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Categoria 6: Modalidades do processo educativo

1. CAPÍTULO

6.1. RESOLUÇÕES DA CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEE-BA: DE

6.2.6. Categoria 6: Modalidades do processo educativo

Nesse sentido, a análise da última Categoria: Modalidades do processo educativo apresentou as UR: 1 - Educação de Jovens e Adultos: prosseguimento dos estudos; 2 - Educação Especial: atendimento interdisciplinar; 3 – Educação Profissional: regulamentação.

A categoria 6 Modalidades do processo educativo constituiu o último panorama de discussão. O conjunto de palavras sublinhadas baseia-se no imperativo consensual da condição do ensino médio na Bahia, a perceber:

educação profissional; (b) potencialidades; (c) vida adulta; (d) público adulto;

(e) necessidades especiais; (f) competências; (f) Educação de Jovens e

Adultos; (g) igualdade de condições; (h) inclusão do aluno; (i) educação especial; (j) diversificação curricular; (k) flexibilização curricular; (l) juventude;

(m) educação inclusiva. A maioria das palavras lexicais foi tratada no contexto das categorias anteriores. Assim, a análise que segue foi estruturada a partir dos vocábulos não debatidos.

Com a nova ordenação da organização nacional a educação prescrita na LDBEN de 1996, as Resoluções sugeriram um contexto favorável à continuidade e a legitimação da lei em vigor, ao normatizarem as modalidades de educação no âmbito estadual. A Resolução n° 021/97 aprovou a proposta curricular da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e recomendou uma proposta curricular compatível com o público adulto.

Analogamente com as discussões, sobre a modalidade da EJA, a referida Resolução regulamenta um currículo para a educação de jovens e adultos, por via supletiva. De acordo com Arroyo (2005), os jovens-adultos populares não abandonam a escola gratuitamente, eles repetem histórias longas de negação de direitos, histórias que são coletivas. Na medida em que a sociedade se desenvolve, a educação de jovens e adultos torna-se imperiosa: “É porque em verdade eles já estão atuando como educados, apenas não em forma alfabetizada, escolarizada” (PINTO, 1989, p. 81).

Nessa emergência de conceitos, Freire (1979), como precursor nas últimas décadas de debates sobre a EJA, insistiu na expressão “conscientização”, que era o conceito central das suas ideias sobre a educação:

Uma das características do homem é que somente ele é homem. Somente ele é capaz de tomar distância frente ao mundo. Somente o homem pode distanciar-se do objeto para admirá-la. Objetivando ou admirando – admirar se toma aqui no sentido filosófico – os homens são capazes de agir conscientemente sobre a realidade objetivada. É precisamente isto, a “práxis humana”, a unidade indissolúvel entre minha ação e minha reflexão sobre o mundo (p. 15)

Para o autor em tela, a conscientização é um teste de realidade. Quanto mais conscientização, mais se “desvela” a realidade, mais se penetra na essência fenomênica do objeto, frente ao qual nos encontramos para analisá-lo. A educação é “a alavanca do progresso”, entendida como um instrumento de decisão para a responsabilidade social e política. (FREIRE, 1979; 1983, p. 11).

Ora, este é um ponto fundamental da abordagem freireana. A relação dialógica entre as relações do homem com o mundo e a história. Afirma que “o homem ao aproximar-se da realidade faz simplesmente a experiência da realidade na qual ele está e procura” (FREIRE, 1979, p. 15). A conscientização é, portanto, um compromisso histórico.

No que concerne às políticas educacionais para a EJA, uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) é oferecer, no mínimo, 25% das matrículas da EJA na forma integrada à educação profissional, no ensino fundamental e no ensino médio. Importa sublinhar que os dados referentes à EJA no país mostram uma queda no número de matrículas.

Quadro 27 – EJA Matrículas por etapa de ensino

Ano

Matrículas na educação de jovens e adultos por etapa de ensino

Total geral Ensino Fundamental Ensino Médio

Total Anos iniciais Anos finais

2007 4.975.591 3.367.032 1.160.879 2.206.153 1.608.559 2008 4.926.509 3.291.264 1.127.077 2.164.187 1.635.245 2009 4.638.171 3.090.896 1.035.610 2.055.286 1.547.275 2010 4.234.956 2.846.104 923.197 1.922.907 1.388.852 2011 3.980.203 2.657.781 935.084 1.722.697 1.322.422 Fonte: MEC/INEP/DEED.

Nos dados recolhidos, presume-se que a diminuição no número de matrículas seja em decorrência do fechamento de turmas. Em 2007, o Brasil tinha 166.254 turmas de EJA. Em 2011, eram 147.361, o que representa uma queda de 18,9%. De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica – 2013, a maior parte das matrículas de EJA no país, em todas as regiões, é para turmas presenciais. Com relação à opção integrada à Educação Profissional, os números são bem pouco expressivos e distantes da meta do PNE (BRASIL, 2013).

Sobre esse campo educacional, os dados do IBGE (2009), demonstram que, em 1997, a Bahia tinha uma taxa de 26,88% de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais de idade. Em 2010, essa taxa decresce para 16,6%. A matrícula inicial da Educação de Jovens e Adultos na rede estadual é de 190.687. Com relação aos docentes da educação básica, 25.820 atuam na EJA (BAHIA, 2010). Não deixa de ser relevante a constatação de que na Bahia o número de matrículas da EJA em 2007 era de 517.870 e em 2011 houve um decréscimo para 440.459, registrando uma variação percentual de (-14,90%) (BRASIL, 2013).

A proposta pedagógica da EJA está pautada pelo dever do Estado de garantir a Educação Básica às pessoas jovens e adultas, na especificidade do seu tempo humano, ou seja, considerando as experiências e formas de vida próprias à juventude e à vida adulta (BAHIA, 2009).

O artigo 1º da Resolução, nº 021/97, traz o seguinte texto: “aprova a Proposta Curricular do Departamento de Ensino da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, para Educação Básica de Jovens e Adultos, em nível médio, por via Supletiva, com avaliação no processo, pelo período de 04 (quatro) anos letivos, a partir de 1996”.

De acordo com a Secretaria de Educação da Bahia, os exames supletivos são realizados pelas Comissões Permanentes de Avaliação (CPA), autorizadas pelo Conselho Estadual de Educação (CEE). A idade mínima para realização dos exames é de 15 anos para o ensino fundamental e 18 anos para o ensino médio. O candidato poderá prestar os exames mensais: no máximo de 3 (três) componentes curriculares para o ensino fundamental e 4 (quatro) componentes curriculares para o ensino médio.

Em 2001, o CEE publica a Resolução n° 124/01 que regulamentaria a educação profissional de nível médio na Bahia. É muito importante que os governos municipal, estadual e federal empreendam esforços em torno da educação

profissional. O PNE tem como meta triplicar as matrículas da Educação Profissional

Técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no setor público (BRASIL, 2011).

O que se pode constatar é um elevado aumento no número de matrículas no Brasil. Do total de 1.250.900, 15% dos estudantes cursam a educação profissional concomitante ao ensino médio: 64%, subsequente e 21% optaram por fazer matrícula integrada ao ensino regular. Outro dado relevante é que, do total de matrículas no ensino médio, no ano de 2011 14% encontravam-se na educação profissional, enquanto em 2005 esse percentual era de 8,30% (BRASIL, 2013). Só para exemplificar, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) é o principal programa do governo federal. Na Bahia, 60.147 das matrículas na rede regular de ensino são da educação profissional, representando 10,05% de participação no total de matrículas do ensino médio.

Os problemas da educação coexistem e se entrelaçam com a qualidade do ensino, a atratividade metodológica e o mercado de trabalho, cuja crise do emprego é uma sombra permanente para a juventude e a definição da carreira profissional. Como refere Castro, J. (2011), os baixos salários oferecidos para este público, a não assinatura da carteira de trabalho, a menor exigência de qualificação e os postos de pior qualidade é o quadro que se apresenta para a inserção do jovem no mundo do trabalho: “A educação profissional tem a ver para quem escapa desse processo. Não adianta montar uma estrutura de educação profissional se o jovem não tiver condição de frequentá-la” (p. 88). A questão da formação e desenvolvimento profissional faz parte das discussões hodiernas para os formuladores das políticas públicas. Os indicadores revelam um crescimento da participação dos cursos técnicos no total de matrículas do ensino médio.

Do conjunto de informações da Categoria Modalidades do processo

educativo, pode-se concluir de um modo geral que as UR - Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação Profissional – reverenciadas ao longo

das análises, procuraram-se demonstrar que há um reconhecimento social do direito de qualquer criança, jovem e adulto do direito à educação. É importante considerar que a participação e a democratização das ações precisam ainda ser repensadas na sua essência de atuação.

Na educação especial, o ponto básico é a garantia da educação de qualidade para todos. A inclusão escolar faz parte de um esforço coletivo que remete às reformas educacionais de 1990 e à Conferência Mundial sobre Educação para

Todos, em Jomtien. Evidenciaram a necessidade latente de intensificar políticas públicas de redimensionamento do papel do Estado e a educação especial assume um lugar de destaque no interior da escola, cujas “diferenças individuais” deverão ser aceitas como mecanismo de diversidade individual.

Efetivamente, a educação de jovens e adultos assume importância inegável na atualidade mundial, consolidando-se em práticas, instituições e o envolvimento de diversos segmentos educacional. As políticas e os programas devem garantir melhoria dos processos formativos, inclusive para aqueles que se encontram fora da escola ou em idade posterior à faixa etária adequada, expressando compromisso com a educação de qualidade.

Não obstante, os esforços atuais das políticas visam atender a um contingente significativo de jovens que necessitam de maior articulação entre a escola e o mundo do trabalho. A educação profissional se torna um mecanismo de garantia de formação técnica em áreas específicas para os jovens, com ações formativas que buscam desenvolver habilidades e competências necessárias para o trabalho.

Para finalizar, um estudo recente mostra que, um ano depois de obter o diploma, os estudantes de nível técnico aumentam sua renda em até 24%. Outra inferência é que 72% dos ex-alunos dos cursos técnicos conseguiram trabalho no primeiro ano depois da formatura, com renda média de 2,6 salários mínimos. Bem como 73% estão ocupados em atividades relacionadas à área de formação (BRASIL, 2013).

De acordo com as análises incidentes sobre indicadores e as modalidades da educação, pode-se destacar os avanços na educação básica. Quanto a Educação de Jovens e Adultos, há alguns limites operacionais que só o acesso não é suficiente para o prosseguimento dos estudos. Com relação à Educação Especial, deve reconhecer o efetivo atendimento interdisciplinar das atividades e, por fim, a abrangência da Educação Profissional, que “necessita de políticas consistentes, dotadas de lucidez requerida pelas transformações que se operam no mundo inteiro” (CUNHA, 1991, p. 6).