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DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA COM E SEM FINS LUCRATIVOS

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.2 Categorias analíticas envolvidas no estudo

Para melhor compreensão das categorias que compuseram este estudo, foram apresentados, nesta seção, as definições constitutivas e operacionais das categorias analíticas e de outros termos relevantes. O interesse em definir termos é torná-los compreensíveis e objetivos para a execução da pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2003).

Entendeu-se, por definição constitutiva, o conceito de uma variável (ou categoria de análise), baseado na teoria. A definição constitutiva pretendeu então esclarecer o entendimento de um conceito, fenômeno ou ação.

Além da definição constitutiva, esta tese apresentou as definições operacionais das categorias analisadas. A partir dessa explicação, foi possível operacionalizar objetivamente cada uma delas.

4.2.1 Definições constitutiva e operacional das categorias analíticas

a) Cooperações interorganizacionais:

DC: Cooperações verticais ou horizontais, de curto ou longo prazo, entre duas ou mais organizações, que decidem conjugar esforços e recursos para perseguir um objetivo estratégico comum (CUNHA; MELO, 2006; TINOCO, MACEDO-SOARES, VAN, 2008; EIRIZ, 2001; CISZEWSKA-MLINARIČ, OBŁÓJ, MLINARIČ, 2012).

DO: As cooperações interorganizacionais foram determinadas pela presença de parceria ou atividades em conjunto entre as organizações, de longo prazo, mutuamente benéfica entre dois ou mais parceiros, com partilha de conhecimentos, recursos, tecnologias e capacidades, para a obtenção de um objetivo comum e melhoria da competitividade individual dos participantes (SPEKMAN et al, 1998).

b) Capacidade relacional:

DC: Combinação de estruturas de gestão e governança criadas propositadamente, que permitem a realização de criação de valor e o aprendizado por duas ou mais empresas, a partir de recursos comuns e capacidade de exploração, a fim de alcançar os objetivos dos parceiros (CZAKON, 2009).

DO: Foram definidas perguntas baseadas nos atributos que formam os componentes das dimensões das capacidades relacionais (de coordenação, cultural, de conhecimento, tecnológica e de coadaptação). Para explicar o construto ‘Capacidade Relacional’, foi definido que as respostas às perguntas formuladas refletiriam os componentes da dimensão estudada e que a soma das informações das dimensões representou a explicação do constructo.

c) Dimensão de coordenação:

DC: Ações de coordenação de atividades e recursos com o parceiro de aliança (SCHILKE; GOERZEN, 2010).

DO: A dimensão de coordenação foi observada a partir das características listadas pelos autores: McGrath (2008), Schilke e Goerzen (2010) e Sarkar, Aulakh, Madhok (2009) nas suas dimensões: de realização; coordenação interorganizacional e coordenação do portfólio da aliança; governança de portfólio e coordenação. Elas foram agrupadas nos seguintes componentes: ‘Ações formalizadas’, ‘Integração e sinergia’ e ‘Benefícios da coordenação’, que se desmembraram em quatro atributos e cinco perguntas, todos expostos no apêndice 03.

d) Dimensão cultural:

DC: Abordagens de interação que permitem que uma empresa lide com a diversidade cultural e os valores de seus parceiros, assim como a forma como as empresas são afetadas por valores arraigados ou padrões de comportamento nas relações (NGUGI, JOHNSEN, ERDÉLYI, 2010).

DO: A dimensão cultural foi observada a partir das características listadas pelos autores Johnsen e Ford (2006), Ngugi, Johnsen e Erdélyi (2010) nas suas dimensões culturais. Elas foram agrupadas nos seguintes componentes: ‘Confiança’, ‘Valores e cultura comuns’, Diversidade cultural’ e ‘Normas de comportamento’, que se desmembraram em seis atributos e seis perguntas, todos expostos no apêndice 03. e) Dimensão de conhecimento:

DC: Capacidade de aprender, aproveitar novas oportunidades, reconfigurar e proteger conhecimento, competências e ativos complementares (JOHNSEN; FORD, 2006). DO: A dimensão de conhecimento foi observada a partir das características listadas por Johnsen e Ford (2006); Ngugi, Johnsen e Erdélyi (2010); McGrath (2008) e Schilke e Goerzen (2010), nas suas dimensões: sistemas gerenciais e interação humana; acesso ao conhecimento e aprendizado organizacional. Elas foram agrupadas nos seguintes componentes: ‘Obtenção de conhecimento’, ‘Comunicação’, ‘Recompensas e incentivos’, que se desmembraram em quatro atributos e nove perguntas, todos expostos no apêndice 03.

f) Dimensão tecnológica:

DC: Habilidade da empresa em explorar as oportunidades de tecnologia e recursos humanos das parcerias, para que ocorra a inovação em conjunto (co-inovação) (MCGRATH, 2008).

DO: A dimensão tecnológica foi observada a partir das características listadas pelos autores Johnsen e Ford (2006); Ngugi, Johnsen e Erdélyi (2010) e McGrath (2008), nas suas dimensões tecnológica e co-inovação. Elas foram agrupadas nos seguintes componentes: ‘Transferência de tecnologia’, ‘Inovação colaborativa’ e ‘Rotinas técnicas’, que se desmembraram em três atributos e três perguntas, todos expostos no apêndice 03.

g) Dimensão de coadaptação:

DC: Capacidade de adaptar-se proativamente a partir de investimentos, interação e adaptações mútuos, criar novas e eficazes soluções de produtos e processos dentro do ambiente de cooperação (MCGRATH, 2008).

DO: A dimensão de coadaptação foi observada a partir das características listadas pelos autores McGrath (2008), Sarkar, Aulakh e Madhok (2009) e Schilke e Goerzen (2010), nas suas dimensões: de oportunidade, de avaliação e coadaptação; formação proativa; proatividade e transformação da aliança. Elas foram agrupadas nos seguintes componentes ‘Alterações e soluções’, ‘Experiências anteriores’, ‘Avaliação’ e ‘Relações estreitas’, que se desmembraram em cinco atributos e cinco perguntas, todos expostos no apêndice 03.

4.2.2 Outros termos relevantes

a) Tecnologia:

DC: Conhecimentos científicos e empíricos (tais como habilidades, know how, métodos, experiências, meios físicos e procedimentos produtivos, gerenciais e organizacionais), que permitem produzir, distribuir, comercializar e utilizar bens e serviços (SÁNCHEZ e PAULA, 2001).

b) Tecnologia social:

DC: Apropriação de conhecimento científico por atores sociais, para a resolução de problemas e geração de inovação e emancipação social, da comunidade onde ela é inserida (BAUMGARTEN, 2008).

c) Organização sem fins lucrativos:

DC: Organizações que se caracterizam por não ser do âmbito governamental ou privado. São formalmente constituídas, com gestão independente, que dão grande importância ao trabalho voluntário, e nas quais o lucro excedente é reinvestido na própria organização (BRASIL, 2006; GIRÃO, 2006).

d) Alianças:

DC: Relacionamento entre empresas privadas, com objetivos econômicos e utilitaristas (BERGER, CUNNINGHAM e DRUMWRIGHT, 2004).

e) Aliança social:

DC: Relacionamento entre empresas privadas (ou órgãos governamentais) com organizações sem fins lucrativos, com objetivos relacionados ao bem-estar social (BERGER, CUNNINGHAM e DRUMWRIGHT, 2004).