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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 CATEGORIA: TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Nesta categoria, busca-se compreender a concepção dos gestores sobre a atuação da Biblioteca Central no espaço virtual, como também a percepção desses profissionais acerca do uso das TIC’s como instrumentos de socialização da informação e do conhecimento disponíveis aos seus usuários. Os itens,

apresentados no quadro a seguir, contemplam as dimensões da atuação no espaço virtual e dos serviços oferecidos na biblioteca, temas presentas nas questões 1 e 2 do roteiro da entrevista. Nessa perspectiva, sistematizamos as contribuições dos entrevistados em itens, os quais envolvem aspectos inferidos a partir da reflexão sobre o tema.

QUADRO 15 - CATEGORIA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Inferências

Categorias

Espaço virtual (Atuação)

Redes Sociais Comunicação

com os usuários Outros Serviços oferecidos TIC’s Identificação de P+ ou A- P+ P+ P+ P+ UR (Prova) [...] Na minha opinião, a gente tá no caminho. Existem algumas ferramentas que a gente já utiliza, só que o resultado poderia ser melhor. Apesar de termos facebook, twitter, e termos alguns meios de comunicação no próprio site, o feedback me parece ainda carente [...] (E6) [...] A gente tem o facebook, que inclusive é o mais frequentado; a gente recebe muitos questionamentos pelo facebook: “como eu faço para fazer a ficha catalográfica?”; “não achei o livro tal”; então a gente recebe isso muito pelo facebook e responde [...] (E4). [...] a gente tem aquela comunicação via email -“entre em contato com a biblioteca” - que os alunos acessam, mandam os e- mails, perguntas, as dúvidas, as sugestões, as reclamações. O fale conosco que fica no site da biblioteca, e aí, a gente recebe esses e-mails e responde. As sugestões, quando acatadas, a gente informa aos usuários. Temos também a comunicação do sistema SIGAA, o sistema de empréstimo, que a gente busca sempre passar as informações, as novidades do que tá acontecendo dentro do nosso sistema. (E4). Temos portais de acesso á informação, acesso às bases de dados, o próprio acesso à internet, acesso remoto, mas nem sempre, na minha opinião, isto ainda não tá bem contemplado porque muitos usuários não têm acesso a essa informação. Falta uma maior divulgação. (E2)

O primeiro quadro analisado aborda a categoria “Tecnologias da Informação e Comunicação”. Nele constam alguns itens presentes na fala dos entrevistados. O primeiro item identificado refere-se à atuação da Biblioteca Central no espaço virtual. Constatou-se, na análise dos dados, que os entrevistados aproximam essa dimensão à comunicação por redes sociais, e consideram insatisfatória a presença da Biblioteca Central no ambiente virtual, apontando a falta de articulações das ações desenvolvidas e questões burocráticas como principais entraves a uma atuação eficiente.

[...] existe uma iniciativa, mas ainda é muito acanhada essa atuação. Precisa haver mais disponibilidade por parte dos gestores e até mesmo dos profissionais que trabalham com a gestão da informação nessa divulgação. (E2)

Um dos entrevistados destacou, ainda, que não existe caminho a ser percorrido pelas bibliotecas que não esteja relacionado às TIC’s.

[...] na minha opinião, como eu trabalho em uma biblioteca, consciente de como funciona o serviço público, acredito que nós não deixamos muito aquém de satisfazer essas necessidades; agora já existe e sempre existiu uma iniciativa, até porque não existe outra realidade no mundo, o mundo já está muito permeado pelas novas tecnologias [...]. (E3)

A percepção dos entrevistados acerca da inserção das bibliotecas nesse panorama pode ser corroborada pelas reflexões de Curty (2008, p. 55):

Uma web mais social, pois envolve mais pessoas; mais colaborativa, porque todos são partícipes potenciais e têm condição de se envolver mais densamente; mais apreensível, pois desmistifica que conhecimentos técnicos sejam necessários para a interação; uma web que se importa menos com a tecnologia de informação e mais com pessoas, conteúdo e acesso [...].

Ao analisar o contexto da Web 2.0, o autor esclarece que as bibliotecas estão aderindo cada vez mais às TIC’s como ferramentas de disseminação do conhecimento e dos serviços oferecidos à comunidade acadêmica.

O segundo item, pertencente a essa categoria, diz respeito às redes sociais e seu uso na comunicação com os usuários e na divulgação dos serviços, tema que figurou na fala dos entrevistados no sentido de destacar o facebook e o twitter como

novos recursos na atuação dos setores que integram a DSU e que, portanto, sugeriu maior explicitação do tema.

[...] As redes sociais - acho que nos precisaríamos dar uma quebrada no nosso perfil; acho o nosso perfil muito duro, ele ainda não atinge ao público que ele se direciona - mas nós temos essas iniciativas em blogs, twitter em facebook, nós temos essas iniciativas. (E3).

Acerca desse novo ambiente de interação e participação, Recuero (2011, p.102) define os sites de redes sociais como “toda ferramenta que for utilizada de modo a permitir que se expressem as redes sociais suportadas por ela [...]”. Em suas considerações, a autora esclarece que os sites de redes sociais não se constituem, essencialmente, em redes sociais. De acordo com Recuero, os sites são sistemas que auxiliam e apresentam as redes sociais e estas só se constituem quando os atores sociais as utilizam.

A autora dialoga com o estudo desenvolvido por Santaella e Lemos (2010, p.66) no qual definem essas ferramentas como:

[...] uma mídia social que, unindo a mobilidade do acesso à temporalidade alwayson das RSIs 3.0, possibilita o entrelaçamento de fluxos informacionais e o design colaborativo de ideias em tempo real, modificando e acelerando os processos globais da mente coletiva.

Considerando-se as funcionalidades oferecidas por esses sistemas e a possibilidade de ampliar as formas de comunicação com seus usuários, a Biblioteca Central da UFPB, iniciou sua participação no ambiente virtual, em 2011, com o ingresso no site de rede social Twitter.

No ambiente da Biblioteca Central, definiu-se, ainda, por seguir o padrão utilizado pelo perfil oficial da instituição, @UFPBOficial, sendo a conta criada com o nome @BC_UFPB_Oficial. Tal decisão foi tomada com o intuito de seguir um padrão institucional e evitar o risco de uma futura alteração do nome da conta, o que acarretaria a perda da familiaridade com seus seguidores. No mesmo período, foi criado o Twitter @BDTD/UFPB com o objetivo de divulgar os trabalhos publicados.

Visando a ampliação dos canais de interação com os usuários, foi criada, também, a Fan Page da Biblioteca Central no Facebook, na qual são divulgados os principais acontecimentos do Sistema de Bibliotecas da UFPB, bem como os

produtos e serviços ofertados por este. De acordo com Curty (2008, p.63), o “Facebook foi desenvolvida em 2004 e busca conectar pessoas de modo mais eficiente, tanto para fins de lazer como para atividades de negócios”.

Nesse sentido, a Fan Page da Biblioteca Central promove a comunicação com os usuários, principalmente através da utilização de mensagens diretas, permitindo orientações e esclarecimento de dúvidas. Em menos de três anos de sua participação nos sites de redes sociais, a Biblioteca Central possui 1.178 seguidores no Twitter e mais de 1.000 postagens no ambiente virtual. Tais números reforçam a importância desses mecanismos na disseminação da informação, interação com os usuários e planejamento de ações.

No terceiro item do quadro, outros meios de comunicação com os usuários são apresentados, destacam-se os serviços do SIGAA, disponíveis através da ferramenta de mala direta.

[...] hoje com o novo sistema implantado, SIGAA, a gente tem a comunicação que vai pra todos os usuários. Então, hoje, os usuários que estão cadastrados no sistema têm essa ferramenta, ou seja, se você observar no seu email cadastrado, você tá recebendo além dessas informações de ocorrências que fogem da rotina, que são contingenciais, você tem outras informações que o próprio sistema gera, as que são sobre o uso do acervo. (E6)

Observa-se no discurso do entrevistado que o uso do SIGAA, como ferramenta de comunicação, representa um contato de caráter institucional, no qual o usuário acompanha as transações relacionadas ao uso do acervo, bem como informações sobre o funcionamento das atividades do sistema. Nesse item, os entrevistados citaram, ainda, o serviço ‘fale conosco’ disponível na página da biblioteca e o novo protocolo de solicitação de confecção de ficha catalográfica, processo que, anteriormente, era realizado de forma presencial e manual.

O quarto item analisado, nesse quadro, refere-se aos serviços e recursos oferecidos pela biblioteca no seu espaço físico, a saber: acesso wifi, acesso ao portal da Capes, acesso a base de e-books, entre outras (também disponíveis através de acesso remoto), como citado pelo entrevistado.

Diante dos depoimentos dos sujeitos da pesquisa, é possível verificar a relevância associada às ferramentas disponíveis no ambiente da web 2.0, como também a dificuldade encontrada pelos gestores para alcançar o público ao qual se

destina os serviços. Questões burocráticas e a falta de equipamentos, também, são apontadas como limitações para um melhor desempenho das ações desenvolvidas pela Biblioteca Central.

Os depoimentos revelam que a complexidade no gerenciamento de uma biblioteca universitária pode ser redimensionada com a implementação de uma política capaz de gerenciar sua estrutura funcional de forma a atender às demandas de seus usuários. Tendo como missão a prestação de serviços à comunidade acadêmica e a função de proporcionar o acesso e o uso da informação, é de extrema importância sua adaptação aos novos serviços proporcionados pelas TIC’s no tocante aos recursos eletrônicos e virtuais.

É necessário que as bibliotecas ou Serviços de Informação que procuram ser competitivas e estarem sintonizadas com cenários futuros, considerem as tecnologias disponíveis da Internet móvel e da Era digital, compreendendo e avaliando os impactos dessa mobilidade em seus processos, em sua estrutura organizacional como diferencial, em vez de utilizá-la sem qualquer objetivo ou finalidade. A internet, seja móvel ou seja fixa, é apenas uma tecnologia facilitadora. A forma em que será utilizada é que poderá determinar a ruptura ou simplesmente a sustentação das operações existentes. (BELLUZZO, 2010, p.31).

Insere-se, nessas reflexões as limitações do orçamento disponibilizado às bibliotecas públicas em nosso país. Vergueiro, Castro Filho e Silva (2011, p.72) relatam que estas “dependem diretamente de políticas nacionais para o direcionamento de recursos financeiros, e essa dependência as torna vulneráveis, já que a mudança das políticas pode afetar diretamente o desenvolvimento de coleções e oferecimento de serviços”. No discurso dos entrevistados, evidencia- secomo a decisão sobre aquisição de recursos informacionais para a Biblioteca Central depende da administração central da UFPB, fato que limita as ações dos gestores,os quais necessitam de argumentos e dados (estatísticas de uso) para aprovação de suas demandas.