• Nenhum resultado encontrado

Cenário internacional

No documento A Política Espacial Brasileira (páginas 34-39)

Deputado Rodrigo Rollemberg | 1 | REL t 22/02/2010 – Série Especial 1: os desafios do Programa Espacial

Bra-sileiro (Câmara Hoje);

t 09/11/2009 – Conselho de Altos Estudos debate o Programa Espacial Brasileiro (Câmara Hoje);

t 13/10/2009 – Expressão Nacional debate o Programa Espacial Brasi-leiro (bl. 1, 2 e 3 ) (Expressão Nacional).

Com base nas informações colhidas na literatura da área e nas informações ob-tidas com o apoio dos órgãos envolvidos no Programa Espacial Brasileiro, são avaliados neste estudo, entre outros, os seguintes aspectos da política espacial:

histórico de ações, desempenho dos órgãos executores e atendimento aos ob-jetivos, política de formação e capacitação de recursos humanos, análise orça-mentária, aspectos relevantes da indústria do setor espacial, defesa e segurança nacional, acordos internacionais e aplicações ambientais voltadas à preservação do meio ambiente.

O estudo também oferece a gestores e áreas estratégicas uma visão geral de como a política espacial tem sido percebida pela sociedade, por meio da intermediação da mídia. Aborda ainda, de maneira ilustrativa, (ver anexos) o enfoque de re-portagens jornalísticas na mídia em geral que versam sobre o Programa Espacial Brasileiro.

Finalizando o trabalho, como contribuição da Câmara dos Deputados ao Poder Executivo e à sociedade, apresenta-se documento síntese com as principais con-clusões e recomendações, no intuito de apoiar o aperfeiçoamento do setor espa-cial brasileiro. Como resultado propositivo do estudo, elaboramos projeto de lei para assegurar fontes de recursos financeiros e de pessoal, além de indicação com sugestões ao Poder Executivo de medidas que são de sua exclusiva competência.

Deputado Rodrigo Rollemberg | 1 | REL

indústria privada tem aumentado, sem representar necessariamente o declínio dos investimentos públicos, especialmente na área de defesa.

O mercado espacial adquire maturidade com a nova conjunção de forças, em que alianças para cooperação dão-se não mais na perspectiva militar, mas sobretudo nas esferas comercial e política. O contexto internacional evoluiu da polarização entre Estados Unidos e União Soviétiva, típica da Guerra Fria, para uma comple-xa configuração multilateral. A Rússia alinha-se aos Estados Unidos como um dos principais parceiros no maior projeto coletivo empreendido até hoje por vá-rias nações, a Estação Espacial Internacional (International Space Station – ISS).

Os russos, porém, também vislumbram a cooperação com novas potências es-paciais, particularmente a China. A Ásia tornou-se centro de disputa, com três competidores fortes: China, Índia e Japão.

Parceria e cooperação tornaram-se imperativas, como forma de potencializar os resultados e otimizar o investimento em tecnologia, componentes, infraestrutu-ra e serviços espaciais. O aumento da competitividade da União Europeia e do Japão no mercado internacional espacial indica também uma tendência maior à cooperação, tanto em programas multiuso quanto em plataformas multina-cionais, especialmente se China, Índia e Rússia incrementarem a participação privada em seus programas.

Embora na dianteira, ocupando o primeiro lugar no mercado internacional, os Estados Unidos têm perdido vantagem nas principais categorias da área espacial:

aplicações governamentais, recursos humanos e indústria, de acordo com o Ín-dice de Competitividade do Setor Espacial (Space Competitiveness Index – SCI) (FUTRON’S, 2009). Em segundo lugar, está a União Europeia, seguida da Rússia, Japão, China, Canadá, Índia, Coreia do Sul, entre outros.

A competitividade europeia manteve-se inalterada, enquanto a Rússia de-monstrou melhores indicadores no que diz respeito aos investimentos de go-verno. O Japão promoveu mudanças na sua legislação que o fizeram saltar da sétima posição no SCI 2008 para a quarta posição no SCI 2009. A China regis-trou ganho de quase 10 % no SCI global, atrás do Japão. Canadá vem em se-guida, com crescentes investimentos na área civil e governamental (Figura 1).

Deputado Rodrigo Rollemberg | 1 | REL Figura 1 – Índice de competitividade espacial – SCI (2009)

Fonte: Futron’s, 2009

Ainda segundo a consultoria Futron, a Rússia é considerada o país com a mais profícua atividade de lançamento de foguetes. A Índia é vista como um ator cola-borativo e líder nas atividades de sensoriamento remoto. A Coreia do Sul almeja enviar astronauta ao espaço e Israel é considerado líder no desenvolvimento de tecnologia espacial, embora sem escala comercial (FUTRON’S, 2009).

No cenário internacional, o Brasil é classificado como um competidor menos atuante. Pelo segundo ano consecutivo, ocupa o décimo lugar em cada um dos três fatores de competitividade, não apenas pela inatividade de alguns de seus projetos, mas porque outros países têm evoluído com maior velocidade. Na ava-liação da consultoria Futron, o programa carece de uma estratégia militar mais realista, que assegure as condições para a sua implementação, além de instru-mentos e de organização para executar seus principais projetos. Entre eles, desta-cam-se: design e produção de veículos lançadores de satélites com tecnologia de propulsão líquida; produção de satélites geoestacionários de telecomunicações e de sensoriamento remoto de alta resolução; desenvolvimento de tecnologias de controle e atitude de satélites e desenvolvimento de sistemas de coordenadas geográficas via satélite.

Deputado Rodrigo Rollemberg | 1 | REL

Quadro 2 – Alguns programas espaciais de outros países

País Qualificação Projetos prioritários Orçamento estimado

Alemanha Sensoriamento remoto, trans-porte, energia

Reconhecimento por satélite

Estação Espacial Internacional € 300 milhões

China Lançamentos, balística, comunicações

Projeto lunar não tripulado Base orbital própria Satélites de comunicação

US$ 1 bilhão

Coreia do Sul Comunicações, sensoriamen-to remosensoriamen-to, monisensoriamen-toramensensoriamen-to

Satélites para uso civil Veículo lançador Infraestrutura de solo

--Índia Desenvolvimento de satélites, lançamento, comunicação

Sonda lunar

Aplicações militares € 820 milhões

Rússia Ciclo completo

Lançamentos comerciais Aplicações militares Satélites de comunicação

US$ 840 mi-lhões

União Euro-peia

Desenvolvimento de satélites, lançamento

Estação Espacial Internacional Missões tripuladas

Sondas interplanetárias

€ 3,5 bilhões

EUA Ciclo completo, transporte orbital

Táxi orbital Estações espaciais

Exploração tripulada interpla-netária

Satélites

Segurança doméstica

US$ 6 bilhões (Nasa)

Fonte: Futron’s, 2009

No contexto dos programas de cooperação, merece destaque o Comitê das Na-ções Unidas para o Uso Pacífico do Espaço (Copuos), criado em 1959. O órgão integra a estrutura organizacional da ONU e seu objetivo é desenvolver progra-mas de cooperação internacional no estudo e no uso pacífico do espaço exterior.

Ele estimula pesquisas e dissemina informações sobre o assunto, além de discutir as questões políticas e jurídicas que emergem das atividades espaciais, permitin-do a elaboração de tratapermitin-dos, convenções e recomendações a respeito.

O Copuos é o mais alto fórum intergovernamental para o exame, a avaliação e a regulamentação das atividades espaciais para fins pacíficos. As questões do uso

Deputado Rodrigo Rollemberg | 1 | REL do espaço para fins militares são de competência da Conferência da ONU sobre

Desarmamento, com sede em Genebra, Suíça.

O Copuos aprovou por consenso, em 15 de junho de 2006, proposta do Brasil in-titulada “Cooperação Internacional na Promoção do Uso de Dados Geoespaciais para o Desenvolvimento Sustentável” como novo ponto da agenda de debates, organizada em planos de trabalho trienais.

No âmbito da cooperação e da regulação das atividades internacionais, os EUA mantêm uma posição de liderança, compatível com sua importância comercial e militar nesse setor. A maior parte dos países estabelece regulamentos e revisões de seus programas espaciais com periodicidade decenal. Em linhas gerais, as di-retrizes mais recentes tendem a elevar a participação das indústrias locais de cada país, priorizar aplicações comerciais e admitir a exploração de novos nichos de mercado, a exemplo do turismo espacial. Países com algum posicionamento pa-cifista, como o Japão, passaram a admitir pesquisas espaciais com caráter militar, para fins de defesa do seu território.

Os EUA, em sua nova Política Espacial Nacional, de 2006, defendem o uso do es-paço como auxílio para a segurança interna, destacando e fortalecendo as parce-rias entre agências e reiterando a importância que o sucesso das missões tem nos programas de aquisição espacial do governo americano. A China, que em 2006 publicou o China’s Space Activities, iniciando nova fase de desenvolvimento espa-cial, “centrará seus trabalhos em objetivos estratégicos nacionais, promoverá suas capacidades de inovação e fará o máximo para desenvolver o país”. As principais legislações internacionais encontram-se no quadro a seguir.

Quadro 3 – Diretrizes de outros países na área espacial

País Documento Ano

China China’s Space Activities 2006

China China’s Space Activities (White Paper) 2003

Estados Unidos FY2010 Performance Plan 2010

Estados Unidos Nasa Strategic Plan 2006

Estados Unidos A Renewed Spirit of Discovery 2004

Estados Unidos The National Aeronautics and Space Act of 1958 1958

Japão Basic Plan for Space Policy 2009

Japão Law Concerning Japan Aerospace Exploration 2002

Japão Fundamental Policy of Japan’s Space Activities 1996

Deputado Rodrigo Rollemberg | 1 | REL

País Documento Ano

Reino Unido UK Civil Space Strategy 2008-2012 and beyond 2008

Reino Unido Outer Space Act 1986 1986

Rússia Federal Space Program of the Russian Federation for 2006 –

2015 2006

União Europeia Resolução do Conselho de 26 de setembro de 2008

«Levar para diante a Política Espacial Europeia» 2008 União Europeia

Resolução do Parlamento Europeu, de 20 de novembro de 2008, sobre a Política Espacial Europeia: como aproximar o Espaço da Terra

2008

Fonte: Informações disponíveis em sítios oficiais e coligidas pelo Centro de Documentação e Informa-ção da Câmara dos Deputados

5. O Programa Espacial Brasileiro

No documento A Política Espacial Brasileira (páginas 34-39)