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O cenário do diagnóstico

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6 O DISCURSO INSTITUCIONAL DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,

6.1 O cenário do diagnóstico

O portal institucional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI, em seu endereço eletrônico na internet (www.ifpi.edu.br), nos serviu de base para o levantamento quantitativo (vide ANEXOS) das notícias produzidas pela Diretoria de Comunicação Social – Dircom, durante os seis meses de todo o período de investigação que foi do dia 1º de junho de 2018 a 1º de dezembro de 2018. O portal do IFPI possui áreas que são reservadas, exclusivamente, às notícias a serem publicadas, sendo direcionadas em conformidade com o seu nível de relevância: em primeiro, ao slider randômico (randomslider33); em segundo, aos “Destaques”; em terceiro, na seção “Mais Notícias”, uma lista com oito publicações que já passaram pelo slider e ou “Destaques”, tendo a sua organização de forma cronológica; e, finalizando o processo de veiculação das notícias nas seções da página principal do portal, as publicações serão direcionadas para a página “Últimas

Notícias” que nada mais é do que uma lista completa dos conteúdos com suas referidas datas, imagens e títulos – seu link, “ACESSE A LISTA COMPLETA”, está localizado dentro da seção “Mais Notícias”.

O slider randômico, localizado na parte superior do miolo do portal, notabiliza-se pelo fato de que as notícias ganham uma maior visibilidade por conta da rotatividade e do deslizamento aleatório que ocorrem na tela de apresentação, em forma de slides; não existe uma quantidade exata do número de notícias a serem inseridas, mas geralmente ficam de três a quatro publicações com imagens e seus respectivos títulos, em forma de links; não ocorre uma periodicidade específica em relação ao seu tempo de veiculação; e, os seus links, são sempre direcionados às páginas de conteúdos localizadas dentro do próprio portal noticioso. Em “Destaques”, localizado logo abaixo do slider, existe uma quantidade exata no número de publicações que passam por essa seção: são nove, sendo seis com seus respectivos títulos, imagens e classificações; e três com seus títulos, subtítulos e classificações, porém sem as imagens que são facilmente identificadas.

O trabalho de diagnóstico teve seu início com o levantamento de caráter quantitativo dos conteúdos veiculados no portal institucional do IFPI, através da página “Últimas Notícias”, pois nos forneceu uma maior disponibilidade de acesso às notícias referentes ao período estipulado para a investigação. O levantamento trouxe 68 notícias com conteúdos referentes aos eventos científicos (seminários, congressos, mostras, feiras etc.) dos cursos regulares ofertados pelos campi do IFPI, os quais foram listados e enumerados em uma tabela que contou com itens como: título, nome do curso, campus, data do evento e divulgação (portal e newsletter). É importante relatar que a pesquisa não se limitou apenas a fazer o levantamento das notícias de determinadas seções – como o slider, “Destaques” e “Mais Notícias” –, porque a intenção foi realmente identificar o maior número possível de conteúdos referentes ao seu corpus.

O item “Título” apresenta um texto que faz referência à notícia, seguida da data de sua publicação que, na prática, ao ser direcionado à página de seu conteúdo, logo é identificado com algumas das recomendações gerais que fazem parte das boas práticas para a aplicação de conteúdo editorial, como: título da publicação, “claro, curto, objetivo e preciso, estimula o leitor a clicar na chamada. [...] Destaque os aspectos mais interessantes do conteúdo para instigar o usuário a continuar avançando pelo tema. O ideal é que o título tenha no máximo 50 caracteres com espaço” (BRASIL. SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, 2014, p. 91); data da publicação, com a data que foi veiculada mais o seu horário, seguido com as

informações de sua última modificação, com data e horário; imagens, desenhos e ou fotos sempre alinhados à esquerda e no topo com o conteúdo; as legendas nas imagens, desenhos e ou fotos, que devem ser produzidas com informações novas, relevantes e sem esquecer a descrição das pessoas nem a situação em que elas se encontram – entretanto, a inserção das legendas foge à regra pela Dircom; corpo do texto, elaborado em pequenos blocos de parágrafos, com no máximo cinco linhas, frases na ordem direta (sujeito, verbo e predicado) e com um vocabulário acessível (palavras comuns e conhecidas), tudo isso servindo de estratégia para facilitar o interesse do usuário e tornar a leitura mais ágil; e a inclusão de links e hiperlinks não com a intenção de ter acesso a outros conteúdos, em uma leitura tipicamente não linear e autônoma, mas para o acesso às informações sobre os eventos, como inscrição e programação.

O item “Nome do Curso” especifica a modalidade e o nome dos cursos que estão envolvidos na elaboração e ou participação dos eventos científicos (seminários, congressos, mostras, feiras etc.), referentes às publicações institucionais veiculadas no portal. Existem eventos em que mais de uma modalidade de curso estão envolvidas, assim como de outros projetos pedagógicos que pouco ou nada se assemelham, mas com propósitos muito bem definidos, para alunos e comunidade em geral, no tocante ao desenvolvimento educacional para a ciência e tecnologia. O item “Campus” identifica o nome do campus do IFPI, que oferta regularmente o curso, e que está envolvido na divulgação do evento científico. O item “Data do Evento” informa o dia e o mês (do ano corrente, no caso 2017) em que o evento aconteceu ou que ainda vai acontecer e, em alguns casos, são informados os dias ou o período compreendido para a realização do evento, juntamente com os respectivos turnos: manhã, tarde ou noite.

O item “Divulgação” fica encarregado de identificar os locais que foram responsáveis pela veiculação e, consequentemente, em divulgar as publicações institucionais que terminaram sendo especificadas diante de duas classificações: portal e newsletter (ou boletim informativo). O subitem “Portal” diz respeito ao mais importante veículo de comunicação do IFPI, pois consegue interligar os campi e o maior número de públicos da instituição, traz o foco desta investigação – que são as notícias em si –, analisando cada um dos componentes que integram o conteúdo das notícias, como: o texto propriamente dito, os links e hiperlinks das publicações (inscrições via emails ou por formulários, e a própria programação dos eventos), as imagens (logomarcas, cartazes e a programação completa dos eventos), os desenhos (logomarcas e os cartazes dos eventos) e as fotografias (tanto das pessoas como dos

eventos). O subitem “Newstetter” – também conhecido por Boletim Informativo do IFPI – é o meio de comunicação que é exclusivamente direcionado ao público interno, docentes e técnicos em educação, devido ao fato de ser encaminhado à caixa de email institucional (“email@ifpi.edu.br”) de todos os servidores em atividade.

Das 68 notícias que foram publicadas no portal institucional, apenas sete (10%) repercutiram no Boletim Informativo (itens 9, 14, 17, 19, 22, 35 e 51), com as suas especificações técnicas de veiculação: número de edição, com dia, mês e ano. A Dircom faz uma triagem dos conteúdos que vão para o boletim, a partir das publicações advindas do próprio portal, focando assim o público a que se destina. O “Boletim Informativo do IFPI” apresenta sempre uma matéria de destaque com mais seis outras, todas com links “Leia mais”, direcionando para a matéria completa localizada no portal. Foi implantado para substituir o antigo “Informativo do IFPI” que era um impresso em policromia34

, em papel brilhoso, com gramatura35 mediana, composto por muitas publicações institucionais e imagens fotográficas. Muitos foram os motivos que o levaram a ser substituído pelo boletim (maior rapidez e um menor custo de produção), como: custo relativamente alto; necessidade maior por profissionais, durante a elaboração; e um considerável tempo de produção, impressão e distribuição.

No geral, os conteúdos selecionados do portal apresentam pelo menos uma imagem e um texto, entretanto, apenas a publicação “Piripiri Realiza Mostra de Projetos Integradores”, do dia 3 de novembro de 2017 (item 27), não foi encontrada uma única imagem, apenas o seu texto da notícia. Também não foram encontrados arquivos de mídia, em formatos de vídeo ou áudio, fazendo parte de qualquer publicação, ainda mais sabendo que esses tipos de arquivos enriquecerem as notícias, ajudando na compreensão de seus conteúdos. Além das publicações com imagens e textos, identificamos a presença de links e hiperlinks que dão acesso aos mais variados conteúdos dos eventos, com imagens e formulários de suas programações; webmails e fanpages que interagem com os públicos de interesse; e as páginas eletrônicas que estão localizadas, dentro ou fora do portal, com todas as informações pertinentes aos eventos científicos.

De todos os campi do IFPI, apenas Dirceu Arcoverde, Campo Maior e São João do Piauí não apresentaram os requisitos necessários para fazerem parte do levantamento, quer

34 Processo de impressão que utiliza mais de três cores.

35De acordo com Amaury Fernandes (2003, p. 175), a gramatura pode variar em um mesmo tipo de papel e está

dizer, eles não obtiveram nenhuma publicação que fizesse jus à investigação. O Campus Teresina Central foi o que mais apresentou publicações (15%), seguido pelos Campi Teresina Zona Sul (13%), Cocal (7,5%), José de Freitas (7,5%) e Parnaíba (7,5%). A tabela 21 mostra, em ordem alfabética, a relação de todos os campi com as suas respectivas quantidades de publicações e a numeração de seus itens no levantamento quantitativo.

Tabela 21 – Relação dos campi do IFPI e as publicações do levantamento quantitativo

CAMPUS PUBLICAÇÃO ITENS

Angical 3 17, 28 e 51 Cocal 5 2, 4, 15, 42 e 47 Corrente 1 21 Floriano 3 14, 18 e 22 José de Freitas 5 5, 11, 58, 62 e 63 Oeiras 3 6, 7 e 44 Parnaíba 5 1, 48, 50, 57 e 67 Paulistana 4 32, 34, 40 e 52 Pedro II 2 23 e 24 Picos 4 16, 30, 36 e 46 Pio IX 4 3, 20, 25 e 31 Piripiri 4 10, 27, 37 e 38

São Raimundo Nonato 2 19 e 60

Teresina Central 10 8, 12, 13, 29, 33, 35, 39, 41, 54 e 64 Teresina Zona Sul 9 9, 43, 45, 49, 53, 55, 56, 61 e 65

Uruçuí 2 42 e 59

Valença 3 26, 66, e 68

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

É certo que todos os méritos são evidenciados no portal institucional do IFPI, contudo não se pode deixar de citar a ausência de discussões acerca de determinados assuntos, com os seus públicos estratégicos, por não possuir um blog em sua página principal. O blog pode desenvolver rotinas que evidenciem a presença e o fortalecimento de um discurso institucional que passe a contribuir na construção da identidade do IFPI, perante seus públicos, “mas de uma forma menos formal do que a estabelecida nos meios de comunicação mais usuais, além de ser mais democrático, uma vez que o internauta também se torna um coautor das ideias ali expostas” (TAVARES; LUÍNDIA, 2010, p. 163). O blog institucional é um canal de comunicação que tem a função de construir a opinião pública – tão necessária

para emissão transparente, ético e responsável da instituição –, oportunizando a interação de seus públicos de interesse em um espaço repleto de debate, discussão e controvérsia.

A opinião pública está em contínuo processo de formação; raramente é possível chegar ao consenso completo. A opinião pública aproxima-se de uma síntese, sem jamais alcançá-la totalmente. Nem todos os membros do público contribuem para essa síntese de forma equitativa; a opinião pública é reflexo do grau, da eficiência, da organização e da verbalização dos grupos ou indivíduos que participam do debate (FORTES apud MARTINS; DELAZERI, 2010, p. 299).

As organizações precisam estar a todo instante pensando novas formas de comunicação e de relacionamento com seus públicos pois, as redes sociais digitais como o

Facebook e o Twitter, surgiram como ferramentas de grandes possibilidades de interação com

seus públicos. O Facebook pode muito bem atuar como uma rede de relacionamento diária, proporcionando uma enorme aproximação com seus públicos; já o Twitter, pode muito bem vir a atuar dando suporte ao portal institucional (na divulgação e propagação de suas notícias) como, também, um exemplo típico de recurso interativo. Embora saibamos das potencialidades que as redes sociais digitais podem proporcionar aos públicos estratégicos do IFPI, elas não fazem parte do foco da investigação dos veículos e meios de comunicação oficiais da instituição.

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