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7. PALEONTOLOGIA DE VERTEBRADOS PALEOZÓICOS EM SÃO PAULO

7.2. Chondrichthyes 1 Dentes cladodontes

Dentes cladodontes não são raros no registro geológico brasileiro. Contudo, quando correlacionou os fósseis de São Paulo com os do Rio Grande do Sul, WÜRDIG - MACIEL (1975) ilustra apenas uma única peça, que ela denominou Cladodus (?), proveniente da Formação Corumbataí. A peça está com a coroa completa e a base quebrada.

7.2.2. Petalodontiformes

Os Chondrichthyes Petalodontiformes são conhecidos por dentes isolados e

dispersos. O primeiro a mencionar sua presença foi RAGONHA (1978) que em seus estudos na Transição Tatuí - Irati descreveu diversos dentes. Considerou-os como pertencentes à mesma espécie encontrada na Formação Pedra do Fogo, Bacia do Paranaíba. Sugeriu que esses dentes formavam um pavimento na boca do animal para triturar de materiais duros e resistentes, como conchas de braquiópodes e bivalves, apesar de nenhum destes grupos ter sido encontrado junto aos dentes.

Os dentes mencionados nas Formações Irati e Pedra do Fogo em 1978 só foram descritos formalmente por SILVA SANTOS em 1990, como Itapyrodus punctatus, a partir de fósseis da Formação Pedra do Fogo. SILVA SANTOS também confirmou a associação feita por Ragonha.

TOLEDO et al. (1997) descreve placas dentárias isoladas em um “bone-bed” da Formação Corumbataí. Os resultados incluíam estudos da morfologia e também da análise química utilizando difração de Raios X.

CHAHUD & FAIRCHILD (2002, 2003a, 2003b e 2005) identificam provisóriamente a espécie Itapyrodus punctatus em diversos afloramentos na Transição entre os grupos Tubarão e Passa Dois em Rio Claro e Ipeúna.

7.2.3. Xenacanthiformes

Os Xenacanthiformes são melhores conhecidos na Bacia do Paraná do que os petalodontes. RAGONHA (1978), em sua dissertação de mestrado, identificou diversos dentes atribuídos à espécie Pleuracanthus albuquerquei Silva Santos, 1946, na Transição Tatuí-Irati na região de Rio Claro e Itapetininga. Uma vez que os os dentes desta espécie não possuíam características diagnósticas de outros gêneros de Xenacanthiformes, ele criou o novo gênero Taquaranthus para abrigar a,espécie T. albuquerquei (Silva Santos, 1946) Ragonha, 1978. Este gênero, porém, constitui um nomen nudum porque nunca foi publicado formalmente. Com isso, o nome correto da espécie continuará a ser Pleuracanthus

albuquerquei Silva Santos, 1946, até publicação formal de um novo nome genérico.

CHAHUD & FAIRCHILD (2002) e CHAHUD (2003) confirmaram a presença de dentes muito fragmentados de Pleuracanthus albuquerquei provenientes de diversos afloramentos na Transição entre os grupos Tubarão e Passa Dois em Rio Claro e Ipeúna.

TOLEDO et al. (2005) descreveram um espinho de Xenacanthiformes no topo da Formação Irati na região de Rio Claro

Em sua tese de doutorado de 1984, RAGONHA descreveu três espécies novas de Xenacanthiformes baseados apenas em dentes da Formação Corumbataí, que ele designou

Xenacanthus angatubensis, Xenacanthus camaquensis e Xenacanthus ferrazensis. Dois

anos depois RAGONHA (1986), ele destacou as características e localidades dessas espécies em um breve resumo. RAGONHA (1984) ainda desecreveu outras duas novas espécies de Xenacanthus, baseadas em espinhos cefálicos, X. sataritensis e X.

taquaritubensis, provenientes da Formação Corumbataí no município de Santa Rita do Passa

Quatro. Entretanto, todos estes nomes também são nomina nuda, porque nunca foram validamente publicados, conforme manda o Código de Nomenclatura Zoológica.

Através de comparações com exemplares da América do Norte, RAGONHA (1984) identificou, também, o xenacantídeo norte-americano Xenacanthus moorei (JOHNSON, 1980), o qual indicaria uma idade triássica (Carniano) para a Formação Corumbataí. Menciona (RAGONHA, 1984, 1985), ainda, a presença nesta formação de um espinho de xenacantídeo indeterminado com base bulbosa dilatada.

TOLEDO (2001) cita a ocorrência de diversos dentes de Xenacanthiformes em varias localidades no Estado de São Paulo, ilustrando espinhos cefálicos e dentes provenientes da Formação Corumbataí, mas não os identifica como novas espécies.

7.2.4. Ctenacanthiformes

Tubarões Ctenacanthiformes são raros na Bacia do Paraná. RICHTER (1985), na sua lista de ocorrências de peixes paleozóicos, cita o gênero Ctenacanthus em três unidades geológicas brasileiras, mas não deu detalhes do material fóssil no Grupo Passa Dois em São Paulo.

RICHTER (1985) cita a existência de espinhos de Ctenacanthus sp. na Formação Corumbataí, mas não descreve ou ilustra nenhum exemplar.

RAGONHA (1978) descreve o espinho de um individuo infantil encontrado em

Assistência na Transição Tatuí - Irati, e designou-o Ctenacanthus maranhensis Silva Santos 1946. Ragonha argumentou que, nos peixes adultos, a disposição dos tubérculos na

superfície do espinho seria modificada, assemelhando-se aos fósseis da Bacia do Parnaíba. Esta característica, porém, não foi observada em nenhum gênero de Ctenacanthiformes do mundo segundo MAISEY (1981 e 1982).

CHAHUD (2003) e CHAHUD & FAIRCHILD (2003b, 2005) apresentam um espinho de um animal adulto na Transição Tatuí - Irati na divisa dos municípios de Rio Claro e Ipeúna. A disposição dos tubérculos é muito parecida com a do exemplar descrito por RAGONHA (1978), mas muito diferente da observada em espinhos de Ctenacanthus maranhensis.

7.2.5. Orodontiformes e Hybodontiformes

Os restos de Orodontiformes são raros na Bacia do Paraná, pois apenas uma espécie, proveniente da Fácies Caveira da Formação Estrada Nova, Rio Grande do Sul, foi formalmente descrita (Orodus milleri, WÜRDIG - MACIEL, 1975) até hoje. CHAHUD & FAIRCHILD (2005) caracterizam dois dentes atribuídos a este grupo proveniente da

Transição dos grupos Tubarão e Passa Dois na região de Rio Claro e Ipeúna no Estado de São Paulo.

Os Hybodontiformes são tubarões comuns durante o Mesozóico (PEREZ & MALABARBA, 2002), mas sua presença no Neopaleozóico é controversa (muitos foram reclassificados como Orodontiformes ou Protacrodontiformes) e em alguns artigos científicos é apenas citada.

RAGONHA (1984) caracteriza a existência de Hybodontiformes associados a Xenacanthiformes na Formação Corumbataí, mas seu estudo não foi realizado.

RAGONHA & SILVA SANTOS (1987) sugerem a transferência de Dentalium florencei Moraes Rego 1936 para Hybodus florencei Moraes Rego 1936. A princípio, este fóssil tinha sido descrito como uma impressão de vegetal e posteriormente reinterpretado por Moraes

Rego como um molusco da Classe Scaphopoda e descrito com riqueza de detalhes

estruturais e anatômicas. No entanto, RAGONHA & SILVA SANTOS (1987) verificaram que o fóssil tratava-se de um molde muito bem preservado do espinho da nadadeira dorsal de

Hybodus.

7.3. Osteichthyes e tetrápodes