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Ciência a respeito do RP e das informações por ele veiculadas 72

6.1   ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 72

6.1.1  Ciência a respeito do RP e das informações por ele veiculadas 72

As perguntas deste eixo objetivaram apreender se o professor tinha acesso ao RP e se tinha ciência da sua função. Foram elas:

1 - Você conhece o Relatório Psicopedagógico (RP)? (1ª pergunta da pesquisa).

2 - Você leu o RP do aluno que atende atualmente? (2ª pergunta da pesquisa).

3 - Você pode ter acesso ao RP sempre que necessário? (3ª pergunta da pesquisa).

4 - Você sabe qual o objetivo do RP? (4ª pergunta da pesquisa).

5 - O RP serviu de base para o trabalho junto aos alunos com autismo? (5ª pergunta da pesquisa).

Ao serem questionados se conheciam o RP (1ª pergunta), todos os dezesseis professores pesquisados disseram que sim (100%). Um único professor apenas, quando abordado, disse que não o conhecia, pelo fato de não constar na pasta de documentos do seu aluno. Por este motivo, este professor não participou da investigação.

Indagados se haviam realizado a leitura do RP dos alunos que estavam sendo atendidos na ocasião da entrevista (2ª pergunta), cem por cento (100%) dos professores disseram que sim. As respostas indicam que a leitura do RP é feita antes do atendimento, pois “[...] é muito interessante [...]” e “[...] nele contém informações que determinam o trabalho [...]”, “[...] sem isso, não dá pra trabalhar [...]”, diz um professor (S12)5.

Quando questionados se podiam ter acesso ao RP sempre que necessário (3ª pergunta), todos os professores (100%) igualmente afirmaram que possuem livre acesso para manusear o documento, apesar de alguns informarem que não podem retirá-lo da secretaria da escola, pois o RP fica na pasta de documentação escolar dos alunos, sustentam, todavia, que a consulta pode ser feita tranquilamente, sempre que for necessário.

Numa pesquisa realizada no Distrito Federal (DF), a respeito da importância do relatório psicopedagógico para o trabalho dos professores de alunos com deficiência intelectual, Gurgel concluiu que 76% dos professores não conheciam o documento, até o momento em que foram convidados a participar da pesquisa. Esse

dado parece está em desacordo com o resultado da presente investigação e incita à reflexão sobre o tema, pelo fato de ser completamente adverso. Ou seja, ao serem questionados se conheciam o Relatório Psicopedagógico do aluno, todos os professores responderam que sim. Conheciam e já tinham feito a leitura dos RPs dos respectivos alunos que estavam atendendo neste ano. Acredita-se que o fato do autismo ser, ainda hoje, um mistério – a despeito do valioso conhecimento acumulado desde a década de 1940, associado à curiosidade pelas variações encontradas ao longo da dimensão do espectro, pode ser um dos pontos que motivam o interesse pelo RP.

Outra possibilidade de justificar o interesse pelo RP é o acesso a informações que auxiliam na inclusão escolar, uma vez que é crescente, a cada ano, o número de alunos especiais na rede regular de ensino. Se alguns professores atuam há apenas seis meses no ensino especial junto aos alunos com autismo, não têm todos tanta experiência. Aqueles que estão iniciando encontram uma fonte de informações no RP, tanto a respeito do transtorno quanto da própria criança com a qual está atuando. Para os que já estão na área há mais tempo, este segundo aspecto, ou seja, a definição da particularidade do caso em questão, a possibilidade de conhecer melhor seu aluno por meio do RP faz dele um recurso suplementar na educação dos alunos com autismo.

Quando questionados se conheciam o objetivo do RP (4ª pergunta), as respostas emitidas foram organizadas em quatro categorias. Veja o Quadro 2:

Quadro 2 - Objetivos do RP

nº Categorias Frequência6

1 Subsídio/suporte às ações pedagógicas do professor 8

2 Informação sobre o diagnóstico e o perfil/histórico do aluno 5

3 Avaliação como suporte para encaminhamento a atendimentos

especializados 4

4 Informação sobre a situação familiar do aluno 2

6.1.1.1 Subsídio/suporte às ações pedagógicas do professor

6 A soma dos números de frequência não corresponde ao total de sujeitos entrevistados, pois a fala

Esta categoria se refere às respostas que atribuem ao RP o objetivo de dar suporte, apoio ou norte às ações pedagógicas do professor, direcionando sua prática e indicando possibilidades de intervenção.

Uma parcela significativa de professores, ou seja, metade dos dezesseis participantes julga que o objetivo do RP é lhes fornecer sustentação ao planejamento e consecução da ação pedagógica. De fato, se forem analisados os objetivos aos quais se propõe o RP ao longo da sua história no DF, será constatado que sua finalidade é de “subsidiar o trabalho do professor [...] orientando o atendimento do aluno, constando aspectos nos quais o mesmo apresenta desempenho satisfatório e aqueles nos quais necessita de ser trabalhado”. (DISTRITO FEDERAL, 1984, p. 13).

Para legitimar este desígnio, a proposta para o funcionamento das equipes de diagnóstico e de avaliação, desde sua criação em 1962, insiste que o trabalho de avaliação realizado não seja pautado na mensuração de capacidades, pois, dessa forma, serviria simplesmente para rotular alunos. A avaliação deve ter caráter prescritivo e indicar estratégias de ensino/aprendizagem, além de identificar e sugerir intervenções que contribuam para superar as dificuldades de integração e rendimento escolar. (DISTRITO FEDERAL, 1994a).

Ainda de acordo com os documentos norteadores das ações das equipes, é objetivo do RP indicar os procedimentos educacionais a serem adotados na elaboração do plano educacional, o que é do conhecimento dos professores. Trata- se de um instrumento que tem caráter informativo e também orientador. (DISTRITO FEDERAL, 1994).

No início, o foco maior dos serviços prestados pelas equipes estava na avaliação que tinha, no RP, a única forma de comunicar seus resultados à escola (DISTRITO FEDERAL, 1984, 1994b). Entretanto, mudanças vêm acontecendo lentamente no funcionamento das equipes de atendimento e apoio à aprendizagem (DISTRITO FEDERAL, 2006a) e, consequentemente, muda-se também o foco do trabalho psicopedagógico realizado. Hoje, o foco maior está na intervenção realizada junto ao aluno, à família e aos membros do contexto escolar, com o objetivo de promover o desenvolvimento da criança no processo de escolarização (NEVES; ALMEIDA, 2003, MACHADO, 2000).

Ao considerar esta tendência, hoje os professores não contam apenas com os RPs para subsidiar e apoiar o seu trabalho. O contato direto com a equipe, o planejamento em conjunto de possíveis intervenções, a parceria estabelecida com a família através dos encontros com a mesma durante o processo de avaliação, deve retirar do RP um pouco do desígnio de ser ‘o’ documento orientador. Em vez disso, espera-se maior dinamicidade no processo de avaliação, através do contato permanente entre as equipes especializadas e o professor do aluno, de forma que as orientações e o apoio/suporte às ações educativas possam ocorrer em tempo real. Dessa forma, ambas as partes se beneficiam. O professor tem apoio direto das equipes, e estas são menos cobradas sobre a competência de formalizar, em um único documento, questões tão amplas e delicadas como as que fazem referência, não somente ao processo de avaliação, como também, as relativas às metodologias e recursos que podem beneficiar o ensino/aprendizagem.

6.1.1.2 Informação sobre o diagnóstico e o perfil/histórico do aluno

Diz respeito às respostas que enunciam ser objetivo do RP informar relatos clínicos ou médicos acerca do transtorno ou mesmo o perfil histórico do aluno, de forma a justificar o motivo pelo qual este ingressou no ensino especial.

Dentre os professores entrevistados, cinco deles julgam que o objetivo do RP é dar a conhecer o diagnóstico do aluno. Talvez essa expectativa se justifique pelo fato de, administrativamente, as condições de atendimento da pessoa com autismo serem diferenciadas em relação aos demais alunos com deficiência, em função da modulação (número de alunos por turma ou professor) prevista. Excluindo esse fato, a expectativa no professor a respeito do diagnóstico do aluno pode ser justificada sob outro ponto de vista: o da patologização da educação.

O diagnóstico das pessoas com autismo é dado na primeira infância, por profissionais da área médica, informação que deveria ser apenas complementar à avaliação realizada e relatada no RP e não tão importante a ponto de o objetivo do RP se resumir a esta função. É certo que o diagnóstico envolve a história dos sintomas e a evolução do transtorno (FACION, 2002); porém, nos contextos

escolares, julga-se que as manifestações comportamentais e a qualidade dos sintomas da deficiência diagnosticada devem ser analisadas de acordo com cada caso e não a partir de injunções generalizadas, ou seja, um diagnóstico. A deficiência, por si só, não deve impor as características comportamentais de cada aluno.

Apenas a busca de uma categoria nosológica para o que a criança apresenta – se ela é uma pessoa com autismo, se tem algum distúrbio ou transtorno, as limitações geradas pelos mesmos, etc. – veicula a falsa idéia de que o diagnóstico é uma lapidação que bem define o que a criança tem. Esse olhar diagnosticador, produtor de graus de deficiência e definições generalizadas atribuídas à criança avaliada, não pode esconder a pessoa que está por detrás dele. Tendo o olhar que enxerga apenas o diagnóstico, as atitudes da criança ainda permanecem como foco principal da avaliação, e o professor que espera que o RP enquadre apenas informações do diagnóstico ou da doença como foco, não permite o planejamento de intervenções que envolvam outras relações que acontecem no contexto educacional. (MACHADO, 2000).

Por trás do diagnóstico estão as relações e as práticas cotidianas como importantes produtoras dos fenômenos que são avaliados e informados. A forma como pode ser dada a aula, a relação professor/aluno, a história escolar da criança, as intervenções realizadas e as respostas dadas, explicam melhor a atitude da criança como consequência das práticas cotidianas. Reconhecer o que de fato promove possibilidades de intervenções é um passo importante, que deve ser dado tanto por quem faz a avaliação de uma criança, quanto por quem recebe a criança na escola. A mudança de foco para os aspectos educacionais considera novos elementos e amplia o horizonte de percepção que objetiva a promoção de saltos qualitativos para a pessoa que está sendo avaliada. Para Bion (1975 apud VERDI, 2005), a avaliação da pessoa com autismo deve:

Buscar em cada criança ou adolescente o ser, para além de seu diagnóstico, para além de seu fechamento autístico ou para além do estranho mundo de suas psicoses. E lá, além, buscar encontrar aquele que às vezes tão distante, mal podemos vislumbrar. Acreditar, antes de se deparar com os primeiros sinais, que ali existe o ser, com suas particularidades, intuir, ter fé e seguir nesta busca.

Por meio da análise das falas dos professores, foi possível perceber que, ao dizer que o objetivo do RP é comunicar o diagnóstico, para além da depauperada

informação do nome da patologia ou deficiência da qual o aluno é acometido, o professor faz alusão às informações complementares como o perfil e o histórico do aluno, vistas como um recurso capaz de propiciar maior conhecimento sobre a criança avaliada, de suas dificuldades e das particularidades. Os professores valorizam as informações que focalizam o que os alunos gostam ou não, como se relacionam socialmente, a trajetória de vida escolar, o histórico de vida; enfim, os dados que ajudem a conhecer melhor o aluno.

Devido à dificuldade de interação e de comunicação do aluno com autismo, as informações, na maior parte das vezes, não vêm deles próprios, como é comum o professor obter com as crianças típicas. A variedade de funcionalidade dentro do espectro e as manifestações bizarras, que podem ser respeitadas, ou das que desencadeiam crises, que devem ser evitadas, também são dados relevantes. Enfim, o professor é sedento de informações as mais detalhadas e minuciosas possíveis a respeito do aluno com autismo e pensa, que o RP tem esta função. Um deles (S8) disse: “quanto mais detalhado, melhor”.

6.1.1.3 Avaliação como suporte para encaminhamento a atendimentos especializados

Esta categoria sintetiza respostas que indicam ser objetivo do RP avaliar (as características psicossociais do comportamento de entrada) e reavaliar (numa perspectiva de acompanhamento do processo de atendimento) o aluno com vistas aos encaminhamentos especializados, sejam eles pedagógicos ou não.

Há quatro professores que entendem ser o RP destinado a encaminhar o aluno para atendimentos escolares ou outros na comunidade. Nas orientações dadas pela SEE-DF para elaboração do RP (DISTRITO FEDERAL, 1984, 1994b, 2006), o item relativo aos encaminhamentos é sempre previsto. A equipe multiprofissional define com qual tipo de inclusão o aluno vai se beneficiar: inclusão total (em classe regular), inclusão parcial (em classe especial), turma em Centros de Ensino Especial, etc., encaminhamentos que se referem especificamente à área

educacional. A equipe também pode sugerir atendimentos complementares com os quais o aluno se beneficiaria, bem como atendimentos à família do aluno.

Entretanto, nem sempre os encaminhamentos sugeridos são efetivados. Um professor (S15) destaca que o RP “[...] não tem autonomia em todas as escolas [...] ele não é respeitado em todas as escolas”; ou seja, os encaminhamentos feitos para o aluno não estão sendo acatados. Ao dizer “respeitado”, o professor estava se referindo à deferência à modulação prevista, ou seja, ao número de alunos delimitado para cada um dos atendimentos educacionais estipulado, a depender do tipo de inclusão e do tipo de deficiência. Se existe o documento que prevê o máximo de alunos por turma e se a equipe definiu no item do RP denominado ‘encaminhamento’ que o aluno se beneficiaria com aquele tipo de atendimento, o aluno é privado de usufruir dos seus direitos quando os administradores escolares corrompem esta regra.

6.1.1.4 Informação sobre a situação familiar do aluno

Nesta categoria estão as respostas que afirmam ser o objetivo do RP informar a situação familiar da criança, ressaltando dificuldades e peculiaridades da relação com o aluno com autismo.

Para Serra (2004), a escola é o único espaço social que divide com a família a responsabilidade de educar e que, de certa forma, trabalha a unidade da coletividade. Se esta informação vale para crianças com desenvolvimento típico, maior valor possui no caso de crianças com autismo.

Na historia da Psicologia Escolar, entretanto, o atrelamento entre as questões familiares e educacionais tem duas faces. Uma delas mostra o quanto é importante a participação e envolvimento da família na educação dos seus familiares. Os afetos, a valorização que é dada à educação no contexto familiar, a riqueza ou a pobreza dos estímulos do ambiente (FERREIRO, 1999) exercem influência no desenvolvimento acadêmico da criança. A outra face é a de que essas informações colhidas no contexto familiar podem instituir preconceitos, incentivar discriminações

com intuito de isentar a escola das responsabilidades com a educação. (SOUZA, 2000, 2007).

No contexto escolar há certa tendência de se atribuir culpa à família pelo insucesso do aluno na escola, o que, de certa forma, poderia justificar esse interesse pelas questões familiares. Entretanto, no caso de dois professores de alunos com autismo entrevistados nesta pesquisa, a justificativa é outra. Indica mais a intenção de enriquecer, ou melhor, adequar os propósitos educacionais direcionados ao aluno, a partir do conhecimento do que se passa no contexto familiar, dando continuidade às ações pedagógicas. Os professores têm interesse nas manifestações de comportamento do aluno no contexto familiar, por ser imprescindível que a família e a escola façam esforços coordenados e afins para promover o desenvolvimento da criança. Assim é que, quando uma criança com autismo é incluída na escola regular, sua família também o é.

A última questão deste eixo da pesquisa inquiria o professor se o RP serviu como base para o trabalho junto aos alunos com autismo (5ª pergunta). As respostas, mais uma vez, ressoaram a afirmativa de todos (100%) os professores. Para eles, o RP serve, sim, de base para o trabalho junto aos alunos com autismo, pois contém informações preciosas para serem utilizadas no contexto escolar, ajuda a conhecer o aluno, o seu histórico dentro do sistema educacional; informa as intervenções que foram feitas e também direciona as intervenções que são possíveis de se fazer. Além disso, ele esclarece a respeito do diagnóstico, informa os resultados dos exames médicos e as características do aluno em geral. Para os professores, por meio dessas informações, o RP ajuda a descobrir como trabalhar, pois enuncia os comportamentos do aluno, de modo que se possam antever formas possíveis de atuação. Apesar de o RP ter sido considerado um documento de grande valia no suporte às ações pedagógicas direcionadas ao aluno com autismo, fica a ressalva feita por três professores: ajudaria mais se fosse um documento mais abrangente e constantemente atualizado.

Após analisadas as respostas às perguntas do segundo eixo da pesquisa, que objetivou investigar o nível de conhecimento dos professores a respeito do RP e das informações veiculadas por este documento, pode-se dizer que os professores conhecem o RP, podem acessá-lo sempre que preciso e fazem a leitura anual, antes mesmo de receber os alunos. Além disso, foi possível concluir também que o RP serve de base para o trabalho junto aos alunos com autismo e que, dentre os objetivos que os professores atribuem ao RP, está o de “subsidiar o trabalho com o educando em questão”, indicando os procedimentos educacionais a serem adotados na elaboração do plano educacional, que é, de fato, o objetivo previsto para o RP na orientação pedagógica (OP) da SEE-DF. (DISTRITO FEDERAL, 1994b, p. 40).

Dentre os outros objetivos mencionados para o RP pelos professores – quais sejam, informar sobre o diagnóstico e o perfil/histórico do aluno, avaliar o aluno com vistas ao encaminhamento para atendimentos especializados e dar informações sobre a situação familiar do aluno, eles se justificam em função da estruturação que o RP apresentou durante muitos anos. Como foi dito neste trabalho, a orientação era de que, nos RPs, fossem informados os dados pessoais do aluno, o motivo do encaminhamento, as informações gerais sobre o aluno, a síntese das avaliações psicológica, pedagógica e de outras avaliações; além das conclusões do resultado do estudo de caso, contendo alternativas de encaminhamento apropriadas e ainda, uma indicação dos procedimentos educacionais a serem adotados na elaboração do plano educacional. (DISTRITO FEDERAL, 1994b).

Nos itens referentes às informações gerais sobre o aluno, os membros da equipe discorriam longamente sobre a história de vida dos alunos, desde a gestação até os dias atuais. No espaço previsto para as conclusões, os responsáveis pela avaliação diziam qual tinha sido o seu resultado, ou seja, se havia sido diagnosticada alguma deficiência ou não. Por fim, no espaço destinado às indicações de alternativas de encaminhamentos apropriados eram feitos os devidos encaminhamentos.

A OP de 2006 sugere um novo formato para o RP, mas, de modo geral, ela ainda prevê que relatório tenha informações sobre a vida do aluno. No entanto, atualmente faz-se referência aos comportamentos adaptativos, ou seja, à funcionalidade que o aluno manifesta nos vários aspectos do desenvolvimento (comunicação, auto-cuidado, vida familiar, autonomia, funcionalidade acadêmica,

lazer, trabalho, saúde/segurança), de modo a indicar qual o nível e a intensidade de apoio que o aluno precisa em cada uma delas. Além disso, o RP sugerido pela nova OP deve conter a síntese psicopedagógica, conclusões/encaminhamentos e sugestões (DISTRITO FEDERAL, 2006a). Ou seja, o que os professores acham que são objetivos do RP, além de subsidiar o trabalho do professor, realmente são itens propostos para conter neste documento, sobre os quais os responsáveis pela avaliação sempre fazem alguma explanação. Por isso, como forma de admitir a importância destes dados, fica, às vezes, a impressão de que o RP tem estes objetivos, o que não deixa de ser uma verdade, pelo fato de estar prevista a difusão de tais informações nas orientações de elaboração do RP dadas pela própria SEE- DF.

6.1.2 Informações contidas no RP que auxiliam a prática pedagógica

Este eixo da pesquisa verificou quais as informações contidas no RP e se estas auxiliam na prática pedagógica do professor de alunos com autismo. Procurou também apreender se constam, nos RPs, conteúdos referentes aos comportamentos da pessoa com autismo. As perguntas relativas a este eixo são:

1 - Quais informações você encontrou no RP que ajudam pontualmente na prática pedagógica? Por quê? (6ª pergunta da pesquisa).

2 - Constam no RP informações novas que não foram observadas no dia-a- dia? (7ª pergunta da pesquisa).

3 - Há informações no RP que condizem com as características observadas no aluno? (8ª pergunta da pesquisa).

4 - O que você entende por autismo? (9ª pergunta da pesquisa).

5 - Qual a sua concepção sobre o desenvolvimento da pessoa com autismo? (10ª pergunta da pesquisa).

Ao serem questionados sobre quais informações do RP ajudam pontualmente na prática pedagógica (6ª pergunta), os professores responderam