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Tecnologias da informação e comunicação na socialização do conhecimento: um estudo de caso na Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES APRENDENTES

VIVIANE LIMA DA CUNHA

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO: UM ESTUDO DE CASO NA

BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

(2)

VIVIANE LIMA DA CUNHA

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO: UM ESTUDO DE CASO NA

BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Mestrado Profissional em Gestão de Organizações Aprendentes (MPGOA) da Universidade Federal da Paraíba como requisito para obtenção do grau de Mestre em Gestão de Organizações Aprendentes.

Linha de Pesquisa: Aprendizagem em Organizações

Orientador:

Prof. Dr. Jorge Fernando Hermida Aveiro.

(3)

C972t Cunha, Viviane Lima da.

Tecnologias da informação e comunicação na socialização do conhecimento: um estudo de caso na Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba / Viviane Lima da Cunha. - João Pessoa, 2014.

124f. : il.

Orientador: Jorge Fernando Hermida Aveiro Dissertação (Mestrado) – UFPB/CE/CCSA

1. Gestão - Bibliotecas Universitárias. 2. Biblioteca - Gestão do conhecimento. 3. Socialização do Conhecimento - Bibliotecas. 4. Gestão da informação.

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VIVIANE LIMA DA CUNHA

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO: UM ESTUDO DE CASO NA

BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Aprovado em: ____/____/____

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Mestrado Profissional em Gestão de Organizações Aprendentes (MPGOA) da Universidade Federal da Paraíba como requisito para obtenção do grau de Mestre em Gestão de Organizações Aprendentes.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________ Prof. Dr. Jorge Fernando Hermida Aveiro

Orientador – MPGOA/UFPB

________________________________________________ Prof. Dra. Maria Gorete de Figueiredo

Examinador Interno – MPGOA/UFPB

________________________________________________ Prof. Dr. Wagner Junqueira de Araújo

Examinador Externo – PPGCI/UFPB

_______________________________________________ Prof. Dr. Wilson Honorato Aragão

(5)

RESUMO

Esta pesquisa buscou investigar se a Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba, a partir da implementação das Tecnologias da Informação e Comunicação e dos instrumentos tecnológicos disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Informação Ciência e Tecnologia - COMUT, CCN e BDTD - no gerenciamento dos serviços oferecidos, contribui para o processo de socialização do conhecimento científico na universidade. No aspecto metodológico, a pesquisa é caracterizada como um estudo de caso de caráter qualitativo e descritivo. Os dados foram obtidos através de fontes bibliográficas e documentais, como também por meio de entrevista semi-estruturada, a qual permitiu conhecer a visão dos sete gestores - ligados à Divisão de Processos Técnicos; à Divisão de Serviços aos Usuários e à Direção da Biblioteca Central - sobre o tema pesquisado. Para sistematizar e analisar os dados, recorreu-se à análise de conteúdo. Diante dos resultados obtidos, concluímos que a Biblioteca Central da UFPB direciona ações voltadas à socialização do conhecimento, ao acesso à comunicação científica e ao uso das TIC’s no gerenciamento de suas atividades, no entanto, a instituição ainda não atua efetivamente nessas dimensões, pois apenas o emprego das TIC’s não é suficiente para o alcance desses objetivos. A utilização das tecnologias da informação e comunicação exige da Biblioteca Central o direcionamento de suas ações não apenas aos aspectos relacionados à gestão do acervo. Implica, principalmente, o desenvolvimento de políticas de fortalecimento do seu papel de provedora de acesso à informação, atuando na socialização do conhecimento e, assim, cumprindo sua missão de oferecer suporte informacional aos programas de ensino, pesquisa e extensão da UFPB.

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ABSTRACT

This study searched to investigate how the Central Library of UFPB from the implementation of TCI’s and the technological tools provided by Instituto Brasileiro de Informação Ciência e Tecnologia - Comut, CCN and BDTD - in managing services, contributes to the process of socialization of scientific knowledge at university. In the methodological aspect, the research is characterized as a case study qualitative and descriptive character. Data were obtained through bibliographic and documentary sources, as well as through semi-structured interviews, which allowed us to know the vision of the seven managers - working in the Technical Processes Division; the Division of Services for Users and Managers of Central Library - about the topic searched. To systematize and analyze the data, was adopted the method of content analysis. Based on these results, we conclude that the Central Library /UFPB directs scrips towards socialization of knowledge, access to scientific communication and the use of TIC’s in the management of their activities, however, the institution still does not work effectively in this dimension, because only the use of TCI’s is not enough to achieve this goal. The use of informacion and comumunication technologies requires the Central Library directing their scrips not only to aspects related to the management of the collection. Involves mainly the development of policies of fortification of its role as provider of information access, operating on socialization of knowledge and therefore fulfilling its mission of providing informational support to teaching, research and extension programs of UFPB.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Linhas de ação... 31

QUADRO 2 Diferenças entre os canais formais, informais eletrônicos... 42

QUADRO 3 Funções gerenciais... 53

QUADRO 4 Portais de pesquisa... 54

QUADRO 5 Movimentos em favor do acesso livre... 56

QUADRO 6 Relação de programas, graus e trabalhos publicados... 61

QUADRO 7 Implementação das TIC’s nos serviços da Biblioteca Central 71 QUADRO 8 Estatística diária de atendimento aos usuários da Seção de Periódicos da Biblioteca Central da UFPB... 73

QUADRO 9 Acesso ao Portal da CAPES na Paraíba nos últimos quatro anos.. 74

QUADRO 10 Acesso ao Portal de Periódicos da UFPB... 75

QUADRO 11 Citações de trabalhos da BDTD/UFPB... 81

QUADRO 12 Identificação dos atores da pesquisa... 83

QUADRO 13 Objetivos específicos e instrumentos de coleta de dados... 85 QUADRO 14 Categorias de análise... 87

QUADRO 15 Categoria: Tecnologia da informação e comunicação... 89

QUADRO 16 Categoria: Comunicação Científica... 94

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AACR Anglo - American Cataloguing Rules

ANDIFES Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior

BC Biblioteca Central

BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BIREME Biblioteca Regional de Medicina

BVS/PSI Biblioteca Virtual em Saúde Psicologia

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CCN Catálogo Coletivo Nacional

CCS Centro de Ciências da Saúde

CCT Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia

CDS/ISIS Computerized Documentation System/ Integrated Set of Information Systems

COMUT Programa de Comutação Bibliográfica

CONSEPE Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão CONSUNI Conselho Universitário

CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CTC Comitê Técnico Consultivo

DED Diretoria de Educação a Distância DPT Divisão de Processos Técnicos DSU Divisão de Serviços aos Usuários EAD Educação a Distância

FINEP Financiadora de Estudos e Pesquisas

FUST Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações IBBD Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação

IBICT Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia ISBN International Standard Book Number

ISSN International Standard Serial Number

LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde MEC Ministério da Educação

MARC Machine Readable Cataloging MC Ministério das Comunicações

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MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão NDLTD Networked Digital Library of Theses and Dissertations NTI Núcleo de Tecnologia da Informação

OAI Open Archives Initiative

OJS Open Journal System

OCLC Online Computer Library Center

PDE Plano de Desenvolvimento da Educação

PRODEMA Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente PUC Pontifícia Universidade Católica

REUNI Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais

RI Repositórios Institucionais

SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência SCAD Serviço Cooperativo de Acesso a Documentos. SEED Secretaria de Educação a Distância

SEER Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas SESU Secretaria de Educação Superior

SID Seção de Documentação e Informação SIG Sistema Integrado de Gestão

SIGAA Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas STI Superintendência de Tecnologia da Informação

TEDE Sistema Eletrônico de Teses e Dissertações TIC Tecnologia da Informação e Comunicação UAB Universidade Aberta do Brasil

UFBA Universidade Federal da Bahia UFPB Universidade Federal da Paraíba

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte UNB Universidade de Brasília

(10)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO... 19

2.1 OS CONCEITOS DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO... 21

2.2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO 23 2.3 A INFORMAÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL... 26

2.4 O PROJETO SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL... 29

2.5 A EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA... 37

2.6 COMUNICAÇÕES FORMAL, INFORMAL E ELETRÔNICA... 40

3 AS TIC’S NO CENÁRIO EDUCACIONAL... 46

3.1 A BIBLIOTECA CENTRAL DA UFPB E AS TIC’S... 51

3.2 A BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E DISSERTAÇÕES (BDTD)... 55

3.3 IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA BDTD/UFPB... 59

3.4 O DESAFIO DE IMPLANTAR UM REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL (RI) 64 4 METODOLOGIA... 68

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA... 69

4.2 DELIMITAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA... 70

4.2.1 O CATÁLOGO COLETIVO NACIONAL (CCN) NA UFPB... 76

4.2.2 O SERVIÇO DE COMUTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA (COMUT) NA UFPB.. 76

4.2.3 BDTD/UFPB... 80

4.3 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA... 83

4.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANÁLISE DOS DADOS... 83

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS... 88

5.1 CATEGORIA: TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO... 88

5.2 CATEGORIA: COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA... 94

5.3 CATEGORIA: INSTRUMENTOS TECNOLÓGICOS DO IBICT... 98

(11)

REFERÊNCIAS... 108

APÊNDICES... 119

APÊNDICE – A... 120

APÊNDICE – B... 122

ANEXO – A ... 124

(12)

1 INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos e os novos meios de comunicação científica ampliaram o fluxo de informações, modificando as formas de acesso e o intercâmbio de experiências entre pesquisadores. Constituem, portanto, uma nova perspectiva de lidar e disseminar o conhecimento. Nesse contexto, o desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) e dos novos canais de comunicação científica se apresentam como requisito e desafio para as instituições de ensino superior e suas bibliotecas.

De acordo com Rosa e Gomes (2010), o aprimoramento da internet - com o surgimento da web 2.0 em 2004 - reforçou a importância do espaço virtual, que

assumiu um papel relevante entre os canais formais e informais de comunicação científica, ao apresentar como conceito a web como plataforma, oferecendo serviços

como a criação de blogs, fóruns de discussão, wikis, sistemas RSS, aplicações

baseadas em folksonomia, redes sociais, entre outros.

No cenário acadêmico, as barreiras de acesso restrito aos principais periódicos e das permissões de uso devido ao alto custo das suas assinaturas motivaram pesquisadores do mundo inteiro a iniciar um movimento global denominado “Movimento de Acesso Aberto à Informação Científica”. De acordo com Viana, Mardero e Shintaku (2013, p.2), esse movimento propõe que:

[...] a informação científica seja disponibilizada gratuitamente, apesar dos esforços contrários por parte da indústria editorial e de órgãos públicos que guardam acervos valiosos para a pesquisa. As bibliotecas digitais, os repositórios institucionais e os periódicos de acesso aberto estão provocando uma mudança nas práticas de trabalho dos membros da comunidade científica e requerendo sua participação no esforço global para definir e classificar seus documentos segundo um novo modelo de comunicação científica.

(13)

promovendo discussões em eventos do âmbito da Ciência da Informação e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Como alguns exemplos desse esforço, citam-se a coleta automática de registros e disseminação de teses e dissertações, a editoração de revistas eletrônicas e os repositórios de documentos digitais de diversas naturezas (desde documentos textuais a publicações multimídia). [...] a criação de bibliotecas digitais, a implantação de repositórios digitais em todas as universidades do Governo Federal e em diversas unidades de pesquisa do MCT, a criação de mais de 500 periódicos eletrônicos [...]. (IBICT, 2013a)

Na perspectiva do movimento de acesso aberto à informação, a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) pode ser considerada como a primeira iniciativa das instituições de ensino e pesquisa para a construção e manutenção de um repositório de teses e dissertações produzidas no Brasil.

Os repositórios digitais podem ser considerados uma inovação no gerenciamento da informação digital. As editoras, bibliotecas, arquivos e centros de informação em vários países estão criando grandes repositórios de informação digital, contendo diferentes tipos de conteúdos e formatos de arquivos digitais. (DSPACE, 2013)

Desenvolvida pelo IBICT, a biblioteca digital compõe a Networked Digital Library of Theses and Dissertations (NDLTD) da Virgínia Tech e se configura como

um projeto reconhecido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura).

Nessa mesma orientação, tendo como finalidade garantir a autoria do conhecimento produzido por seus pesquisadores, o projeto dos Repositórios Institucionais (RI) é posterior à proposta das bibliotecas digitais e tem como meta a implantação de um portal, semelhante ao da BDTD, que contenha toda a produção acadêmica considerada de valor científico pela instituição.

Os repositórios institucionais, portanto, possibilitam o depósito, o arquivamento e a socialização de conteúdos de natureza acadêmico-científica produzidos por membros da instituição, além dos disponibilizados pela BDTD. A criação dos repositórios institucionais envolve a utilização do software DSPACE1 que

(14)

permite o gerenciamento e a preservação digital da produção intelectual das instituições.

O aumento da disponibilidade de canais de comunicação científica, o aprimoramento da internet e a expansão do movimento de acesso aberto à informação são exemplos de variáveis que estão afetando diretamente as bibliotecas universitárias, delineando novos serviços e exigindo novas competências aos profissionais da informação.

Nesse novo cenário, proporcionado pelas TIC’s, a demanda por informação é cada vez maior e as bibliotecas, para alcançar seus objetivos e manter sua relevância, necessitam utilizar de forma satisfatória os recursos humanos e financeiros disponíveis na organização. Com esse intuito, serão necessárias alterações na forma de utilizar, armazenar e compartilhar o conhecimento, como também uma nova postura do profissional e da biblioteca como gestora da informação.

De acordo com Leitão (2005, p.24), as “bibliotecas não existem de forma independente da sociedade e das instituições às quais se vinculam”. Elas seguem as tendências que se processam na vida em sociedade, particularmente, aquelas relacionadas ao campo do conhecimento e da educação. O autor relata, ainda, que o relacionamento entre bibliotecas universitárias e instituições de ensino as quais estão ligadas envolve inúmeros fatores, dos quais ele destaca:

O armazenamento de documentos que apoiam, historiam e estimulam o saber; o acompanhamento dos rumos tomados pelo conhecimento; o estreitamento dos laços com seu usuário; e a gestão de toda espécie de recursos que essas atividades envolvem (LEITÃO, 2005, p. 27).

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Paraíba (BC/UFPB) – órgão suplementar que coordena o SISTEMOTECA da instituição – especificamente as Divisões de Processos Técnicos e de Serviços aos Usuários, analisando os parâmetros assumidos por essa organização em suas práticas voltadas à socialização do conhecimento.

O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal da Paraíba - SISTEMOTECA – é um conjunto de Bibliotecas integradas sob os aspectos funcional e operacional, tendo por objetivo a unidade e harmonia das atividades educacionais, científicas tecnológicas e culturais da UFPB, voltadas para a coleta, tratamento, armazenagem, recuperação e disseminação de informações, para o apoio aos programas de ensino, pesquisa e extensão. (UFPB, p.2, 2013)

As mudanças proporcionadas pelas TIC’s passaram a exigir das bibliotecas universitárias o comprometimento com competências estabelecidas em uma nova configuração, na qual deixam de ser apenas “repositórios de informações e passam a trabalhar com políticas que focam a satisfação do usuário e a contribuição das suas ações na melhoria dos processos e dos resultados de formação de alunos”. Lubisco (2011, p.13-14).

Apesar de não se ter a intenção de esgotar o tema, em virtude de uma série de restrições relacionadas ao tempo e aos recursos disponíveis, pressupõe-se poder contribuir para o início de um debate sobre o assunto, uma vez que se trata de uma reflexão indissociável da missão da Biblioteca Central, qual seja: dar suporte informacional aos programas de ensino, pesquisa e extensão da UFPB.

Ao elaborarmos a problematização desta pesquisa, revisitamos as discussões acerca do cenário educacional. Nessa perspectiva, com uma visão crítica sobre as TIC’s, o educador Nilton Duarte, em sua obra “Sociedade do Conhecimento ou Sociedade das Ilusões” (2008), defende que uma das ilusões dessa sociedade é compreender que, atualmente, o conhecimento está mais acessível do que em qualquer outro tempo.

(16)

Também no campo educacional, Demo (2009) afirma que a utilização das novas tecnologias costuma despertar euforias e expectativas, muitas vezes infundadas, provocando descontentamento entre os educadores. O autor observa que, efetivamente, elas são utilizadas apenas para aprimorar velhas práticas e que poucos percebem as novas possibilidades de trabalho proporcionadas pelas TIC’s.

Na mesma linha de argumentação observada em Duarte (2008), Squirra (2004) acredita ser praticamente impossível que toda a sociedade venha a ter acesso aos múltiplos e específicos recursos disponíveis na Sociedade do Conhecimento. Para o autor, apesar de todos saírem ganhando com a modernização e desenvolvimento dos processos de comunicação, o que vem acontecendo é que “a distância entre os que tinham mais e os que tinham menos acesso à informação se alarga indefinidamente com a implementação sucessiva e cada vez mais intensa de mais recursos tecnológicos”. Squirra (2004, p.262).

Inserido nessa discussão, Fujino (2009) destaca que o conhecimento, enquanto instrumento ideológico de dominação e poder pode contribuir para o crescimento significativo da exclusão social e da pobreza. De acordo com o autor, a partir do momento em que o conhecimento se torna fundamental na vida em sociedade, acredita-se que seja, também, essencial para o sucesso profissional dos empregados e consequentemente das organizações.

Ao analisar esse aspecto, Takahashi (2000, p.7) aponta “a educação como elemento-chave para a construção de uma sociedade da informação e condição essencial para que pessoas e organizações estejam aptas a lidar com o novo, a criar e, assim, garantir seu espaço de liberdade e autonomia”.

Nessa perspectiva, Carvalho (2004) alerta para a necessidade de nos mantermos atentos para que essas alterações promovidas pelas TIC’s não aumentem as distorções econômicas, quase sempre acompanhadas da marginalização e exclusão dos que não dispõem de acesso ao conhecimento.

No ambiente universitário, a autora destaca, ainda que o papel de instituições como as bibliotecas precisa ser fortalecido e implementado diante da transição do papel de armazenadoras de documentos para a de provedoras de acesso à informação.

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como pressuposto a compreensão de que uma biblioteca universitária, ao utilizar as TIC’s, de forma adequada e não excludente, no gerenciamento de suas atividades e nas ferramentas de pesquisa disponibilizadas aos seus usuários, está contribuindo efetivamente na socialização do conhecimento. Acerca desse aspecto, Agrasso Neto e Abreu (2009, p.34) afirmam que:

No âmbito da execução da própria pesquisa, o impacto das TIC’s conduz a recursos metodológicos sofisticados e abrangentes que favorecem a manipulação de dados com mais precisão, rapidez e segurança, incluindo indistintamente coleta, tratamento e análise.

Diante dessa concepção, este estudo procura responder aos seguintes questionamentos: O emprego das TIC’s no ambiente da Biblioteca Central da UFPB vem promovendo o acesso à comunicação científica? Os instrumentos tecnológicos disponibilizados pelo IBICT contribuem para a Socialização do Conhecimento Científico?

Nessa perspectiva, o objetivo geral desta pesquisa é investigar a visão dos gestores sobre de que forma a Biblioteca Central da UFPB contribui com a socialização do conhecimento científico, ao utilizar as TIC’s e as ferramentas tecnológicas disponibilizadas pelo IBICT no gerenciamento de suas atividades. A fim de alcançar esse objetivo, assume-se como estratégia de pesquisa o estudo de caso, utilizando como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada para uma avaliação qualitativa. Com esse intuito, foram definidos os seguintes objetivos específicos:

a) Descrever as principais transformações promovidas pelas TIC’s no gerenciamento dos serviços oferecidos pela Biblioteca Central da UFPB; b) Identificar as mudanças ocorridas nos meios de acesso à comunicação

científica disponíveis na Biblioteca Central;

c) Descrever os instrumentos tecnológicos desenvolvidos pelo IBICT e disponibilizados pela Biblioteca Central da UFPB;

d) Relatar a experiência da implantação da BDTD/UFPB/IBICT.

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promover, de forma significativa a consolidação das bibliotecas universitárias como instituições comprometidas com a produção e a socialização do conhecimento, contribuindo para a formação de alunos, o desenvolvimento da pesquisa e a preservação da memória através da manutenção de seu acervo no ambiente digital.

Ferramentas como a web 2.0, aplicadas na biblioteca em serviços de referência e atendimento ao usuário, funcionam como instrumentos de socialização e compartilhamento de informações, imprimindo qualidade aos serviços oferecidos pelas bibliotecas universitárias e ampliando as possibilidades de interação entre a instituição e a comunidade acadêmica.

As universidades e os centros de pesquisa são responsáveis por grande parte da produção científica do país. Para Barbosa e Franklin (2011) diante do volume de informações impressas, da quantidade de recursos informacionais ainda de acesso restrito e do fato de parte dos usuários não disporem da competência informacional necessária para transformar toda a gama de informação disponível em conhecimento, as bibliotecas e demais centros de documentação continuam exercendo papel fundamental na socialização da informação científica e tecnológica, fortalecendo as bases culturais da sociedade.

Enquanto bibliotecária da instituição e coordenadora da BDTD/UFPB, esta pesquisadora identifica as dificuldades gerenciais de um sistema de informação, como também a importância dessas ferramentas na gestão do conhecimento produzido.

Nesse sentido, a análise do processo de socialização do conhecimento na UFPB desperta interesse, por estar diretamente ligada às mudanças provocadas pelas tecnologias na prestação dos serviços oferecidos pelas bibliotecas universitárias. Como provedoras de acesso à informação e órgãos de apoio às atividades acadêmicas, as bibliotecas precisam repensar o alcance dos seus serviços e dos produtos oferecidos, adaptando-se ao novo perfil do usuário da informação.

O referencial teórico deste estudo é apresentado em duas seções, precedidas de um texto introdutório cuja intenção é contextualizar a pesquisa, apresentando a delimitação do tema abordado, a problematização, a justificativa e os objetivos.

(19)

sociais. Propõe-se, ainda, a descrição dos conceitos “Informação e Conhecimento”, “Sociedade da Informação” e “Sociedade do Conhecimento”, concluindo com as iniciativas do poder público brasileiro voltadas à inserção do país no paradigma da Sociedade da Informação. Inseridos nessa discussão, abordamos as transformações observadas na promoção da informação científica em nosso país.

Na terceira seção desta dissertação, intitulada “As TIC’s no cenário educacional”, direciona-se a discussão à análise da dimensão das tecnologias digitais na educação e aos desafios projetados a aprendizagem. Relata-se, também, a inserção da Biblioteca Central no ambiente das TIC’s, a experiência da implantação da BDTD/UFPB, identificando os caminhos percorridos e a importância da criação do repositório institucional como ferramenta e instrumento de preservação digital, democratização do acesso à informação, uso e visibilidade da produção científica da instituição.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

No cenário atual, as TIC’s desempenham um papel central nas transformações ocorridas em nossa sociedade, representando, para alguns teóricos, a terceira revolução industrial. Essa nova revolução tecnológica tem recebido diversas denominações: Castells (2006) definiu esse período como o da Revolução das Tecnologias da Informação; Rifkin (1996) o elege como a Era do Acesso; Lévy (1999) identifica esse momento histórico como a segunda Revolução Técnico Industrial.

Rifkin (1996) relata, em sua obra “O fim dos empregos”, que a terceira revolução industrial surgiu após a Segunda Guerra Mundial e, somente agora, está começando a ter um impacto significativo no modo como a sociedade organiza sua atividade econômica. Em seu estudo, o autor esclarece que através de máquinas inteligentes e programadas é possível realizar funções conceituais, gerenciais e administrativas, além de coordenar o fluxo da produção, desde a extração da matéria-prima ao marketing e à distribuição do produto final, bem como de serviços.

Na sua obra “A sociedade informática”, escrita na década de 1980, a pedido do Clube de Roma2, Shaff (2007), consciente dessa projeção do cenário tecnológico e das consequências dessas mudanças, destaca as modificações ocorridas em nossa sociedade, nos campos da microeletrônica, microbiologia, e engenharia genética, compreendendo todas as esferas da vida social. Nesse cenário de revoluções, duas questões são levantadas pelo autor: uma relacionada ao sentido da vida do homem e a um ideal humanista; e outra relacionada aos assuntos políticos, indagando o papel do Estado diante desse cenário.

Nessa discussão, Shaff (2007, p.21) afirma que: “Só um cego não percebe as mudanças que estão ocorrendo neste campo e as suas óbvias conexões com a segunda revolução industrial que cada vez mais se intensifica”. Em suas considerações, o autor se refere à primeira revolução industrial como a ocorrida no século XVIII até o início do século XIX, na qual a força física do homem foi substituída pela energia das máquinas, com a utilização do vapor, e mais adiante, da

2Grupo, composto por integrantes de diversas nacionalidades, que se propunha a analisar e a

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eletricidade. Na sequência, a segunda revolução técnico industrial é a que consiste em substituir as capacidades intelectuais do homem por máquinas.

Na visão de Shaff, a eliminação do trabalho humano e a automação da produção implicam em uma fragilidade de ordem social, uma vez que esse processo promove o desemprego estrutural. Acerca dessa dimensão, o autor alerta que privar o ser humano do trabalho é tirá-lo o sentido da vida, além de que sem emprego não há como adquirir renda. Como quem antever o futuro, Shaff (2007) busca a resposta sobre qual amanhã nos espera. Portanto, fica evidente, em suas palavras, que a atual revolução tecnológica não nos conduzirá de forma imediata a democratização do conhecimento.

Atualmente podemos observar uma divisão clara, algo parecido com a incultura das massas e a cultura de um número ainda reduzido de pessoas iniciadas na ciência dos computadores, entre as que conhecem e as que desconhecem o funcionamento dos computadores. Não me refiro aqui a diferença entre este “conhecimento” e a “ignorância”, já que este é um fenômeno transitório que não tardará a desaparecer quando forem modificados os currículos escolares. Refiro-me na realidade a algo que será muito mais persistente (e que poderá, inclusive, se agravar) e que diz respeito à “informação”. (SHAFF, 2007, p.49).

Diante dessa constatação, o autor afirma que, se não houver a ação política dos partidos populares e das representações dos trabalhadores, um desenvolvimento possível para a sociedade informática é a divisão social entre quem tem e quem não tem acesso à tecnologia.

O processo de globalização e a valorização cada vez maior da informação e do conhecimento como recursos estratégicos para o desenvolvimento e a competitividade das nações são exemplos da influência das TIC’s na sociedade contemporânea. Nesse sentido, Castells e Cardoso (2006) propõem uma análise crítica e afirmam que essas mudanças estão em curso desde a década de 60, observando que a disseminação das TIC’s vem acontecendo de forma desigual por todo o mundo.

(22)

de redes tecnológicas que fornecem novas capacidades a uma velha forma de organização social: as redes. (CASTELLS; CARDOSO, 2006, p.17).

Em “A Sociedade em Rede”, Castells (2006, p.69) argumenta, ainda, que:

O que caracteriza a atual revolução não é a centralização de conhecimento e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de conhecimentos e dispositivos de processamento/comunicação da informação em um ciclo contínuo entre a inovação e seu uso.

Nessa perspectiva, as TIC’s se configuram como a mola propulsora de mudanças políticas, sociais, econômicas, entre outras. No entanto, o autor esclarece que o acesso à informação não garante a geração de conhecimento e aprendizagem.

Ao se refletir sobre essa nova ordem social delineada pelas TIC’s, compreende-se que a não integração a esse paradigma pode aprofundar, ainda mais, as desigualdades existentes em todo o mundo. Acerca desse tema, Lemos e Lévy (2010, p.153) definem exclusão digital como “a falta de capacidade técnica, social, cultural, intelectual e econômica de acesso às novas tecnologias e aos desafios da sociedade da informação”. No Brasil, uma dimensão significativa das desigualdades sociais é proporcionada pela falta de acesso e de conhecimento da informação disponível na sociedade, bem como da falta de competência no agir e reagir de forma a desfrutar seus benefícios.

2.1OS CONCEITOS DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

‘Informação’ e ‘conhecimento’ são conceitos relacionados, mas um não se reduz ao outro. Ao abordar questões ligadas à disseminação do conhecimento, julga-se necessário analisar tais conceitos no contexto das tecnologias.

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De acordo com Cintra (2002), a informação se estabelece, na sociedade atual, como dimensão indispensável do cotidiano das pessoas, tendo como principal responsável os meios de comunicação de massa. O autor acredita que :

[...] a informação cumpre papel decisivo na transformação dos destinos da humanidade, uma vez que ela está diretamente, ligada ao conhecimento e ao desenvolvimento de cada uma das áreas do saber, já que todo conhecimento começa por algum tipo de informação e se constitui em informação. (CINTRA, 2002, p.20).

A informação é insumo para qualquer atividade, seja na academia ou no ambiente profissional. Buscando diferenciar os conceitos de informação e conhecimento, Tarapanoff (2006) compreende que a geração de novo conhecimento só será concretizada quando a informação for absorvida pelo indivíduo por intermédio de relações cognitivas.

No contexto da gestão da informação, Tarapanoff (2006, p.23) esclarece que “informação, refere-se a todos os tipos de informação de valor, tanto de origem interna quanto externa à organização”. Para a autora, apenas será possível chamá-la de “informação”, se esta for compreendida, ou seja, se existir por parte do indivíduo cognoscente concordância em relação ao seu sentido; de outra forma, não poderá ser considerada informação.

Para Le Coadic (2004, p.4), a informação é “um conhecimento inscrito (registrado) em forma escrita (impressa ou digital), oral ou audiovisual, em um suporte”. O autor considera a informação como o resultado do ato de conhecer, ou seja, a capacidade de formar ideia acerca de alguma coisa. Portanto, esclarece que a informação obtida por um indivíduo, para transformar-se em conhecimento, dialoga com a sua cultura, seus valores e princípios, seu modo de agir e perceber o mundo.

Acerca do conceito de conhecimento, Wilson (2006, p.38) define o termo como um fenômeno que “envolve os processos mentais de compreensão, entendimento e aprendizado que se passam na mente e apenas na mente, independentemente de interação com o mundo exterior à mente e a interação com outros”.

(24)

do conhecimento, ou seja, a informação atua no processo de cognição, no entanto, isolada, não se traduz efetivamente em conhecimento.

2.2 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

Com relação aos conceitos de “Sociedade da Informação” e “Sociedade do Conhecimento”, podemos identificar, com certa frequência, ambiguidade na definição dos termos. O primeiro é, comumente, associado ao aparecimento dos meios eletrônicos e das TIC’s.

Nesse sentido, Quevedo (2007, p.56) afirma que:

[...] às tecnologias do fim do século XX, à fibra ótica, à virtualização de certos processos, às concentrações ocorridas no mundo industrial no que diz respeito à produção de informação nas décadas de 1980 e 1990, o mundo dos equipamentos institucionais, domésticos, do espaço, um mundo onde a informação abunda, porém de maneira menos discriminada, e no qual o cidadão está tão ávido por receber notícias como por saber quais delas são importantes. Esse é o território no qual, no meu entendimento, movem-se muitos temas da sociedade da informação.

No contexto dessas discussões, Legey e Albagli (2000) associam o termo “Sociedade da Informação” a um modo de desenvolvimento social e econômico, no qual a obtenção, o armazenamento, o processamento, a valorização, a transmissão, a distribuição e a disseminação de informação desempenham um papel central na atividade econômica, na geração de novos conhecimentos, na criação de riqueza, na definição da qualidade de vida e na satisfação das necessidades dos cidadãos e das suas práticas culturais.

Na linha das definições, Moore (1997, p.271) aponta que a “Sociedade da Informação” tem três características importantes. A primeira se refere à utilização da informação como um recurso econômico. Nessa dimensão, “As organizações fazem um maior uso da informação para aumentar a sua eficiência, para estimular a inovação e aumentar a sua eficácia e posição competitiva, geralmente por meio da melhoria na qualidade dos bens e serviços que produzem”.

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suas atividades como consumidores, para explorar os seus direitos nos serviços públicos, para ter mais controle sobre suas próprias vidas, para exercer os seus direitos civis e responsabilidades”.

A terceira característica se refere ao desenvolvimento de um setor de informação no âmbito da economia. O autor esclarece que a função desse setor é satisfazer à demanda geral por serviços de informação. Nesse contexto, os interesses desse setor envolvem a preocupação com a infraestrutura tecnológica - as redes de telecomunicações e computadores – e com o desenvolvimento da indústria de geração de informação que flui ao redor das redes, composta pelos provedores de informação e de conteúdo.

A fim de esclarecermos o conceito de Sociedade do Conhecimento, revisitamos o estudo de Rejas (2012, p. 137-138), o qual sistematiza seis principais características desse cenário, a saber:

[...] o alto grau de competição que existe entre as nações, organizações e indivíduos. Esta competição é acentuada pela globalização da economia mundial e pela abertura dos mercados financeiros, de produção e de comercialização de produtos e serviços.[...] a formação do indivíduo em uma esfera de natureza formal, contínua e permanente.[...] o capital humano como fator fundamental para o sucesso das organizações e é a base da vantagem competitiva, uma vez que é possível investir nesse capital, buscando desenvolver e melhorar suas habilidades, aliando-o aos objetivos das organizações.[...] a formação do capital humano, destacando que, para seu desenvolvimento, são necessárias habilidades, bem como conhecimentos que devem ser alcançados através do ensino médio e básico. [...] as TIC’s como um meio essencial para as ações diárias das pessoas, no trabalho e nas relações sociais. [...] a abertura de uma sociedade global e de trabalho em rede que ultrapassam as barreiras geográficas.

Nessa perspectiva, observamos que a autora enfatiza a importância de uma formação contínua, formal e permanente do indivíduo como direcionamento para atender às exigências dos novos paradigmas econômicos e sociais delineados pela chamada sociedade do conhecimento.

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desenvolvimento para todos e, especialmente, para os países menos desenvolvidos, buscando objetivos ainda maiores: o acesso à informação para todos e o futuro da liberdade de expressão.

De caráter humanitário, o informe destaca, ainda, que o elemento central da sociedade do conhecimento é a capacidade para identificar, produzir, tratar, difundir e utilizar a informação com o objetivo de criar e aplicar o conhecimento necessário para o desenvolvimento humano.

Ao analisar o termo “Sociedade do Conhecimento” sob a dimensão econômica, Quevedo (2007) relaciona o tema à mudança dos paradigmas com os quais o capitalismo funciona hoje, identificando as transformações na sociedade industrial:

O termo está relacionado ao que se conhece como o fim da indústria de massa e dos produtos, tal como os conhecemos na primeira metade do século XX, e assinala a aparição do trabalho em rede, as formas globalizadas de produção e a predominância dos bens intangíveis. Um mundo onde o mercado também exige saberes e capacidades de novo tipo e onde as ideias e o conhecimento começam a apresentar-nos o desafio de legislar sobre eles; um mundo que requer uma nova análise das estratégias de poder que nele têm lugar, pensada da perspectiva do público; um Estado que também exige novas capacidades, ligadas às novas formas de organização e às novas formas da cidadania.(QUEVEDO, 2007, p.56)

No eixo das reflexões acerca do impacto social das tecnologias da informação e comunicação, Extremo, Amante e Costa (2013) aproximam os conceitos de ‘Sociedade da Informação’ e ‘Sociedade do Conhecimento’, reconhecendo a informação como um recurso estratégico e atribuindo-lhe um valor fundamental como fonte de produtividade e poder.

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Constata-se, através da análise das concepções apresentadas, que com o incremento das tecnologias da informação e comunicação, o conhecimento passou a ser um dos principais fatores para o desenvolvimento econômico e cultural, bem como para a superação das desigualdades sociais. Diante disso, o mercado de trabalho passa a exigir maior qualificação profissional e habilidades que permitam dominar as mudanças proporcionadas pelas TIC’s em uma sociedade cada vez mais competitiva.

2.3 A INFORMAÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL

Na década de 70, grandes transformações foram realizadas em nosso país nas atividades de Ciência e Tecnologia. Entre essas mudanças, destacamos a reestruturação do Conselho Nacional de Pesquisas em Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), expandindo a sua atuação, ao se transformar em fundação ligada à Secretaria do Planejamento e à Presidência da República.

Da mesma maneira que o CNPq, o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD) passou por uma transformação, inclusive com a mudança de nome para IBICT, com a publicação da Resolução Executiva do CNPq n° 20/76. Desde então, o IBICT solidificava-se como órgão que coordenaria, no Brasil, as atividades de informação em Ciência e Tecnologia.

De acordo com informações obtidas no site do Instituto3, o referido órgão atua na promoção da informação científica e tecnológica desde o ano de 1975. Entre as ações desenvolvidas, destacamos a atribuição do número internacional normalizado para publicações seriadas, o International Standard Serial Number (ISSN). Entre as principais ferramentas tecnológicas disponibilizadas pelo IBICT, estão:

Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN) criado em 1954, pelo então IBBD, como um catálogo convencional de fichas, com prestação de informações presenciais, por telefone ou correspondência. Desde então, o serviço tem acompanhado a evolução das tecnologias,

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passando pela edição impressa, por microfichas e, finalmente, para sua atual versão eletrônica;

O Programa de Comutação Bibliográfica (COMUT), instituído pela Portaria nº 456 de 5 de agosto de 1980, é um dos produtos tradicionais do IBICT, que possibilita a obtenção de cópias de documentos técnicos científicos disponíveis nos acervos das principais bibliotecas brasileiras e em serviços de informação internacionais.

No processo de implantação da Sociedade da Informação no Brasil, o IBICT teve papel fundamental na consolidação do projeto. No documento “Sociedade da Informação: ciência e tecnologia para a construção da sociedade da informação no Brasil: bases para o Brasil na sociedade da informação: conceitos...”4, elaborado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (1998), a pedido do Instituto, já estava clara a importância do setor de conteúdo como prioridade para as áreas da ciência, da tecnologia e da educação.

O texto contempla dez objetivos - que envolvem os setores de C&T, educação, saúde, meio ambiente, empresa brasileira, cultura, trabalho, transporte e trânsito, governo, relações internacionais - bem como as propostas do IBICT no desenvolvimento do setor de informação do país e seu papel de condutor das ações da área na construção de uma sociedade da informação. Assim, o chamado setor de informação atua:

[...] com dados, informação propriamente dita, conhecimento e inteligência, assim hierarquizados segundo o nível de valor sucessivamente agregado no processamento, na análise, na avaliação e na contextualização para decisão. Destarte, inteligência (informações analisadas e contextualizadas para fins decisórios) e conhecimento (informações sistematizadas e assimiladas pelo indivíduo, de forma relacionada com seu saber e sentir anteriores) representam áreas multidisciplinares de alto valor agregado. [...] conteúdo, considerado como a matéria-prima vital da sociedade da informação, é definido como dados, texto, som, imagem ou combinações multimídia dos mesmos, representados em formato analógico ou digital em diversos suportes, como sejam papel, microfilmes, memória magnética ou óptica. (BASES, p.71-72).

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No cenário atual, o IBICT vem desenvolvendo diversos projetos que buscam a visibilidade da ciência brasileira e a democratização da informação através do acesso aberto à informação. Entre as iniciativas desenvolvidas pelo órgão destacamos os seguintes projetos:

[,,,] a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), com mais de 204 mil documentos de acesso aberto; o Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER), que possui 768 revistas de acesso aberto e cerca de 125 portais de revistas criados com o software SEER; os treinamentos do Seer a distância (SEERAD); os repositórios digitais de acesso aberto (RDs); o sistema On-line de Acompanhamento de Conferências (SOAC); o diretório de políticas editoriais das revistas científicas brasileiras (Diadorim); a biblioteca Virtual Temática (BVT); o software de criação e gerenciamento de tesauros (TECER) e o Portal Brasileiro de Acesso Aberto à Informação Científica (oasis.br). (IBICT, 2013a).

Na concepção desses projetos, as instituições de ensino e pesquisa de todo o país participam como instituições parceiras com a missão de promover, gerar e disseminar o conhecimento. Nessa perspectiva, a educação superior assume papel central no processo de desenvolvimento cultural, social e econômico de indivíduos, comunidade e nação.

Essa reconhecida relevância projeta-se no texto da “Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: visão e ação”5, o qual define, entre as missões e funções da Educação Superior (Art.5), a promoção do saber mediante a pesquisa na ciência, nas artes e nas ciências humanas e a divulgação dos seus resultados:

O avanço do conhecimento por meio da pesquisa é uma função essencial de todos os sistemas de educação superior que têm o dever de promover os estudos de pós-graduação. A inovação, a interdisciplinariedade e a transdisciplinariedade devem ser fomentadas e reforçadas nestes programas, baseando as orientações de longo prazo em objetivos e necessidades sociais e culturais. Deve ser estabelecido um equilíbrio apropriado entre a pesquisa básica e a pesquisa aplicada a objetivos específicos. (DECLARAÇÃO, 2013).

5 Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: visão e ação. Disponível

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Portanto, a relação da sociedade com o saber ganha destaque na pauta das discussões advindas nesse novo paradigma de organização social e, nesse cenário como não poderia deixar de ser a universidade também passa por um momento de transformação e revisão de seus valores, missões, compromisso social, transformações tecnológicas, democratização do acesso, entre outras questões.

Como produtora de informação científica, a universidade exerce papel importante no desenvolvimento da sociedade, na comunicação do conhecimento produzido e, consequentemente, no desenvolvimento econômico da comunidade na qual está inserida.

No campo da ciência e tecnologia, as TIC’s vêm proporcionando aos pesquisadores e às instituições de ensino, novos serviços e canais de comunicação científica. A partir desse direcionamento, projetamos as discussões da próxima subseção para as iniciativas do poder público brasileiro voltadas à inserção do país na sociedade da informação.

2.4 O PROJETO SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL

A inquietação do governo brasileiro com o desenvolvimento de um projeto para a introdução do país na “Sociedade da Informação” se manifestou, concretamente, através do documento “A construção da Sociedade da Informação no Brasil: o papel do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia6” elaborado por Lucena e Campos (2012) - o primeiro, membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) e o segundo, à época, Secretário de Política de Informática e Automação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

O texto, que tem sua versão preliminar publicada em 1996, aborda as perspectivas tecnológicas que fundamentariam a sociedade da informação. Segundo o documento: “a revolução da informação modificaria de forma permanente a educação, o trabalho, o governo e serviços públicos como saúde, arrecadação e segurança, o lazer, as formas de discutir e organizar a sociedade [...]”. Lucena (2012, p. 1).

6LUCENA, Carlos José Pereira de; CAMPOS, Ivan Moura. A construção da sociedade da

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Para enfrentar as consequências sociais causadas pela influência dessa revolução, o texto relata a importância da implantação de uma infraestrutura nacional de informação; bem como a conexão de tal infraestrutura às redes mundiais de informação e o desenvolvimento de recursos humanos altamente qualificados.

O documento destaca, ainda, a importância da definição das regras de exploração da internet, no período compreendido entre os anos de 1995 a 1996, na ocasião da criação do comitê gestor da internet no Brasil, coordenado pelo Ministério das Comunicações (MC) e MCT. Desde a publicação do documento, observa-se o acentuado crescimento do número de usuários de internet no país, sendo esta considerada uma das mais sofisticadas tecnologias disponíveis no mundo.

A concretização do programa “Sociedade da Informação no Brasil”, promovido pelo MCT, ocorreu no ano de 1999, no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Para os envolvidos no programa, ficava evidente que a transformação dos processos de produção, distribuição, comercialização e consumo teriam forte impacto na forma como se distribuiria a riqueza entre as nações. Os países, que mais rapidamente, adotassem políticas de fomento e assimilação desses novos processos apresentariam vantagens competitivas em longo prazo.

O Programa “Sociedade da Informação no Brasil’, foi lançado em dezembro passado pela Presidência da República, com o Decreto n.º 3.294/99. Sua coordenação está a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e seu detalhamento, confiado a um Grupo de Implantação, composto por representantes do governo, setor privado, comunidade acadêmica e terceiro setor.(TAKAHASHI, 2000, p.12).

Na sua implantação, ao longo do ano 2000, o programa tinha como objetivos: elaborar uma primeira proposta detalhada do projeto, no chamado Livro Verde7; realizar um amplo processo de consulta à sociedade; e consolidar, posteriormente, no denominado Livro Branco8, um plano definitivo de atividades para o programa a partir da incorporação ao Livro Verde das ideias e opiniões colhidas no processo de consulta.

7 Livro Verde - contém as metas de implementação do Programa Sociedade da informação e constitui

uma súmula consolidada de possíveis aplicações das Tecnologias da Informação elaborada pelo MCT. Disponível em: <http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/434/1/Livro%20Verde.pdf>. Acesso em: 1 jun. 2013.

8 Livro Branco – traz uma síntese do que os inúmeros interlocutores da Conferência Nacional de

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O projeto foi uma das principais iniciativas do governo para afastar a ameaça de um novo tipo de desequilíbrio a partir da formação de um contingente de “info-excluídos”. O programa se desdobra em sete linhas de ação: mercado, trabalho e oportunidades; universalização de serviços e formação para a cidadania; educação para a sociedade da informação; conteúdos e identidade cultural; governo ao alcance de todos; P&D, tecnologias-chave e aplicações; infraestrutura avançada.

O quadro abaixo, elaborado por Legey e Albagli (2000, p.6), ilustra, de forma mais detalhada, as características de cada linha de ação proposta no programa:

QUADRO 1 – LINHAS DE AÇÃO

Linhas de ação Descrição

Mercado, trabalho e oportunidades.

Promoção da competitividade das empresas e a expansão das pequenas e médias empresas, apoio à implantação de comércio eletrônico e oferta de novas formas de trabalho, por meio do uso intensivo de tecnologias de informação e comunicação.

Universalização de serviços e formação para a cidadania.

Promoção da universalização do acesso à Internet, buscando soluções alternativas, com base em novos dispositivos e meios de comunicação; promoção de modelos de acesso coletivo ou compartilhado à Internet e fomento a projetos que promovam a cidadania e a coesão social.

Educação para a Sociedade da Informação.

Apoio aos esquemas de aprendizado, de educação continuada e a distância baseados na Internet e em redes, através de fomento ao ensino, auto-aprendizado e certificação em TIC; implantação de reformas curriculares visando ao uso das TIC em atividades pedagógicas e educacionais, em todos os níveis da educação formal.

Conteúdos e identidade cultural. Promoção da geração de conteúdos e aplicações que enfatizem a identidade cultural brasileira e as matérias de relevância local e regional; fomento a esquemas de digitalização para a preservação artística, cultural, histórica, e de informações de C&T, bem como a projetos de P&D para geração de tecnologias com aplicação em projetos de relevância cultural.

Governo ao alcance de todos. Promoção da informatização da administração pública e do uso de padrões nos seus sistemas aplicativos; concepção, prototipagem e fomento às aplicações em serviços de governo, especialmente, os que envolvem ampla disseminação de informações; fomento à capacitação em gestão de tecnologias de informação e comunicação na administração pública.

P&D,Tecnologias- chave e aplicações.

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de formação maciça de profissionais, entre eles os pesquisadores, em todos os aspectos das TIC.

P&D,Tecnologias-chave e aplicações.

Implantação de infra-estrutura de informações, integrando às diversas redes – governo, setor privado e P&D; adoção de políticas e mecanismos de segurança e privacidade; fomento à implantação de redes, de processamento de alto desempenho e à experimentação de novos protocolos e serviços genéricos; transferência acelerada de tecnologia de redes do setor de P&D para as outras redes e fomento à integração operacional.

Fonte: LEGEY, Liz-Rejane; ALBAGLI, Sarita (2000).

Entre os recursos financeiros disponíveis para o alcance dessas metas estão os instituídos através da Lei N. 7.232 de 29.10.1984, substituída, posteriormente, pelas Leis nº 10.176/01 e 11.077/049, as quais dispõem sobre a Política Nacional de Informática, tendo por objetivo a capacitação nacional nas atividades de informática, em proveito do desenvolvimento social, cultural, político, tecnológico e econômico da sociedade brasileira. As leis concedem incentivos fiscais para empresas produtoras de hardwares específicos e que tenham por prática investir em pesquisa e desenvolvimento. O incentivo concedido é uma diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Como contrapartida, a empresa deve investir um percentual de seu faturamento decorrente dos produtos incentivados em atividades de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos.

Outra medida adotada pelo governo, com o objetivo de diminuir a exclusão digital e promover a democratização das TIC’s, foi a criação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), através da Lei de número 9.99810 de 17 de agosto de 2000. O Fundo previa a implantação de acesso à internet em instituições de ensino, bibliotecas e museus a partir da implementação da telefonia rural, promovendo o acesso irrestrito à estrada digital.

Segundo Lopes (2007, p.12), o FUST é “um mecanismo de auto-financiamento cuja fonte de recursos é primordialmente, uma taxa de 1% cobrada sobre o resultado bruto das concessionárias de telecomunicações, descontando os impostos”. Conforme dados do autor, o fundo arrecadou, até 2007, mais de três

9Lei nº 8.248/91 alterada pelas Leis nº 10.176/01 e 11.077/04de 11/03/2011. Disponível em:

<http://www.capitalinovador.org.br/Financie/Paginas/Lei-de-Inform%C3%A1tica.aspx>. Acesso em: 19 dez. 2012.

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bilhões desde a sua implantação, sendo a principal fonte de recursos para os projetos de inclusão digital.

Em 2012, este valor alcançou a cifra de R$11 bilhões e, conforme já denunciava o autor, “nenhum centavo foi gasto até hoje”, uma vez que boa parte desse dinheiro vem sendo utilizada como truque orçamentário que transforma esses bilhões em superávit fiscal, ajudando o governo a atingir suas rígidas metas fiscais.

A publicação do Livro Branco aconteceu em 2002, nele são relatados os caminhos para que Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) possam colaborar para a construção de um país mais dinâmico, competitivo e socialmente mais justo. Nesse texto, fica evidente a “[...] necessidade de formar e consolidar, em um ambiente estimulante e indutor da inovação, um Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação cuja base científica e tecnológica seja internacionalmente competitiva [...]”, Livro (2002, p.21).

Nessa dinâmica, o Livro Branco apresenta, entre outras constatações:

[...] a importância dos investimentos em Ciência e Tecnologia, enfatizando que as nações desenvolvidas são as que investem de forma estruturada em Ciência e Tecnologia, transformando os êxitos alcançados em inovações. Um dos resultados mais evidentes desses investimentos é a capacidade que essas nações têm de propiciar alta qualidade de vida, empregos bem remunerados, segurança pública e seguridade social a seus cidadãos. (LIVRO, 2002, p.23).

Com o objetivo de promover a inclusão digital entre os brasileiros, foi lançado através do Decreto Presidencial de 3 de abril de 2000, pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG),o Governo Eletrônico11, o qual corresponde a um grupo de trabalho interministerial com a finalidade de examinar e propor políticas, diretrizes e normas relacionadas às novas formas eletrônicas de interação. Com esse intuito, “A política de Governo Eletrônico do Estado Brasileiro segue um conjunto de diretrizes baseado em três ideias fundamentais: participação cidadã; melhoria do gerenciamento interno do Estado; e integração com parceiros e fornecedores”. Projeto (2012).

11HISTÓRICO do governo eletrônico. Disponível em: <

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[...] Enquanto o mundo economicamente mais desenvolvido encontra-se envolto em um complexo de redes digitais de alta capacidade, utilizando intensamente serviços de última geração, uma parcela considerável da população dos demais países não tem acesso sequer à telefonia básica. [...]. (TAKAHASHI, 2000, p.7).

Portanto, o objetivo do projeto “Governo Eletrônico” era transformar a relação do governo com a sociedade e promover interatividade com cidadãos, empresas e órgãos governamentais, melhorando o processo de democratização do país, dinamizando os serviços públicos e possibilitando uma administração pública mais eficiente, proporcionando à sociedade instrumentos para se manifestar junto às ações governamentais. Perspectiva assinalada por Lemos (2007, p.17), ao orientar que “deve-se estimular, além de aquisições básicas de máquinas, software e acesso às redes, a apropriação criativa, a capacitação educacional e o estímulo à produção de conteúdo inovador”.

Desde sua implantação, no ano 2000, pelo governo FHC, o projeto “Governo Eletrônico”, vem lançando diversos programas com o objetivo de diminuir o número de brasileiros que ainda estão à margem do processo de inclusão digital. Entre os projetos mais representativos, destacamos, a partir de informações disponíveis no site do programa12, a saber:

Programa Banda Larga nas Escolas - Parceria firmada entre o Governo Federal e operadoras de telefonia que promoverá a instalação de banda larga (conexão rápida de acesso à Internet) em todas as escolas públicas urbanas de Educação Básica do País. O projeto tem como objetivo conectar todas as escolas públicas urbanas à internet, rede mundial de computadores, por meio de tecnologias que propiciem qualidade, velocidade e serviços para incrementar o ensino público no País.

Computadores para inclusão - É uma rede nacional de reaproveitamento de equipamentos de informática, formação profissional e inclusão digital. É uma ação do Governo Federal e parceiros para colocar mais tecnologia a serviço da cidadania. Órgãos públicos, empresas e cidadãos podem doar seus equipamentos usados aos Centros de Recondicionamento de Computadores

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(CRCs). Esses centros são instalados em periferias de grandes cidades. Os jovens aprendem na prática a testar, consertar, limpar, configurar e embalar as máquinas. Os computadores prontos são doados a telecentros, bibliotecas e escolas públicas de todo o país.

Casa Brasil - O projeto Casa Brasil leva às comunidades localizadas em áreas de baixo índice de desenvolvimento humano computadores e conectividade, priorizando ações em tecnologias livres aliadas à cultura, arte, entretenimento, articulação comunitária e participação popular. O projeto Casa Brasil leva às comunidades localizadas em áreas de baixo índice de desenvolvimento humano computadores e conectividade, priorizando ações em tecnologias livres aliadas à cultura, arte, entretenimento, articulação comunitária e participação popular.

Oficina para Inclusão Digital - Espaço anual de discussão e proposição de estratégias, políticas públicas e diretrizes de acesso e uso das Tecnologias de Informação e da Comunicação (TIC). Tem como eixo fundamental a promoção de ações concretas de inclusão digital, com o objetivo de avaliar e mapear mecanismos voltados ao desenvolvimento do país aproximando pessoas que trabalham diretamente na implementação, formação e áreas técnicas relacionadas ao tema da inclusão digital.

Projeto Cidadão conectado - O Governo Federal, em articulação com a iniciativa privada, facilita a aquisição de computadores por meio do Projeto Computador para Todos. O objetivo principal do projeto é possibilitar para a população que não tem acesso ao computador a obtenção de um equipamento de qualidade, com sistema operacional e aplicativos em software livre, que atenda ao máximo às demandas do usuário, além de permitir acesso à Internet.

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e disponibilização de informações para o acompanhamento e a avaliação das ações de inclusão digital no Brasil.

Programa GESAC - Coordenado pelo Ministério das Comunicações, o Programa busca disseminar meios que permitam a universalização do acesso às informações e serviços de governo eletrônico, oferecendo pontos de conexão para a Internet em banda larga, ferramentas de tecnologias da informação e comunicação, recursos digitais e capacitação para promover a inclusão digital em todo o território nacional por meio de uma plataforma de rede, serviços e aplicações.

Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais - O programa tem como objetivo apoiar os sistemas públicos de ensino na organização e na oferta do atendimento educacional especializado, além de contribuir para o fortalecimento do processo de inclusão educacional nas classes comuns de ensino. As salas são equipadas com televisão, DVD's, equipamentos de informática, ajudas técnicas, materiais pedagógicos e mobiliários adaptados para o atendimento às necessidades especiais dos alunos.

Programa Nacional de Tecnologia Educacional - Programa Nacional de Tecnologia Educacional que promove o uso pedagógico da informática na rede pública de Ensino Fundamental e Médio. Desenvolvido em parceria com estados e municípios, o ProInfo adquire, distribui e realiza a instalação dos computadores nas escolas e promove a capacitação de professores, técnicos, gestores e agentes educacionais. Os computadores contam com sistemas operacionais em código aberto, desenvolvidos especialmente para as escolas brasileiras e contendo várias ferramentas de produtividade.

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Figura 1: Funcionamento da BDTD

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