata e de sua origem, o fenômeno do exercício de múltiplosjcargQs, para o qual os brasileiros têm um termo, o cabide
de^ emprego, começou a assumir uma importância teórica cada vez
maior.
•c
Os dois fenômenos pareciam, por intuição, estar significativa mente ligados e ambos relacionados a uma estrutura de oportuni dades em rápida expansão induzida por aculturação. Em tais con dições, tende a haver, em geral, mais posições vagas do que pessoas para ocupá-las. Ambos os fenômenos, o do autodidata e o do cabide, pareciam ser funções desta situação, altamente adaptadas a ela, e
de grande utilidade para as operações interi^ts da sociedade, não importa como as pessoas se sentissem acerca de seus excessos.
Hipoteticamente, argumentei^ gue o cabide deveria representar
um vínculo social numa sociedade em que, devido a sua rápida transição, os vínculos contratuais padronizados de uma sociedade industrial totalmente organizada ainda não se desenvolveram ou foram organizados. O cabide se tornaria possível pela ausência do
que podemos chamar de trajetórias curricularizadas para os s tatus
como as que, em sua maioria, caracterizam a sociedad.e expansivo- industrial avançada. 0^ fenômeno do autodidata pareceria ser fun
ção desta falta de curriculaxizagão.
Üma vez que, hipoteticamente, o cabide parecia ser um vínculo social importante, e a curricularização parecia estar amplamente ay- sente? levantou-se a questão de quais eram os mecanismos íntimos pelos quais o cabide surgia e como, uma vez surgido, ele operava no sentido de interligar várias entidades organizadas na sociedade brasileira, em grande parte frutos de aculturaça0)ou difusão das so ciedades altamente industrializadas, entidades tais como institui- coes burocráticas, novos setores de universidades, estruturas admi nistrativas, serviços públicos, etc. Foi para rejeitar ou confirmar as hipóteses e para responder a essa questão que a pesquisa foi em preendida.
Todavia, uma vez que várias esferas convencionais da socie dade, como a burocracia, o Exército, a Igreja, o mundo de negócios, etc. permaneceram praticamente não descritos em sua organização interna ou em suas inter-relaçÕes, foi. necessárioJesenvolver algum tipo_de_ modelo^ operativo para avaliar as atividades do autodidata e 3o cabide. Para este íim, julguei útil o^modelo apresentado pelo Ur. Anísio Teixeini,4 embora na época achasse que ele não correspon dia ao que eu conhecia do Brasil a partir de meu trabalho de cam po prévio. Apesar disso, já havia, há muito, aprendido que as per cepções de Teixeira geralmente davam muitas dicas úteis para qualquer fenômeno em discussão. Além disso, o modelo, por sua própria desarticulação, era estruturalmente compatível com o fenô meno do cabide. Assemelhava-se ao diagrama apresentado no Quadro 1. (Concebi os cabides, todo o tempo, como ligando estas oligarquias*, fornecendo sua organização interna e entrelaçando as várias esferas da sociedade acima mencionadas. Ao mesmo tem-
4 Teixeira, 1962 e conversas.
* Na concepção de A n ísio Teixeira, as entidades a que ele se refere com o oligarquias e grupos de interesse incluem não apenas "o s poucos” , mas aqueles “ muitos” que estão organizacionalmente ligados aos primei ros, Teixeira usou também a expressão “ grupos de pressão” para estas enti- * dades (Teixeira, 1962, Revolução e Educação, m im eo.).
Quadro 1
M odelo do Dr. Anísio Teixeira da Estrutura de Poder Brasileira: Relativa a Grupos Políticos de Pressão
N ota: D eve ser assinalado que cada coluna representa um grupo de pressão ou oligarquia que é descrita co m o operando na cúpula acima dela. Devia também ser observado que os indivíduos, qua indivíduos, que com« põem as oligarquias não estão necessariamente em níveis de salários, pres tígio e poder comparáveis: estes critérios de estratificação com uns são social-estruturalmente irrelevantes aqui. A s linhas pontilhadas representara os níveis de “ classe” dentro das oligarquias.
po, eles fornecem os nós sociais cujas interconexpes complexas criam a divisão entre o que, por conveniência, podemos chamar de “ clas ses” e “massas” .
No_ Brasil, esta divisão entregas “ massas e _as. “ classes1^— foi
chamada de “'colonização interna já jjue? em sua essência^ ela
está muito próxima da relação entre a naçao colõnizãdora e o jgovo colonizado, ambas ocupando todavia o mesmo território. É uma si tuação encontrada em todos os países americanos, inclusive os Es tados Unidos, onde grandes populações nativas foram conquistadas, ou nos quais grandes populações escravas forain introduzidas na po sição social equivalente àquela das populações conquistadas. _Já que as “ massas” são a base e toda a fonte da economia interna das ^classes” , os sistemas totais são muito mais resistentes a mudança do que no caso das colônias, que constituem uma economia com plementar a economia doméstica do país colonizador. Nas condições latino-americanas, o “ colonizado” e os ^colonizadores” não podem separar-se fisicamente um do outro, com a possibilidade subsequen
te do estabelecimento de inter-relações independentes, simplesmen te porque as classes existem no mesmo território que as jnassas e sem outro acesso aos_recursos fundamentais..0
Aqui, estamos preocupados sobretudo _çom_a estrutura interna ' e com a dinâmica das classes, e mais jispecijícamente com a entrada para as2 e com as operações das mais altas posições jao_intcrior dãs classes. As massas estão suficientemente separadas das classes, de modo que sua organização- interna e sua dinâmica são irrelevantes .para a descrição das classes. Elas requerem uma descrição separada, descrição essa que valeria a pena ser feita, uma vez que as massas vsão praticamente desconhecidas no Brasil e em outros países. Nem mesmo sabemos se há diferenciações hierárquicas estruturais no in- teriõF das jnassas.
III
Uma vez que as hipóteses gerais afirmam que as conexões en tre organizações, as ligações entre oligarquias e a organização in terna das classes mantêm-se através de vários tipos de conexões pes-
5 Teixeira» 1953, 1957, I960, 1962; também conversas, 3951-2, 1961, 1962. Cf* também Leeds, 1957. O term o “ massas” é tom ado de Teixeira, mas o de “ classes” é meu. "Classe” talvez descrevesse melhor a situação, pois não há clara separação em subdivisões.
6 Os Estados Unidos têm ambas as situações, contribuindo para extre mas tensões dos dois sistemas que se atravessam um ao outro, em con-
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soais, e também que se esperaria o movimento de posição para po sição e a ocupação de muitas posições por uma única pessoa, seguiu- se que a maneira mais incisiva de descobrir os mecanismos inter nos do sistema era acompanhar as carreiras dos indivíduos enquan to se movem através de suas histórias de vida, estabelecendo cone xões e movendo-se de entidade social para entidade social. Conse qüentemente, a primeira técnica de pesquisa consistiu em entrevis tas com informantes selecionados possuindo as características do
cabide e freqüentemente autodidatas. Era nosso plano selecionar
casos de todas as esferas importantes ou de todas as oligarquias im portantes.
Desejávamos também selecionar representantes de cada_ gera ção, de formada, mostrar o aumento da clirricularizaçao em qualquer esfera a partir do momento em que tal esfera se tenha estabelecido. A hipótese pode ser aqui apresentada através do diagrama do Qua dro 2, Tomando representantes, digamos, de três gerações de carrei ras com relação a qualquer tipo de atividade, deveríamos ser capazes de documentar o processo real de mudança da sociedade no sentido de uma maior organização, do qual o treinamento curricularizado para posições sociais é um sintoma., conforme aumenta a dedicação- aos fins intrínsecos à carreira.
Em terceiro lugar, dado que até muito recentemente o Brasil possuía províncias e estados relativamente autônomos, ecológica, eco nômica e historicamente muito diferentes, segue-se que as estruturas sociais em si mesmas e como contextos para carreiras deveriam dife rir amplamente. Na verdade, elas podem ser colocadas numa escala
hipotética de desenvolvimento e atraso. Poder-se-ia esperar que uma ordenação dos estados brasileiros fornecesse uma representa ção espacial do desenvolvimento da organização social brasileira, en quanto que as carreiras estudadas numa seleção de tais estados re fletiriam esta ordenaçao.
Escolhemos as cidades de Sao Paulo, Rio de Janeiro, Belo Ho rizonte, Recife e Salvador como representando supostamente uma série de estados decrescentemente desenvolvidos em termos indus triais, financeiros e políticos, ou crescentemente arcaicos em compor tamentos, costumes, e ideologias. Incluímos também Brasília em nossa amostra, uma vez que é a sede do poder do qual fluem todas as boas coisas brasileiras, e nenhuma realidade brasileira pode ser entendida sem um exame da “ cúpula” , tal como passou a ser chama da popularmente no Brasil de hoje.
Em cada cidade, estabelecemos contatos com um ou mais cida dãos bem informados de posição proeminente que foram persuadi dos a dar-nos listas dos cabides locais importantes, com tanta infor-
A Evolução do Treinam ento e dos Objetivos das Carreiras
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A sT T A K jutixlidata sT = semttrcinado T = crcinadoT * utilização de treinamento para objetivos extrínsecos ao treinamento ] ~ ufjlização de rreinamento para objetivos intrínsecos ao treinamento
mudança idealizada, através do tempo, de distribuição
'a partir do autodidatismo com objetivos extrínsecos em relação ao.treinamento com objetivos intrínsecos
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mação quanto possível acerca de cada um com relação às suas cone xões — uma descrição sumária dc sua carreira, passada e presente,
e de sun genealogia social. Sempr^ qugpoMÍyej, tentávamos obter
uma introdtii;ã0wpes5i>aL ou ao menos escrita, ou marcar encontros
através 'de-intermediários 'que nos conheciam tanto cpianto aos jn -