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Foi solicitado à Divisão de Ensino Especial da SEE/DF o levantamento da localização das turmas compostas de alunos com autismo. A autorização para acesso as instituições escolares para realização da investigação foi solicitada às respectivas Regionais de Ensino das quais os alunos faziam parte. Feito isto, estabeleceu-se o contato inicial pessoalmente para convite aos professores. Além da regional do Plano Piloto/Cruzeiro, que possuía maior quantitativo de alunos autistas matriculados regularmente nas suas escolas, da qual foram convidados seis professores, cinco regionais de ensino sendo elas Guará, Taguatinga, Sobradinho, São Sebastião e Núcleo Bandeirante foram escolhidas para compor o quadro restante de professores. Dessa forma, um número de seis, que representa a metade das regionais de ensino que possuem alunos autistas matriculados, foram

incorporadas como locos de pesquisa. A diferença do número de alunos entre elas é muito pequena (ver a seguir, no Quadro 1), exceto a Regional do Guará que tem oito alunos e, que por isso, também foi eleita como loco de pesquisa.

Quadro 1- Regionais e número de alunos matriculados

Regional Nº de alunos Regional Nº de alunos

Brazlândia Ceilândia Gama Guará N. Bandeirante Planaltina 1 3 4 8 2 1 P. Piloto/Cruzeiro Samambaia Santa Maria São Sebastião Sobradinho Taguatinga 23 1 1 1 2 4

Estabelecido o contato, foi solicitado que o professor assinasse o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo E, uma cópia desse documento foi deixada com o mesmo), desse seu consentimento de participação (anexo F) e lhe foi entregue a declaração do pesquisador (anexo G). Em seguida, a entrevista foi agendada em horário e local de acordo com a conveniência do professor. As entrevistas foram gravadas em recursos de áudio e depois transcritas e analisadas.

Foi verificado se os professores que aceitaram participar da investigação tiveram acesso ao RP, uma vez que, para Gurgel (2002), 76% dos professores só tomaram conhecimento do conteúdo do RP ao serem convidados a participar de entrevista sobre o tema. Caso a resposta fosse negativa, seria solicitado ao professor que realizasse uma leitura prévia do RP do(s) seu(s) aluno(s).

6 A PESQUISA

Com o intuito de avaliar, na perspectiva do professor, qual o papel do Relatório Psicopedagógico (RP) e se há necessidade deste ser aprimorado para ajudar na estruturação das ações pedagógicas direcionadas ao aluno autista, esta pesquisa foi estruturada em cinco eixos. O primeiro eixo objetivou identificar o sujeito pesquisado. O segundo eixo teve como finalidade sondar o nível de conhecimento dos professores a respeito do RP e as informações veiculadas por este documento. O terceiro eixo buscou verificar a importância das informações contidas no RP para a prática pedagógica. O quarto eixo teve como finalidade identificar qual a expectativa do professor a respeito deste documento e as sugestões para sua elaboração, de forma que este auxilie as ações no campo educativo. O quinto e último eixo buscou identificar as informações contidas no RP e quais as que o professor julga serem relevantes para o trabalho com a pessoa com autismo.

Para alcançar o objetivo do primeiro eixo, foi solicitado a cada participante o preenchimento de um formulário (ver instrumento, anexo H), que solicitava informações sócio-demográficas dos mesmos (os dados colhidos foram elucidados na seção ‘metodologia’, no item: caracterização dos participantes do estudo). Para colher as informações referentes ao segundo, terceiro e quarto eixos, utilizou-se a entrevista semiestruturada. Para conseguir alcançar de forma mais objetiva o que foi proposto no quinto eixo da pesquisa, em vez de perguntas na entrevista semiestruturada, optou-se pela utilização de um check list (ver instrumento, anexo H).

Após a degravação das entrevistas, o material foi analisado por intermédio da análise de conteúdo de Bardin (2002), buscando encontrar as categorias descritivas e unidades de sentido, de acordo com o objetivo da pesquisa.

A intenção da análise de conteúdo foi inferir e deduzir conhecimentos relativos às condições de produção e de recepção das mensagens. O desvendamento de significações de diferentes tipos de discursos respeita, simultaneamente, critérios específicos, propiciadores de dados em frequência e em estruturas temáticas, entre outros.

Na análise de conteúdo, como a produção de sentido se refere apenas a uma realidade dada a priori, o objetivo é alcançar uma significação profunda, um sentido estável conferido pelo locutor no próprio ato de produção do texto. Sem pretender configurar-se como doutrinária ou normativa, a análise de conteúdo se define como um ‘conjunto de técnicas de análise das comunicações’ que aposta grandemente no rigor do método como forma de não se perder na heterogeneidade de seu objeto. Para tanto, esta técnica utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. (BARDIN, 2002)

A análise dos resultados iniciou-se pela realização de uma leitura flutuante das entrevistas degravadas, para apreensão das impressões. Em seguida, foram realizadas leituras mais precisas, com o objetivo de detectar as hipóteses emergentes e projetar, sobre o material degravado das entrevistas, as perspectivas teóricas que orientam a pesquisa. Depois disso, dos dados brutos, surgiram temas que foram decodificados em unidades semânticas de sentido. A partir das unidades de sentido, utilizando-se o critério de similitude, estabeleceram-se as categorias que permitiram atingir uma representação do conteúdo.

As respostas às perguntas 1, 2, 3, 5, 7 e 8 foram dadas de forma objetiva, por isso, foram analisadas de forma diferenciada, afinal os dados que surgiram não são passíveis de categorização e, sim, de discussão, em termos de intensidade e qualidade.