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A MULHER QUE VIROU SERPENTE - CONHECENDO O ASNO CHUAZINEGUER

A viagem mágica através do livro fornece privilégio de preferência de escolha de local de chegada. Apenas leva os viajantes até o município onde se localiza o conto folclórico. Desta maneira cabe aos personagens a função de investigação do lugar onde a criatura está agindo como também as condições necessárias para seu aparecimento. O município de Ceará-mirim possui área de 729,5 km² correspondente à 1,37% da superfície do estado. Suas áreas de limite geográfico estabelecem fronteira com seis municípios, dentre eles ao leste com o Oceano Atlântico e Extremoz, onde está o membro do grupo separado ainda no primeiro capítulo do enredo, Zé Catolé.

Ceará-Mirim é um lugar marcado por um passado histórico de variedade étnica, onde antes da chegada oficial dos portugueses as comunidades indígenas Potys liderados por Felipe Camarão no século XVII, já habitavam a região do Vale do Ceará-Mirim, estes após a saída dos jesuítas, aceitaram negociação com exploradores portugueses, os quais tiveram aquisição das terras dos índios. E a partir da o município é marcado historicamente por um forte progresso produtivo da monocultura da cana-de-açúcar, porém a preço de injustiças contra os escravos negros que eram a principal mão de obra nos engenhos do município, onde sofriam maus tratos e crueldade e violência de seus senhores.

Historicamente Ceará-Mirim ganha destaque após alguns eventos marcantes que vieram a decisivamente acarretar no progresso da cidade. Segundo Elói de Sousa, após a restauração de Cunhaú a resultante prosperidade açucareira de vários senhores de engenho possibilitou a fundação do Solar dos Arcoverdes. E a exploração responsável por geração de riqueza buscou fertilidade em outros vales, para fundação de novo engenho, uma vez que Extremoz já estava povoado sobrou como alternativa para continuidade da cultura da cana Ceará-Mirim. Uma vez que relativamente tem localização geograficamente próxima à Extremoz. E foi nessa região do Vale se construiu durante um longo período a maior fortuna do Rio Grande do Norte.

Sobre a lenda correspondente ao título do Capítulo 2, condizente à este roteiro de “As pelejas de Chico Agulha - O Agulhachim do Sertão do Seridó”, é sobre o contexto histórico já discorrido sobre a região do Vale de Ceará-Mirim, que o mito propiciou uma certa modificação sobre si mesmo por intervenção do povo, tornando- se uma lenda. Fatos reais que criam no imaginário popular a figura de uma mulher com poderes de transfiguração e apavorante que dar ainda mais consistência ao teor místico do conto. Essas informações também trazem retorno criativo para a criação da figura como vilã. Posso de essa forma estabelecer um conceito ilustrativo da tal mulher serpente. Utilizarei ainda de mesmo artifício para criação dos demais contos.

Em relação à narrativa do conto. Contam os mais velhos que em um tempo remoto marcado pelo poder simbólico e aquisitivo dos grandes senhores de engenho, que praticavam maus tratos e crueldade a seus escravos. Tendo destaque uma senhora proprietária de um engenho a qual ganhou uma fama negativa até mesmo pelos outros senhores. Esta mulher realizava torturas desumanas, que iam além do que já fora visto, e podiam-se comparar tais torturas a tormentos do inferno.

Após seu falecimento os deuses a amaldiçoam e a transformam em uma serpente gigantesca. E seu túmulo detém rachaduras e fora acorrentado com o intuito de proteger os moradores, e este localizado no cemitério antigo da cidade.

Dentre as formas de tortura que a senhora de engenho tirana praticava à seus subordinados, uma delas era prender a orelha de suas escravas com pregos na parede e em seguida quando as convocava para realização de alguma tarefa, estas acabavam por sair da parede perdendo parte de suas orelhas.

Estas informações retrospectivas quanto ao passado colonial do município de Ceará-mirim visam estabelecer uma exemplificação da relação que se dar entre lenda e o contexto social e político do período que suscitou a existência da tal lenda ou mito em questão. Fato este que fica explícito no discurso dos escritos de Gumercindo Saraiva em seu livro Lendas do Brasil (1984) na página 16.

Dando continuidade ao roteiro, estabelecerei a posição geográfica onde os dois personagens chegam à cidade de Ceará-mirim. Maria e Chico que viajam juntos por meio de uma viagem mágica, acabam por se deparar com uma grande concentração de pessoas em uma feira popular, onde amenizam o tombo da

aterrissagem numa lona de barraca. Estavam eles na Rua Dr. Meira e Sá, no centro de Ceará-Mirim cidade de destino escolhida por Chico quando profere o nome da lenda “A mulher que Virou Serpente”, lenda nativa do próprio lugar.

Após se recomporem de tombo, Chico e Maria, devem se preocupar imediatamente com a captura do ser que procuram. Pois lhe restam tempo, mas que a unidade de grandeza respeita uma escala mística sobre encantamento do cordel. Sendo assim os doze dias que lhe restam pode passar muito rápido.

Chico pouco sabia sobre o lugar que estava agora. Embora estivessem numa área movimentada com barracas, pessoas, tráfego de veículos automotores e carroças, sabia que não poderia interagir com as pessoas tornando assim seu objetivo ainda mais complexo e a todo o momento pensando no que acontecia com seu amigo, Zé.

Zé mal espera pelo que há acontecer-lhe. Em Extremoz, lugar onde neste momento se encontra nosso aventureiro e destemido Zé. Apenas uma prévia, pois é mais cabível tratar mais adiante da trama que envolve a história separada dos dois personagens, Zé Catolé e Chico Agulha.

No município de Extremoz são conhecidos dois contos bem discutidos até por folcloristas. Refiro-me ao conto do “Sino de Extremoz” que está presente no livro Lendas do Brasil (1984), como também em registros de outros pesquisadores como Câmara Cascudo. Livro de autoria do escritor e folclorista Gumercindo Saraiva. E o conto sobre a lenda das “Cobras da Lagoa de Extremoz” também narrada por Cascudo, o que dar credibilidade sobre o material de referência para a transcrição do conto abordado na pesquisa.

Outra lenda bastante conhecida em Extremoz diz respeito a um tesouro enterrado na igreja de São Miguel do Guagiru. Um mito que mobilizou de maneira real o deslocamento de diversas pessoas na busca do tal tesouro. Mito o qual fora sustentado pelos povos nativos de Extremoz, sobre o contexto histórico das missões jesuíticas e com a saída dos jesuítas, após o travamento de uma batalha, estes se retira da comunidade, levando grande riqueza em ouro, que teria sido enterrado debaixo da igreja. Também entre a mesma época por volta do de 1760 a aldeia passa a se chamar Vila Nova de Extremoz, tendo destaque como a primeira vila do estado do Rio Grande do Norte.

Ainda sobre contos do município em questão. Na página 25, o autor de Lendas do Brasil em citação ao conto de estadual que se passa no município de Extremoz acerca de um carreiro responsável pelo transporte de um sino em destino a igreja do lugar que se depara em seu trajeto com o demônio. Conto este que ganha o nome de “O sino de Extremoz”. No desenvolvimento posterior ao discurso que o autor estabelece o uso de um conto colhido e narrado por preferência, na versão de autoria de Elói de Souza (1873- 1959), transcrito em seguida por Leituras Potiguares do professor Antônio Fagundes, em 1933.

Esta fundamentação cria uma atmosfera ideal para a ambientação visual adequada e fiel ao conto na elaboração da história em quadrinhos, como também na construção de conceitos visuais dos personagens. A relação mantida entre os contos correspondentes aos capítulos, que no caso fazem menção às criaturas ou personalidades que nomeiam o conto. Se dar pela interação entre elementos descritivos de cenário como no caso de lagoas, igrejas e cemitérios, presentes em outros contos “menos interessantes” no contexto do quadrinho que agem como conto secundar para um enredo mais repleto de misticismo e ludicidade. Já que seu gênero é de aventura e fantasia.

Voltando ao foco para nossos amigos Chico e Maria Jandy, os quais se encontram em Ceará-mirim, e embora no local desejado estão bem perdidos. Tendo a ideia de procurar informações em museus e bibliotecas, o calango sai em destino às áreas mais centrais, onde ficam escolas e outras instituições. E passando em uma das esquinas do lugar, em frente ao Bar do Camarão ouve um assovio, mas continua o caminho, pois pensava que tinha sido sua imaginação já que estavam em condição de “fantasmas”. Entretanto torna a ouvir novamente!

Chico então põe a língua para fora, um gesto de cacoete dele e faz um som de cuspe. Maria se assusta e ele volta o caminho puxando ela. Regressam para ver quem assobiava. E se deparam com um jumento muito dotado de músculos, óculos escuros, calça camuflada do exército, e sem camisa, tomando uma dose de Montilla, entre os demais clientes. De repente este burro interage com Maria e Chico, podendo vê-los, o que torna tudo ainda mais misterioso e confuso. O que eles não esperavam era que o tal burro tivesse interesse em saber o que se passava com eles e que estava muito mais muito, bêbado.

Após um diálogo quase formal, se não fosse os socos na mesa, coices nos outros e o bafo de cachaça, do jumento simpático e comunicativo. Eles levantam hipóteses sobre a possibilidade de visão das pessoas sobre o grau de crença nos mitos populares, ou que essa capacidade fosse ligada também ao fato de ser um animal ou não. Acontece que além de tudo isso o novo membro do grupo, agora se contando cinco membros, tem assuntos a acertar com a tal “Mulher que Vira Serpente” e que andou a um tempo estudando assuntos ligados a essa natureza do fantástico. Possuindo um acervo considerável de materiais literários. Sim! Não é só no Sítio do Pica-pau Amarelo que os anos são geniais.

Ao final de uma boa conversa o senhor asno se apresenta, e fala que seu nome é Asno Chuazineguer e que atua como mercenário, capturando bandidos de todo Norte Nordeste, já tendo conhecido até mesmo o pai de Chico, revelando que este foi um grande bandoleiro rebelde nos sertões, já tendo auxiliado o povo de canudos no combate contra o exército, no território Baiano.

Asno Chuazineguer representa decisivamente o progresso dos acontecimentos como auxilia de maneira fundamental na resolução dos problemas. E ainda por cima o tal desempenha um posicionamento sério e responsável, apesar de cômico em alguns momentos, mesmo quando não seja sua intenção no momento.

Ainda em Ceará-Mirim e sem perder tempo, Jandy, Asno e Chico Agulha vão juntos a procura do sepulcro da tal “Mulher que virou serpente” o qual é localizado no antigo cemitério do município, Cemitério Santa Águeda. Asno Chuazineguer alimenta um forte desejo de vingança para com esta criatura, pois num passado distante perdeu seus únicos irmãos filhotes para a tal mulher numa encruzilhada nas proximidades dos engenhos, que hoje se encontram em ruínas.

Em direção ao tal cemitério e como sempre caminhando entre o real e o “mundo da fantasia”, eles seguem sem interação com pessoas que transitam nas ruas e que poderiam oferecer-lhes ajuda. Chegando o local notam apenas um escasso fluxo de pessoas que aos poucos vão deixando o local e em seguida notam a presença de um coveiro negro e sentado numa lápide ouvindo música pelo celular. Os personagens são surpreendidos quando Chico tropeça numa vela oferecida aos mortos e através da sua silhueta o tal coveiro percebe a presença dos três. Falando- lhes a seguinte frase “O que é que vocês querem”? É reza, é? Eu dou! Deixe comigo!” o lagarto cai para trás e falando “Valei-me Nossa Senhora! Como você nos vê?”. Depois de uma longa explicação os personagens simpatizam com o coveiro que lhes ensina muitas simpatias e rezas de origens africanas.

Despedindo-se do tal coveiro que lhes agradece a conversa, seguem em busca da mulher amaldiçoada, mas antes Jandy lhes faz uma revelação sobre os artefatos que possui, que eram a Pedra de Iractan regida por Jaci, deusa da lua para as crenças Tupi e o Cocar de Guaraci (deus do Sol nas crenças Tupi).

Os artefatos carregam poderes sobrenaturais. A pedra de Iractan torna possível sobre o entardecer e luz da lua que os personagens interajam no plano real sem problemas e perdendo o efeito ao amanhecer. Já o cocar é o que dá a Jandy a capacidade de clarividência. Todos foram adquiridos através de sua falecida avó.

Depois de irem à casa de Asno, comprarem condimentos e alguns objetos para auxiliar na jornada em um mercadinho, e lembrando-se das palavras do coveiro sobre os possíveis lugares da aparição da “assombração”, Jandy e Asno Chuazineguer decidem enfrentar a lenda, sozinhos. Pedem que Chico siga de encontro a Zé Catolé para dar-lhe assistência na luta contra as Serpentes da Lagoa de Extremoz e o Diabo que do conto do Carro Caído. Com ajuda de Asno

Chuazineguer, Chico profere as palavras e vai de encontro à Zé Catolé em Extremoz.

Enquanto isso acampando sobre a luz da lua cheia nos engenhos antigos do Alto do Vale, Jandy e Asno preparam os planos para a captura e aquisição do amuleto da Mulher que Virou Serpente. Após ler reler a lenda para a pequena índia, Asno relembra sua dor de perder seus irmãos e depois seguem a procura de pistas, quando encontra na porta principal do engenho uma pele de serpente trocada e com aspecto muito bestial e sombrio.

Surpreendidos por gritos e vozes sussurrando dentro do recinto. Maria Jandy percebe que os sons vinham de senzalas e pareciam almas de escravos que sofreram em vida nas mãos da tal criatura a qual procuravam.

Após um relâmpago uma cadeira se ilumina e lá está a tal mulher cobra, com semblante de sarcasmo olhando para os dois jovens e lhes perguntado se eles achavam que ela ainda tinha fôlego para torturá-los. Depois de uma longa luta se ferindo e fugindo das investidas da mulher, de seus longos cabelos cortantes e o som estridente de seu chocalho, Asno Chuazineguer pede a Jandy que o siga até fora da usina, para que a mulher caísse na armadilha de rede que haviam preparado com antecedência. Depois de prenderem a mulher, os personagens a enfraquecem usando amuletos de origem africana e com as rezas que o tal coveiro havia contado no cemitério.

Imediatamente Asno Chuazineguer sozinho carrega a mulher até uma capelinha e a joga de frente as escadas. Em seguida tira de sua calça camuflada uma peixeira que segundo o próprio havia sido benzida pelo Padre Cícero em Juazeiro. Corta o chocalho da cauda e retira o amuleto de dentro desta. A jovem índia e o burro mercenário venceram a primeira criatura e agora esperam a decisão do confronto de Zé Catolé e Chico contra “As serpentes da Lagoa de Extremoz” e o Diabo do conto do “Carro Caído” ou “Sino de Extremoz”, para que possam se encontrar na próxima lenda, a “Comadre Fulorzinha”, na serra de Martins/RN.

CAPÍTULO 4 – CHICO E ZÉ CATOLÉ E TZIU, “O TRIO PARADA DURA”

O DIABO NÃO ME PEGA! (LENDA DO CARRO CAÍDO – EXTREMOZ/RN) CONTO COLHIDO DE LUÍS DA CÂMARA CASCUDO - LENDAS BRASILEIRAS.

Antes da chegada de Chico Agulha, já se haviam passado dois dias no mundo de fantasia e Zé não tinha noção disso, pois estava aproveitando o tempo que tinha antes que algo apavorante acontecesse, comendo mangas em vários terrenos de pessoas de Extremoz, sempre na sua fiel montaria, Tiziu, o burro mulo (híbrido de mula e jumento de pelagem escura). Quando Chico cai repentinamente na propriedade onde Zé dormia com um boné cobrindo o rosto, ele não imaginaria que seu amigo estivesse tão à toa como da forma que o encontrou. Boca suja de manga e deitado sobre Tiziu.

Após o reencontro, Chico conta as novidades a seu amigo e o abraça passando o feitiço do Iractan que atribui poderes de interação entre o plano mágico do cordel mágico e o plano “real” sem que Zé soubesse. Em seguida o lambe como gesto de carinho e pede o livro à Zé, pois o seu estava agora com Jandy e Asno Chuazineguer que depois da próxima missão planejam se juntar ao grupo, dando um total de cinco membros. Zé Catolé não tinha apenas roubado mangas como também furtou outras frutas da feira e pegou um boné de campanha de vereador para se disfarçar da polícia. Chico não sabia dessas informações.

Sobre a montaria de Tiziu, os personagens seguem em direção à Lagoa de Extremoz, sendo observados pelo diabo que os assiste seguindo. Os garotos seguem até o referido lugar onde segundo as lendas presentes no livro que Chico portava dizia que a lagoa havia sido o palco dos eventos, Carro Caído e as serpentes que iam até a igreja a procura de reza, no entanto em lugares distintos do mesmo local.

Antes de seguirem destino à Rua Vereador Carmélio Pignatário, rua longa que dá destino à lagoa de Extremoz, os garotos vão até uma feirinha à procura de informações sobre a lagoa, quando repentinamente um turista carioca que estava próximo, dá uma tapinha nas costas de Zé Catolé e fala “Quem diria! Pensei que nordestinos só comessem calango e usassem roupa de couro, mas tá aí! Um nordestino ruivo, usando camiseta do Ultraman e amigo de um calango, ha, ha, ha, ha”.

Irritado com a atitude preconceituosa do tal homem Zé apenas dá as costas, coloca as compras na mochila e assobia para chamar Tiziu, que vem em disparada

interessado em chicletes e acaba batendo em cheio no homem que cai sentado em um “cardeiro” (cacto), gritando de dor.

Zé assustado deixa cair seu boné, no entanto o homem viu o momento em que Catolé furtou uma penca de bananas, e o dedurou. Zé tenta fugir mais a polícia estava passando no exato momento para sua infelicidade. Antes de ser abordado, Catolé pede que Chico se dirija imediatamente para o seu objetivo, que é vencer As Cobras da Lagoa de Extremoz, “Chico! Não perca tempo, corra! Eu vou conseguir dar o meu jeito escaparei desta situação!” Chico retruca: “Mas..., Mas Zé! Nós somos como irmãos, não vou te deixar aqui, cara!”

Zé Catolé diz “nós tínhamos um plano, apenas cumpra o nosso combinado e tudo vai ficar bem. Nós temos uma festança de São João para curtir depois disso tudo” mesmo triste com a situação o lagarto segue o rumo de sua missão em busca da Lenda que lhe foi destinada.

Enquanto isso, Zé Catolé que agora era conhecido como o ladrão de mangas, sobe em Tiziu e corre incessantemente até encontrar uma esquina para entrar, despistando a polícia com flatulências fedidas do jumento, que estava mais nervoso que o próprio Zé.

Na tentativa de conter o avanço dos três policiais que o perseguiam, o garoto pega as gomas de mascar que Tiziu estava mastigando e puxa o elástico do estilingue com toda a força para acertar os olhos de algum dos policiais. Porém o elástico se volta contra Zé nos seus olhos fazendo com que ele caísse de Tiziu e fosse encurralado num lamaçal. Neste momento Zé nem com toda sua astúcia sabia como sair de uma situação dessas. Foi quando ele gritou “Que Diabo! Socorro!” Ao invés de rezar por Nossa Senhora, pedindo que fosse livrado daquilo. Os policiais zombam de sua atitude. E ele toma uma decisão um tanto inusitada quando pede ajuda ao diabo apostando sua alma numa corrida de Jegue.

O tempo neste momento fica paralisado, tudo em volta que estava se movimentando para repentinamente e ao longe vindo do fundo da rua, o jovem ver uma criatura híbrida de homem com bode, era o próprio diabo vindo ao encontro do ladrão de mangas para selarem o acordo da competição.

A noite cai mais rápido que o comum e os dois competidores estão em suas posições. O tempo volta ao normal e as coisas voltam também a sua dinâmica