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O estudo foi realizado na cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba, referenciada como uma situação exemplar no contexto da desinstitucionalização (BRASIL, 2005a). Dispõe de seis Residências terapêuticas, um CAPS III, um CAPS II, dois CAPS infantis, um CAPS de álcool e outras drogas, dois Centros de Convivência e uma Unidade de Referência em Saúde Mental.

O processo de implantação dos novos serviços de Campina Grande-PB data desde 2002, quando foi regulamentada sua própria legislação acerca da implantação dos serviços substitutivos em saúde mental, a Lei nº. 4068, mas, até dezembro ano de 2003, quando foi criado o CAPS II – Novos Tempos, os únicos instrumentos de atenção ao sofrimento mental existentes, eram duas instituições psiquiátricas, uma privada e outra pública, que veio a ser desativada. Ao ser inaugurado, o CAPS II constituiu-se em uma nova perspectiva de atenção à saúde mental na localidade, foi formado por uma equipe de profissionais que aceitaram o desafio de desenvolver uma prática inovadora, com base em capacitações locais e vistas realizadas a serviços de outras cidades (CIRILO, 2006).

Apenas em setembro de 2004 é inaugurado o segundo serviço substitutivo do município, o CAPS ad, em consonância com as determinações do Ministério da Saúde a respeito da atenção aos transtornos ocasionados devido ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas. Após o processo de intervenção no hospital psiquiátrico público, é acrescida à rede de serviços substitutivos da cidade o CAPS infantil, com vistas a fornecer meios de tratamento o mais precoce possível, e o CAPS III, por se caracterizar como um serviço de funcionamento 24horas. Aliado a esse processo, foram criados os Serviços Residenciais Terapêuticos, com o intuito de oferecer moradia para os indivíduos provenientes do hospital psiquiátrico sem vínculos familiares, para possibilitar sua reintegração social (CIRILO, 2006).

A escolha desse cenário deve-se à cidade de Campina Grande-PB ser o local em que nasci, cursei a graduação em Enfermagem e realizei pesquisas em saúde mental, que foram os primeiros estudos na iniciação científica. E, principalmente, devido ao compromisso que tenho com o município de fornecer um retorno, contribuindo com o processo de transição da atenção em saúde mental, baseada nos pressupostos da Reforma Psiquiátrica.

Além da familiaridade com o local selecionado, no estado da Paraíba, a cidade de Campina Grande se destaca por ter conseguido organizar uma rede de atenção à saúde mental estruturada com os serviços substitutivos, sendo uma referência nacional (BRASIL, 2005a), como apresenta o Fluxograma I.

Fluxograma I – Serviços de Saúde Mental para adultos de Campina Grande – PB (2011)

Fonte: Ministério da Saúde

Conforme o Fluxograma I, a distribuição dos serviços de saúde mental para população adulta na cidade de Campina Grande é constituída por três CAPS, sendo dois gerais e um de álcool e outras drogas, dois centros de convivência, uma unidade de referência em psiquiatria. Além desses serviços existem dois CAPS voltados para o atendimento da clientela infantil que não estão englobados nesse fluxograma.

Por sermos em quantidade restrita em número de pessoas para a coleta do material empírico, o cenário do estudo foi constituído em três CAPS: CAPS geral III, um CAPS infantil e o CAPS álcool e outras drogas. Esta delimitação se justifica devido à finalidade deste estudo em conhecer as representações sociais da prática profissional dos profissionais, sendo assim, o serviço substitutivo CAPS, desta localidade, é aquele que apresenta uma rede de profissionais de nível superior.

O Centro de Atenção Psicossocial infanto-juvenil está cadastrado no CNES como uma organização pública municipal de administração direta da saúde do Ministério de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde. Apresenta uma equipe técnica formada por dezenove profissionais, dos quais são dois assistentes sociais, um enfermeiro, um fisioterapeuta, três fonoaudiólogos, um neurologista, três pedagogas, um pediatra, cinco psicólogos, um psicopedagogo e um psiquiatra. Está habilitado como CAPS infantil segundo a Portaria SAS 845/2006, realizando atendimentos ambulatoriais de média e alta complexidade, com fluxo da

clientela por atendimento de demanda espontânea e referenciada. É um serviço de atenção psicossocial que fornece atendimentos nos turnos manhã e tarde, das 8h às 17h.

O Centro de Atenção Psicossocial geral III de Campina Grande-PB está cadastrado no CNES como uma organização pública municipal de administração direta da saúde do Ministério de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde. A equipe técnica formada por dezessete profissionais, dos quais são um assistente social, seis enfermeiros, um fisioterapeuta, um médico psiquiatra, dois pedagogos e seis psicólogos. Está habilitado como CAPS III segundo a Portaria SAS 708/2006, apresentando atendimentos ambulatoriais de média e alta complexidade e hospitalar de alta complexidade em nível de internação com oito leitos, com fluxo da clientela por atendimento de demanda espontânea e referenciada. É serviço de referência de três Residências Terapêuticas do município, uma mista e duas masculinas (DATASUS, 2011). É um serviço com funcionamento de 24 horas, contudo, nos finais de semana existe apenas o atendimento a nível intensivo daqueles usuários que estão em regime de internação.

O Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras drogas do município, esta cadastrado no CNES como uma organização de administração direta da saúde do Ministério de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde, sob responsabilidade da gestão municipal. A equipe técnica formada por onze profissionais, dos quais são dois assistentes sociais, um educador físico, um enfermeiro, um médico clínico, dois pedagogos e quatro psicólogos. Está habilitado como CAPS ad segundo a Portaria SAS 704/2006, contando com atendimentos ambulatoriais de média e alta complexidade recebendo o fluxo da clientela por demanda referenciada. A área de abrangência é de todo o município, devido a ser o único CAPS especializado em álcool e drogas local. Funciona em horário diurno, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h (DATASUS, 2011).