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século XX e um possível cenário para o I Tese de Doutorado Programa de Pós-

MORFOCARACTERÍSICAS NA FAIXA DE TRANSIÇÃO CUESTA-DEPRESSÃO PERIFÉRICA: ESTUDO DE CASO DE ANALÂNDIA (SP)

2.3 Carta de Profundidade de Drenagem

Primeiramente foi criado um Banco de Dados visando amenizar possíveis erros no processamento.

Em seguida criou-se uma malha quadriculada visando a identificação das altitudes máximas e mínimas expressas pelos valores das curvas de nível que compõe uma respectiva quadricula. Com os valores das quadriculas definidos foi possível efetuar o cálculo da profundidade da drenagem, por meio da subtração dos valores máximos e mínimos de altitude.

O valor calculado foi adicionado ao ponto central criado no interior de cada célula base.

Tais valores foram interpolados linearmente e adicionados na geração de um arquivo de origem TIN, onde os resultados foram evidenciados. Visando a melhor resolução do arquivo TIN, o mesmo foi transformado para o formato Raster.

Revista Equador (UFPI), Vol. 4, Nº 3,(2015). Edição Especial XVI Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada. Teresina- Piauí. Home: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/equador

3. Resultados e discussão

As cuestas, de acordo Almeida (1974), tem como fator predominante de formação os derrames basálticos que dão origem a áreas do relevo de maior resistência aos agentes erosivos que são expressas por esporões e áreas de maior declividade.

Os fronts com elevada declividade são responsáveis por agregar alto grau de energia às drenagens devido ao fator gravitacional. Assim, as drenagens que tem origem e/ou possuem seus afluentes na região do front, teoricamente, adentrariam a área do tálus e sopé da cuesta carregadas de energia, podendo apresentar maior retilinidade por consequência da alta capacidade de erosão dessas águas. Na área circulada na Figura 1 é expresso algo oposto ao apresentado acima, sendo que o baixo curso do Córrego Santa Terezinha e o alto curso do Córrego do Feijão apresentam elevado grau de sinuosidade, havendo assim a possibilidade de ocorrerem meandramentos. As nascentes e os afluentes de ambos os córregos estão localizados no front cuestiforme e ao adentrarem a área do tálus apresentam uma energia do fluxo que permite tal sinuosidade em ambos os córregos.

Figura 1: Carta Clinográfica e áreas de sinuosidade das drenagens

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Constatou-se, por meio do mapeamento de Densidade de Drenagem (Figura 2), que as áreas onde o front cuestiforme apresenta-se mais recuado correlacionam-se com as áreas onde a densidade de drenagem é mais elevada. Assim é possível afirmar que os cursos fluviais constituem-se em agente erosivo importante para a esculturação do relevo da área de estudo.

Alguns locais são marcados pela alta densidade de drenagem, chegando próximo aos valores máximos estipulados na legenda da Figura 2. Compreende-se ainda que quanto maior a densidade de drenagem maior será a erosão que atuará sobre o referido relevo; sendo assim a intensa ação dos canais fluviais pode ser compreendida, neste caso, a partir do estreitamento das linhas de cumeada.

Na área apresentada pelo quadro na Figura 2 identificou-se um incisivo estreitamente da linha de cumeda. Assim de acordo com os dados formulados nesta pesquisa o isolamento da área exemplificada aponta para uma possibilidade de formação de um morro testemunho de grande porte na Serra do Cuscuzeiro. A possibilidade é indicada ao se constatar a alta densidade de drenagem e a probabilidade de ocorrência de capturas (cabeceiras dos rios distantes em média 159 metros umas das outras) na possível área de cisão do relevo ou de formação do

cut-off definida acima.

Figura 2 – Carta de Densidade de Drenagem

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Figura 3: Carta de profundidade de dissecação de trecho onde se evidencia a evolução de um esporão, a sudoeste da área pesquisada.

Fonte: Stefanuto (2015).

A variabilidade da resistência dos materiais que constituem o relevo da área estudada também gera um intenso festonamento do front cuestiforme. Assim, o esporão apresentado na Figura 3 evidencia uma área de menor fragilidade do relevo, uma vez que se constitui em uma área de alta declividade e que possui uma profundidade de drenagem na ordem de 138 metros. Assim podemos classificar tal área como uma verdadeira saliência no relevo da região, na qual os agentes erosivos, expressos principalmente pelas drenagens, apresentam dificuldade em esculpir o pacote rochoso da área.

4. Considerações finais

Este artigo apresentou o levantamento de algumas hipóteses sobre a evolução do relevo da área estudada, estabelecidas através da análise dos mapeamentos realizados e das bibliografias sobre o assunto.

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Assim, foi possível verificar que o front cuestiforme possui características variadas na área de estudo. Alguns setores são bastante íngremes e com alta densidade de drenagem e profundidade de dissecação; já outros são mais suavizados, com menor densidade e profundidade. Esses fatos apontam para variações na resistência das litologias, assim como para diferenciações na frequência e intensidade das estruturas falhadas e fraturadas na região.

Referências

ALMEIDA, Fernando Flavio Marques de. Fundamentos Geológicos do Relevo Paulista. São Paulo: IGEOG, 1974. 99 p.

DE BIASI, Mário. A carta clinográfica: Os métodos de representação e sua confecção. Revista do

Departamento de Geografia (USP). São Paulo, n. 6, p. 45-60, 1992.

DE BIASI, Mário. Cartas de declividade: confecção e utilização. Geomorfologia. São Paulo, n. 21, p. 8-13, 1970. FACINCANI, E. M. Morfotectônica da depressão periférica paulista e cuesta basáltica: regiões de São Carlos, Rio Claro e Piracicaba, SP.2000.222 f. Tese (Doutorado em Geologia Regional) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2000.

HUBP, José I. Lugo. Elementos de Geomorfologia Aplicada (Metodos Cartograficos). México D.F.: Universidad Nacional Autonoma de México, 1988. 128 p.

SANCHEZ, Miguel C. A propósito das cartas de declividade. In: V Simpósio de Geografia Física Aplicada, 1993, São Paulo. p. 311-314, 1993.

TROPPMAIR, Helmut. Geossistemas e geossistemas paulistas. Rio Claro: Helmut Troppmair, 2000. 107 p. Agradecimentos

À FAPESP, processo Nº 2014/11697-5, pelo financiamento; À Profª Dra. Cenira Maria Lupinacci da Cunha, pela dedicação e auxílio; Aos colegas de trabalho Leandro de Godoy Pinton e Ramon Lucato Aguillar.

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MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DO ARQUIPÉLAGO DO EMBAUBAL, FOZ